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A História se repete...
Animais
Pitbull ataca menina em Pelotas
Criança de um ano e três meses, atingida quando passeava no pátio de casa com sua avó, passa bem após cirurgia de reconstrução da parte externa do crânio
EDUARDO CECCONI/ Pelotas/Casa Zero Hora
Depois de ter a filha de um ano e três meses atacada por um cachorro da raça pitbull, o jovem proprietário do cão, de Pelotas, sacrificou o animal antes considerado quase um membro da família. O trauma do episódio e a angústia pela espera da recuperação da filha fizeram o pai mudar de opinião em relação ao cão. E apelar a outros donos de pitbulls:
- Essa raça não presta. Uns dizem que não tem problema, que o deles é manso. O nosso era manso também. Livrem-se desse bicho, é a única coisa que eu posso dizer. Ele atacou por instinto, tem sangue ruim.
Às 16h de segunda-feira, a avó da criança levou a menina para o pátio da frente da casa para brincar. Quando ambas saíram da área interna, o cachorro, que estava dentro da casa, atacou a criança por trás. A avó conseguiu abrir a boca do pitbull, que estava presa à cabeça da menina, e pegou a neta no colo. O pitbull tentava, com saltos, alcançar a menina no colo. A avó conseguiu correr para dentro da casa e trancar-se num quarto. Depois, fugiu do local e levou a neta para o hospital.
A criança foi atingida na cabeça pela mordida do cachorro e se recupera na UTI pediátrica do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O ataque aconteceu na tarde de segunda-feira, no bairro Laranjal, em Pelotas. A menina sofreu uma cirurgia para controle de hemorragia e reconstrução da parte externa do crânio imediatamente após a mordida. Apesar da gravidade da ocorrência, ela passa bem, e a situação é estável.
Animal foi morto a tiros logo depois do ataque
Filha de um casal jovem - a mãe tem 20 anos, e o pai, 23 -, a criança havia se acostumado à convivência com o cachorro, que há cinco anos vivia na mesma casa. Os pais da menina, traumatizados, não querem ser identificados. Segundo eles, o cachorro foi comprado quando tinha apenas dois meses, e desde então, recebia tratamento carinhoso.
- Ele era um filho para nós, tratado melhor que muita criança. Brincava com o pessoal da rua, foi criado na companhia de gatos. Mais dócil que ele não existia. Quando nossa filha ficava no carrinho de bebê, ele se deitava ao lado para cuidar dela. Ficava observando quando alguém chegava perto - lembra o pai.
Ele não sabe o motivo que teria levado o cachorro de estimação a atacar a filha, mas cogita da possibilidade de ciúme. O animal foi morto a tiros logo depois do ataque.
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Como a raça surgiu
> Criadores do Reino Unido utilizavam cães da antiga raça bulldog, empregados no pastoreio do gado, para lutar contra touros, no fim do século 18 e início do século 19. Os enfrentamentos sangrentos ocorriam em pits (arenas).
> Os machos mais agressivos eram cruzados com cadelas ferozes, que concebiam animais aptos para o confronto. Nasciam bulldogs mais ferozes, fortes e corajosos, mas ainda considerados lentos para rinha.
> Fazia-se necessário um cruzamento que mantivesse suas características e agregasse velocidade. Os bulldogs ingleses foram cruzados com antigos terrier inglês, dando origem ao pitbull terrier.
A mesma história
Reportagens publicadas desde 2003 mostram o que proprietários de pitbulls envolvidos em ataques pensavam de seus cães
Homem que teve filha de um ano e três meses atacada por pitbull da família na segunda-feira:
"Essa raça não presta mesmo. Uns dizem que não tem problema, que o deles é manso. O nosso era manso também. Livrem-se desse bicho, é a única coisa que eu posso dizer. Ele atacou por instinto, tem sangue ruim."
"Ele era um filho para nós, tratado melhor que muita criança. Brincava com o pessoal da rua, foi criado na companhia de gatos. Mais dócil que ele não existia. Quando nossa filha ficava no carrinho de bebê, ele se deitava ao lado para cuidar dela."
Ex-mulher do dono do pitbull que matou a costureira Jane do Carmo, 35 anos, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo em 2/11/2006:
"Meus filhos brincavam com ele."
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