Pacifismo vs. a necessidade de cobrir de porrada.

Autor Mensagem
entamoeba
Membro Novato
# nov/19
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makumbator
Hoje a noite eu conto (tenho que fazer um doce...)

Caprichou no doce ou esqueceu?

makumbator
Moderador
# nov/19
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entamoeba

Não esqueci. Vejam só o que rolou:


Minha irmã tem um aluno que participa de movimentos estudantis (não sei qual em particular). Aí ele foi (junto a outros estudantes) a Brasília acompanhar um encontro de reitores com o ministro da educação. Mas eles não estavam autorizados a entrar no ministério, iriam ficar do lado de fora (só pra fazer aquele social de lacração).

Pois bem, chegou lá um reitor que um outro aluno conhecia, e esse reitor chamou alguns deles para entrar no ministério (no gabinete do ministro). Esse aluno da minha irmã foi junto.

O ministro e a segurança achou que os acompanhantes estavam na comitiva dos reitores e eles entraram. O encontro começou numa boa. Mas em determinado momento o ministro percebeu que eles eram de movimento estudantil e pirou. O cara ficou uma arara e chamou a segurança aos berros. Os alunos foram expulsos e o ministro ainda reclamou com os reitores. A reunião quase terminou por conta do episódio.

Um detalhe hilário é que esse aluno da minha irmã ficou ao lado do ministro na mesa, e ele disse que o cara cheira mal. Como se não tomasse banho. Não sei se é 100% verdade, ou se ele exagerou/inventou esse detalhe. Mas ao menos foi isso que ele contou.

Então é isso, o ministro da educação fede. Hahahah!

entamoeba
Membro Novato
# nov/19
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makumbator
Então é isso, o ministro da educação fede. Hahahah!

Aí daria nojo até de dar porrada numa merda dessas!

Mas a descrição combina com o personagem.

Lelo Mig
Membro
# nov/19
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makumbator

Este estilo conservador, machão, acha que macho que é macho, ronca, peida na sala, só corta a unha do pé a cada trimestre, coça o saco e etc,... cuidados e higiene pessoal é coisa de viadinho.

renatocaster
Moderador
# nov/19
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Lelo Mig

Este estilo conservador, machão, acha que macho que é macho, ronca, peida na sala, só corta a unha do pé a cada trimestre, coça o saco e etc,... cuidados e higiene pessoal é coisa de viadinho.

Não acho que seja este o caso daquele ministro da educação. O cara é esquisito pra cacete, obscuro, meio esquizofrênico...ele não deve tomar banho por outros motivos.

entamoeba
Membro Novato
# nov/19
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Bolsonaro disse que era para lavar o pênis com água e sabão, mas não disse nada sobre tomar banho, taoquêi?

JJJ
Veterano
# nov/19
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renatocaster
ele não deve tomar banho por outros motivos.

O Olavo falou que banho faz mal à saúde?

brunohardrocker
Veterano
# nov/19
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Vi os tais movimentos estudantis afirmando que a carteirinha de estudante do governo era uma afronta à autonomia dos movimentos estudantis.

Expulsão correta.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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Lelo Mig

A violência é natural e esta presente em toda a natureza. Ninguém acha violento quando o leão arranca a cabeça de um cervo. Animais que vivem em bando, vira e mexe, estão resolvendo suas diferenças na porrada e pequenas agressões.
Diálogo é pra quem não se garante no soco.
Ou no tiro!

Pigeonsslayer
Membro Novato
# dez/19
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Donnergott
Diálogo é pra quem não se garante no soco.
Ou no tiro!


Oh não, não me diga que vc é mais um daqueles gamers no início da fase adulta que ficam na deep web planejando ataques em escolas secundárias com machadinha.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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Pigeonsslayer

Oh não, não me diga que vc é mais um daqueles gamers no início da fase adulta que ficam na deep web planejando ataques em escolas secundárias com machadinha

Não, não. Pelo contrário, sou um velho que encerrei/suspendi há pouco tempo uma fase necessariamente violenta da minha vida.
Ainda dá saudade de resolver as coisas como um bom macho alfa resolve!
O tipo que tu descreveu é o vilão, eu sou o Mocinho.

entamoeba
Membro Novato
# dez/19
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Donnergott
Ainda dá saudade de resolver as coisas como um bom macho alfa resolve!

Chorando escondido?


O tipo que tu descreveu é o vilão, eu sou o Mocinho.

"mocinho" é ainda pior do que "cidadão de bem".

Lelo Mig
Membro
# dez/19 · Editado por: Lelo Mig
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Os tempos mudaram, muitas coisas até prá melhor, não vou escrever o que irei escrever por saudosismo (no meu tempo era melhor e blá, blá, blá), por favor não interpretem errado, nem quero entrar no mérito do certo ou errado, melhor ou pior, mas, ainda que lutemos para mudar muitas coisas, somos fruto do que tivemos de ser para sobreviver.

Sou da periferia de São Paulo, infância anos 60 e 70. Não existia Video Game, PC e o escambal... mal víamos TV, a vida rolava no real e no real o conflito é real. Soco doí, sai sangue e amolece dentes. Era bola, pipa e pião, na rua.

E a rua tinha dono e o dono uma rapa de garotos que o obedeciam. Prá ter o direito de atravessar a "rua debaixo" você tinha que conquistar no soco!

A grande maioria aqui nem imagina o que eram estes tempos, como a molecada se organizava. Talvez eu e Donnergott (dependendo de onde ele passou a infância) somos um dos poucos aqui que viveram essa realidade de fato. Quem leu "Os meninos da Rua Paulo" deve achar que isso é coisa de literatura.

Meu pai nunca me bateu e me ensinou que se "ele que era meu pai" não me batia, eu nunca deveria apanhar de ninguém na vida. E, ainda que eu seja um cara super da paz, super tranquilo, brincalhão, aceito brincadeiras e etc., não aceito a violência e estou sempre pronto e alerta para responder com violência ainda maior se alguém tentar me agredir.

E, como já disse anteriormente, a violência é necessária e útil muitas vezes. Ela é excessivamente demonizada, justamente porque é o que o poder mais teme no cidadão.

É só fazer um exame de consciência, ser honesto consigo mesmo, e pensar em quantas pessoas neste País não "gostaram" da atitude do Adélio contra Bolsonaro. O violento faz o que muita gente gostaria de fazer. E, repito, não estou entrando na dicotomia "certo vs errado".

Pigeonsslayer
Membro Novato
# dez/19
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Donnergott
Lelo Mig

Até que os entendo. Eu ainda sou de uma geração em que sim, fui ensinado durante a infância e adolescência que muita coisa se resolvia na base da violência, para depois de adulto ter que aprender que não, não devo nunca ensinar pro meu filho que se um moleque o atacou na escola ele deve devolver com um soco (certa vez ele fez isso e a professora mandou um bilhete pedindo meu comparecimento na escola). Mas eu o ensinei assim: olha, da primeira vez você conta pra professora. Da segunda vc dá um soco, pontapé, cadeirada, enfim, o que tiver à disposição, porque vc não tá saindo de casa pra levar bordoada de filho da puta nenhum.

JJJ
Veterano
# dez/19
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Lelo Mig
Quem leu "Os meninos da Rua Paulo" deve achar que isso é coisa de literatura.

Eu li, ainda criança. A realidade de muitos era aquela ali, de fato. Particularmente não a minha, antes dos 15. Só vim a conhecer um pouco mais dessa realidade depois disso, mas aí já não era criança mais.

Acho que a nossa geração deve ter feito uma merda muito grande, Lelo. Nós somos a rebarba de Woodstock. Somos a geração seguinte (meia-geração, talvez). Olha o que nós fizemos, cara... Do "flower power" a um mundo hermético, isolacionista, egoísta ao extremo. Do "love, peace and music" a uma coisa careta, num nível quase medieval. Da conquista do espaço ao terraplanismo! Cara, nós devemos ter errado pra caralho...

Lelo Mig
Membro
# dez/19
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JJJ

"Cara, nós devemos ter errado pra caralho..."

Cara, nós não erramos. Apenas estivemos no olho de um furacão que geração nenhuma anterior ou posterior vivenciaram.

A infância do seu pai foi quase igual a do seu avô que foi igual a do seu bisavô e assim sucessivamente... o mundo evoluía muito devagar.

Nossa infância era TV Preto e Branco e quase ninguém tinha telefone. Mas, a enxurrada de tecnologia desenvolvida para a 2a guerra e ida ao espaço, começou a cair na nossa cabeça à partir do final dos anos 80.

TV á Cores, Ultrasom, Vídeo K7, Laser, Micro Ondas, CD, Video Game, Computador, Internet, Celular.....

Uma novidade tecnológica a cada dia.... o mundo evoluiu tecnologicamente em 20 anos o que não havia evoluído em 2.000 anos.

Ficamos como criança que ganha tanto presente de Natal que não sabe com qual brincar e não aproveita nenhum.

Mas, ainda tivemos infância... as gerações seguintes nem isso mais tiveram. Ainda tivemos relações num mundo real, as seguintes cada vez mais se afundam no virtual.

brunohardrocker
Veterano
# dez/19
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Eu vejo lá no futuro um raver se lamentando, se perguntando onde errou pois as pessoas ao seu redor não se tornaram good vibes. Ou mesmo um antigo funkeiro se perguntando porque as pessoas não... sentam até o chão.
A verdade é que o capitalismo sempre lucrou muito com quem se pretendia ser uma geração. E vai continuar lucrando. Geração mesmo é quem passa em silêncio. Geração woodstook e afins deixaram boas músicas para marmanjo tirar com fone de ouvido em frente ao pc.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19 · Editado por: Donnergott
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entamoeba
Chorando escondido?

Não, meu velho. Chorando, não. Só que agora eu sou o cara que planeja e dá ordens (além de toda bagaça de gestão). É o ciclo. Mas na Polícia nós temos um ditado: "Respeite o homem velho em uma profissão em que os homens morrem cedo!"

Lelo Mig

Análise acuradíssima. O fenômeno " dono da rua" era real, mas por pura decorrência do processo de formação de Homens. Hoje o dono da rua, do bairro, da cidade, enfim, o é para obtenção do lucro do tráfico de drogas.
A violência está exacerbada e com cobertura da mídia, mas sempre foi e sempre será violência. Passei a infância na rua, adolescência na rua, e depois trabalhei na rua, até chegar ao "honroso" posto de caçador de ladrão de alto padrão, os caras que "fazem" banco e carro-forte. Casca grossa pra carai.
Aprendi que a melhor defesa é o ataque violento e imediato! Se vale a pena agir, faça bem feito.
O problema não é a violência, é a criminalidade. As pessoas confundem uma com a outra.

Pigeonsslayer


Na infância e adolescência aprendi a resolver na pancadaria. Na vida adulta aprendendi e ensinei a resolver no tiro.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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JJJ
Lelo Mig

"Cara, nós devemos ter errado pra caralho..."

Cara, nós não erramos. Apenas estivemos no olho de um furacão que geração nenhuma anterior ou posterior vivenciaram.


Acho que erramos feio ao continuarmos a pensar e agir como nossos avôs e pais sem perceber a avassaladora força do furacão que nos atingiu, permitindo que as gerações vindouras se formassem sem base moral e filosófica alguma.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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brunohardrocker

Eu vejo lá no futuro um raver se lamentando, se perguntando onde errou pois as pessoas ao seu redor não se tornaram good vibes. Ou mesmo um antigo funkeiro se perguntando porque as pessoas não... sentam até o chão.

Hipótese extremamente válida. Engraçada, mas plausível.

JJJ
Veterano
# dez/19
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brunohardrocker
Geração woodstook e afins deixaram boas músicas para marmanjo tirar com fone de ouvido em frente ao pc.

Infelizmente, o resumo é esse e sou obrigado a concordar com você. Só que aquilo era muito mais que isso.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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JJJ

Só que aquilo era muito mais que isso.

Disseste bem: ERA! O que sobrou hoje, infelizmente é o que o brunohardrocker falou.

entamoeba
Membro Novato
# dez/19
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Donnergott
"Respeite o homem velho em uma profissão em que os homens morrem cedo!"

Mas vocês romantizam demais, hein?!

No Rio, que a coisa é feia, o número de policiais mortos devido a profissão não deve chegar a 10%. Ou seja, mais de 90% consegue se aposentar.

Donnergott
Membro Novato
# dez/19
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entamoeba
É só um ditado.

sandroguiraldo
Veterano
# dez/19
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dono da rua

Perto da minha casa tinha uma pracinha, onde ficavam uns maloqueiros um pouco mais velhos (se eu tinha 13-14 eles deveriam ter 16-17).

Pra vir da escola pro nosso bairro, ou passávamos pela pracinha ou tínhamos que dar uma volta enorme. E a pracinha tinha dono.
Toda vez que alguém do "Independência" tentava passar por ali, tomava bolada, paulada, tijolada dos caras do "Donalísio"...

Um dia tomaram o boné de um cara da minha rua e deram uns tapas neles.
O moleque foi pra casa triste e o namorado da mãe dele se ligou e perguntou quem que tinha zuado ele.

Esse cara era um bandidão perigoso lá da cidade. Ele montou na sua Elefante com o 38 na cintura e foi lá na pracinha.

Entrou com moto e tudo no meio da praça, enfiou o 38 na boca do primeiro que ele pegou pelo pescoço e começou a gritar: "Vai Paulinho, quem foi o moleque que te bateu?"

O moleque não tava lá aquele dia, mas o Fumaça fez os caras mijarem nas calças e falou que nunca mais deveriam mexer com os meninos do "Independência".

Depois disso meu amigo... até pra jogo contra eles chamavam a gente.
Quando passávamos lá voltando da escola, os caras sempre diziam: "Aí, vamo marca rua de cima contra rua de baixo, chama os caras lá blz"...

Violência é embaçado, mas reconheço que muitas vezes é a única forma de resolver algumas situações. Como alguém já disse, a guerra acontece quando tudo o mais já falhou.

Lelo Mig
Membro
# dez/19 · Editado por: Lelo Mig
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sandroguiraldo

"onde ficavam uns maloqueiros um pouco mais velhos"

Com isso você quis dizer que os caras eram maloqueiros e você não; ou que você era um maloqueiro mais novo?....kkkk

brunohardrocker
Veterano
# dez/19
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Eu era vizinho/amigo de um que hoje deve estar metido com coisa muito errada.

Viciado em Guarana
Veterano
# dez/19
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Violência é embaçado, mas reconheço que muitas vezes é a única forma de resolver algumas situações.

É crente, mas fica pensando uma merda dessas!
Vai ter que dar a outra face até o senhor descer das nuvens e merendar todo mundo na chibata de novo.

entamoeba
Membro Novato
# dez/19
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https://i.imgur.com/bURv1Zm.gif

makumbator
Moderador
# dez/19
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https://i.imgur.com/bURv1Zm.gif

Belo soco. Será que o rapaz atingido é filho desse cara abaixo?

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/12/policia-abre-inquerito -para-apurar-caso-de-homem-com-bracadeira-nazista-em-mg.shtml

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