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Mensagem |
st.efferding Membro |
# fev/17
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Nível de esperteza é proporcional ao número de amigos? Esclareçam exemplificando.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# fev/17
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Nunca conheci uma pessoa introvertida cheia de amigos.
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-Dan Veterano
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# fev/17
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Nunca conheci uma pessoa introvertida cheia de amigos.
Talvez porque você seja introvertido e conheça poucas pessoas.
Mas é possível. Mas não deve ser a regra.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# fev/17
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-Dan Pode ser.
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dr. Rey Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: dr. Rey
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Todo mundo aqui sabe que vocês todos são introvertidos até o talo.
Então qual o problema de vocês com um livro de autoajuda para a classe de vocês? Self-loathing?
O livro tem um tom de autoajuda? Sim, tem. Com certeza. Assim como os seminários do Tony Robbins também têm um tom de autoajuda (para a classe oposta: extrovertidos).
Mas, em ambos os casos, é uma autoajuda baseada em evidências que falam por si sós e com muitos insights úteis sobre como a sua cabeça funciona.
A autora do livro é uma advogada frustrada (embora bem-sucedida; trabalhou como negociadora para corporações em Wall Street), que afirma ter seguido essa carreira por pura autoafirmação e pressão social para seguir o ideal comportamental vigente no Ocidente pós-moderno (que, como ela demonstra, é um ideal ocidental pós-moderno, não um ideal universal, nem no tempo, nem no espaço). Ela deixa bem claro que lamenta ter cedido a essa pressão e preferiria ter seguido uma carreira mais adequada ao seu temperamento (escritora, psicóloga, orientadora, etc.).
O propósito último do livro, portanto, é combater essa pressão e ajudar a tirar esse peso dos ombros dos introvertidos.
Se vocês tivessem algum amor-próprio, seriam os primeiros a lê-lo para descobrir os macetes que introvertidos bem-ajustados e bem-inseridos no mercado (inclusive CEOs e vendedores) usam para sobreviver e competir no mundo capitalista.
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sallqantay Veterano |
# fev/17
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dr. Rey
resumo: um livro cheio de obviedades para introvertidos versados em humanidades
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dr. Rey Membro Novato |
# fev/17
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sallqantay resumo: um livro cheio de obviedades para introvertidos versados em humanidades
Resumo: um preguiçoso que vai continuar não sabendo necas de pitibiribas.
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sallqantay Veterano |
# fev/17
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necas de pitibiribas
dr. Rey, devolve a senha do Jones
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Black Fire Gato OT 2011 |
# fev/17
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dr. Rey Eu não gosto de autoajuda, eu gosto de ser triste.
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Jack Holland Veterano |
# fev/17 · Editado por: Jack Holland
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Nunca conheci uma pessoa introvertida cheia de amigos.
Aí teríamos que passar a discutir o conceito de amigo, que é muito subjetivo.
Se este conceito não for exageradamente ampliado, a introversão não dirá respeito à quantidade destes, mas sim apenas à consciência de que há um limite de quantas amizades podem ser cultivadas e mantidas, bem como conformar-se com esse fato, não gastando energia interagindo além do necessário com toda e qualquer pessoa que cruze o caminho.
Agora, se for pra ampliarmos este conceito e começar a chamar qualquer colega de trabalho, cliente mais chegado, conhecido do bairro, etc. de amigo, aí sim pode-se dizer que um extrovertido terá mais "amigos" que um introvertido.
Porém, o que vejo na prática são os próprios ditos extrovertidos negando este fato, pois quando entram em decadência ou acontece algo de ruim com eles, são os primeiros a falar "é, a gente vive cercado de pessoas nos bajulando, mas quando estamos na pior percebemos que amigo mesmo é um ou dois".
Ou seja, o buraco é muito mais embaixo do que vcs estão tentando fazer parecer.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# fev/17
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A questão não é a diferença de significados, que de fato está bem estabelecida. O problema são as pessoas inclinadas ao autoengano, que frequentemente trocam a verdade por alguma racionalização mais agradável.
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alanis morre7 Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: alanis morre7
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O meu primeiro texto do tópico não faz jus à obra de Cain. Como falei, minha mente estava comprometida pelo sono e, por isso, eu quis escrever da maneira mais leve e simples possível, só para passar algumas impressões sobre a leitura. Susan Cain é uma graduada em direito pela Harvard com vasta experiência em Wall Street, tanto em direito corporativo quanto na área educacional. Creiam, ela não é nenhuma leiga em metodologia científica como vocês sugeriram, nem é fã de carteirinha do Paulo Coelho ou da Zíbia Gasparzinha.
O que a autora faz é utilizar estatísticas, pesquisas científicas e exemplos históricos para fundamentar o argumento de que o ocidente precisa parar de enxergar a introversão, esse modo extremamente comum de funcionamento da mente, como uma característica negativa, uma deficiência a ser superada por aqueles que desejam fazer algo de produtivo na vida. Ela também oferece um contraponto e expõe as vantagens competitivas da extroversão, embora o faça resumidamente, porque todo mundo está careca de conhecê-las. Presumir que uma pessoa com dupla graduação em duas universidades americanas de prestígio ia se contentar com o estilo "cherry picked data" sem sequer ler o que ela tem a dizer sobre esse assunto que, até então, ainda não havia sido abordado dessa maneira por quaisquer autores, é que é o cúmulo da arrogância.
A introversão pode representar uma vantagem competitiva em determinadas áreas e estava na hora de alguém reconhecer isso, o que não significa que os introvertidos sejam, em geral, superiores aos demais. Muito pelo contrário: o livro explica repetidas vezes como e porque as duas formas de reagir ao mundo são extremamente necessárias e complementares, aglutinando-se harmoniosamente na pintura definitiva do quadro social.
Tendo dito isto, esse livro possui muitos defeitos, mas para mim ele está sendo particularmente útil porque foi o primeiro que me fez perceber que eu não precisava ter perdido tanto tempo nem desperdiçado tantas energias tentando ser algo que eu jamais serei. Finalmente entendi porque que é normal preferir ficar em casa assistindo uma maratona de seriados do que sair com um grupo de amigos. Entendi porque é tão fácil passar horas a fio falando abobrinhas com uma pessoa específica e tão difícil interagir com desconhecidos. Entendi que não existe nada de errado em não conseguir dar atenção a mais de uma pessoa ao mesmo tempo, que é normal preferir festinhas petit comitê a grandes comemoraçōes entupidas de convidados e de estímulos audiovisuais. Que, embora os extrovertidos geralmente executem melhor as funçōes de liderança, às vezes um introvertido pode ser um bom líder porque ele tem mais facilidade para ouvir o que os seus subordinados tem a dizer, e de implementar algumas sugestões valiosas oferecidas por eles. Que ninguém precisa ser socialmente frenético para conquistar seus objetivos profissionais, nem emular uma alegria lisérgica e doentia a qualquer custo.
Por mais óbvias que essas coisas possam parecer e realmente ser, quando você passa a vida inteira sendo bombardeado pela ideia de que há algo intrinsecamente errado com quem não gosta de estar acompanhado 24h por dia, a tendência é acreditar nessa mentira infecciosa e pervasiva. A tendência é ignorar as inclinaçōes naturais do seu próprio organismo até ser tarde demais. Os fatos expostos por Cain estão aí para contestar todo esse misticismo que se criou acerca da introspecção. Não, nós não precisamos nos soltar mais, nós não precisamos sair da concha.
É autoajuda? Dane-se. Não sou o tipo de pessoa que reprime a própria sede de conhecimento por atribuir qualquer relevância a esses rótulos que, na verdade, não significam absolutamente nada. Meu interesse é no conteúdo. E um livro assim cativaria minha atenção mesmo se tivesse sido escrito por um pintor de azulejos chinfrins ou por um blogueiro de culinária.
3 out of 5 stars.
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Wuju Wu Yi Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: Wuju Wu Yi
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Acho menos uma questão de certo ou errado e mais uma questão de utilidade. Trata-se de o que você pode conquistar com um ou outro comportamento.
Da pra viver tranquilo na introversão, mas isso vai reduzir seu leque de possibilidades devido a uma menor rede de contatos. E então não será culpa da sociedade você não ter as mesmas oportunidades de um extrovertido.
Creio que o ideal é conseguir balancear introversão com extroversão de acordo com as próprias demandas e as demandas das circunstâncias e objetivos que se quer atingir.
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Jack Holland Veterano |
# fev/17
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Wuju Wu Yi Da pra viver tranquilo na introversão, mas isso vai reduzir seu leque de possibilidades devido a uma menor rede de contatos
E o que vc entende por introversão? Me descreva objetivamente o que faz alguém introvertido. Lembrando que isso não é o mesmo que timidez. Sem um conceito muito bem definido sobre o que é isso, qualquer conclusão que venha depois disso é completamente falha.
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One More Red Nightmare Veterano |
# fev/17 · Editado por: One More Red Nightmare
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itt: confusão entre divergir em grau e divergir em essência.
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David Vieri Membro Novato |
# fev/17
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Entendi porque é tão fácil passar horas a fio falando abobrinhas com uma pessoa específica e tão difícil interagir com desconhecidos. Que não existe nada de errado em não conseguir dar atenção a mais de uma pessoa ao mesmo tempo, que é normal preferir festinhas petit comitê a grandes comemoraçōes entupidas de convidados e de estímulos audiovisuais.
principalmente essa parte sublinhada
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Wuju Wu Yi Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: Wuju Wu Yi
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Jack Holland
O mais importante, você entendeu o que eu quis dizer? Se sim, então tá tudo certo.
Creio ter feito o post de forma devidamente contextualizada, minimizando muito ambiguidades interpretativas.
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dr. Rey Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: dr. Rey
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Pergunta aos otistas: vocês se consideram extrovertidos ou introvertidos?
Quando li esse livro, me considerava introvertido. Hoje, pensando melhor, me considero apenas um babaca mesmo.
Fui uma criança e um pré-adolescente extremamente alegre e sociável. Acenava de dentro do carro para os pedestres, era o primeiro a chegar no colégio (para poder conversar o máximo possível com os colegas que iam chegando), arrumava amigos logo no primeiro dia de aula, organizava festas e torneios de video-game para a turma, vivia levando carão dos professores por bater papo, etc.
Isso só mudou quando entrei na adolescência. Meu pai, para me disciplinar, me mandou, contra a minha vontade, para um colégio religioso que era o sonho de consumo dele para mim. Fiquei tão puto que passei 1 ano inteiro sem falar com ninguém lá, só para forçá-lo a me transferir de volta para o colégio antigo. Consegui atingir meu objetivo, mas, infelizmente, quando voltei para lá, o estrago já estava feito: minhas notas tinham aumentado, eu já tinha virado o melhor aluno da classe e me transformado em uma criatura fria e arrogante que olha para a maioria das pessoas de cima para baixo.
Apesar dessa mudança radical de hábito, meu temperamento natural continua basicamente o mesmo: gosto de baladas, gosto de festas grandes (de preferência ao ar livre), prefiro transporte coletivo a carro, gosto de discursar para várias pessoas, gosto de passar o ano-novo na praia. Enfim, gosto de sentir o calor da multidão em cima de mim.
Até as igrejas que frequento têm que ser grandes para prender minha atenção. Semana passada, fui a uma pequena e quase dormi sentado no banco.
Wuju Wu Yi Isso é machismo.
É possível. Já pensei nisso. Meu histórico com mulheres em posição de autoridade realmente não é dos melhores.
Tive uma chefe extrovert control freak que queria corrigir até as minhas vírgulas e, em menos de 1 mês, pedi demissão.
Tive também duas extroverts nice gals, mas elas queriam dar para mim, e isso por si só minava o poder de comando delas.
Rolou uma vez também um atrito estranho com uma introvert granny -- que nem era minha chefe -- quando eu fui educadamente tirar uma dúvida com ela sobre um negócio lá, e ela, por algum motivo que até hoje desconheço, achou meu tom desrespeitoso e disse: “Não gosto de malcriação”.
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David Vieri Membro Novato |
# fev/17
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dr. Rey Isso só mudou quando entrei na adolescência. Meu pai, para me disciplinar, me mandou, contra a minha vontade, para um colégio religioso que era o sonho de consumo dele para mim. Fiquei tão puto que passei 1 ano inteiro sem falar com ninguém lá, só para forçá-lo a me transferir de volta para o colégio antigo. Consegui atingir meu objetivo, mas, infelizmente, quando voltei para lá, o estrago já estava feito: minhas notas tinham aumentado, eu já tinha virado o melhor aluno da classe e me transformado em uma criatura fria e arrogante que olha para a maioria das pessoas de cima para baixo.
agora começa a fazer um pouco de sentido, realmente
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Jack Holland Veterano |
# fev/17 · Editado por: Jack Holland
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Wuju Wu Yi
Não estou te acusando de nada, só te fiz uma pergunta simples.
Aliás, creio que é um conceito importante pro bom desenvolvimento do assunto de forma geral. O fato dessa minha questão ter surgido a partir de um post seu foi mero acaso, nada pessoal contigo.
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john s mill Membro |
# fev/17
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gosto de baladas, gosto de festas grandes (de preferência ao ar livre), prefiro transporte coletivo a carro, gosto de discursar para várias pessoas, gosto de passar o ano-novo na praia. Enfim, gosto de sentir o calor da multidão em cima de mim.
primeira vez que eu me identifico com alguma coisa com o josé
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One More Red Nightmare Veterano |
# fev/17
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essa não é uma descrição do Great Gatsby?
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john s mill Membro |
# fev/17
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alanis morre7
a questão não é semântica. é que por uma análise de tipologia Jungiana (MTBI - Myers–Briggs Type Indicator), as pessoas extrovertidas geralmente recarregam suas energias (sentem-se melhor) quando estão ao contato de outra pessoa e não solitárias, enquanto para as pessoas introvertidas é justamente ao contrário, por isso a relação de maior facilidade de criar ou manter amizades.
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Wuju Wu Yi Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: Wuju Wu Yi
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dr. Rey
achou meu tom desrespeitoso e disse: “Não gosto de malcriação”.
Hahaha. Fácil de imaginar.
Tive também duas extroverts nice gals, mas elas queriam dar para mim, e isso por si só minava o poder de comando delas.
Tu poderia controlar essas chefes dependendo do seu nível de molejo.
Jack Holland
Beleza.
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One More Red Nightmare Veterano |
# fev/17
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existe uma vantagem absoluta em ser introvertido: se você fala pouco, então ou a) proporcionalmente ouve bastante b) proporcionalmente medita bastante.
De qualquer forma, você tem mais chances de ser um bom cidadão, com bom senso, paciência e discernimento.
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One More Red Nightmare Veterano |
# fev/17 · Editado por: One More Red Nightmare
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acho que aquela frase do goethe apud josefo, sobre o espírito se forjar na vida social e o intelecto se forjar na solidão é bastante proxima da verdade.
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dr. Rey Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: dr. Rey
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john s mill as pessoas extrovertidas geralmente recarregam suas energias (sentem-se melhor) quando estão ao contato de outra pessoa e não solitárias, enquanto para as pessoas introvertidas é justamente ao contrário, por isso a relação de maior facilidade de criar ou manter amizades.
Eu sou uma singularidade: minha energia aumenta só de eu ficar no meio da multidão, mas, se algum chato que estiver ali vier puxar conversa comigo, ela cai na mesma hora.
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alanis morre7 Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: alanis morre7
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Jack Holland
Porém, o que vejo na prática são os próprios ditos extrovertidos negando este fato, pois quando entram em decadência ou acontece algo de ruim com eles, são os primeiros a falar "é, a gente vive cercado de pessoas nos bajulando, mas quando estamos na pior percebemos que amigo mesmo é um ou dois".
Olha, gostei muito dessa sua observação. Eu assisto o programa do Danilo Gentili às vezes, e um dia ele chamou uma garota da plateia para falar sobre uma foto que ela havia postado em uma de suas redes sociais. Na foto, ela estava próxima a uma piscina, rodeada por uma quantidade bem grande de pessoas. Daí o Gentili perguntou: "todos os seus amigos estão nessa foto?" e ela respondeu, toda orgulhosa: "não, aí não tem nem 10%. Eu tenho muitos amigos". Ele deu uma risadinha sarcástica e largou: "é mesmo? Perca o dinheiro e a saúde para ver quem é que sobra".
É bem por aí.
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john s mill Membro |
# fev/17
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dr. Rey
acho que não é muito singular isso não, gente chata acaba com a energia e paciência de qualquer um.
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Fidel Castro Veterano |
# fev/17
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ser extrovertido não é o mesmo que se rodear de amigos
amigos mesmo, tenho 8
Colegas, pessoas aleatórias e contatos não entram no santuário de amigos proximos, todos estes forjados quando eu era criança ou adolescente e outros quando eu não tinha nada a não ser barba e revolta
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