Nietzsche - "O valor da vida e o eterno retorno"

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sandroguiraldo
Veterano
# ago/15
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brunohardrocker
Quantos cristãos hoje você vê por aí vivendo aquela frase de efeito: "que a felicidade vire rotina?" A coisa entrou num liquidificador que mistura tudo quanto é ideia. Uma frase como esta jamais foi defendida pelo cristianismo.

O evangelicalismo atual realmente não prega sobre cruz, morte do ego, amor ao próximo. Tem muito mais recalque nas músicas "gospéis" atuais do que no tópico do Josefo.

Eu aprendi desde que criança que renunciar o ego, fazer o bem ao próximo, respeitar as pessoas, o planeta, os animais são os valores básicos do cristianismo. E vou levando a vida neste misto de tortura e alegria, de impureza e santidade, até um dia encontrar a morte ou a volte Dele.

Sim, creio no céu, na vida eterna. Ingênuo né? Talvez seja coisa de gente de INDAIATUBA.

mjcmello
Veterano
# ago/15
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À noite eu volto pra ver como ficou isso aqui....

Konrad
Veterano
# ago/15
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sallqantay
na esfera puramente econômica, sim.

É um pressuposto falho mesmo na esfera econômica.

sallqantay
Veterano
# ago/15 · Editado por: sallqantay
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Konrad

Onde está a falha?

Quer dizer, existem casos-limites como um suposto mercado de matadores de aluguel (que seria uma maximização de utilidade do cliente e do matador, só que não do ser a ser morto)

Quando eu falo da amoralidade do sistema econômico, já estou pressupondo um framework legal e cultural de respeito à lei e liberdade individual. Dentro desse quadro os ganhos seriam legítimos, e nunca imorais

brunohardrocker
Veterano
# ago/15
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Quem são os fracos?
São os que acham que são vítimas do próprio destino e se conformam com o sofrimento acreditando que Deus irá recompensá-las em uma vida futura.


Tipo, não sei que Cristo espalhou conformismo por aí.

A ideia do sofrimento é o sacrificio por algo maior, algo muito óbvio, que as pessoas fazem no dia a dia. E não sofrer por sofrer, se debruçar no sofrimento.

Sei lá, isso deu pano para toda uma filosofia? pra uma fama de um filosofo?
Mas não vou questionar sem antes conhecer a fundo. Estou questionando não a filosofia, mas quem a conhece.

Konrad
Veterano
# ago/15
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sallqantay
Dentro desse quadro os ganhos seriam legítimos, e nunca imorais

A questão não é tão simples como você está colocando.

O fato de uma relação comercial/de troca/prestação de serviços estar em conformidade com normativos legais não é condição suficiente para que ela seja enquadrada como moral, justa ou desejável.

Se os critérios para enquadrá-la como não moralmente questionável são atender a disposições legais e ser uma troca/relação mutuamente benéfica - para usar o linguajar adequado, maximizar a felicidade de ambas as partes sem prejuízo a terceiros - o próprio julgamento está prejudicado pois o condicionamento torna-se impossível pela utilização de pressupostos utilitaristas na determinação do que é "justo" ou não. Ou seja, trata-se de um julgamento viciado e de um raciocínio circular.

Mas, claro, é a ótica economicista prevalente, e é válida em um bom número de relações entre agentes.

Black Fire
Gato OT 2011
# ago/15
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Quem são os fracos?
São os que acham que são vítimas do próprio destino e se conformam com o sofrimento acreditando que Deus irá recompensá-las em uma vida futura


Essa definição está completamente equivocada.

Gourmet Erótico
Veterano
# ago/15
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Parei de ler quando falaram que Paulo mudou tudo o que Jesus tinha ensinado

Acho q agr sei pq nunca lerei nada sobre esse Nyet (forma pejorativa que eu, Gourmet Erotico, me refiro a ele)

Black Fire
Gato OT 2011
# ago/15
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Posso estar enganado, mas, em Nietzsche, a fraqueza está sempre relacionada com uma atitude de resignação diante da vida em nome do sentimento moral. Por isso ele designa como decadentes tanto os cristãos quanto os anarquistas, mas não ataca o islã com a mesma intensidade.
Uma crença em uma recompensa futura, por parte de um deus justo, a essa resignação é apenas acessória, tanto é assim que o filósofo mais malhado era Sócrates e não lembro de o depois da morte ser um ponto central da filosofia dele. Ou não.

sallqantay
Veterano
# ago/15
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Konrad

saquei

brunohardrocker
Tipo, não sei que Cristo espalhou conformismo por aí.

A ideia do sofrimento é o sacrificio por algo maior, algo muito óbvio, que as pessoas fazem no dia a dia. E não sofrer por sofrer, se debruçar no sofrimento.


Essa finalidade é sempre um problema, não sei como Niti resolve essa sem deus

brunohardrocker
Veterano
# ago/15
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Em Bruno, a força está com quem leva as coisas da vida no fio do bigode.

Konrad
Veterano
# ago/15 · Editado por: Konrad
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Black Fire
mas, em Nietzsche, a fraqueza está sempre relacionada com uma atitude de resignação diante da vida em nome do sentimento moral.

Não necessariamente em nome do sentimento moral. Mas a uma inversão de valores que ele liga à ascensão do Cristianismo e sua moral de escravos em contraposição aos aos valores helênicos. O Cristianismo subverte todo o ethos valoroso dos gregos.

Aliás, a resignação - no sentido cristão - é que é criticada.

Konrad
Veterano
# ago/15
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Black Fire
Não necessariamente em nome do sentimento moral. Mas a uma inversão de valores que ele liga à ascensão do Cristianismo e sua moral de escravos em contraposição aos aos valores helênicos. O Cristianismo subverte todo o ethos valoroso dos gregos.

Aliás, a resignação - no sentido cristão - é que é criticada.


Ou não.

Black Fire
Gato OT 2011
# ago/15
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Konrad
E como fica a crítica a moral anarquista e à socrática nesse bolo?

mjcmello
Veterano
# ago/15 · Editado por: mjcmello
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brunohardrocker
Tipo, não sei que Cristo espalhou conformismo por aí.

Não mesmo, foi exatamente isso que ele criticou. Que o que Cristo pregou foi modificado posteriormente por quem ele chama de Anticristo no livro.

Black Fire
Essa definição está completamente equivocada.

Já li o livro há bastante tempo, mas foi o que eu entendi. Posse realmente estar equivocado.

Gourmet Erótico
Parei de ler quando falaram que Paulo mudou tudo o que Jesus tinha ensinado

Por que? Talvez tenha me expressado mal quando disse que Paulo mudou "tudo". Mas se Cristo não pregava o conformismo (conforme o brunohardrocker), pelo menos Paulo deturpou ao instituir de novo que pra ser salvo você precisa acreditar em Cristo. Pelo que eu entendi ESSA era a crítica do livro.

mjcmello
Veterano
# ago/15
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O Anticristo (em alemão: Der Antichrist) é um livro do autor alemão Friedrich Nietzsche, escrito em 1888 e publicado em 1895. É considerado uma das mais ácidas críticas de Nietzsche ao cristianismo, célebre pela frase: "O Evangelho morreu na cruz". Seu título original em alemão, Der Antichrist, pode significar tanto "O Anticristo" quanto "O Anti-cristão". Ele não se baseou na figura bíblica do Anticristo.

Nietzsche foca sua crítica na religião cristã. Ele faz diversos ataques tentando mostrar uma suposta deturpação por Paulo de Tarso e pelo catolicismo. Não obstante, critica também Lutero, sobre o qual afirma ter perdido a grande oportunidade de evitar a decadência alemã.

Sobre o budismo, ele afirma ser a religião do nada, na figura de Buda, o que se abdicou de tudo o que era humano. Contudo, ele predica que o budismo é ruim, mas afirma que o cristianismo é um mal ainda pior, pois tenta elevar os chandala (termo hinduísta para designar a pária, casta inferior).

Nietzsche faz uma comparação entre os livros sagrados cristãos, e o Código de Manu, de origem brâmane. Considerando, o segundo, demasiado superior e que: "esta sim pode ser considerada uma filosofia".

Dentre as outras citações que faz em seu livro destacamos, positivamente para Fiódor Dostoiévski e Goethe e depreciativamente para Kant e os já aponta.

Ele afirma em seu prólogo:

"Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. É possível que se encontrem entre aqueles que compreendem o meu “Zaratustra”: como eu poderia misturar−me àqueles aos quais se presta ouvidos atualmente? – Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns homens nascem póstumos."


Fonte Wikipedia

john s mill
Membro
# ago/15
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Anticristo e o pior livro que eu li dele.

Ainda sobre o utilitarismo, a sua aplicação não e necessariamente em um sistema econômico, embora muitos tenham base no utilitarismo, mas eu vejo mais como um sistema de tomada de decisão voltada para maximização da eficácia (ou bem estar, denominação aleatória). Essa visão de mercado utilitarista com anarco capitalismo e utópica, infelizmente.

Voltando a aplicação

Se você atrelar alguns conceitos como o de utilidade marginal para a elasticidade-preco de um produto, por exemplo, você consegue com um solver ou qualquer outra pilha de dados, trabalhar a maximização de lucro, na verdade da pra trabalhar com a maior parte dos modelos de analise numérica.

Também da base para teoria dos jogos

john s mill
Membro
# ago/15 · Editado por: john s mill
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Dp

john s mill
Membro
# ago/15 · Editado por: john s mill
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Combo breaker

FELIZ NATAL
Veterano
# ago/15 · Editado por: FELIZ NATAL
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Edit

Skider
Veterano
# ago/15
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Abrindo um parêntese, rola na internet uma pseudo oração de Niti antes da morte. Provavelmente é um hoax, carece de fontes sólidas. Mas é muito bonita.

Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente uma vez mais, elevo só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: Ao Deus desconhecido. Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti.

Leo Zanon
Veterano
# set/15
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mjcmello
Por isso, para Niti, os fracos devem ser eliminados pelos fortes, porque estes querem continuar dependentes de alguém para salvá-los.

Acredito não ser bem assim. Nietzsche não "pregava" extermínio de nada. Até porque, caso ele dissesse que o mundo ideal seria aquele composto apenas por fortes, não estaria de acordo com sua filosofia, haja vista condenar os ídolos e as intenções de fazer do mundo um lugar melhor.

Em síntese, ame o mundo como ele é (conceirto de "Amor fat"i).

brunohardrocker
Veterano
# set/15
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o mundo ideal seria aquele composto apenas por fortes

onde todo mundo é forte, ninguém é forte.

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