Grandes orquestras: uma espécie ameaçada

    Autor Mensagem
    maggie
    Veterana
    # mar/05


    Várias entre as 136 orquestras profissionais da Alemanha estão às portas da falência. Enquanto umas ainda lamentam o fim dos tempos das vacas gordas, outras já saltaram para o mundo da cultura privatizada, "made in USA".



    Em condições normais, Andreas Moritz, diretor da Sinfônica de Berlim, estaria preparando os festejos para o quadragésimo aniversário de sua orquestra. Tudo indica que, em vez disso, ele terá em breve que anunciar o fim dessa instituição da cultura alemã: "Se nas próximas semanas não encontrarmos um major partner, segundo o modelo norte-americano, a orquestra desaparecerá para sempre", afirma Moritz.

    Ele atribui a culpa pela dramática situação ao Senado de Berlim. No ano passado este cortou os subsídos em vários milhões de euros, levando o corpo orquestral à ruína. Atualmente os músicos trabalham praticamente de graça, para ao menos poder manter de pé seu programa de concertos. Pois, segundo o diretor, esta é a única possibilidade de atrair investidores em potencial.

    Moritz assegura que não hesitaria um segundo em colocar o logotipo de uma empresa no site da Sinfônica, caso encontrasse um patrocinador. Ele vai mais longe: seus músicos poderiam até subir ao palco em fraques coloridos, nas cores da empresa que os patrocinar.

    Fora com a aura elitista

    Julien Salemkour rege a Staatskapelle Berlin
    A situação da Orquestra Sinfônica de Berlim é representativa de muitos dos 136 conjuntos profissionais da Alemanha. Há já algum tempo a difícil situação da economia alemã faz-se sentir na cena cultural: após anos de generoso apoio estatal, é preciso poupar em todos os campos. Por exemplo a Deutsche Filmorchester de Potsdam e a Orquestra da Rádio da Baviera também estão prestes a fechar.

    Os grandes conjuntos instrumentais, até então quase exclusivamente financiados com recursos públicos, estão entre os mais afetados pela nova ordem econômica. Eles precisam urgentemente agir, para continuar subsistindo com meios próprios. Moritz propõe: "É absolutamente necessário livrar a cultura da aura elitista. Esta é a única chance de anular os argumentos a favor dos cortes na área".

    Modelo "made in USA"

    Esta é também a opinião de Gerald Mertens, diretor da Associação das Orquestras Alemãs: "É preciso que as orquestras documentem melhor seu papel na sociedade". Embora sendo a número um da música clássica, em todo o mundo, a Alemanha está muito atrás da Grã-Bretanha, e sobretudo dos Estados Unidos, em termos de inovação.

    Em média, os cofres públicos norte-americanos cobrem apenas 4% dos orçamentos de suas orquestras. Na Alemanha o quadro é praticamente invertido: a participação dos investidores circula, em média, em torno de 13%, comenta Mertens.

    Apostando na geração jovem

    O presidente do Conselho Alemão de Música, Martin Maria Krüger, vê o futuro da cena clássica do país em despertar o entusiasmo dos jovens por sua herança musical. E alguns músicos já começaram a colocar em prática esta filosofia.

    Hermann Bäumer, diretor musical da Orquestra Sinfônica de Osnabrück, não só organiza concertos para escolas, como proporciona "aventuras musicais" para crianças. Ele viaja com grupos, por exemplo, até uma mina de carvão desativada, onde as crianças são convidadas a gravar os sons de uma antiga máquina a vapor. Com este material, elas devem compor mais tarde suas próprias obras.

    "Sob o patrocínio de..."

    Simon Rattle à frente da Filarmônica de Berlim
    Assim como suas irmãs da província, as grandes e célebres orquestras das metrópoles estão lutando pela sobrevivência. Um exemplo é a Filarmônica de Berlim atualmente sob a direção do inglês Simon Rattle.

    Embora o Senado da capital alemã garanta a metade de seu orçamento anual de 30 milhões de euros, ela já encontrou um patrocinador privado. Discreta porém inconfundivelmente, a marca do Deutsche Bank adorna o site dos filarmônicos na internet: "a passion for music".

    Fonte

    flavinha190
    Veterano
    # mar/05
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    maggie

    è a decadência músical em todas as partes ,a musica deixou de ser algo essencial para ser alg comercial

    Christina Amaral
    Veterano
    # mar/05
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    Grandes orquestras: uma espécie ameaçada

    Bem q dizem q as musicas boas estão acabando....

    Emerson Guita
    Veterano
    # mar/05
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    Sei não, orquetra tem um valor cultural muito forte, mas não tem tanto retorno financeiro, lamentável, mas acho que isso pode mudar sem grandes patrocínios.

    Juliano de Oliveira
    Veterano
    # mar/05
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    É isso aí Maggie!!!

    Juliano de Oliveira
    Veterano
    # mar/05
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    É raro encontrar hoje em dia alguém que prefira financiar uma orquestra do que uma banda.Além do mais, com os recursos técnológicos disponíveis no mercado, é muito fácil substituir uma orquestra por computadores.Eu imagino q esses sejam alguns dos motivos q levam a essa decadência...

    Ken Himura
    Veterano
    # mar/05
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    Eu penso como o maestro ali, não hesitaria um segundo para ser patrocinado.

    arthur_trance
    Veterano
    # mar/05
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    Infelizmente, esse fato das orquestra virem a falência já deixou de ser uma previsão, é presente do cotidiano musical.
    Mas isso não quer dizer que nada possa ser feito.
    Eu realmente acredito e espero q o quadro mude a favor da musica erudita no Brasil e no Mundo.

    Pianista
    Veterano
    # mar/05 · Editado por: Pianista
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    Tudo tem início, meio e fim. Mas espero (rezo) que a música erudita não esteja nessa regra.

    Igor Martins
    Veterano
    # mar/05
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    Ao menos algo q não reclamo de onde moro, tem concertos gratuitos (Unisinos).

    Acho q isso deveria ter em todos os lugares, é a melhor forma para evitar q isso aconteça, tendo espaço e importância, algo dificilmente acaba, ainda mais algo bom

    Sparkle
    Veterano
    # mar/05
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    Realmente é um lástima uma notícia dessas, ainda existem os seguidores desse estilo de musica e que cumprem muito bem seus papéis, vide o Malmsteen, mas esse tipo de musica realmente esta acabando, não existem mais orquestras como antigamente e tudo hoje em dia no mundo da musica é movido pelo dinheiro, não mais pelo prazer, a mídia tomou conta e quem não aderir a ela esta por sua própria conta, infelizmente esse é o mundo em que estamos vivendo...

    inthelight
    Veterano
    # mar/05
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    mas esse tipo de musica realmente esta acabando, não existem mais orquestras como antigamente e tudo hoje em dia no mundo da musica é movido pelo dinheiro, não mais pelo prazer, a mídia tomou conta e quem não aderir a ela esta por sua própria conta, infelizmente esse é o mundo em que estamos vivendo...
    ah meu deus... parem com esse maniqueismo... A música erudita hj em dia é muito valorizada sim, e tem tantos músicos bons e fãs dedicados quanto há 50, 100 ou 200 anos. Talvez não no Brasil mas no mundo. O que tá causando esse problema na Alemanha naum eh uma decadencia da musica erudita, mas sim o fato de que o governo naum quer arcar com 87% dos custos das melhores (e mais caras) orquestras do mundo. Basta ver que nos EUA as orquestras andam mto bem pois a maior parte do investimento é privado.

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