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maggie Veterana |
# abr/06
Existem certas músicas que, mais do que qualquer tratado acadêmico, representam e analisam uma determinada época. Abaixo apresento algumas canções que marcaram gerações.
Final dos anos 60
Nessa época, embora se vivesse a ditadura militar, achava-se que os militares voltariam para os quartéis se houvesse pressão social nesse sentido. Era um tempo de sonho, de achar que o mundo poderia ser mudado e que o povo unido venceria. Nenhuma canção marcou tanto essa época de esperança e crítica social quanto Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
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maggie Veterana |
# abr/06
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Década de 70
A história mostrou que os soldados não estavam tão perdidos assim, tanto que arranjaram um jeito de continuar no poder. Todos sabem o restante do enredo: o AI5 fechou o Congresso, cassou políticos e eliminou os direitos civis. Uma parte da esquerda que acreditava que caminhando e cantando e seguindo a canção conseguiriam mudar a sociedade chegou à conclusão de que as coisas só mudariam através das armas. Começaram as guerrilhas urbanas e rurais, ambas rapidamente sufocadas pelo regime militar. Sem ter o que fazer, os carrascos voltaram sua atenção para qualquer um que discordasse do regime. A tortura chegou aos intelectuais e artistas. A morte do jornalista Herzog é sintomática desse período. Criou-se uma era de terror, em que qualquer um podia ser a próxima vítima dos militares. No final dos anos setenta, embora já houvesse indícios de que a democracia voltaria (inclusive com o governo dos EUA pressionando nesse sentido), ainda havia o medo. A música Cartomante, de Ivan Lins e Victor Martins (mas que ficou famosa na voz de Elis Regina) é a melhor representação desse período.
Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
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maggie Veterana |
# abr/06
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Anos 80
Já estava escrito. O rei ia cair. Não só um, mas todos, o rei de espadas, de ouros e o rei de paus. Era algo inevitável, destino. O início dos anos oitenta trouxe consigo o início da democracia, mas também trouxe uma geração que tinha crescido sob a sombra da ditadura (que na época era chamada de revolução) e que tinha perdido o vínculo com a geração política do passado. As revelações sobre as atrocidades nos países comunistas, aliadas à situação de terror interna, criou uma geração que não sabia o que queria, mas sabia o que não queria. Era a Geração Coca-Cola, eternizada na música da banda Legião Urbana.
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
Como diz a música, esses jovens se sentiam derrubando reis, os mesmos reis que, na canção anterior, iriam cair por força do destino e das cartomantes. Era uma geração criada sob influência dos enlatados, mas que queria cuspir de volta esse lixo em cima dos que mandavam. Era também uma geração que pela primeira vez convivia com a liberdade e que queria aproveitá-la dizendo o que desejava sem meias palavras. Embora não fosse uma geração comprometida com uma ideologia específica, era política num sentido de revolta contra as injustiças.
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maggie Veterana |
# abr/06
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Anos 90
Veio Sarney, angariou o entusiasmo e depois a decepção do povo e, então, o Collor. E, com ele, uma grave crise social. Nessa época, quase todas as pessoas que eu conhecia estavam desempregadas. Muitas empresas fecharam suas portas. Na área de quadrinhos, praticamente todas as editoras encerraram suas atividades e só sobrou o mercado erótico. Até Maurício de Souza teve dificuldades para continuar no mercado (tanto que as tirinhas da Mônica celebraram a queda de Collor). Na época, mesmo pessoas que tinham emprego fixo ficaram subitamente desempregadas, por conta das privatizações. A música Teatro dos Vampiros, novamente do grupo Legião Urbana, é o melhor símbolo desse período negro. Como dizia a música, os bandidos estavam soltos, o povo não. E todo mundo sentia como se tivesse voltado aos tempos da ditadura, retrocedendo pelo menos dez anos no tempo.
E nestes dias tão estranhos
Fica poeira se escondendo pelos cantos
Este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos
Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas
Então eu pergunto: qual seria a música de nossa época?
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maggie Veterana |
# abr/06
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burburinho
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Carlos Henrique 2 Veterano |
# abr/06
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é.. qual?
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maggie Veterana |
# abr/06
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Carlos Henrique 2
é.. qual?
=P
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maggie Veterana |
# abr/06
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melô do mensalão
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Carlos Henrique 2 Veterano |
# abr/06
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maggie
é.. qual?
=P
=P~
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Carlos Henrique 2 Veterano |
# abr/06
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se gritar pega ladrão
não fica um, meu irmão!
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Carlos Henrique 2 Veterano |
# abr/06
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maggie
még, 9 respostas somente minhas e suas
acho que formamos um belo par
=P
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maggie Veterana |
# abr/06
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hehe
még, 9 respostas somente minhas e suas
sucesso do tópico de 1 a 10: 0,5
=)
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teuabreu Veterano |
# abr/06
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A minha é anos 80!!!
Aquelas musicas do Vandre são muito ruins!!!!
Mas hino tem que ser facinho mesmo!!!
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Claudio Natureza Veterano |
# abr/06
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acho que atrilha sonora de hoje é "A minha alma" do rappa.
eles fazem uma crônica bem legal dos nossos tempos de cidade partida.
abçs.
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Mah Pezzoa Veterano |
# abr/06
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maggie
vamos reduzir os 80 e 90 numa unica canção.
E então veio 1985 e o sonho por liberdade voltou.
E por todas as ruas o povo gritava louco por Diretas já.
Já era hora se fez o tempo, aqueles tempos foram escuros demais.
Toda a esperança vinha das ruas e não havia como perder.
Mas desta vez fomos logrados
por um colégio eleitoral,
transição segura fria e lenta
para os que estavam no poder.
E nosso sonho por saúde e educação
se foi
largado pra depois.
E os militares que esperávamos que um dia iriam pagar
continuam no poder.
Então veio 88,
foi determinado agora sim poderíamos votar/escolher.
Mas um ano depois percebemos o quão estávamos enfraquecidos.
Corações e mentes agora guiados (ordenados) por uma tela de TV.
Nossa vontade já não existia pois agíamos como zumbis.
Pagamos caro pela ilusão,
o moderninho nos enganou.
E enquanto retia nossa poupança
roubava mais que os ladrões.
E nosso sonho por um dia sermos iguais
se foi,
foi deixado pra depois.
E os corruptos que esperávamos que um dia iriam pagar
acabavam de se eleger.
Quando vieram os anos 90
e o caos e o cinza tomou conta de tudo.
Salvadores de pátria agora não iriam mais ajudar.
Não há mais culpados nem inocentes, agora todos irão pagar.
Mas na guerra sublimada aleijados e analfabetos ainda tentam modificar.
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marc.cr Veterano |
# abr/06
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É só surgir um tópico com política que o Claudio Natureza se materializa aqui.
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Claudio Natureza Veterano |
# abr/06
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pensei que era sobre música.
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marc.cr Veterano |
# abr/06
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Claudio Natureza
pensei que era sobre música.
E é, mas também sobre política.
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.:K:. Veterano |
# ago/06
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acho que atrilha sonora de hoje é "A minha alma" do rappa. 2
inclusive o trecho:
As grades do condomínio são pra trazer proteção
mas tb trazem a dúvida s eh vc q estah nesta prisão
me abrace, m d um bjo, faça um filho comigo
mas não m deixa sentar na poltrona no dia de domingo
procurando novas drogas de aluguel neste video coagido
...
realmente expressa bem a atualidade
Carlos Henrique 2
se gritar pega ladrão
não fica um, meu irmão!
Tudo bem, estah tb eh bem real u.u'
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asda Veterano |
# ago/06
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Anos 00
Rebelde - RBD
Composição: Carlos Lara e Max Di Carlo
Mientras mi mente viaja donde tú estas
Mi padre grita otra vez
Que me malgastó mi futuro y su paz
Con mi manera de ser
Aunque lo escucho y estoy lejos de aquí
Cierro los ojos y ya estoy pensando en ti
Y soy rebelde
Cuando no sigo los demás
Y soy rebelde
Cuando te quiero hasta rabiar
Y soy rebelde
Cuando no pienso igual a ayer
Y soy rebelde
Cuando me juego hasta la piel
Si soy rebelde
Es que quizás
Nadie me conoce bien
Alguno de estos días voy escapar
Para jugarme todo por un sueño
Todo en la vida es a perder o ganar
Hay que apostar,hay que apostar sin miedo
No importa mucho lo que digan de mi
Cierro los ojos y ya estoy pensando en ti
Y soy rebelde
Cuando no sigo los demás
Y soy rebelde
Cuando te quiero hasta rabiar
Y soy rebelde
Cuando no pienso igual a ayer
Y soy rebelde
Cuando me juego hasta la piel
Si soy rebelde
Es que quizás...
No importa mucho lo que digan de mí
Cierro los ojos y ya estoy pensando en ti
Y soy rebelde
Cuando no sigo los demás
Y soy rebelde
Cuando te quiero hasta rabiar
Y soy rebelde
Cuando no pienso igual a ayer
Y soy rebelde
Cuando me juego hasta la piel
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Alessandra Veterano |
# ago/06
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Cuando te quiero hasta rabiar
Que será que significa isso?
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asda Veterano |
# ago/06
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E sou rebelde quando não sigo os demais,
E sou rebelde quando te quero mais e mais,
E sou rebelde quando insisto em mudar,
E sou rebelde quando me jogo sem pensar.
Sei lá.
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Guilherme Ghelfi Veterano |
# ago/06
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asda
AUHuAHuha!!
\m/13 true smega!!
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Alexandre Souza Veterano |
# ago/06
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A música Cartomante, de Ivan Lins e Victor Martins (mas que ficou famosa na voz de Elis Regina) é a melhor representação desse período.
puta musicão =D
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anonymous4 Veterano |
# ago/06
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Música pra hoje? Pesando...
Desculpa que ela é gringa, mas o título ja diz tudo
Opeth - Hope Leaves
=/
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.:K:. Veterano |
# ago/06
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Hope Leaves
:(
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tncv Veterano |
# ago/06
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desde quando? engenheiros :)
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maggie Veterana |
# ago/06
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asda
Y soy rebelde
Cuando no sigo los demás
Y soy rebelde
Cuando te quiero hasta rabiar
Y soy rebelde
Cuando no pienso igual a ayer
Y soy rebelde
Cuando me juego hasta la piel
¡carajo!
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staind Veterano |
# ago/06
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maggie
voce me bloquio no msn?
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