Política & Economia

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ATA do COPOM

Data: 19 e 20/7/2005

Local: Sala de reuniões do 8º andar (19/7) e do 20º andar (20/7) do Edifício-Sede do Banco Central – Brasília – DF

Horário de início: 16h30 (19/7) e 16h36 (20/7)
Horário de término: 19h (19/7) e 19h30 (20/7)

Presentes:
Membros do Copom
Henrique de Campos Meirelles – Presidente
Afonso Sant’Anna Bevilaqua
Alexandre Antonio Tombini
Alexandre Schwartsman
Antonio Gustavo Matos do Vale
João Antônio Fleury Teixeira
Rodrigo Telles da Rocha Azevedo
Sérgio Darcy da Silva Alves

Chefes de Departamento (todos presentes no dia 19)
Altamir Lopes – Departamento Econômico
Ivan Luís Gonçalves de Oliveira Lima – Departamento de Operações do Mercado Aberto
José Antônio Marciano – Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
José Pedro Ramos Fachada – Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores
Marcelo Kfoury Muinhos – Departamento de Estudos e Pesquisas (também presente no dia 20)
Daso Maranhão Coimbra – Departamento de Operações das Reservas Internacionais

Demais participantes (presentes no dia 19)
Alexandre Pundek Rocha – Consultor da Diretoria
Katherine Hennings – Consultora da Diretoria
João Batista Nascimento Magalhães – Assessor Especial do Presidente
Jocimar Nastari – Assessor de Imprensa

Os membros do Copom analisaram a evolução recente e as perspectivas para a economia brasileira e para a economia internacional, no contexto do regime de política monetária, cujo objetivo é atingir as metas fixadas pelo governo para a inflação.

Evolução recente da inflação

1. Os indicadores de preços mostraram deflação em junho, quer se considerem os preços praticados no comércio varejista ou no atacado. Os resultados dos índices de preços ao consumidor foram influenciados, no período, principalmente pela retração dos preços dos alimentos, particularmente in natura, e dos combustíveis. No atacado, a variação negativa dos índices resultou da aceleração da queda dos preços industriais, enquanto os preços agrícolas continuaram em baixa, porém em menor intensidade que no mês anterior.

2. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de -0,02% em junho, ante 0,49% em maio, acumulando aumentos de 3,16% no primeiro semestre de 2005 e de 7,27% nos últimos doze meses. As principais contribuições para o resultado do mês vieram das quedas de 2,91% nos preços dos combustíveis e de 0,67% nos preços do grupo alimentação e bebidas, que contribuíram em conjunto com -0,31 p.p. para o resultado mensal do IPCA. O conjunto de preços livres considerados no cálculo do IPCA aumentou 0,04% em junho, comparativamente a 0,59% no mês anterior, e respondeu por 0,03 p.p. da variação do índice no período. Os preços monitorados e administrados por contrato recuaram 0,16%, após alta de 0,25% em maio, respondendo por -0,05 p.p. da variação do IPCA.

3. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou variação negativa de 0,45% em junho, após queda de 0,25% em maio, acumulando altas de 1,53% no primeiro semestre do ano e de 6,5% nos últimos doze meses. Considerados os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-Br) recuou 0,05% no mês, ante a alta de 0,79% em maio, pela queda de preços nos itens alimentação e transportes. A elevação do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) atingiu 0,76% em junho, ante 2,09% no mês anterior, sobretudo pela desaceleração na alta dos preços dos materiais e serviços, além do esvaziamento do impacto da elevação dos custos da mão-de-obra, que afetou o INCC em maio. O Índice de Preços por Atacado – Disponibilidade Interna (IPA-DI) registrou variação negativa de 0,78% em junho, após redução de 0,98% em maio, acumulando alta de 0,16% no ano e de 5,97% em doze meses.

4. O recuo do IPA-DI em junho refletiu tanto redução dos preços agrícolas, como dos industriais. O IPA-agrícola recuou 0,98%, após queda de 2,76% em maio, em movimento que atingiu a maioria dos produtos que integram o índice. A intensificação da queda dos preços industriais, 0,71% em junho, ante 0,38% em maio, refletiu o comportamento dos preços de segmentos importantes da indústria de transformação, como produtos alimentares, química e metalúrgica. Considerando o IPA-DI segundo os três estágios de processamento, a tendência de queda de preços em junho abrangeu tanto os preços de bens finais, como de bens intermediários e de matérias-primas brutas. O recuo dos preços das matérias-primas brutas atingiu também aquelas de origem mineral, enquanto as de origem agropecuária continuaram em queda, porém com menor intensidade do que a observada em maio.

5. Os núcleos de inflação para o IPCA reduziram-se em junho. O núcleo calculado pelo método das médias aparadas com suavização de itens preestabelecidos situou-se em 0,49%, ante 0,65% no mês anterior, e totalizou 7,5% em doze meses. A mesma medida para o núcleo, calculada sem o procedimento de suavização de itens preestabelecidos, passou de 0,46% em maio para 0,26% em junho, com aumento acumulado de 6,38% em doze meses. O núcleo calculado pela exclusão de alimentos no domicílio e preços monitorados diminuiu de 0,57% em maio para 0,36% em junho. Em doze meses, essa medida de núcleo do IPCA acumulou variação de 6,96%.

6. O núcleo de inflação para o IPC-Br, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) pelo método das médias aparadas simétricas, atingiu 0,42% em junho, ante 0,73% em maio, totalizando alta de 5,89% em doze meses.

7. O índice de difusão do IPCA mostrou redução do número de itens que registraram variações positivas em junho, 61,7%, ante 65,8% no mês anterior.

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continua ...

Avaliação prospectiva das tendências da inflação

8. Os choques identificados e os impactos foram reavaliados de acordo com as novas informações disponíveis. O cenário considerado nas simulações contempla as seguintes hipóteses:

a) as projeções para os reajustes totais nos preços da gasolina e de gás de botijão para 2005 foram mantidas em valor igual ao da reunião anterior: 0%;

b) em relação às tarifas de telefonia fixa e de energia elétrica residencial, as projeções de reajustes para o acumulado em 2005 foram reduzidas entre as reuniões de junho e julho: a primeira passou de 8,6% para 6,5%, e a segunda, de 10,8% para 8,2%;

c) para o conjunto total de itens administrados por contrato e monitorados, com peso de 29,6% no IPCA de junho, o Copom reduziu sua projeção para 2005 em 0,3 p.p., passando de 7,3% na reunião de junho para 7% atualmente;

d) a projeção dos reajustes de todos os itens administrados por contrato e monitorados para 2006 foi mantida em 5,7%. Nessa projeção, alguns itens, para os quais já se dispõe de maiores informações em função dos reajustes para 2005 já terem ocorrido, foram projetados individualmente. Para os demais itens, as projeções continuam baseadas no modelo de determinação endógena de preços administrados, que considera componentes sazonais, variações cambiais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP);

e) a projeção para o spread de seis meses sobre a taxa Selic, seguindo especificação de um modelo VAR que utiliza Selic e swap em níveis a partir dos valores vigentes nos dias que antecederam a reunião do Copom, parte de uma média de -50 p.b. no terceiro trimestre de 2005 e alcança 38 p.b. no último trimestre de 2006.

9. Em relação à política fiscal, supõe-se o cumprimento da meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 e em 2006. São mantidas as demais hipóteses consideradas na reunião anterior.

10. A partir das hipóteses do cenário de referência, que incluem a manutenção da taxa de juros em 19,75% ao ano e da taxa de câmbio em patamar próximo ao que prevalecia na véspera da reunião do Copom (R$2,35), concluiu-se que as projeções de inflação estão acima do objetivo de 5,1% para 2005, mas abaixo do centro da meta em 2006. No cenário de mercado, que incorpora as trajetórias para a taxa de câmbio e para a taxa Selic esperadas pelos agentes do mercado na véspera da reunião do Copom, de acordo com os dados da pesquisa realizada pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) do Banco Central do Brasil, as projeções se encontram acima do objetivo de 5,1% para 2005 e acima da meta de 4,5% para 2006.


Implementação da política monetária

11. A inflação medida pelo IPCA recuou pelo segundo mês consecutivo em junho, após ter-se mantido em elevação entre janeiro e abril. A queda de 0,02% registrada no mês refletiu a deflação dos preços monitorados e dos preços dos bens comercializáveis, bem como a menor variação observada desde outubro de 2004 nos preços dos bens não-comercializáveis. A deflação de junho resultou da bem-sucedida confluência de dois eventos pouco freqüentes: o conjunto dos preços dos monitorados registrou redução em decorrência da queda nos preços dos combustíveis, em especial do álcool, e os preços livres se mostraram estáveis devido à forte queda dos preços dos alimentos, notadamente dos itens in natura.

12. Os núcleos do IPCA registraram nova desaceleração em junho nos três critérios acompanhados pelo Copom – por exclusão ou por médias aparadas, com ou sem suavização. O índice com suavização foi novamente o que menos se desacelerou, refletindo o componente inercial implícito em sua construção, permanecendo com o maior valor acumulado em doze meses. O núcleo por exclusão, apesar de não levar em conta preços monitorados e de alimentos no domicílio, itens deflacionários em junho, foi o que apresentou a maior desaceleração. O núcleo sem suavização, por sua vez, foi o que apresentou a menor variação, tanto no total acumulado em 2005, quanto nos últimos doze meses. Com a desaceleração dos dois últimos meses, essas medidas subjacentes de inflação começam a se aproximar de patamares compatíveis com a trajetória de metas.

13. O IGP-DI apresentou deflação pelo segundo mês consecutivo, registrando queda de 0,45% em junho. Esse comportamento deveu-se ao expressivo declínio do IPA-DI, que registrou deflação de 0,78% em junho e, em conseqüência, encontra-se atualmente em nível inferior ao verificado em fevereiro deste ano. Houve aceleração da queda dos preços industriais e desaceleração da queda dos preços dos produtos agrícolas. O novo recuo no Índice de Preços por Atacado (IPA) ocorreu a despeito da leve alta dos preços dos bens de consumo duráveis, refletindo a redução dos preços dos bens de consumo não-duráveis e dos bens de produção. Dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o segundo decêndio de julho indicam arrefecimento do recuo nos preços dos produtos industriais e, com mais intensidade, dos produtos agrícolas. Em todo caso, ao longo do segundo trimestre acumularam-se evidências de uma acomodação consistente de preços no atacado, com efeitos benéficos sobre a variação dos preços ao consumidor, que poderão se estender pelos próximos meses. Conforme destacado nas Notas de reuniões passadas do Copom, a intensidade do repasse, bem como sua própria continuidade, dependerá das condições prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória futura da inflação.

14. A produção industrial cresceu 1,3% em maio, em termos dessazonalizados, em relação a abril, um resultado marcadamente superior ao antecipado por seus indicadores antecedentes e coincidentes. Essa variação fez com que a produção industrial atingisse novo máximo histórico, superando o nível alcançado em dezembro do ano passado. Trata-se da terceira alta mensal consecutiva, acumulando um crescimento de 2,8% no período fevereiro–maio. Em relação ao mesmo mês de 2004, a elevação foi de 5,5%, o que mantém uma seqüência de 21 meses de taxas positivas nesse tipo de comparação. Considerando-se uma série mais estável, de médias móveis trimestrais, o nível de produção também registrou elevação significativa em maio, após três meses de relativa estabilidade. Os indicadores antecedentes e coincidentes da série sinalizam para junho expansão da produção industrial similar à observada em maio.

15. Em termos da composição da atividade industrial, todas as categorias registraram crescimento em maio, com o setor de bens de consumo duráveis exibindo o maior incremento, seguido pelo de bens de capital, ambos se recuperando das quedas registradas em abril. Da mesma forma, considerando-se as séries de médias móveis trimestrais, todas as categorias apresentaram crescimento, sugerindo expansão generalizada da indústria. Destaca-se que a produção de bens de capital apresentou o maior crescimento nesse critério, interrompendo uma série de três recuos. Na margem, ao longo do ano corrente, os bens de consumo duráveis, mais sensíveis ao crédito, repetidamente sustentaram forte desempenho, enquanto itens mais sensíveis à renda perderam dinamismo.

16. No mercado de trabalho, os números recentes ratificam o bom desempenho que se observa há vários trimestres. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação reduziu-se de 10,8% em abril para 10,2% em maio, a menor taxa do ano, dois pontos percentuais inferior ao valor registrado em maio de 2004. A população ocupada aumentou 1,24% em relação a abril, e 3,77% de janeiro a maio, em comparação com igual período de 2004. Por outro lado, houve redução tanto da massa salarial, quanto do rendimento médio, em termos reais, associada possivelmente à elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acima do esperado pelos agentes. O emprego na indústria de transformação cresceu 0,1% em maio, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), dessazonalizados pelo Banco Central, dando continuidade à trajetória de crescimento iniciada no primeiro trimestre de 2004. A massa salarial real na indústria de transformação subiu 0,9% em maio e acumula crescimento de 9,1% no ano. O emprego formal, computado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), também continua em trajetória de expansão. Com a criação de 195.536 postos de trabalho em junho, a geração de emprego formal totalizou quase um milhão de novas vagas em 2005, apesar da desaceleração no ritmo de expansão da atividade econômica em trimestres recentes.

17. As vendas no comércio varejista aumentaram 0,4% em maio, segundo dados do IBGE dessazonalizados pelo Banco Central, fazendo a expansão acumulada em 2005 alcançar 4,5%. Em linha com o comportamento observado da atividade industrial, o setor de móveis e eletrodomésticos apresentou a maior expansão no mês. Pelo critério de médias móveis trimestrais, houve crescimento das vendas no varejo, depois de três recuos consecutivos, registrando-se patamar similar ao observado no início do ano, quando a série atingiu o seu máximo histórico. As vendas no setor de móveis e eletrodomésticos cresceram fortemente, enquanto os demais setores que compõem o indicador do comércio varejista registraram retração no volume. Em julho, o índice de confiança do consumidor medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) apresentou crescimento de 0,2% em comparação ao nível de junho, e se situou em patamar 12,3% superior ao do mesmo mês de 2004.

18. De acordo com os dados da CNI, dessazonalizados pelo Banco Central, a utilização da capacidade instalada na indústria de transformação voltou a subir em maio, atingindo 81,8%. Recentemente, o indicador vem intercalando incrementos positivos e negativos, sinalizando uma possível acomodação num nível elevado de utilização da capacidade instalada em termos históricos, conforme ressaltado nas Notas das últimas reuniões do Copom, a despeito da expansão da produção industrial no período. Nesse contexto, a trajetória da inflação dependerá dos desenvolvimentos correntes e prospectivos no tocante à ampliação da oferta de bens e

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e serviços para o adequado atendimento da demanda. O indicador de investimento representado pela absorção de bens de capital registrou expansão acumulada de 2,6% no ano, até maio. A despeito das bases de comparação consideravelmente elevadas, após a forte expansão dos investimentos observada ao longo de 2004, o indicador sinaliza na margem um ritmo mais intenso de crescimento, determinado pelo aumento das importações líquidas e, principalmente, pela maior produção doméstica de bens de capital. Esta última acumulou crescimento de 2,7% no ano e de 10,9% nos doze meses terminados em maio. Embora pareça plausível que os sinais de recuperação do ritmo de investimento se consolidem, um foco importante de preocupação em relação à dinâmica prospectiva da inflação continuará sendo o desempenho da oferta agregada nos próximos trimestres.

19. No comércio exterior, os superávits expressivos se mantiveram em junho, quando se registrou o máximo da série histórica, reforçando perspectivas mais favoráveis que as anteriormente previstas para o ano. O saldo acumulado em 12 meses alcançou US$38,3 bilhões e supera em mais de US$2 bilhões a mediana das expectativas de mercado para 2005. Nos doze meses encerrados em junho, as exportações cresceram 28,1% em valor, em relação ao mesmo período de 2004. No mesmo critério de comparação, as importações se expandiram 26,9%, refletindo, em parte, a elevação dos preços do petróleo, apesar de a contribuição dessa commodity vir diminuindo. A despeito de exportações e importações terem-se expandido a taxas elevadas no primeiro semestre, na margem observa-se arrefecimento das taxas de crescimento. O bom desempenho dos saldos comerciais no período de doze meses encerrado em junho proporcionou superávit em transações correntes de US$12,5 bilhões, equivalente a 1,8% do PIB.

20. No âmbito dos mercados financeiros internacionais, embora a volatilidade tenha permanecido alta, houve melhora em relação ao cenário considerado por ocasião da reunião de junho do Copom. Houve redução do prêmio de risco-Brasil e apreciação da moeda doméstica. No entanto, as condições de liquidez e a estabilidade dos mercados continuam sujeitas ao quadro macroeconômico nos países industrializados, especialmente nos Estados Unidos, e à possível resposta da política monetária do Fed à sua evolução. Um fator de preocupação adicional está associado aos desequilíbrios nas contas externas de algumas das principais economias mundiais e à possibilidade de que eventuais ajustes em suas trajetórias determinem grandes flutuações cambiais. Apesar desse quadro, no qual há incertezas relevantes, o Copom continua atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais.

21. Os preços do petróleo, após um movimento localizado de alta no início de julho, recuaram fortemente nos dias que precederam a reunião do Copom, a despeito de ainda se posicionarem em patamares historicamente elevados. A elevação nos níveis e na volatilidade dos preços tem ocorrido em resposta a novas informações sobre condições de demanda, possíveis restrições à expansão na oferta por parte dos países produtores e estoques disponíveis nos principais países consumidores. Tal como em meses anteriores, as previsões sobre a trajetória futura dos preços do petróleo continuam marcadas por grande incerteza, o que levou o Comitê a manter em seu cenário básico a hipótese de que não haverá reajuste nos preços domésticos dos combustíveis em 2005. No entanto, no que diz respeito ao impacto dos preços internacionais sobre os preços domésticos, ainda que as elevações recentes não se traduzam em aumento no preço da gasolina, continuam representando um fator de risco para a trajetória futura da inflação por intermédio dos seus efeitos sobre os preços de insumos derivados do petróleo, bem como sobre as expectativas dos agentes econômicos. Apesar do recuo recente, os preços internacionais do petróleo continuam representando um risco importante para a trajetória futura da inflação.
22. Houve redução significativa na mediana das expectativas coletadas pela Gerin para a variação do IPCA em 2005, que passou de 6,21% para 5,66%. A redução ocorre pelo segundo mês consecutivo e reflete em grande parte a desaceleração não-antecipada da inflação captada no IPCA de junho. Além disso, as expectativas para a inflação de 2005 dão sinais de estarem sendo sensibilizadas de forma perceptível por desenvolvimentos favoráveis que contribuem para arrefecer as pressões inflacionárias, tais como a reavaliação das expectativas de mercado para a trajetória da taxa de câmbio e a postura mais restritiva de política monetária. As expectativas para a inflação doze meses à frente também diminuíram nas últimas semanas, mas o fizeram em medida menor do que a variação nas taxas esperadas para 2005. As expectativas para 2006 permaneceram estáveis em 5%. Como mencionado em Notas de reuniões anteriores do Copom, esses desenvolvimentos sugerem que a postura monetária adotada, além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, está contribuindo de forma importante para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos.

23. A projeção de inflação do cenário de referência, que pressupõe a manutenção da taxa Selic em 19,75% a.a. e da taxa de câmbio em R$2,35 ao longo de todo o horizonte de projeção, apresentou redução em relação ao divulgado no "Relatório de Inflação" de junho, mas ainda se situa acima do objetivo de 5,1% para o ano. Essa melhora deveu-se fundamentalmente à surpresa positiva na inflação de junho e à apreciação da taxa de câmbio. As projeções baseadas no cenário de mercado, que incorpora as trajetórias de câmbio e da taxa Selic esperadas pelo mercado no período imediatamente anterior à reunião do Copom, situam-se acima das projeções do cenário de referência, mas também se reduziram em relação ao apresentado no "Relatório de Inflação", pelas mesmas razões apontadas no caso do cenário de referência. Para 2006, a projeção de inflação associada ao cenário de referência se elevou marginalmente, mas permanece abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já no cenário de mercado, houve aumento da projeção, que se manteve acima do centro da meta.

24. O Copom também considerou as projeções de inflação para horizontes situados entre dezembro de 2005 e dezembro de 2006, como os períodos de doze meses que se encerram em março de 2006, junho de 2006 e setembro de 2006. Trata-se de horizontes cujos resultados serão mais sensíveis às decisões correntes de política monetária do que os do ano calendário de 2005, sendo, ao mesmo tempo, períodos cobertos por projeções de inflação mais confiáveis do que as já disponíveis para o ano calendário de 2006. As projeções do cenário de referência para os períodos de doze meses que se encerram em março de 2006, junho de 2006 e setembro de 2006 se encontram abaixo dos valores que dizem respeito a esses períodos na trajetória de metas obtida pela interpolação do objetivo de inflação de 5,1% para 2005 e da meta de 4,5% estabelecida pelo CMN para 2006.

25. O Copom reafirma o diagnóstico, expresso nas Notas das últimas reuniões, de que os efeitos do ciclo de aumento da taxa de juros básica iniciado em setembro de 2004 continuam sendo sentidos tanto nos resultados recentes da inflação, como nas projeções de inflação realizadas pelo Banco Central e pelos analistas do setor privado. A atividade econômica deverá continuar em expansão, mas em ritmo condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Além disso, o Copom avalia que houve uma melhora do cenário externo, não obstante a permanência de níveis elevados para os preços internacionais do petróleo. Dessa forma, vai-se configurando, de maneira mais definida, um cenário benigno para a evolução da inflação. Nesse contexto, a política monetária passa a se defrontar com o desafio de garantir a consolidação dos desenvolvimentos favoráveis que se antecipam para o futuro.

26. Diante disso, o Comitê avaliou que a perspectiva de manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo no nível estabelecido em sua reunião de maio seria capaz de proporcionar condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas. Assim, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a meta para a taxa Selic em 19,75% a.a., sem viés. Evidentemente, na eventualidade de se verificar uma alteração no cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo Comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias.

27. Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltaria a se reunir em 16 de agosto de 2005, para as apresentações técnicas e, no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado 12.631, de 29.10.2004.

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continua ;;..


SUMÁRIO DOS DADOS ANALISADOS PELO COPOM

Atividade econômica

28. O volume de vendas do comércio varejista apresentou crescimento de 0,4% em maio, em relação ao do mês anterior, após ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, de abrangência nacional. Para esse resultado, contribuíram os acréscimos de 2,1% nas vendas de Móveis e eletrodomésticos e de 0,9% de Combustíveis e lubrificantes. O segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de maior peso na composição do resultado do comércio varejista, registrou queda de 0,4%, enquanto as vendas de Tecidos, vestuário e calçados recuaram 13%. Comparativamente ao dado de maio de 2004, observou-se expansão de 2,7% no volume de vendas, destacando-se o segmento de Móveis e eletrodomésticos, com acréscimo de 18,3%, que repercutiu com maior intensidade a ampliação do crédito. As vendas do segmento de Veículos e motos, partes e peças, que não integra a composição do índice geral, cresceram 1,8% no período. De janeiro a maio deste ano, o volume de vendas do comércio varejista aumentou 4,5% em relação ao verificado no mesmo período de 2004.

29. Indicadores do desempenho varejista sinalizaram relativa estabilidade para junho. Dados da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio RJ) mostraram crescimento de 0,3% nas vendas reais em junho, relativamente ao mês anterior, após ajuste sazonal. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) cresceram 1,1% em junho, relativamente a maio, na série dessazonalizada, enquanto aquelas efetuadas ao sistema Usecheque recuaram 0,8%. No primeiro semestre do ano, esses indicadores revelaram aumentos de 6,3% e 4,5%, respectivamente, quando comparados ao mesmo período do ano anterior.

30. Pesquisa mensal da Fecomercio SP registrou alta de 0,2% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em julho, em comparação ao nível de junho, como resultado da expansão de 1,1% no Índice das Condições Econômicas Atuais (Icea) e da queda de 0,3% no Índice de Expectativas do Consumidor (IEC).

31. Em relação aos indicadores de investimento, a produção de insumos da construção civil e a fabricação doméstica de bens de capital cresceram 0,8% e 3,4% em maio, respectivamente, em comparação aos níveis observados no mês anterior, após ajuste sazonal. A importação de bens de capital aumentou 5%, na mesma base de comparação. A expansão da fabricação doméstica de bens de capital mostrou desaceleração nos primeiros meses do ano, movimento que refletiu, em parte, o expressivo recuo da produção de máquinas e peças agrícolas. Após encerrar 2004 com crescimento de 19,7%, a produção da categoria apresentou variação de 2,7% no período de janeiro a maio de 2005, em relação à de igual período do ano anterior. A importação desses bens, por outro lado, mostrou tendência de aceleração, evidenciada pelo crescimento de 24,3% no ano até maio, ante a expansão de 10,2% registrada em 2004.

32. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, a produção industrial brasileira cresceu 1,3% em maio, em relação à do mês anterior, após ajuste sazonal, atingindo novo patamar recorde na série histórica. A produção da indústria extrativa aumentou 2%, alcançando o nível mais alto da série apurada pelo IBGE, principalmente, pelos sucessivos acréscimos das extrações de petróleo e minério de ferro no país. A produção da indústria de transformação cresceu 1,1%, no mesmo período. No ano, até maio, a indústria acumulou expansão de 4,7%, resultado dos acréscimos de 9,4% na produção extrativa e de 4,4% na indústria de transformação.

33. A análise desagregada da produção industrial, considerando as séries sazonalmente ajustadas, revelou que 15 das 23 atividades mostraram crescimento no mês. Dentre esses, os acréscimos mais expressivos para o resultado geral ocorreram em refino de petróleo e produção de álcool, material eletrônico e equipamentos de comunicações, fumo, máquinas e equipamentos, bebidas e indústrias extrativas. As maiores contribuições negativas foram registradas nas indústrias de alimentos, metalurgia básica e perfumaria, sabões e produtos de limpeza. Todas as categorias de uso registraram expansão produtiva em maio, destacando-se os acréscimos de 3,7% na produção de bens de consumo duráveis e de 3,4% na de bens de capital. A fabricação de bens intermediários, de maior peso no resultado global da indústria, cresceu 0,8%, e a de bens de consumo semi e não duráveis, 0,6%.

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conti nua :)

34. Estatísticas da CNI mostraram recuo de 0,7% nas vendas reais e aumento de 0,5% nas horas trabalhadas na produção em maio, em relação às do mês anterior, nas séries ajustadas sazonalmente pelo Banco Central. Em relação aos índices observados em maio de 2004, as vendas reais recuaram 1,5%, e as horas trabalhadas cresceram 7,6%. O nível de utilização da capacidade instalada alcançou 81,8% em maio, na série dessazonalizada, aumentando 0,2%, comparativamente ao observado no mês anterior. Considerando a série sem ajuste sazonal, o nível de utilização de 82,3% ficou próximo ao verificado em maio de 2004, de 82,8%.

35. Os indicadores da atividade industrial apontam forte crescimento dessazonalizado para a produção em junho. Houve expansão da produção de autoveículos no mês, após ajuste sazonal, acumulando 15,8% no primeiro semestre de 2005. Também, a expedição de papelão ondulado, a carga de energia elétrica e o índice de pedágios de veículos pesados mostraram crescimento em junho, conforme dados dessazonalizados.

Mercado de trabalho

36. O índice de emprego formal registrou crescimento mensal de 0,4% em maio, após ajuste sazonal, de acordo com informações do MTE. Comparativamente ao índice de maio de 2004, houve expansão de 6,1% no emprego formal, com a criação de 1.467 mil empregos líquidos no período. Por segmentos, os maiores crescimentos do emprego ocorreram no comércio e na indústria de transformação.

37. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do país, a taxa de desemprego recuou de 10,8% em abril para 10,2% em maio, situando-se 2 p.p. abaixo da observada em maio de 2004. A redução mensal da taxa de desemprego decorreu do aumento no número de trabalhadores ocupados, 242 mil, e da queda de 5,1% no número de trabalhadores desocupados, 121 mil pessoas. Em termos absolutos, a População Economicamente Ativa (PEA) teve aumento de 121 mil pessoas e foi estimada em 22,1 milhões de pessoas. Segundo a mesma pesquisa, o rendimento médio real em maio deste ano manteve-se estável, comparativamente ao registrado em igual mês de 2004. Em relação ao observado em abril de 2005, entretanto, o rendimento real experimentou queda de 1,5%, o segundo recuo mensal consecutivo. Tal movimento deve-se, em parte, ao recrudescimento das taxas de inflação nesse período.

38. No setor industrial, segundo os índices da CNI ajustados sazonalmente pelo Banco Central, o contingente de pessoal empregado e a massa salarial real aumentaram respectivamente 0,1% e 0,9% em maio, ante os níveis de abril. Em relação aos patamares observados em maio de 2004, o pessoal empregado e a massa salarial real evoluíram 5,7% e 9,2%, respectivamente. No ano, até maio, comparativamente ao mesmo período de 2004, esses índices mostraram acréscimos respectivos de 6,5% e 9,1%.

Crédito e inadimplência

39. O saldo das operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres aumentou 1,6% em junho. Nas operações com pessoas físicas, o saldo evoluiu 2,1%, principalmente pelo comportamento do crédito pessoal, dada a continuidade da expansão das operações consignadas em folha de pagamento, particularmente com aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nas carteiras destinadas a pessoas jurídicas, observou-se expansão de 1,9% no saldo das operações com recursos domésticos e recuo de 0,6% naquelas referenciadas em moeda estrangeira.

40. A taxa média de juros incidente sobre as operações de crédito com recursos livres recuou em junho. Nas operações destinadas a pessoas físicas, a taxa média diminuiu 1 p.p., passando para 64,7 % a.a., enquanto, naquelas contratadas com pessoas jurídicas, observou-se recuo de 0,3 p.p., para 33,4% a.a.

41. No sistema financeiro, a taxa de inadimplência recuou 0,4 p.p. em junho, considerando-se as operações de crédito com recursos livres, situando-se em 7,3%. Nas operações com pessoas físicas, a proporção de atrasos nas operações contratadas alcançou 12,2% em junho, 0,7 p.p. inferior à do mês anterior. Em relação aos créditos contratados com pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência passou de 3,5% em maio para 3,4% em junho.

42. A taxa líquida de inadimplência no comércio, calculada pela ACSP, passou de 7,4% em maio para 5,1% em junho. Esse resultado decorreu da expansão de 2,9% no número de registros cancelados e da queda de 4% no número de novos registros no mês. No primeiro semestre, a taxa média de inadimplência subiu para 6,4%, ante a de 5,7% no mesmo período de 2004, sobretudo pela desaceleração dos registros cancelados, em face da menor propensão dos credores em oferecer prazos mais dilatados para regularizar a situação dos devedores.

Ambiente externo

43. Os indicadores da economia internacional recentemente divulgados evidenciam crescimento sustentável, em especial nos Estados Unidos e na China, e recuperação moderada na Área do Euro e Japão.

44. Nos Estados Unidos, os últimos dados de produção industrial, emprego, confiança do consumidor e vendas no varejo reforçam a percepção de que o nível de atividade da economia permanece aquecido, acima das previsões estabelecidas.

45. Na Área do Euro, a economia deu sinais de recuperação no primeiro trimestre do ano, crescendo 0,5% frente ao trimestre anterior e 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O grau de confiança dos empresários dos doze países que compartilham o euro subiu em junho pela primeira vez em nove meses, e o índice correlato da produção industrial se elevou, ajudado pela depreciação da moeda.

46. Os atentados terroristas em Londres não afetaram o ambiente econômico. O impacto inicial limitou-se aos mercados financeiros, em especial os bursáteis, mas foi prontamente absorvido, e os negócios voltaram a transcorrer normalmente. As bolsas européias registraram queda significativa no dia dos ataques, mas não houve efeitos mais fortes sobre os preços dos ativos nos Estados Unidos e nos mercados emergentes, que voltaram a se recuperar após o impacto inicial das notícias.
47. De maneira geral, o quadro inflacionário permanece sob controle. Nos Estados Unidos, o resultado do índice de inflação ao consumidor (CPI) referente ao mês de junho apresentou variação nula (0%), enquanto o índice de inflação ao produtor (PPI) ficou estável em junho na comparação mensal, apesar do alto preço internacional do petróleo. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor registrou alta de 2% em junho, ante junho do ano passado, 0,1 ponto percentual acima do previsto. Assim, não se vislumbra mudança nas posturas das políticas monetárias das principais economias.

48. No mercado de petróleo, as cotações permanecem elevadas, com grande volatilidade, em função, principalmente, das divulgações das estimativas de estoques do produto e derivados nos Estados Unidos, além das tensões geopolíticas nas regiões produtoras.

Comércio exterior e reservas internacionais

49. Os resultados do comércio exterior trouxeram novos valores recordes para meses de junho e para o período de doze meses encerrado em junho. No mês, a balança comercial registrou superávit recorde de US$4 bilhões. Em doze meses, o saldo comercial e a corrente de comércio, também recordes, alcançaram, respectivamente, US$38,3 bilhões e US$175,4 bilhões, representando acréscimos de 30,4% e 27,6% sobre o período anterior equivalente. Em julho, o saldo de US$2,7 bilhões apurado nos onze primeiros dias úteis do mês apresentou variações de 28% e de 10,6%, respectivamente, nas exportações e importações, ante valores médios observados em julho de 2004.

50. As exportações alcançaram, pela primeira vez, o patamar de US$10,2 bilhões em junho, e apresentaram a segunda maior média diária já registrada, US$464 milhões, crescimento de 4,4%, comparativamente à de junho de 2004. Os embarques de manufaturados e semimanufaturados foram recordes para meses de junho, em decorrência tanto de aumento nas quantidades, como nos preços externos de importantes itens da pauta de exportação. O recuo das exportações de produtos básicos decorreu dos menores embarques de petróleo, de soja em grão e de farelo de soja, além da queda nas cotações internacionais do complexo soja. Dando continuidade à diversificação da pauta brasileira, observada nos últimos dois anos, outros produtos com pequena participação têm apresentado significativa ampliação de vendas. No primeiro semestre de 2005, destaque-se, ainda, a expansão das exportações para todas as regiões, mesmo para a Ásia, a despeito do recuo nas vendas para a China.

51. As importações atingiram US$6,2 bilhões, segundo maior valor mensal já registrado, representando acréscimo de 6,6%, em termos de médias diárias, comparativamente aos valores ocorridos em junho de 2004. Todas as categorias de produtos de importação registraram expansão, comparativamente ao resultado de junho de 2004. No primeiro semestre, houve aumentos de 27,2% em bens de capital, 20,5% em bens de consumo, 18,3% em matérias-primas e bens intermediários e 17,3% em combustíveis e lubrificantes, considerados os valores de igual período do ano anterior.

52. Ao final de junho, as reservas internacionais situaram-se em US$59,9 bilhões, redução de US$824 milhões ante a posição registrada no final de maio. As reservas líquidas ajustadas atingiram US$40,5 bilhões, com expansão de US$1,3 bilhão, na mesma base de comapraçoes.

Rato
Veterano
# jul/05
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finalmente...

Mercado monetário e operações de mercado aberto

53. No período posterior à reunião do Copom de junho, a curva de juros apresentou recuo em toda a sua extensão. Esse movimento deveu-se principalmente ao declínio dos índices de inflação ao consumidor, à deflação apontada pelos IGPs, à queda nas projeções de inflação, tanto para o ano de 2005, quanto para 12 meses à frente, e à apreciação do real. A combinação desses fatores levou a curva de juros a assumir inclinação negativa também nos prazos mais curtos, traduzindo a expectativa por parte do mercado de que o ciclo de relaxamento da política monetária deva começar proximamente. A redução das taxas de juros referentes aos prazos mais longos acompanhou a melhora do risco-país, tendo em vista um cenário externo no qual as condições de liquidez favoráveis às economias emergentes não parecem ameaçadas, a não ser pela volatilidade do preço do petróleo. Entre 15 de junho e 20 de julho, as taxas de um, de três e de seis meses, de um ano e de dois anos reduziram-se em 0,13 p.p, 0,27 p.p, 0,42 p.p, 0,25 p.p. e 0,19 p.p, respectivamente. A taxa real de juros medida pelo quociente entre a taxa nominal de um ano e a expectativa de inflação para os próximos doze meses recuou de 12,52% para 12,43%.

54. Em julho, o resgate líquido de instrumentos cambiais, incluídos os vencimentos de juros, foi de cerca de US$49 milhões. Em 2005, o resgate líquido acumulado, incluídos os vencimentos de juros, atingiu aproximadamente US$15,1 bilhões.

55. Entre as reuniões do Copom de junho e de julho, o Tesouro Nacional captou R$33,8 bilhões em leilões de venda de títulos de rendimento prefixado: R$33 bilhões mediante a venda de LTN de vencimento em 2006 e 2007 e R$798 milhões com a colocação de NTN-F de vencimento em 2010 e 2012. Os leilões de venda de LFT, de vencimento em 2008 e 2009, realizados em quatro ocasiões, movimentaram o equivalente a R$12,5 bilhões.

56. Na administração da liquidez, o Banco Central interveio por meio de operações compromissadas prefixadas semanais, com prazo de três meses, e de operações compromissadas de curtíssimo prazo, dezenove tomadoras e duas doadoras de recursos. Além disso, realizou operações de nivelamento da liquidez ao final do dia. O excesso de liquidez bancária esterilizado por operações com prazo de até trinta dias alcançou a média de R$12,7 bilhões e, por operações com prazo de três meses, a média de R$35,3 bilhões.

57. Com o intuito de reduzir o excedente previsto de liquidez bancária para o terceiro e para o quarto trimestres, o Banco Central realizou leilões de venda de LTN de sua carteira conjugada à compra de títulos de prazo mais curto a preço preestabelecido. Em 22/6, vendeu LTN de vencimento em outubro de 2005, recebendo em pagamento LTN resgatáveis em julho. Em 6/7, 13/7 e 20/7 fez operações da mesma natureza, que tiveram por objeto as LTN de vencimento em janeiro de 2006 e em outubro de 2005. O volume financeiro total dessas operações foi de R$7,4 bilhões.

58. Em junho, o estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) aumentou 2%, somando-se aos juros apropriados a colocação líquida de R$5,7 bilhões em títulos. A parcela da dívida exposta à variação cambial registrou nova redução, de 4,3%, no final de maio, para 4,1%, no final de junho, em conseqüência da apreciação cambial.



boa leitura ;)

Rato
Veterano
# jul/05
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Mercados: Câmbio e juros festejam a volatilidade

SÃO PAULO - Intenso tiroteio marcou ontem o mercado financeiro. Atento a tudo que cerca a crise política - informações da CPI dos Correios, denúncias em jornais, discursos de autoridades, rumores, análises e expectativas - o mercado opera no curto prazo, preferencialmente no day trade. Sobretudo os mercados de câmbio e juros estão adorando o retorno da volatilidade. O frenesi político permite mais jogo e reviravoltas imprevistas, sinônimo de lucros e perdas. E espana o bolor das políticas monetária e cambial suíças praticadas pelo Banco Central.
A volatilidade se concentrou ontem no período da manhã. O dólar exibiu comportamento emblemático do clima propício ao giro especulativo. A moeda chegou a disparar 1,35%, para R$ 2,4830, e a despencar 1,06%, a R$ 2,4240. Isso, só de manhã. À tarde, sobrepujou as demais a informação de que os recentes documentos obtidos pela CPI não tinham nada da carga explosiva imaginada pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), e o dólar se apaziguou. Fechou a R$ 2,4390, em desvalorização de 0,44%.
Menos turbulento, o sobe-e-desce da Bovespa surpreendeu. O índice, no pior momento da manhã, recuou apenas 0,38%. E logo se recuperou pois a Bolsa continua atraindo investidores estrangeiros. Fechou em alta de 1,88%, com volume de R$ 1,42 bilhão. O risco-país caiu de 418 para 414 pontos-base e os juros futuros perseveraram na rota declinante retomada na terça-feira, após três pregões em alta. O mercado futuro da BM & F, na véspera da divulgação da ata da última reunião do Copom, ampliou para 0,50 ponto a perspectiva de corte da Selic no encontro de setembro.
O contrato referente à virada de setembro para outubro caiu de 19,61% para 19,56%. O contrato mais negociado persistiu o relativo a janeiro de 2007. Ontem ele girou R$ 17,08 bilhões e caiu de 18,01% para 17,90%. Até quinta-feira da semana passada os contratos longos, os mais procurados por investidores estrangeiros interessados em travar posições de venda fechadas no mercado de dólar futuro, eram os mais transacionados. A turbulência política, ao provocar volatilidade, trouxe a liquidez de volta aos contratos mais curtos. Até mesmo o contrato mais curto, para a passagem de agosto para setembro, conseguiu girar ontem R$ 5,5 bilhão. Caiu de 19,66% para 19,63%, embora os analistas não apostem no início do ciclo de quedas da Selic já na reunião de agosto do Copom.
A impressão geral é de que a ata a ser publicado hoje cedo no site do BC virá otimista mas sem comprometer o Copom com uma data de baixa. Para o diretor da Modal Asset, Alexandre Póvoa, o BC deve manter no texto a expressão " por tempo suficientemente longo " para indicar a manutenção do juro básico em 19,75% por pelo menos mais um mês.
Os economistas acreditam que, de alguma forma, o documento irá reassegurar a blindagem da economia aos possíveis efeitos da crise política. E rechaçar a interferência da volatilidade em eventuais reforços da ortodoxia. Mas será pura retórica. A tendência é de a Selic ser mantida congelada por mais tempo do que o necessário do ponto de vista da inflação e do câmbio para não atiçar movimentos de fuga do capital estrangeiro. Se às incertezas políticas se somar uma curva de queda do juro básico, estarão dadas duas condições para a intensificação da saída dos estrangeiros. E isso, se não compromete o balanço de pagamentos, produz efeitos danosos sobre a inflação ao estimular a valorização do dólar.
(Luiz Sérgio Guimarães | Valor Econômico )

Rato
Veterano
# jul/05
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Data do Boletim: 28/07/2005

Câmbio News - Análise do Mercado

A ATA do COPOM da reunião da semana passada, quando manteve a taxa SELIC em 19,75%, divulgada hoje, reconhece os efeitos positivos sobre a inflação, porém parece ter uma visão incorreta quando afirma que o ritmo de crescimento, embora em expansão, está mais condizente com as condições de oferta, já que a indústria vem dando sinais claros de perda de atividade.

No nosso entender a taxa de juros elevada vem provocando efeitos diretos sobre os investimentos na área produtiva que vem sendo postergados, sendo que a queda mais acentuada da inflação repercute efeitos maiores decorrentes do câmbio com o real extremamente apreciado.

Ao não sinalizar possibilidade de mudança na taxa para o próximo mês, tendo em vista que o ambiente inflacionário sugeriria isto, nos parece que há um claro cuidado, obviamente não declarado, com o cenário político e seus desdobramentos e eventuais repercussões na área econômica. Porisso, ainda nos parece prematuro admitir que em agosto não ocorra uma redução caso o cenário político fique menos tenso.

Por outro lado, a perspectiva de manutenção da taxa SELIC em níveis elevados com a inflação cadente coloca a nossa taxa de juro real acima dos 14% ªª e este é um grande atrativo para o capital especulativo internacional e mesmo para os bancos e empresas nacionais que captam recursos externos e estão arbitrando no nosso mercado, com excepcionais resultados.

Em tese, isto motiva o fluxo positivo e contribuirá para manter o real apreciado, mesmo que as exportações possam confirmar a tendência de queda de superávits como sinalizou na semana passada, embora devam ser considerados os movimentos, digamos, de protestos com paralisação dos funcionários da Receita e que retardam embarques.

Este é um cenário que se alinha com o interesse dos gestores da política monetária, pois o dólar depreciado é, na atualidade, o grande impulsionador da tendência de queda da inflação.

O IGP-M de julho confirma a tendência apontando deflação de 0,34% um pouco menor do que a deflação de 0,44% de junho, tendo havido um recuo na deflação do IPA e uma ligeira alta na inflação do IPC. No ano o IGP-M acumula 1,41% e nos últimos 12 meses 5,38%.

No nosso entender ainda há um grande espaço entre onde o preço do dólar esteve e onde está hoje, e isto naturalmente decorreu somente da cena política que impôs aos agentes medidas de redução de exposição a riscos que estava bastante elevada, visto que os fluxos no mercado de câmbio permaneceram bastante fortes. A operacionalidade imposta pelas tesourarias é que impôs o ajuste forte do preço para cima.

Contudo, não acreditamos que a moeda americana possa retornar de imediato aos níveis antecedentes, visto que a tendência é que as tesourarias e investidores procurem reduzir ainda mais as exposições a risco, porém de forma gradual, o que poderá dar uma relativa sustentabilidade ao preço e um perfil de mercado com constante volatilidade, com quedas discretas em certos dias ou pequenas elevações noutros, pois tecnicamente não interessaria agir precipitadamente, como ocorreu, e elevar abruptamente o preço do dólar.

Reduzida a exposição, reposta a níveis mais adequados, então poderemos ter outra rodada de depreciação da moeda americana, salvo se houver agravamento na crise política que a aproxime do núcleo duro do governo.


SIDNEI MOURA NEHME

Diretor Executivo, Economista

aFFF
Veterano
# jul/05
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Sai a lista do mensalão



Frustração. Esta foi a sensação dos integrantes da CPI dos Correios quando tomaram conhecimento da lista repassada pelo Supremo Tribunal Federal à comissão, com os nomes que aparecem em documentos apreendidos pela Polícia Federal em Belo Horizonte. O desencanto foi maior em razão da expectativa gerada com a declaração do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio, garantindo que a lista conteria “pólvora pura”. O único parlamentar que aparece na lista dos que sacaram recursos nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza é o deputado Josias Gomes da Silva (PT-BA). Havia suspeitas de que a lista de parlamentares autorizados a receber recursos das contas de Valério teria mais de 120 nomes e incluiria também políticos de fora da base governista.

Parte da lista de 46 nomes vazou pelos mãos de um deputado e contém nomes de assessores e de pessoas desconhecidas.

Estão na lista Paulino Alves Ribeiro Júnior, um dos diretores da agência DNA; Marcos Castilho Santos, sócio do Marcos Valério na agência DNA, e Luiz Eduardo Ferreira da Silva, contínuo do Banco do Brasil, que teria sacado dinheiro da conta da agência DNA no banco Rural a pedido do ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato.

Também aparecem Zilmar Fernandes Silveira, sócia do publicitário Duda Mendonça, e Robson Ferreira Pego, gerente financeiro da filial da DNA em Brasília.

Quatro deputados da oposição – Rodrigo Maia (PFL-RJ), Eduardo Paes (PSDB-RJ), Ônyx Lorenzoni (PFL-RS) e outro que não quis se identificar, que tiveram acesso à lista – se disseram decepcionados com as informações. Paes confessou, depois, que não esperava nenhuma surpresa.

aFFF
Veterano
# jul/05
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Presidente aumenta salário do Judiciário



Em meio à crise política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem a lei que fixa o teto salarial do funcionalismo em R$ 21.500, garantindo aumento em cascata aos cerca de 5 mil juízes da União, retroativo a janeiro deste ano. A lei também eleva o teto para R$ 24.500 a partir do ano que vem.

No entanto, ela permitirá em tese o desconto dos salários que superam esse limite. Os servidores com supersalários a contestarão no STF (Supremo Tribunal Federal), que dará a palavra final. Eles estão concentrados nos Estados, especialmente em tribunais de Justiça, no Ministério Público e em assembléias legislativas.

O presidente do STF, Nelson Jobim, articulou pela sua aprovação, e os juízes fizeram lobby para apressar a votação. Neste ano, o Judiciário da União aumentará a despesa com salário de juízes em R$ 484 milhões. A folha de pagamento dos juízes da passará de R$ 1,338 bilhão para R$ 1,822 bilhão no ano. Os mais favorecidos são os magistrados de início da carreira. Eles terão a renda mensal elevada de R$ 10.800 para R$ 17.511, com um acréscimo de 62,13%.

aFFF
Veterano
# jul/05
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Mulheres de marinheiros protestam


Mulheres de militares da Marinha promoveram ontem um protesto em frente ao 5º Distrito Naval, em Rio Grande. Em apoio à União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas, que tem realizado manifestações em todo o país, elas reivindicam concessão de reajuste salarial de 23% aos marinheiros.

Responsável por comandar a Marinha nos três Estados da região Sul, o grupamento se preparava, com centenas de militares em formação, para a chegada do comandante de operações navais, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Melo. O oficial veio de Brasília para uma inspeção administrativa e militar.

Empunhando faixas e carregando os filhos pelas mãos, as mulheres percorreram a rua em frente aos portões do 5º Distrito Naval em silêncio. Depois, vigiadas por cerca de 20 policiais militares, entoaram pedidos de aumento e usaram apitos para chamar a atenção.

O comando do 5º Distrito Naval preferiu não se manifestar.

Tuarelli
Veterano
# jul/05
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Radicalismo não é bom pra ninguém.

Concordo. A extrema direita pode ser ainda pior que a extrema esquerda.


É pior

maggie
Veterana
# jul/05
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Rato
Em uma palavra: RESUMA!
:)

Hunter_
Veterano
# jul/05
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Rato

Cara, ou vc eh um mestre no botão ctrl+c, ctrl+v, ou vc é um completo ignorante....

Rato
Veterano
# jul/05
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Hunter_
Cara, ou vc eh um mestre no botão ctrl+c, ctrl+v, ou vc é um completo ignorante....
tu quis dizer a mesma coisa!
eita!
tenho q ler essas paradinhas ae brow

Rato
Veterano
# jul/05 · Editado por: Rato
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IMPACTO DA CRISE POLÍTICA
NA POLÍTICA ECONÔMICA
É impossível negar o impacto da crise política sobre a trajetória presente e futura da economia. Ele só não é mais significativo por conta das condições excepcionais vividas pelos mercados internacionais. O custo da paralisia política é real e um governo fraco não terá condições de avançar com as medidas necessárias para sustentar o crescimento econômico e, portanto, sobreviver eleitoralmente. Não é necessário, contudo, apelar às teorias da blindagem para constatar que dificilmente essa mesma crise geraria uma ruptura na condução da política econômica. Tais eventos são fenômenos raros em si mesmos e no Brasil têm sido impostos aos governos por conjunturas difíceis e não por decisões unilaterais. Portanto, sua probabilidade, nesse momento, continua baixa. Além disso, um presidente da República ameaçado por denúncias de corrupção não teria muito estímulo para a prática, por exemplo, de populismo: alienaria talvez seus últimos apoios nos setores mais conservadores, dispostos a tolerar turbulência política, mas não inflação ou incerteza. Dessa maneira, apenas um cenário - ainda pouco provável - de impeachment justificaria a tensão do mercado a curto prazo. Um governo José Alencar seria uma incógnita para a economia e para as eleições.



Instituto Brasileiro de Estudos Políticos - IBEP

assustador
bú!

maggie
Veterana
# jul/05
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condições excepcionais vividas pelos mercados internacionais
Menos, menos.

Rato
Veterano
# jul/05
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SÚMULA DOS ÚLTIMOS
NÚMEROS DO DATAFOLHA
São os seguintes os resultados da pesquisa Datafolha, divulgada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, com trabalho de campo ocorrido em 21 de julho:

¨ A avaliação positiva do governo Lula oscilou de 36% para 35%, enquanto a avaliação regular passou de 44% para 40%. A avaliação negativa registrou uma pequena elevação, passando de 19% para 23%.

¨ A avaliação positiva do desempenho pessoal do presidente Lula passou de 49% para 51%. Já os que consideram o desempenho pessoal do presidente ruim ou péssimo passaram de 10% para 12%. O percentual dos que consideram o desempenho do presidente regular caiu de 38% para 32%.

¨ Caiu de 73% para 62% o total de brasileiros que acha o presidente Lula honesto.

¨ São 78% os brasileiros que acreditam haver corrupção no governo Lula. Em junho, esse índice era de 70%. Entre os que acreditam na existência de corrupção, 31% avaliam que o presidente tem muita responsabilidade, enquanto 49% apontam que Lula tem "um pouco de responsabilidade". Apenas 16% dizem que o presidente não tem responsabilidade alguma nos casos de corrupção.

¨ Para 67% dos entrevistados, o PT pagava o "mensalão" a deputados de outros partidos. Na pesquisa anterior, esse índice era de 56%.

¨ Tomaram conhecimento das denúncias sobre o "mensalão" 84% dos brasileiros. Já 74% sabem da existência da CPI Mista dos Correios.

¨ A avaliação negativa do Congresso Nacional passou de 42% para 46%, enquanto a positiva caiu de 15% para 11%.

maggie
Veterana
# jul/05
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Frase do dia
Digo sempre que a mediocridade de um político é não pensar na Nação, mas na próxima eleição.

Lula, presidente da República

Rato
Veterano
# jul/05
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boa Lula

maggie
Veterana
# jul/05 · Editado por: Moderador
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Do anarquista russo do século 19 Mikhail Bakunin:

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

Os grifos são meus.
:)

Bramires
Veterano
# jul/05
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maggie
[/b]não mais representarão o povo, mas a si mesmos[/b] e suas pretensões de governá-lo.

perfeito.

Rato
Veterano
# jul/05
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não mais representarão o povo, mas a si mesmos
acho q ainda não chegou a esse ponto, mas enfim ...

maggie
Veterana
# jul/05
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Site:
www.mensalao.com.br

maggie
Veterana
# jul/05
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Super promoção Kit do PT

1 - Broche com a estrela do PT , nunca foi usado, e pelo jeito acho que não vai ser nunca mais.

2 - Broche Bandeira do Brasil e bandeira do PT, mais uma oportunidade, compre e broche.

3 - Chaveiro em formato de estrela do PT ( com luz ) só que já não ascende mais, acabou a bateria, assim como outras coisas como a vergonha na cara.

APENAS R$ 1,99

maggie
Veterana
# jul/05
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A CUECA NA LITERATURA

Machado de Assis:
"Foi petista por 25 anos e 100 mil dólares."


Haicai:
"Cueca e dinheiro,
outono da ideologia
do vil companheiro."


Haroldo de Campos:
"PT
cueca
cu
PT
eca
peteca
te
peca
cloaca".


Graciliano Ramos:
"Parecia padecer de um desconforto moral. Eram os dólares a lhe pressionar os testículos".


Drummond:
"Tinha um raio-x no meio do caminho,
e agora José?"


Guimarães Rosa:
"Notudo. Ficado ficou. Era apenas a vereda errada dentre as várias."


Clarice Lispector:
"Guardei os dólares na cueca e senti o prazer terrível da traição. Não a traição aos meus pares, que estávamos juntos, mas a séculos de uma crença que eu sempre soube estúpida, embora apaixonante. Sentia-me ao mesmo tempo santo e vagabundo, mártir de uma causa e seu mais sujo servidor, nota a nota".


Lênin:
"Não escondemos dólares na cueca, antes afrontamos os fariseus da social-democracia. Recorrer aos métodos que a hipocrisia burguesa criminaliza não é, pois, crime, mas ato de resistência e fratura revolucionária. Não há bandidos quando é a ordem burguesa que está sendo derrubada. Robespierre não cortava cabeças, mas irrigava futuros com o sangue da reação. Assim faremos nós: o dólar na cuecaÊé uma arma que temos contra os inimigos do povo. Não usá-laÊé fazer o jogo dos que querem deter a revolução. Usá-laÊé dever indeclinável de todo revolucionário."


Stalin:
"Guarda a grana e passa fogo na cambada!"


Gilberto Gil:
"Se a cueca fosse verde como as notas, teríamos resgatado o sentido de brasilidade impregnado nas cores diáfanas de nosso pendão, numa sinergia catódica com o mundo da tecnologia digital que, diferentemente dos da baianidade, não são de sol nem das luzes dos orixás, mas de um aparelho apenas, aleatoriamente colocado ali, naquele momento, conformando uma quase coincidência entre a cultura do levar e trazer numerário, tão nacional, tão brasileira quanto um poema de Torquato Neto."

Reinaldo Azevedo, do site Primeira Leitura.

Rato
Veterano
# jul/05
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A EFICÁCIA DO APELO ÀS MASSAS
Como sempre ocorre em tempos de maior pressão política sobre o presidente da República, especula-se sobre a conveniência e o efeito de um apelo dele a um eleitorado mais amplo. Dada a natureza de seu mandato, o presidente da República, quando popular, dispõe em tese de tal recurso e mais ainda Lula, um ex-líder sindical. Não se deve, porém, exagerar a potencialidade ou os riscos de tais movimentos. A sociedade brasileira é conhecida por suas baixas taxas de organização social e o apoio a Lula hoje é mais forte justamente entre os menos organizados, eleitores de menor instrução, vivendo nas regiões menos urbanizadas do país. Repousa, assim, mais no "governismo estrutural" da opinião pública, do que nos eleitorados de maior informação do Sudeste. Sobre esses, por sinal, as informações disponíveis mostram que vêm adotando uma visão mais crítica do governo Lula.

Super promoção Kit do PT
fora do ar :(

A sociedade brasileira é conhecida por suas baixas taxas de organização social e o apoio a Lula hoje é mais forte justamente entre os menos organizados, eleitores de menor instrução, vivendo nas regiões menos urbanizadas do país

concordar com isso é triste

maggie
Veterana
# jul/05
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concordar com isso é triste

Yep

maggie
Veterana
# ago/05
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Veja, os tucanos e Marcos Valério

A Editora Abril também foi identificada como responsável por um depósito de R$ 303 mil reais em uma conta da DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, segundo dados obtidos pela CPI dos Correios e divulgados pela mídia. Os integrantes da CPI também identificaram dois depósitos da TV Globo, somando R$ 3,6 milhões, e dois da Globosat, somando R$ 180 mil. Segundo a assessoria da DNA, nestes dois últimos casos, os depósitos correspondem ao pagamento de comissões e bônus pela veiculação de publicidade em emissoras de televisão aberta e a cabo. Em princípio, também não há nada de ilegal nisso. Mas será interessante ver qual será o tom da cobertura destes veículos sobre tais depósitos. Merecerão manchetes e destaques de capa?

aFFF
Veterano
# ago/05
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O Globo

Panorama Econômico

O preço da corrupção

Mirian Leitão



“A corrupção mina a democracia, mina os mercados, a confiança dos investidores. Isso atinge o centro do que nós estamos conversando, que é como fazer a economia crescer e tirar as pessoas da pobreza. A corrupção em si é um impedimento ao crescimento e à prosperidade.” A frase é do secretário do Tesouro americano, John Snow, mas poderia ser dita por todos os democratas. Tem a força das verdades incontestáveis.

Quando toquei no assunto, na entrevista que me concedeu no domingo em Brasília, ele procurou amparo nas respostas diplomáticas: “Isso é assunto interno brasileiro.” Eu disse que estava pedindo não um comentário sobre o problema em si, mas se o governo americano estava preocupado. John Snow disse que confiava no Brasil e nas suas instituições:

— Eu acredito que o Brasil tem uma democracia robusta, com fortes instituições. Eu acredito no Brasil e no seu compromisso com a democracia — afirmou. Ele lembrou também que o mercado demonstrou a mesma confiança, tanto que o risco-Brasil subiu um pouco, mas está bem abaixo do que estava na crise de 2002.

Quando quis saber sobre se seria possível cooperação das autoridades bancárias americanas contra lavagem de dinheiro, ele disse que é exatamente assim que se combate a lavagem de dinheiro: com atuação conjunta de órgãos de vários países.

John Snow desembarcou domingo. Sua viagem faz parte de uma série de encontros que estão ocorrendo entre os dois países, desde que, na primeira reunião entre os presidentes Bush e Lula, eles decidiram que as áreas econômicas de ambos os países conversariam para encontrar uma agenda para o crescimento.

O secretário tem dito, em todos os eventos a que vai, que o crescimento econômico é o caminho para resolver a maioria dos problemas das nações. Repete sempre que o crescimento é resultado de boas políticas. Eu ponderei que alguns economistas no Brasil, alguns deles ligados ao PT, acham que política monetária apertada e a busca de superávit fiscal são impedimentos ao crescimento.

— São apenas boas políticas. Boas políticas nunca constrangem o crescimento — disse Snow.



Quis saber por que então o governo americano mantém um déficit tão alto.

— Estamos trabalhando nisso — respondeu.

Ele contou que os últimos indicadores mostraram queda do déficit, que já foi 5%, para abaixo de 3%. Agora está em 2,7% e vai ficar até o fim do governo em 1,5% e 1,1%, abaixo da média histórica. É bem verdade que Bush assumiu o poder com o país com superávit orçamentário.

— Mas nós herdamos uma recessão que fez cair muito a receita — disse.

A redução do déficit deles não está se dando pelo corte de gastos, mas por aumento de receita devido ao crescimento econômico.

Perguntei se a guerra do Iraque não era cara demais e uma das razões da deterioração fiscal americana. Ele deu uma resposta bem à moda do governo Bush:

— Não é uma questão para dólares e centavos. Se o Iraque se tornar a maior e mais livre democracia do Oriente Médio isso terá sido bom.

E a Arábia Saudita?, quis saber.

Snow hesitou um pouco e disse que a Arábia Saudita continuará sendo o maior produtor de petróleo do Oriente Médio. O que ele não pode é reconhecer que o maior aliado americano na região é uma ditadura monárquica.

— Quando a semente da democracia for plantada na região, a democracia é tão irresistível, que, quando se instala, espalha-se, faz o mundo mais pacífico e mais próspero.

Snow acha que os desequilíbrios mundiais se resolverão assim, aos poucos, e usando o santo remédio do crescimento:

— Precisamos de mais crescimento. Uma Europa mais forte, um Japão mais forte, para o mundo lidar com esse desequilíbrio.

Quando houver mais crescimento nessas áreas, maior capacidade de poupança da economia americana e uma mudança na política cambial asiática, o mundo corrigirá seus desequilíbrios na visão dele. Snow acredita que a mudança é para valer. Admite que a valorização do yuan foi pequena, mas acha que os chineses se comprometeram com um câmbio mais flexível.

Ele está esperançoso de que se consigam retomar as negociações da Alca, ainda mais agora que foi fechada a negociação dos Estados Unidos com a América Central. Ultimamente, o que se tem visto é o oposto disso: ambos os países sabotando as negociações. Mas Snow garante que Brasil e EUA estão realmente querendo chegar a bom termo nessa negociação. Na visão dele, ambos já têm uma relação forte:

— O Brasil vende para os Estados Unidos 25% de todas as exportações; das 500 maiores empresas americanas, 400 têm investimento no Brasil. Temos também a mesma sociedade multicultural.

Snow veio disposto a agradar. Ao contrário do seu antipático antecessor, Paul O’Neill, que colecionou gafes em relação a todos os países da região. Sua visão da economia mundial é extraordinariamente otimista. Ele acha que os Estados Unidos estão começando um processo de ajuste da economia mundial, garante que está monitorando o que está acontecendo no mercado imobiliário e afirma que o dólar, mesmo fraco, não vai deixar de ser a moeda de referência do mundo.

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