Escândalo Camargo Corrêa - Mais de 80 milhões em ajuda de custo, nosso Senado é uma latrina

    Autor Mensagem
    Grow
    Veterano
    # mar/09



    Diálogos interceptados pela PF indicam doações ilegais

    Executivos da Camargo Corrêa falam sobre repasses "por fora"; empresa não comentou

    Segundo a interpretação dos investigadores, nomes de animais eram usados em referência aos países das remessas internacionais

    MARIO CESAR CARVALHO
    LILIAN CHRISTOFOLETTI
    DA REPORTAGEM LOCAL

    A transcrição de conversas telefônicas de diretores da Camargo Corrêa aponta que a empreiteira fez doações ilegais a partidos políticos, segundo interpretação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Há mais de 30 conversas em que os executivos falam de contribuições a partidos "por dentro" e "por fora" e de entrega de dinheiro "em espécie".
    Em setembro do ano passado, às vésperas das eleições municipais, um diretor da empreiteira, Pietro Giavina Bianchi, trava o seguinte diálogo com uma pessoa chamada Marcelo:
    Pietro: "Sim... mas o que que é, campanha política?"
    Marcelo: "É..."
    Pietro: "Por dentro?"
    Marcelo: "Não...".
    Noutra conversa, de janeiro deste ano, o mesmo Pietro conversa com um diretor da empreiteira chamado Fernando Dias Gomes. Ele explica que a lista com as doações está "numa pasta de eleições": "E lá tem todos os caras que foram pagos" (...), "inclusive a colaboração oficial". E conclui: "Tem as duas, né? Tem as duas, tá?".
    A procuradora Karen Kahn diz que as conversas revelam "indícios robustos" da existência de doações legais e ilegais.
    Quatro diretores da Camargo Corrêa foram presos anteontem pela PF na Operação Castelo de Areia, sob a suspeita de terem praticado os seguintes crimes: remessa ilegal de dólares, superfaturamento de obras públicas e lavagem de dinheiro.
    A PF encontrou menções de doações a PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT, PP e PMDB.
    No diálogo sobre as duas listas, o diretor Dias Gomes diz que ligou porque o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) quer "saber se foi pago alguma coisa no passado". "Mas pagamos, não?", pergunta Pietro. Não há doação oficial da empreiteira para Aleluia. O deputado diz jamais ter recebido qualquer doação ilegal.
    A Camargo Corrêa não quis comentar os diálogos ontem.
    Pietro é o mais frequente interlocutor nas conversas sobre doações. Em janeiro deste ano, ele diz a Dias Gomes: "(...) porque tudo isso é por dentro, né, não tem nenhum problema de poder falar isso no telefone".
    O grupo não prima pela organização, como nota o próprio Pietro. Ao relatar para Dárcio Brunato, também diretor da Camargo Corrêa, que o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, teria afirmado "que não recebeu dinheiro nenhum", Pietro desabafa: "(...) puta zona tá isso lá".
    Pietro detalha a Fernando Arruda Botelho, diretor da empreiteira, a doação via Fiesp: "Foi dado o dinheiro"?, pergunta Arruda Botelho. "Foi... foi passado lá pro pessoal de Brasília... contataram com o menino lá da Fiesp... e eles dividiram lá... mandaram uma parte para o PSDB, outra parte para o PS... tem uma distribuição que fizeram em Brasília..."
    A Fiesp diz que é uma entidade apolítica, que não intermedeia doações a políticos.
    Num diálogo sobre o envio de dinheiro para Recife, onde a empreiteira integra o consórcio que constrói a Refinaria do Nordeste para a Petrobras, os executivos reclamam da dificuldade de mandar "dinheiro em espécie" para lá. O Tribunal de Contas da União apontou superfaturamento na obra.
    Segurança com as conversas é uma obsessão entre os diretores da Camargo Corrêa. Eles recorrem a telefones públicos, usam Skype (telefonia via internet), telefone criptografado (com códigos que impediria escutas), associado a "roaming" (fora da área original).
    Os códigos usados para as remessas internacionais remetem a um zoológico. Em vez de citar nomes dos que vão receber as remessas, os executivos e doleiros falam em nomes de animais. Arruda Botelho pergunta, em setembro, ao suposto doleiro Kurt Paul Pickel: "Tá bom, e você recebeu o negócio do canguru?". Noutra conversa, falam de "Austrália" e "1.200 milhas" -possível referência a valores. Também são citados camelo, cachorro e vaca.
    Kurt parece brincar com o código numa conversa com Pietro em que parece pedir dinheiro à empreiteira: "Professor, o canarinho aqui está precisando de alpiste".





    Senado gasta R$ 83,4 mi em "ajuda de custo"

    Pagamento, que não consta em contracheques, foi feito a servidores ativos e inativos nos meses de dezembro e fevereiro

    Funcionários, que também ganharam hora extra no recesso, têm direito a parte de "auxílio paletó", salário adicional pago a senadores

    ANDREZA MATAIS
    ADRIANO CEOLIN
    DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

    Além de hora extra em mês de férias, 9.512 funcionários do Senado, entre ativos, aposentados e pensionistas receberam R$ 83,4 milhões de ajuda de custo referente aos meses de dezembro de 2008 e fevereiro deste ano. O pagamento não consta no contracheque dos servidores da Casa.
    A ajuda de custo é conhecida no Senado pelo nome de "diferença de teto" e concedida com base na interpretação da Casa para uma resolução de 1993 que vincula o salário dos servidores ao dos senadores. Desde então, os servidores têm direito a uma parte do salário adicional que os senadores recebem.
    É o que ocorre no final e no início de todos os anos, quando os senadores recebem 14º e 15º salários. Na teoria, o dinheiro serve como "ajuda de custo" para que os congressistas possam, em dezembro, retornar aos seus Estados e depois, em fevereiro, a Brasília. É chamado de "auxílio paletó" -criado para ajudar os senadores a comprar ternos para trabalhar.
    Os servidores do Senado recebem um percentual desses salários extras. Vai de 3% a 30% do vencimento do senador, que é de R$ 16.512,09.
    Até anteontem, o valor da "diferença de teto" ou "repique", como o pagamento é chamado na Casa, não era divulgado em contracheque, assim como as horas extras. Cinco antigos funcionários da Casa permitiram à reportagem acessar seus dados, que atestou não haver registro do pagamento.
    A Folha pediu informações sobre o auxílio há três semanas e teve que esperar esse tempo até o Senado divulgar o valor. Depois dos questionamentos, anteontem os dados sobre o pagamento foram disponibilizados aos servidores na intranet do Senado. Pela manhã, ao consultarem o sistema, os servidores encontraram mais dois contracheques eletrônicos -um com as horas extras e o outro com a diferença de teto.
    No cargo há menos de um mês, o diretor de Recursos Humanos do Senado, Ralph Campos, disse à Folha que "não pode se responsabilizar pela gestão do seu antecessor" e que "não tinha o hábito de consultar os seus dados para dizer se o valor era ou não divulgado". Ele negou, entretanto, ter dado ordem para a inclusão no sistema dos contracheques.
    Sobre o fato de o pagamento adicional não ter sido incluído no contracheque de fevereiro, quando foi feito o pagamento, o Senado informou que, "por tratar-se de pagamento esporádico", a parcela foi incluída em contracheque extra. O ex-diretor João Carlos Zoghbi não foi encontrado pela reportagem.
    A Casa informou que o pagamento é legal porque foi aprovado por meio de projeto de resolução de 1993. A resolução, no entanto, diz apenas que a comissão dos servidores do Senado deve ser um percentual do salário dos senadores, sem citar proventos extras. "O pagamento é reflexo do salário do parlamentar. Se ele não receber [14º e 15º], o pessoal não recebe", disse o diretor.
    O pagamento, exclusividade do Legislativo Federal, sucedeu a chamada "bolsa castanha" que era paga no Senado até 93. As sobras no orçamento eram distribuídas aos servidores no final do ano.
    No início do mês, a Folha revelou que o Senado pagou a 3.886 servidores R$ 6,6 milhões de hora extra pelo mês de janeiro, quando os senadores estavam de recesso e não houve sessões ou votações na Casa.
    O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), considerou o pagamento "um absurdo" e mandou 15 servidores do seu gabinete devolverem o dinheiro. Apenas outros dez gabinetes fizeram o mesmo.
    O Ministério Público Federal do Distrito Federal investiga se o pagamento foi legal.


    Thiagainas
    Veterano
    # mar/09
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    eh foda...bando de filhodaputa...

    mult
    Veterano
    # mar/09
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    eu ainda axo essa parada de assessores virtuais mais foda ainda...

    http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/03/23/assessores-virtuais-sao-de scobertos-no-senado-754963396.asp

    Rato
    Veterano
    # mar/09
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    ia criar um tópico sobre isso agora :)


    Camargo Corrêa, Daslu, Agrenco e outras empresas picaretas ^^

    imagina as pequenas, vixi =/

    brunohardrocker
    Veterano
    # mar/09
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    Escândalo

    Escândalo no Brasil? Como é possivel?

    mult
    Veterano
    # mar/09
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    brunohardrocker

    a noticia deve ser fake...

    uahuahuhaua

    MOKOCHOKK
    Veterano
    # mar/09
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    só pirocada nossa politica

    MOKOCHOKK
    Veterano
    # mar/09
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    isso ñão é no brasil não

    jimmy vandrake
    Veterano
    # mar/09
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    A roubalheira tá solta. O PT de um lado e a oposição lentamente montando suas quadrilhas instituidas através de cargos no senado e congresso, roubando a toa.
    Talvez esta seja a explicação para que tenhamos um governo tão ineficiente e uma oposição tão passiva.

    Manabu
    Veterano
    # mar/09
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    jimmy vandrake
    todo mundo ganha, de um lado ou de outro... a oposição pelo jeito parou de criticar o Lula, deve estar satisfeita

    brunohardrocker
    Veterano
    # mar/09
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    Alguém quer pizza aí?

    Ronin
    Veterano
    # mar/09
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    O mais divertido é ver o tratamento que o Globo dá a notícia... na sexta feira eu assisti a cobertura do Jornal Nacional do caso e, em uma matéria de 3 minutos, eles conseguiram falar "SUPOSTO" 18 vezes.

    Era o "suposto desvio, o suposto crime, supostos envolvidos, suposta investigação." Há... quando a avião da TAM caiu levou 5 segundos para o Bonner aparecer dizendo que a culpa era, sem dúvida, da falta de grooving na pista que o governo liberou.

    toty
    Veterano
    # mar/09
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    Corrupção no Brasil, é um mal que não tem cura, é ex ministro envolvido, Partidos politicos, inclusive aqueles que vão na tv fazer campanha tirando sarro sobre marolinha, e que conseguem manipular a mente de muitas pessoas por "ai".

    brunohardrocker
    Veterano
    # mar/09
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    conseguem manipular a mente de muitas pessoas por "ai".

    Fazendo currais eleitorais.

    LeandroP
    Moderador
    # abr/09
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    Fecha o congresso e o senado... herança maldita da democracia romana.

    brunohardrocker
    Veterano
    # abr/09
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    Democracia é o poder do demo!

    LeandroP
    Moderador
    # abr/09
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    brunohardrocker

    Cara, é foda ver os caras elegerem o Collor pra não dar cadeira pro PT. Os mesmos caras que batem no peito dizendo que lutaram pelo "impitimam" fazerem um papelão desses. E ainda recebem pra isso, por dentro e por fora... Só um exemplo, dentre outros.

    brunohardrocker
    Veterano
    # mai/09
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    OH, que casalzinho feliz...

    Advogado da Camargo Corrêa é casado com juíza que deu habeas

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3772349-EI6578,00-Advog ado+do+Grupo+CC+e+casado+com+desembargadora.html

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