Claudio Natureza Veterano |
# out/06
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RIO DE JANEIRO - Nunca a palavra “vice” teve um peso tão negativo no futebol como ocorre nos duelos decisivos entre Vasco e Flamengo. Enquanto em outros países o segundo lugar é comemorado como um grande feito, para os rivais cariocas é sinônimo de vexame e motivo certo para provocação.
O time cruzmaltino não tem lembranças muito boas das últimas finais contra os rubro-negros. De 1999 a 2001, o Flamengo foi tricampeão estadual sobre o rival, mesmo quando muitos apontavam seu elenco como inferior. Em 2004, novo encontro entre os clubes e o troféu foi parar mais uma vez na sede da Gávea.
Mas se o presente não é tão animador, o time da Colina pode se orgulhar de levar vantagem histórica nas estatísticas. De 39 finais disputadas entre os dois clubes, o Vasco tem 21 títulos contra 18 do Flamengo. No geral, o rubro-negro foi mais vezes vice-campeão.
A não ser pela final do Torneio Rio-São Paulo de 1958, vencido pelo Vasco, os rivais cariocas nunca se enfrentaram em decisões de uma competição que não fosse o Campeonato Carioca. Pela primeira vez na história, o duelo valerá um título nacional. Nos dias 19 e 26 de julho, não só o troféu da Copa do Brasil estará em jogo, mas também a possibilidade de exorcizar velhos fantasmas de vices anteriores.
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Bizet Veterano |
# ago/08 · Editado por: Bizet
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Era o fim dos camisas pretas e o início do Expresso da Vitória.
Aí pára na melhor parte? :S
A denominação Expresso da Vitória surgiu num programa esportivo e musical da Rádio Nacional. Durante o programa, um cantor, ao se apresentar, disse que dedicaria a música ao Vasco, chamado por ele de "Expresso da Vitória", por atropelar seus adversários em campo.
O nome era oportuno. Em 1945, o time, comandado pelo uruguaio Ondino Vieira, ganhou de forma invicta o Campeonato Carioca.
O time base, composto por Rodrigues, Augusto e Rafanelli, Berascochea, Eli e Argemiro, Djalma, Ademir, Lelé, Isaías e Jair da Rosa Pinto, volta e meia goleava seus adversários. Como os 5x1 no Bangu e os 9x0 no Bonsucesso, a maior goleada do campeonato.
Em 1946, o Vasco perdeu Ademir para o Fluminense, um dos principais destaques do time. Mesmo com o importante desfalque, o Expresso ainda ganhou naquele ano Torneio Relâmpago e o Torneio Municipal. Neste, estreava Barbosa, considerado por muitos o maior goleiro vascaíno de todos os tempos.
Em 46, talvez devido aos títulos ganhos, que deram demasiada confiança ao time, e sem Ademir, o Expresso não passou de um decepcionante quinto lugar no Carioca.
A redenção veio em 47. Com o famoso técnico Flávio Costa (tricampeão em 42, 43 e 44 pelo Flamengo), substituindo Ernesto dos Santos, o Expresso atropelou os adversários, ganhando novamente o Carioca de forma invicta.
Foram 40 gols em apenas 10 jogos, e 68 gols em 20 partidas. O Vasco também impôs a maior goleada do torneio: 14 x 1, no Canto do Rio.
Mas o ano de 1948 é considerado o grande marco para esse time. Com o retorno de Ademir, o Expresso foi conviado pelo Colo-Colo para disputar o Torneio dos Campeões Sul-Americanos, no Chile, em Santiago.
Aplicando goleadas em grandes times da época, como 4 x 1 no Nacional, do Uruguai, e 4 x 0 no Municipal, do Peru, o Vasco foi caminhando ao título invicto.
No último jogo, um empate de 0x0 com o temido River Plate, o chamado "La Maquina", de Di Stéfano garantiu ao Vasco mais um título, o maior do clube até a conquista da Libertadores em 98.
Em 49, com a contratação do atacante Heleno de Freitas, o Vasco estufou a rede no Carioca 84 vezes em 20 jogos, um recorde até então. Depois de um virada espetacular sobre seu maior rival, o Flamengo, em que o time perdia de 2x0 no primeiro tempo e virou para 5x2, o Vasco ganhou mais uma vez um título Carioca invicto.
Em 50, ano de Copa do Mundo, a Seleção Brasileira contava em sua formação titular com seis jogadores do Vasco, além do técnico Flávio Costa.
Depois da surpreendente derrota do Brasil para o Uruguai, o time excursou ao própio Uruguai, onde goleou o Peñarol, base da seleção uruguaia, por 3x0.
Já no Brasil, ganhou novamente do Peñarol e do Nacional, ambos por 2x0. Esses dois jogos foram muito comemorados pelos brasileiros, que sentiram sua alma lavada da derrota de 50.
No Carioca do mesmo ano, depois de um mal início, o time se reergeu, e aplicando várias goleadas (9x1 no Madureira, 7x0 no Canto do Rio, 7x2 no Bonsucesso e 4x0 no Fluminense), ganhou mais um título, o penúltimo do Expresso.
Em 51, o time já mostrava sinais de cansaço e velhice. O clube não passou de um sétimo lugar no Torneio Rio São-Paulo e de um quinto lugar no Carioca.
A recuperação ocorreu em 52. Apesar de estar desacreditado pela imprensa, que classificava o time de "velho" (o que de fato, não era mentira), o Expresso fez uma ótima campanha e se sagrou campeão por antecipação, na penúltima rodada, ao ganhar o Bangu por 2x1.
Era o último sopro de glória daquele grande time. Era preciso encontrar gente nova. Os jogadores antigos foram então substituidos por novos valores, como Vavá, o substituto de Ademir, que estreava naquele ano.
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