Clube De Regatas Vasco da Gama - Tópico Oficial - 108 anos

Autor Mensagem
kapetanovic
Veterano
# ago/06


Hoje(21/08/06) meu Vascão faz 108 anos de existência!
um dos mais velhos, tradicionais, e maiores torcidas desse Brasil!

Enquanto Houver um Coração Infantil O VASCO Será IMORTAL

"PRINCIPAIS TÍTULOS"

- 24 Torneios Internacionais
- 22 Campeonatos Estaduais
- 4 Campeonatos Brasileiros 74/89/97/2000.
- 1 Copa Libertadores 1998
- 1 Copa Mercosul 2000
- 3 Torneios Rio-São Paulo 58/66/99
- 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões 1948
- Bi Campeão Mundial 53/57

o 1º clube brasileiro a ter jogadores negros jogando no Brasil!

kapetanovic
Veterano
# ago/06
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INTRODUÇÃO

A História gloriosa do Club de Regatas Vasco da Gama está repleta de fatos importantíssimos. Nosso Clube tem escrito uma das mais belas páginas do desporto brasileiro. Tornou-se uma tarefa das mais difíceis escolhermos dentre tantos feitos algum que pudesse vir a ser a abertura da história vascaína. Acabamos por pinçar, em meio a tantos acontecimentos relevantes, o ato praticado pelo Dr. José Augusto Prestes, Presidente do Vasco em 1924, que não permitiu que o nosso Clube se sujeitasse às coações no sentido de excluir dos seus quadros os atletas negros bem como os de origem humilde. Reproduzimos, a seguir, a carta magistral do nosso então Presidente, um documento com a marca do pioneirismo, independência e, acima de tudo, justiça social, que caracterizam o Club de Regatas Vasco da Gama.

Digmatus Ferreira
Veterano
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time feio...

kapetanovic
Veterano
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História do C.R. Vasco da Gama

1898 - A FUNDAÇÃO


Francisco Gonçalves,
o 1° presidente do Vasco

O século XIX estava com os dias contados.
Prudente de Morais, o terceiro presidente de nossa República, encerrava o seu mandato. O Rio de Janeiro, Distrito Federal, com pouco mais de 500 mil habitantes, era o lugar preferido de jovens que participavam de saraus e recitavam poesias. Nesse ambiente cultural, o remo era um dos únicos esportes com algum destaque na cidade. Aos domingos, uma pequena e educada multidão se agrupava nos arredores do Passeio Público e da Rua Santa Luzia para ver, nas águas limpas da Baía de Guanabara, competições entre os barcos de clubes e seus remadores.

Nessa época, quatro jovens - Henrique Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre d `Avelar Rodrigues e Manuel Teixeira de Souza Júnior - , cansados de viajar a Niterói para remar com barcos do Club Gragoatá, decidiram fundar uma agremiação de remo.

Depois de uma reunião na casa de um deles, à Rua Teófilo Ottoni 90, o número de interessados aumentou, e os encontros foram transferidos para o Clube Recreativo Arcas Comercial (Rua São Pedro). A idéia era conseguir a adesão de caixeiros portugueses, que gostavam de esportes e não tinham dinheiro para o ciclismo, em voga na época.

Chegara a hora da fundação. Com 62 sócios assinando presença, no dia 21 de agosto de 1898, no Clube Dramático Filhos de Talma (Rua da Saúde, 293) nascia um gigante chamado Club de Regatas Vasco da Gama. A reunião foi presidida por Gaspar de Castro, que convidou para secretariá-lo Virgílio Carvalho do Amaral e Henrique Teixeira Alegria.


O REMO, A PRIMEIRA MODALIDADE ESPORTIVA

A aquisição dos barcos era prioridade para o Vasco. Os sócios se cotizaram e, com muito esforço, conseguiram comprar as baleeiras Zoca, Vaidosa e Volúvel, que estavam de acordo com as especificações determinadas pela União de Regatas Fluminense, entidade que regulava os esportes náuticos no Rio.

Em 04 de junho de 1899 o Vasco venceu sua primeira regata, na classe novos, com o barco Volúvel, de seis remos. O páreo, denominado Vasco da Gama, em homenagem ao novo clube, foi vencido com uma guarnição composta pelo patrão Alberto de Castro e os remadores José Lopes de Freitas, José Cunha, José Pereira Buda de Melo, Joaquim de Oliveira Campos, Antônio Frazão Salgueiro e Carlos Batista Rodrigues.

O ano de 1900 foi um marco na histórica rivalidade com o Flamengo. No primeiro páreo da história do remo no Brasil, e que levava o nome do clube da Gávea, a embarcação do Vasco foi a vencedora.

O destino do Vasco sempre foi a vitória. Com empolgados torcedores assistindo às competições no varandim construído por Pereira Passos às margens da Baía de Guanabara, o primeiro título estadual não demorou. E veio em dose dupla, 1905 e 1906. No ano do bi, dia 26 de agosto, os remadores vascaínos deram outro duro golpe no rival, vencendo mais uma vez um páreo com o nome Club de Regatas do Flamengo.

O primeiro tricampeonato do Vasco e da história do remo carioca veio em 1912, 1913 e 1914, com as embarcações Meteoro e Pereira Passos.

1904 - UM DESAFIO AO RACISMO

Os vascaínos elegeram o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos em atividade no Rio. Numa época em que o racismo dominava o esporte, Cândido José de Araújo, um mulato que não dispensava a elegância de um cravo branco na lapela, fez uma gestão exemplar, apresentando o Vasco como um clube aberto e sem preconceitos.

1915 - NASCE O FUTEBOL NO VASCO

Com o sucesso no mar, era hora de colocar a bandeira vascaína no topo de outras modalidades esportivas.

Trazido da Inglaterra, o futebol, depois de um começo tímido nos primeiros anos do século, vinha ganhando força e popularidade junto aos cariocas. Em 1913, um combinado português veio ao Rio a convite do Botafogo para disputar alguns amistosos. O relativo fracasso do time na excursão não foi suficiente para aplacar a empolgação da colônia lusa com o esporte bretão. Em pouco tempo, os portugueses radicados no Rio formaram seus clubes para a prática dessa modalidade esportiva: o Centro Esportivo Português, o Lusitano e o Lusitânia. Dos três, o único que conseguiu manter-se foi o Lusitânia, justamente um clube cujo estatuto só autorizava portugueses nos quadros.

A diretoria do Vasco, interessada desde o início da década em formar um time de futebol, vinha tentando seduzir o escrete luso a se fundir ao clube de regatas. O empecilho era a restrição da nacionalidade, pois as regras do Vasco afirmavam a união de irmãos de todas as raças, mas a norma da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA), que promovia o futebol no Rio, impedia a participação de clubes sem brasileiros em seus quadros. O Lusitânia cedeu e aceitou a fusão.

No dia 26 de novembro de 1915, nascia o futebol do Vasco. Pouco mais de cinco meses depois, no dia 3 de maio de 1916, vestindo uma camisa preta com a Cruz da Ordem de Cristo - equivocadamente chamada de Cruz-de-Malta - à altura do coração, o time do Vasco estreou, no campo do Botafogo, contra o Paladino Futebol Clube, na Terceira Divisão da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA). O resultado não foi muito animador: goleada de 10 a 1 para os adversários. O gol de honra dos cruzmaltinos, primeiro gol da história do Vasco, foi marcado por Adão Antônio Brandão, um português que viera para o Rio de castigo, pois o pai não perdoava sua falta de gosto pelos estudos.


Adão marcou o 1° gol da história do Vasco.

Nos tempos do amadorismo, Adão marcou época no clube como um atleta polivalente, que se destacava tanto no futebol quanto em outros esportes, como atletismo, remo, natação e pólo aquático. Jogou futebol até 1933, quando o esporte se profissionalizou no então Distrito Federal.

O fracasso nos jogos iniciais não desanimou o time. A primeira vitória surgiu pouco tempo depois, no dia 29 de outubro de 1916: o Vasco venceu a Associação Atlética River São Bento por um magro, porém convincente, marcador de 2 a 1. Os gols que deram a alegria aos vascaínos foram de Alberto Costa Júnior e Cândido Almeida. A partida, disputada no campo do São Cristóvão, na Rua Figueira de Mello, valia pontos para a Terceira Divisão da LMSA. No entanto, o resultado positivo não foi suficiente para melhorar a colocação e o time de São Januário terminou em último lugar.

Em 1917, a LMSA foi reformada e passou a ser denominada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMTD). O número de participantes em cada Divisão aumentou para dez e os seis clubes da Terceira Divisão - inclusive o Vasco - foram promovidos para a competição da Segunda. No campeonato daquele ano, o Catete ficou com o título, mas o time cruzmaltino começou a mostrar sua força, com nove vitórias em 16 jogos e a quarta colocação no total geral de pontos. No ano seguinte, o título foi conquistado pelo Americano, time da capital, mas o Vasco chegou ainda mais perto, terminando a disputa na terceira colocação.

Em 1919, o Vasco, mesmo com nove vitórias, chegou na quinta posição, deixando o título para o Palmeiras. No ano seguinte, um quarto lugar. No campeonato de 1921, a Liga Metropolitana reordenou as Divisões, separando a Primeira pelas categorias A e B. O Vasco foi conduzido para a B, e os bons resultados não demoraram a aparecer. Os cruzmaltinos chegaram perto mais uma vez, dois postos atrás do time campeão, o Vila Isabel.

1922 - CHEGANDO À PRIMEIRA DIVISÃO DO FUTEBOL

Em 1922 a redenção. O Vasco venceu a Série B em todos os quadros que disputou. Quem esteve no estádio da Rua Morais e Silva, no dia 17 de julho daquele ano, viu o time principal massacrar o Carioca, imputando-lhe um humilhante 8 a 3, e levantar a Taça Constantino, primeira na história do futebol do clube.

A equipe, comandada pelo rigoroso técnico uruguaio Ramón Platero, jogou com Nélson, Mingote e Leitão, Nolasco, Bráulio e Artur, Pascoal, Cardoso Pires, Torterolli, Claudionor e Negrito. O artilheiro foi Claudionor, que marcou quatro gols, seguido de Cardoso Pires, com dois. Pascoal e Torterolli fizeram um cada.

Muito mais do que um título, a goleada deu ao Vasco a chance de que precisava para estar entre os grandes, na Série A da Primeira Divisão, e mostrar seu valor. Com um time cada vez melhor e uma torcida que começava a mostrar sua força nos subúrbios do Rio, seria mais fácil do que se imaginava. Mas, antes, a equipe teria de enfrentar o São Cristóvão, último colocado da Divisão Principal em 22, para ganhar a vaga entre os grandes. Como houve empate sem gols, o Vasco ganhou a almejada promoção e o São Cristóvão não foi rebaixado.

1923 - O PRIMEIRO TÍTULO LOGO NA ESTRÉIA ENTRE OS GRANDES


O 1° time campeão entre os grandes

No ano seguinte, com os cariocas ainda chorando a morte de Ruy Barbosa, o time entrou na disputa pelo título principal do futebol da cidade. O Vasco, um clube desacreditado, vinha de um campeonato em que os oponentes eram times fracos. E enfrentaria os grandes, como Flamengo, Fluminense, Botafogo e América.

Mas um fato despertou curiosidade. Enquanto os times que disputavam a Série A eram formados exclusivamente por jovens da elite carioca, o Vasco chegava ao campeonato recheado de jogadores negros e de operários, todos arrebanhados nos terrenos baldios dos subúrbios cariocas. O técnico Ramón Platero submetia os jogadores a um ritmo alucinante de treinos, fazia-os correr diariamente do campo do Vasco, então na Rua Morais e Silva, na Quinta da Boa Vista, até a Praça Barão de Drumond, em Vila Isabel. Os demais grandes, apesar de instigados, não notaram a força do time do Vasco.

Depois de um empate em um gol com o Andaraí, em General Severiano, a nau vascaína se aprumou no campeonato e foi esmagando seus adversários, sempre utilizando uma técnica infalível. Como o preparo físico do time era evidentemente superior ao dos outros, Platero fazia seu time levar o primeiro tempo em ritmo lento, para, no segundo, arrasá-los. Todas as 11 vitórias no campeonato foram alcançadas nos últimos 45 minutos.

No fim do primeiro turno, o Vasco já apresentava números assustadores para os adversários: seis vitórias e apenas um empate, na estréia no campeonato. A equipe cruzmaltina seguia seu caminho de sucesso também no segundo turno, quando encontrou pela frente seu já conhecido rival de Regatas, o Flamengo. Na primeira vez na história em que os dois times se enfrentaram, no turno anterior, o Vasco chegara à vitória pelo marcador de 3 a 1. Os camisas pretas - apelido dado aos jogadores vascaínos por causa do uniforme - vinham massacrando seus adversários e o time rubro-negro seria apenas mais um a cair.

Domingo, 8 de julho de 1923. O título Clássico dos Milhões, que mais tarde nomeou o confronto entre os dois rivais, já poderia ter sido inventado naquela tarde, no campo do Fluminense, na então Rua Guanabara.

A Liga Metropolitana, responsável pela organização do campeonato e de olho na grande arrecadação, pos ingressos demais à venda. O resultado foi contado nos jornais da época. " Mais de 35 mil pessoas, sem exagero, encheram as vastas dependências do tricolor", escreveu "O Imparcial". Com todos os espaços reservados ao público preenchidos, muitos torcedores pularam a grade que separava o campo para assistir ao jogo da pista de atletismo. O interesse naquela partida era justificável: os vascaínos vinham vencendo todos os clubes cariocas e o que se viu naquela tarde foi uma reunião de torcedores de todos os times contra os terríveis camisas pretas.

O Flamengo largou na frente e logo depois ampliou a vantagem para 2 a 0. No início do segundo tempo Cecy diminuiu, mas em seguida os rubro-negros ampliaram o marcador. A quatro minutos do fim Arlindo descontou mais uma vez para o Vasco, deixando o marcador em 3 a 2. Na seqüência, houve uma forte pressão dos vascaínos, mas o Flamengo conseguiu sustentar o resultado. O jogo criou uma polêmica histórica. Os cruzmaltinos afirmam, até hoje, ter havido um terceiro gol, mal anulado pelo árbitro. Mas não há qualquer registro desse lance na imprensa carioca.

Resta a dúvida na cabeça de alguns vascaínos: será que, como a torcida que lotava o estádio, os jornalistas também torciam contra os camisas pretas? No entanto, a derrota para o rival não abalou a confiança do Vasco que partiu com tudo para buscar o título.

Bem alimentados pelas refeições que faziam no restaurante Filhos do Céu, na Praça da Bandeira, e bem dispostos, graças ao repouso oferecido no dormitório do Clube, os jogadores cruzmaltinos enfrentaram, a seguir, América, Fluminense e São Cristóvão. Rubros e tricolores caíram na mesma tática das demais vitórias vascaínas e foram liquidados, no segundo tempo, pelo suficiente placar de 2 a 1. Uma vitória sobre o São Cristóvão, na penúltima rodada, daria o título por antecipação aos cruzmaltinos. Por isso mesmo, o adversário partiu para cima e marcou primeiro, ampliando a vantagem logo a seguir. Com 2 a 0 no placar, o público que torcia contra o Vasco acreditava que a parada estava ganha. Contudo, mais uma vez, a estratégia de Ramón Platero funcionou e, na etapa final, o time entrou com mais fôlego e virou a partida para 3 a 2, com um gol de Cecy e dois de Negrito.

Os camisas pretas, no seu ano de estréia na Série A da Primeira Divisão, tornavam-se campeões com todos os méritos possíveis, com o seguinte time base: Nélson, Leitão e Mingote, Nicolino, Claudionor e Artur, Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito.

1923 - O VASCO CRIA O BICHO NO FUTEBOL

Nesse campeonato o Vasco instituiu uma forma criativa de pagamento aos seus jogadores. Nos mercados de secos e molhados da Saúde e da Rua do Russel, os portugueses tinham o hábito de apostar nas vitórias do Vasco.

Como quase sempre venciam, decidiram dividir o lucro com os jogadores. Contudo, os atletas não poderiam receber em dinheiro, já que eram amadores. Criou-se, então, uma tabela que rendia uma premiação de animal, de acordo com a importância do adversário que o Vasco vencia. O América, o campeão em 22, valia uma vaca com quatro pernas. O Flamengo, bicampeão em 20/21 era merecedor de uma vaca com três pernas. Uma vitória sobre o tricolor carioca era trocada por duas ovelhas e um porco. Vencer o Botafogo e outros times também rendiam algum animal, sempre de galo para cima.

Estava então criado o bicho, um tipo de premiação por bom resultado em um jogo e que viraria uma instituição no futebol brasileiro.

1924 - UMA RESISTÊNCIA À DISCRIMINAÇÃO RACIAL E SOCIAL

Enquanto na política o líder era o presidente Arthur Bernardes, no futebol a equipe vascaína vencia quase todas as partidas que disputava e também as competições. Depois de atropelar os adversários no ano anterior, em 1924 o Vasco já era o inimigo número 1 das demais torcidas cariocas. Um rival a ser batido, de qualquer maneira.

E já que era difícil batê-lo em campo, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as posições profissionais e sociais dos camisas pretas, pois o futebol ainda era amador e jogador não podia receber pela prática do esporte. Um verdadeiro golpe para tirar o Vasco das disputas.

Entretanto, os vascaínos driblaram com categoria as leis da Liga Metropolitana ao registrarem seus craques como empregados de estabelecimentos comerciais dos portugueses.

Não satisfeitos, os membros da sindicância da entidade resolveram fiscalizar a veracidade das informações. O tricolor Reis Carneiro, o rubro Armando de Paula Freitas e o rubro-negro Diocésano Ferreira se cansaram de bater às portas das firmas lusitanas e ouvir que os jogadores, ou melhor, funcionários, estavam realizando serviços externos.

A fiscalização das profissões dos jogadores era, na realidade, ilegítima. Por baixo dos panos, muitos atletas dos grandes clubes cariocas já recebiam para jogar. O que de fato incomodava os adversários era a origem daqueles jogadores: um time formado por negros, mulatos e operários, arrebanhados nas áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro. E, ainda por cima, com o troféu nas mãos.

Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, pelo regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Aceitaram a inscrição de todos os grandes e, é claro, recusaram a dos vascaínos. Com um argumento nada convincente. Segundo os dirigentes adversários, o time cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições.

Realmente, o campo da Rua Morais e Silva não tinha a estrutura que o Vasco merecia, mas não era esse o problema. Isso ficou claro na proposta feita pela AMEA, excluir 12 de seus jogadores da competição, justamente os negros e operários. O Vasco recusou a proposta por uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, ao presidente da AMEA, Arnaldo Guinle:

"Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923", argumentou Prestes. Ele prosseguiu defendendo seus atletas. "São 12 jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de suas carreiras. Um ato público que os maculasse nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias". E finalizou, decidindo não entrar na nova entidade: "Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da Amea".

Sem um campo em condições e vítima do racismo de seus adversários, restou ao Vasco disputar, com outros 21 times de menor expressão o campeonato da abandonada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. Dezesseis vitórias depois, sem nenhum empate ou derrota, os camisas pretas levantavam o bicampeonato sem dificuldades. No triangular final, no campo do Andaraí, o Vasco goleou por 5 x 0 o Engenho de Dentro e passou sem dificuldades pelo Bonsucesso, com uma vitória simples. O time-base era quase uma repetição do ano anterior, com apenas duas substituições: Nicolino por Brilhante e Arlindo por Russinho. Ramón Platero permanecia firme no comando.

No ano seguinte, graças à intervenção de Carlito Rocha, dirigente do Botafogo e árbitro da polêmica partida contra o Flamengo, em 1923, o Vasco foi admitido na Amea. O Clube mandava seus jogos no campo do Andaraí, onde é hoje o Shopping Iguatemi, mas seus dirigentes já se movimentavam para construir um belo estádio de futebol. E, por tabela, dar uma lição naqueles que um dia afastaram os camisas pretas da disputa com os grandes.

Índio_DT
Veterano
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Amém...

kapetanovic
Veterano
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1927 - SURGE SÃO JANUÁRIO, O GIGANTE DA COLINA


O Estádio de São Januário

Diante de tanta discriminação, o Vasco iniciou uma campanha histórica de arrecadação de fundos entre associados e simpatizantes para a construção de um estádio à altura da grandeza do Clube. Na volta à Divisão dos principais times do Rio, em 1925, o Vasco fez boa campanha, 13 vitórias, três empates e duas derrotas, terminando em terceiro lugar. Em 1926, os camisas pretas chegaram ao vice-campeonato, ao vencerem 14 das 18 partidas disputadas.

Mas os vascaínos estavam muito mais preocupados em realizar o sonho de um estádio do que com o Campeonato Carioca. O tempo provaria que eles estavam certos, nos anos seguintes à inauguração de São Januário, o Vasco construiria um império respeitável de títulos e ganharia projeção internacional.

Em pouco tempo, as contribuições de torcedores e simpatizantes somavam 685 contos e 895 mil réis. O dinheiro era suficiente para a aquisição de uma enorme área em São Cristóvão. Com o terreno comprado, o próximo passo seria ainda mais difícil: arrecadar aproximadamente dois mil contos de réis para a construção do estádio. Outra vez, a força do povo falou mais alto e, em pouco mais de um ano, as obras se iniciavam.

Durante a construção surgiu uma pedra no caminho do Vasco. O presidente da República, Washington Luís, se negou a autorizar a importação de cimento belga - já utilizado na construção do Jockey Club -, mesmo sabendo que o país ainda não dispunha do produto para obras dessa grandeza. Os construtores, então, acharam uma solução criativa, na mistura de cimento, areia e pedra britada.

São Januário se tornaria não apenas um belo estádio, mas um marco na história da construção civil do país. Dez meses depois de lançada a pedra fundamental, o Estádio de São Januário era inaugurado em 21 de abril de 1927, com a presença de Washington Luís que, pouco tempo antes, havia dificultado a construção.

Era dia de festa e a parida inaugural do estádio. O time da casa recebeu o Santos, grande potência do futebol paulista àquela época, e foi derrotado por 5 a 3. O resultado negativo pouco importou. O que ficou foi a nova realidade do clube.

Até o ano de 1941, quando foi inaugurado o Pacaembu, em São Paulo, São Januário reinou absoluto por 14 anos como o maior e melhor estádio do Brasil.

JOGADOR VASCAÍNO CRIA O GOL OLÍMPICO

Em março de 1928, o Vasco inaugurou os refletores e a arquibancada atrás de um dos gols, em amistoso contra o time uruguaio Wanderes. O Vasco venceu por 1 a 0, com um gol feito de cobrança de córner, entrando direto no gol uruguaio. Através do jogador Santana nascia, naquele exato momento, o gol olímpico. Essa denominação deveu-se ao fato de que os uruguaios eram os atuais campeões olímpicos. Esse tipo de gol passou a ser chamado de olímpico.

SURGE O GRITO DE GUERRA CASACA

Conta o benemérito vascaíno Francisco Rainho que, a essa época, o negociante João de Lucas, um vascaíno apaixonado, que mais tarde fundaria a Torcida Organizada do Vasco (TOV), costumava comemorar as vitórias de forma criativa. Como o Vasco reunia torcedores das mais diversas classes sociais, entre seus amigos de clube estavam membros da elite carioca, com suas casacas impecáveis. Para reverenciar esses senhores, João criou um refrão que se tornaria o grito de guerra do clube:

CASACA, CASACA, CASA-CASA-CASACA!
A TURMA É BOA É MESMO DA FUZARCA
VASCO! VASCO! VASCO!

1931 - PRIMEIRO CARIOCA NO EXTERIOR

Em 1931, o Vasco chegou ainda mais perto do título carioca. Na última rodada, com um ponto de vantagem sobre o América, o time cruzmaltino perdeu por 3 a 0 do Botafogo, enquanto o América vencia por 3 a 1 o Bonsucesso e garantia mais uma taça.

Neste campeonato, os vascaínos impuseram a maior goleada da história no rival rubro-negro, com um humilhante placar de 7 a 0. Só que não foi esse o fato mais marcante do ano em São Januário: o Vasco se tornou o segundo clube brasileiro - o Paulistano, de São Paulo, abriu as portas - e o primeiro carioca a ser convidado para uma excursão à Europa, mais precisamente a Portugal e Espanha.

Para reforçar a equipe, os dirigentes convidaram Nilo, Carvalho Leite e Benedito (Botafogo) e Fernando (Fluminense). Em 12 partidas, o Vasco venceu oito, empatou uma e perdeu três. Marcou 45 gols e sofreu apenas 18.

As conseqüências do sucesso vieram logo em seguida: os jogadores Fausto e Jagaré foram contratados pelo Barcelona, um dos times que sofreram com a técnica dos camisas pretas.

1935 - NASCE O CLÁSSICO DA PAZ

Por causa de uma briga com o Flamengo, originada no remo, o Vasco abandonou a Liga e criou, com o Botafogo, a Federação Metropolitana de Desportos (FMD) filiada à CBD. Em 1935 o Vasco ficou com o terceiro lugar. No entanto, os camisas pretas ganharam novamente em 1936. O único time que fez frente foi o Madureira, em três partidas finais.

A reconciliação no futebol carioca aconteceu em 1937, graças à iniciativa dos presidentes de Vasco e América, respectivamente Pedro Pereira Novaes e Pedro Magalhães Corrêa, no dia 29 de julho foi criada a Liga de Football do Rio de Janeiro, unificando todos os médios e grandes clubes cariocas. Para comemorar a vitória fora de campo, os dois times s enfrentaram em São Januário, no dia 31 do mesmo mês, em partida de renda recorde na cidade. Desde então, o jogo entre os dois clubes ganhou o apelido de Clássico da Paz.

1945 - SURGE A FAIXA DIAGONAL


O Ataque de 45

O Vasco buscou os reforços de Augusto (São Cristóvão), Eli (Canto do Rio), Danilo (América), Ademir (Sport Recife), além de Lelé, Isaías e Jair (todos do Madureira). Com esses nomes, os cruzmaltinos montavam a base de um time que marcaria história no Vasco da Gama, no Brasil e no mundo.

A primeira providência de Ondino Vieira foi trocar as camisas da equipe. Com passagem anterior pelo River Plate, o técnico se inspirou no uniforme do time argentino e adotou uma faixa diagonal branca na camisa de cor preta. E, para os dias mais quentes, criou o modelo branco, que absorve menos calor, com a faixa preta. Era o fim dos camisas pretas e o início do Expresso da Vitória.

powerguitar10
Veterano
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Vasco? É aquele que é Bi-campeão?

Não?


A sim....

Foi mal aeee

Meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeengo \o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/

Digmatus Ferreira
Veterano
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li tudo..
ahan..

kapetanovic
Veterano
# ago/06
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Torcidas

............................
Força Jovem Vasco - FJV
A maior torcida independente do Brasil. Vasco por amor, Força Jovem por ideal!

..........................................
Torcida Organizada do Vasco - TOV
A mais antiga torcida organizada do Vasco da Gama!

.....................
Mancha Negra
A mais nova torcida vascaína, nascida de uma dissidência da Força Jovem

..............................
Pequenos Vascaínos
A torcida fundada por três meninos de 12 a 14 anos em 1975 hoje já é "gente grande"!

..................
Renovascão
Torcida fundada por Dulce Rosalina, torcedora-símbolo do Vasco!

............................
Tulipa's Vascaína
A torcida que une dois prazeres: Vasco da Gama e Chopp!

..................
VascoBar
Se você não quer ir ao estádio, assista ao jogo na sede da VascoBar tomando uma cervejinha gelada!

.....................
Vila Vasqueire
O bairro carioca de Vila Valqueire também tem sua torcida vascaína!

..............................
Feminina Camisa 12
A mais charmosa torcida organizada do Vasco da Gama!

..............................
Vascorações
A mais nova torcida vascaína, fundada em Três Corações-MG.

kapetanovic
Veterano
# ago/06
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maykow_torres
sai fora o flavelado

kapetanovic
Veterano
# ago/06
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Principais craques da história
Goleiros
Barbosa

Defensores
Mola, Augusto e Bellini

Meio-campistas
Ipojucã, Danilo, Maneca e Juninho Pernambucano

Atacantes
Ademir de Menezes, Chico, Vavá, Romário, Bebeto e Edmundo

kapetanovic
Veterano
# ago/06
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Hino
Letra e música de Lamartine Babo

Vamos todos cantar de coração
A cruz de malta é o meu pendão
Tu tens o nome do heróico português
Vasco da Gama a tua fama assim se fez
Tua imensa torcida é bem feliz
Norte-Sul, Norte-Sul deste país
Tua estrela, na terra a brilhar
Ilumina o mar

No atletismo és um braço
No remo és imortal
No futebol és o traço
De união Brasil-Portugal

powerguitar10
Veterano
# ago/06
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kapetanovic


ô-ô-ô-ô-ôoo


Vice de novo!


\o\

Toki
Veterano
# ago/06 · Editado por: Toki
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Eu não entendo porque o Flamengo tem rivalidade com o Vasco, visto que
desde 1988 o Vasco não ganha do Flamengo numa final de campeonato!!!

Eteeeeerno vice do Mengão!!!

Eu não odeio o Vasco; eu AMO este timinho que sempre dá os títulos ao Flamengo!

powerguitar10
Veterano
# ago/06
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Toki
Eteeeeerno vice do Mengão!!!

Eu não odeio o Vasco; eu AMO este timinho que sempre dá os títulos ao Flamengo!
(2)


\o\\o//o/

brunohardrocker
Veterano
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Clube De Regatas Vasco da Gama

Só tenho a agradecer!

pela copa do Brasil!

\o/\o/\o/

bassbart
Veterano
# out/06
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4x0 a zero no Santa Cruz!!!


esse ano e Libertadores!!!!

Claudio Natureza
Veterano
# out/06
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Vascão na libertadores, sem precisar de torneiozinho vagabundo como Copa do Brasil.

kapetanovic
Veterano
# out/06
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bassbart
Claudio Natureza
\o/

Vamos Lá Vascão!
vamos descontar aquele torneio em cima da mulambada na Libertadores!

Ze kalanga
Veterano
# out/06
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Vasco , Palmeiras e Galo rula tudo no mundo
\_/

NoAlarms
Veterano
# out/06
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Da-lhe vascão

Carlos Henrique 2
Veterano
# out/06
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- Bi Campeão Mundial 53/57

hein?
whadafãcksdét?


Ze kalanga
Vasco , Palmeiras e Galo rula tudo no mundo
\_/


Porque vascaínos, palmeirenses e atleticanos adoram ficar "um chupando o pau do outro"? (é só um jeito de falar, já que todo vascaíno é também palmeirense e galo e vice-versa)



http://forum.cifraclub.com.br/index.php?action=vthread&forum=11& topic=139202

Carlos Henrique 2
Veterano
# out/06
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Claudio Natureza
Vascão na libertadores, sem precisar de torneiozinho vagabundo como Copa do Brasil.

haha
olha a desculpa de fregues

kapetanovic
Veterano
# out/06
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Iron Maiden
\o/

http://www.grtofjv.com.br/principal/bonecaodoeddie.JPG

http://www.grtofjv.com.br/historiaeddie/musicosiron.jpg

http://www.grtofjv.com.br/fotossaojanu/saojanu02.jpg

http://www.grtofjv.com.br/fotosmaraca/fotomaraca02.jpg

\o/

bassbart
Veterano
# out/06
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vascao 3x0 palmeiras..

edmundo errou o penalti e geral cantou :"Ah é Edmundo!"


foda...rumo a libertadores

Midgard
Veterano
# out/06
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kapetanovic

affe quse estragaram o eddie =/

Flying CCCP
Veterano
# out/06
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Midgard

Acho que quando o Iron Maiden veio aqui em 2001 rolou uma rasgação de seda por causa do Eddie que sempre esteve na bandeira do Vasco. Acho que eles escolheram o Vasco...

Foda mesmo seria a se a caveira da antiga TJB fosse o Vic Rattlehead _\m/ ...

kapetanovic
Veterano
# out/06
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\o/

ontem no jogo do Vasco x Palmeiras eu vi uma bandeira de uma torcida do Vasco com aquela caveira do Guns N' Roses!
dá pra ver no 1º gol do jogo!

Party Boy
Veterano
# out/06
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kapetanovic
Esse zagueiro novo que vcs arrumaram até q é bom hein...

Emiliano Dudar...

kapetanovic
Veterano
# out/06
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Party Boy
Esse zagueiro novo que vcs arrumaram até q é bom hein...

Emiliano Dudar...


tbm fiquei impressionado!
o cara tinha 5 meses que não disputava uma partida!
e o time tá equilibrado!

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