É longo e dá trabalho III - sacos plásticos

Autor Mensagem
maggie
Veterana
# jun/07


A farra dos sacos plásticos

(André Trigueiro, pós-graduado em meio ambiente, jornalista, redator e apresentador de jornal da TV Globo)

Creio que um dos primeiros presentes que recebi de meus sogros em Viena foram 2 bolsas de algodão para ir ao supermercado. Depois compreendi.

Os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico... Nossa dependência é tamanha que quando ele não está disponível costumamos reagir com reclamações indignadas. Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico.

Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa: a caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico, em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resinas sintéticas originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza.

Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural. No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico-filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD).

No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico-filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos. Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania (cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas.

Em toda a Grã-Bretanha a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente), e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular. A única iniciativa de regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica foi rechaçada pelo Congresso na legislatura passada. O então deputado Emerson Kapaz foi o relator da comissão criada para elaborar a "Política Nacional de Resíduos Sólidos". Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil, e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza, assumindo o ônus pela coleta e processamento de materiais que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida.

O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso... Omissão grave dos nossos parlamentares que não pode ser atribuída ao mero esquecimento. Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do comércio. É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos.

Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?

Vamos fazer a nossa parte: mudar nossa conduta e repassar a mensagem deste texto.

maggie
Veterana
# jun/07
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Recebi por e-mail e quis compartilhar com vocês. =)

Pra quem não vai ler tudo mesmo, ó.

ROTTA
Veterano
# jun/07 · Editado por: ROTTA
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maggie

Bom texto, minha nobre gremista. =P
O plástico é uma das grandes pragas em relação à biodegradabilidade. Demora centenas de anos para se reincorporar à natureza, enquando que com o papel são alguns anos.

Abraços.

Grow
Veterano
# jun/07
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Brasileiro é tudo filho da puta mesmo, garanto que quem tá lendo pensou q não vai levar sacolinhas pois não fará diferença. Antes que me ataquem, já levo sacolinhas quando vou às compras.

Patys
Veterano
# jun/07 · Editado por: Patys
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Muito interessante o texto.

isso m lembrou outro dia que eu fui na farmacia comprar um remédio e nao tinha saquinho ou sacola para coloca-lo, eu fique pê da vida, ter que levar o remedio embrulhado num jornal na mão......

eu sei do mal que o plastico faz ao meio ambiente, desde a época do colégio, mas é que costumo usar as sacolas para colocar lixo...assim como muitas pessoas.... o único momento que ando com uma sacola alias sacolao.rs é quando vou a feira e nao levo carrinho....

Mas to começando a mudar de habito, depois que participei de uma palestra sobre meio ambiente..... é dificil e demorado mas to mudando aos poucos, e acho que se cada um fizer a sua parte com certeza a situação melhora bastante, não temos só que esperar pelo governo aprovar uma lei... temos que ter conciencia dos fatos.....

ZakkWyldeEMG
Veterano
# jun/07
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Patys

\o/

;******************

Patys
Veterano
# jun/07
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Gente agora que vi....vai ter errado assim mas la na frente.hehe

olha desconsiderem os erros, e só levem em conta a msgm ok? to com preguiça de edit. =D

ZakkWyldeEMG

Tbem sou Cultura .hehehe

Kensei
Veterano
# jun/07
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maggie
Hey, boa dica, vou ver no que posso ajudar.


PS: Magnífico o título desse tópico.

maggie
Veterana
# jun/07
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Kensei
PS: Magnífico o título desse tópico.
é praticamente uma saga =)

Patys
isso m lembrou outro dia que eu fui na farmacia comprar um remédio e nao tinha saquinho ou sacola para coloca-lo, eu fique pê da vida, ter que levar o remedio embrulhado num jornal na mão......
tsc tsc
quando vou ao mercado, eles sempre vão logo embalando e eu digo: "não embala não, menos um saco plástico jogado na rua."

Marco Alan Rotta
Bom texto, minha nobre gremista. =P
=*

Patys
Veterano
# jun/07
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maggie
quando vou ao mercado, eles sempre vão logo embalando e eu digo: "não embala não, menos um saco plástico jogado na rua."

Exato... aqui tbem fazem isso... e quando não as próprias pessoas embalam...

quando é bastante coisa que compro e nao estou com uma bolsa, ou sacola em maos eu ainda deixo embrulhar... por falta de costume ainda, mas procuro economizar ao maximo, tipo eu coloco o maximo de produto numa sacola....
pelo menos aqui eles tem o costume muitas vzs de colacar duas coisinhas numa sacola , duas em outra sem necessidade.....

digo123
Veterano
# jun/07
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É longo e dá trabalho III
Ui.
Alguém já assistiu o documentário do Al Gore sobre o meio ambiente? muito interessante. :)

Kensei
Veterano
# jun/07
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maggie
Fiquei com vontade de fazer um comentário no I, mas vc vai apagar :(

Bernas
Veterano
# jun/07
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Se cada um de nós fizermos a nossa parte já é um avanço!
Precisamos tomar a atitude e conseguir mostrar a mais pessoas que elas
precisam mudar!

e

Magg
Valeu pela iniciativa!

Certeza
Veterano
# jun/07
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maggie

bacana o texto

eu sempre tento fazer a minha parte e incentivar os outros a tbm fazerem, mas acho q a grande maioria das pessoas nao pensa assim, principalmente os mais velhos que tem mais dificuldade de mudar os costumes...por isso acho q intervenção do governo como foi feito na europa seria mais eficaz apesar de que muita gente iria gralhar com isso...

maggie
Veterana
# jun/07 · Editado por: maggie
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Em toda a Grã-Bretanha a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Já existe uma iniciativa nesse sentido no Brasil, pena que é da iniciativa privada.

McBonalds
Veterano
# jun/07
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É por isso que nos EUA as pessoas carregam as compras em sacos de papel...

CheshireCat
Veterano
# jun/07
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Certeza
u sempre tento fazer a minha parte e incentivar os outros a tbm fazerem, mas acho q a grande maioria das pessoas nao pensa assim, principalmente os mais velhos que tem mais dificuldade de mudar os costumes...
não é apenas uma questão de costumes, man... boa parte das pessoas, incluindo principalmente os jovens inconsequentes e egoístas, pensa "dane-se a ecologia e o meio ambiente, eu não vou mais estar aqui quando tiver tudo fudido mesmo, azar de quem estiver" =\

é... eu nunca tinha parado pra pensar nos sacos plásticos... vou mudar minhas atitudes e repassar o texto... o/

maggie
Veterana
# jun/07
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CheshireCat
é... eu nunca tinha parado pra pensar nos sacos plásticos... vou mudar minhas atitudes e repassar o texto... o/
o//

maggie
Veterana
# ago/07
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Sacolas de plástico: mote para rever modelos

maggie
Veterana
# ago/07
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Número aproximado de sacos plásticos consumidos este ano no mundo:

CheshireCat
Veterano
# ago/07
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maggie
não entendi como "funcionam" essas sacolas feitas de fibra de polipropileno que são adaptáveis aos carrinhos de supermercado... parece um negócio tão pouco prático =\ não dava pra fazer essas sacolas no "formato" das sacolas normais? porque não vejo vantagem em ser adaptável aos carrinhos...

maggie
Veterana
# ago/07
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CheshireCat
porque não vejo vantagem em ser adaptável aos carrinhos...
Acho que a idéia dos caras é colocar dentro do carrinho e ir largando as compras ali.

Mas o mais viável por enquanto são as sacolas de pano, mesmo.

CheshireCat
Veterano
# ago/07
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maggie
Acho que a idéia dos caras é colocar dentro do carrinho e ir largando as compras ali.
sim sim, pensei nisso... mas e pra passar no caixa? tem que tirar as compras de dentro e colocar de novo depois... ou então você coloca as compras num carrinho sem a sacola e depois que passa no caixa coloca no outro carrinho? de qualquer forma parece pouco prático, e eu não consigo imaginar como seja esse trambolho fora do carinho \o\
as sacolas de pano devem ser melhores mesmo... mas nunca vi uma dessas aqui =\

maggie
Veterana
# ago/07
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CheshireCat
sim sim, pensei nisso... mas e pra passar no caixa?
Exacto, também achei non sense.

... ou então você coloca as compras num carrinho sem a sacola e depois que passa no caixa coloca no outro carrinho? de qualquer forma parece pouco prático, e eu não consigo imaginar como seja esse trambolho fora do carinho \o\
Isso mess.. huahua

as sacolas de pano devem ser melhores mesmo... mas nunca vi uma dessas aqui =\
Procure nos mercados pequenos ou em algum mercado central da cidade (em geral é o "Mercado Público").

Gui
Veterano
# ago/07
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eu jogo sempre na mochila quando é pouca coisa..quando é muita coisa vou de carro..jogo no porta-malas e nada de sacola!=D

maggie
Veterana
# set/07
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Sacolinhas de supermercado agora têm grife

Não há nada mais fora de moda do que sacolinha plástica. Nos supermercados, clientes já começam a substituí-las por caixas de papelão. Na região da 25 de Março, lojas vendem modelos de pano para compras ecologicamente corretas. Nas coleções de verão, estilistas incorporam sacolas modernas.

Uma amostra foi apresentada na noite de anteontem, no Porão das Artes da Bienal do Ibirapuera. Mais de cem estilistas expuseram suas sacolas de material alternativo. Vale tudo: algodão orgânico, sarja sem tintura ou malva (fibra degradável). Menos plástico.

maggie
Veterana
# set/07
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As sacolinhas plásticas podem levar cerca de cem anos para se decompor. Estima-se que cerca de 1 milhão sejam despejadas por minuto no planeta. Em São Paulo não há dados precisos, mas o cálculo é de que 18% das 15 mil toneladas de lixo por dia sejam do material.

Na tentativa de convencer a população, a Prefeitura de São Paulo convidou os estilistas e criou a campanha "Eu não sou de plástico", enquanto estuda medidas para promover a substituição gradual das sacolas.

"Nosso principal instrumento é tentar conscientizar a população a mudar seus hábitos", diz Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente. "Mas podemos implementar medidas como cobrar pela sacolinha plástica."

Os estilistas usam a criatividade para fazer sacolas de pano práticas e bonitas. Andréa Saletto, uma das participantes, criou uma bolsa de lona tye-dye. "As mulheres não gostam de carregar sacolas de plástico", disse na exposição que, a partir do dia 19, estará aberta ao público no Senac da Lapa (rua Faustolo, 1.347, SP).

Essas "ecobags" já são febre em cidades como Nova York e Londres. A moda deve se intensificar no verão brasileiro. Tanto que é possível encontrar modelos de algodão até em lojas da rua 25 de Março. Por lá, o preço varia de R$ 45 a R$ 65.

Nos supermercados também já é possível notar mudanças. A decoradora Lúcia Delafiori, 41, fez questão de pedir caixas de papelão para levar suas compras. "Evito o máximo a sacolinha. Tem um monte de caixa aqui e, além de ser melhor para o ambiente, é mais fácil de transportar."

A Associação Paulista de Supermercados diz apoiar a iniciativa.

maggie
Veterana
# set/07
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Folha

CheshireCat
Veterano
# set/07
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maggie
oxe!! acabei de ver isso na folha e ia upar o tópico, mas você foi mais rápida! \o\
eu quero uma!!
o moço da farmácia ficou achando que eu era maluca quando eu insisti pra ele não colocar as coisas na sacola...¬¬

Jiuvaskala
Veterano
# set/07 · Editado por: Jiuvaskala
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Sempre que posso, ou dá, eu evito pegar sacolas de plástico desnecessárias. Mas, ainda assim, o que mais me preocupa é o destino delas: o lixo.
se me permitirem falar um pouco sobre os métodos, aqui vão os métodos mais conhecidos:

Lixões: Grandes aterros oe áreas alagadas a céu aberto, onde os resíduos são despejados.

Vantagem: nenhuma

Desvantagem: Coloca em risco a saúde da população, poluindo o solo, a água e o ar.

Aterros sanitários: Aqui os resíduos são compactados e cobertos com terra.Existe tratamento dos gases e líquidos produzidos pelo lixo e controle de animais transmissores de doenças.

Vantagem: É uma técnica confiável, com baixo custo operacional.

Desvantagem: Mal administrados, os aterros se transformam em depósitos de ratos e insetos. Não há reciclagem de vários materiais.

Incineração: Os resíduos são queimados em altas temperaturas e transformados em cinzas.

Vantagem: Reduz o volume de resíduos. É higiênico e apropriado, principalmente para o lixo hospitalar.

Desvantagem: Custo alto, os diferentes tipos de resíduos podem causar danos ao incinerador, e a fumaça produzida polui o ar.

Compostagem: São lugares onde sobras de comida, restos de podas de árvores e esterco de animais, são tranformados em adubo.

Vantagem: Reduz o volume de resíduos. O produto final pode ser utlizado como adubo e cobertura de aterros sanitários.

Desvantagem: O processo é lento e elimina gases mal cheirosos.

Reciclagem: O material é reaproveitado passando por um processo de transformação e retornando ao ciclo produtivo.

Vantagem: Diminuição dos problemas ambientais ( menos poluição, menos gastos com água e energia)

Desvantagem: Nenhuma

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