História dos amplificadores - Do rádio aos classe D

    Autor Mensagem
    Ismah
    Veterano
    # jun/15


    Bom, não vou me alongar nesse primeiro post, mas é mais pra por um marco inicial nessa discussão.

    Creio que a necessidade de amplificação, derivou do surgimento da gravação, e então da necessidade de sua melhor reprodução.

    Mas até então, a amplificação era mecânica, e não elétrica. Em ordem surgiram o fonógrafo (Thomas Edison) e o gramophone (Emile Berliner), o princípio é o mesmo, mas o primeiro usa um cilindro, e o segundo um disco.

    Se popularizando a eletricidade, e com advento do rádio, a amplificação se tornou imprescindível. Mas ainda era possível viver sem amplificadores. Surgiu o rádio de galena, que eu chamaria de marco zero, da amplificação.

    Rádio de galena (in http://www.bn.com.br/radios-antigos/galena.htm)

    Os rádios de galena são merecedores de uma página especial.
    Estes aparelhos nos remete aos primórdios da era do rádio, época em que Marconi e tantos outros abnegados inventores efetuavam testes com emissões de ondas radiofônicas.
    Uma boa parte dos galenas existentes no mundo são rádios de construção caseira "home building", muitos outros foram fabricados por empresas que no início do século, deram início às comunicações, que viria a ser uma grande revolução na vida dos habitantes da terra, por isso a grande variedade de circuitos existentes.
    Em suma, o rádio de galena básico se resume a uma bobina, um capacitor, um cristal de galena "daí o nome do rádio", um fone de ouvido de alta impedância, (2.000 ohms no mínimo), uma boa antena e um bom terra.
    Os refinamentos ficavam por conta de cada montador, o qual, incrementavam seu aparelhos com os mais variados componentes, sendo que o mais conhecido era o "bigode de gato", usado para procurar a junção do cristal detetor na pedra, momento em que se conseguia ouvir a estação. Este bigode de gato como era conhecido, é formado por um arame de aço super fino em forma de espiral com uma base móvel que o apoiava e um pequeno cabo para operação da peça.
    A operação deste rádio é extremamente simples, porem os resultados nem sempre satisfatórios, pois não possui etapas de amplificação de sinal.
    Não precisando de corrente para alimentá-lo, era muito usado em locais onde não se dispunha de energia elétrica ou outra fonte de tensão.
    Foi muito usado durante a guerra pelos soldados, devido ao seu pequeno tamanho, bastando esticar um fio com uns 20 ou 30 metros para se captar estações situadas a milhares de kilômetros de distância.
    Este galena mostrado acima, foi construido dentro de um invólucro de uma mina terrestre desativada, provavelmente a mais de 60 anos.
    Fone de ouvido de alta impedância fabricado por NEUFELDT & KUHNKEKIEL "N & K".

    Ele foi popular na primeira guerra, e novamente popular na segunda guerra, pois como podem ver, é fácil de fazer... Bastava roubar um fio de cobre etc



    Isso é tudo por hoje rsrs

    MMI
    Veterano
    # jun/15
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    Ismah

    Boa garoto! To acompanhando, vale um up.

    Seu post me deu boas recordações. Meu avô tinha um gramophone que funcionava, achava o máximo fazer o bicho soltar som, mesmo não curtindo os discos. E na infância cheguei a montar radios de galena...

    Valeu. To de olho no seu pótico. rs

    Ismah
    Veterano
    # jun/15
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    Ainda tem muitas lacunas... Por exomplo, como seria transmitido em AM, sem aplificação?! Essa potência gerada precisa de uma fonte, não grande verdade, mas precisa...

    MMI
    Veterano
    # jun/15
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    Ismah

    O radio de galena pode detectar pulsos a curta distância, como código Morse, que não precisa de válvula. Mas a transmissão de rádio efetivamente só foi feita a partir do estudo de válvulas.

    Lelo Mig
    Membro
    # jun/15 · Editado por: Lelo Mig
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    Ismah

    Acompanhando... este tópico pode fluir coisas bem interessantes.

    Mas, quero aproveitar e corrigir uma injustiça, comum e ainda presente em nossa história, e talvez colaborar com a juventude que irá ler este tópico:

    Pergunte a qualquer um sobre quem inventou o Rádio e ele responderá, sem pestanejar: Marconi!

    Mas, isto é uma mentira, uma farsa, uma conspiração quase sobrenatural para soterrar o maior gênio de seu tempo.

    Experimente fazer outra pergunta: Quem inventou os componentes que fazem a maioria de seus aparelhos funcionarem, da tostadeira ao som stereo. Quem tornou possível as fabricas automatizadas funcionarem? Inventou a iluminação pública? Responderão: Edson!

    Vamos além... Quem descobriu os raios X antes de Roengten? Quem construiu um amplificador a válvulas antes de Lee Forest? Quem possuía lâmpadas fluorescentes em seu laboratório 40 anos antes da indústria "inventar"?

    Quem demonstrou os princípios do microondas e radar, décadas antes de serem algo compreensível à humanidade?

    Quem iluminou uma pequena cidade, inteira, SEM FIO! (luz elétrica sem fio, algo que não possuímos ainda hoje, por conta do grande monopólio dos "cabos e fios" e toda indústria de cobre).

    Gênio diante da qual, um vaidoso, poderoso e ciumento Thomaz Edson, e demais "gênios" do início do século XX, não passavam de imbecis.

    Nikola Tesla! gênio criador de tudo e muito mais, citado acima, e que não aprendemos na escola e as enciclopédias não citam. (apenas as modernas, hoje em dia, procuram redimir esta sujeira histórica).

    Parece papo de "teoria da conspiração", mas neste caso não foi.

    Tesla, é talvez o maior gênio da humanidade, tendo lugar ao lado de nomes como Newton, Einstein, Galileu e etc. Um cientista humanitário, massacrado pelos tubarões que visavam só lucro e riquezas. Edson, que nos foi passado como "velhinho genial e bondoso", possuía até polícia particular, para dar "um jeito" em seus "inimigos".

    Mas, a história, aos poucos vai sendo revelada e a justiça sendo feita.

    Asim como num futuro, não muito distante, as futuras gerações saberão que Steve Jobs e Bill Gates, estão mais para ladrões, do que para "gênios" da informática. E os verdadeiros nomes, por trás desta revolução nos computadores, surgirão.

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/15
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    Lelo Mig
    se eu não me engano o Marconi perdeu a patente do rádio para o Tesla. Marconi usou 15 patentes dele. Tesla fez um barco rádio controlado.

    https://www.google.com/patents/US613809

    fez também o motor e o sistema trifásico de energia eletrica. a historia dele é muito legal.

    Ismah
    Veterano
    # jun/15
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    Lelo Mig

    Estás certo. O croata Nikola Tesla é um gênio esquecido, e eu JAMAIS cometeria essa injustiça - até porque estudei sobre ele antes de sobre amplificação. Foi um homem muito a frente de seu tempo, sem nenhuma dúvida.

    Entretanto ele queria levar energia, independente de qual fosse sua aplicação. Não se tem registro de Tesla tentar se quer enviar sinais de áudio.

    Ele é o cara que juntou tudo que se sabia sobre elétrica e criou o que se chama hoje de circuito. Até antes capacitância, resistência, indutância, magnetismo etc eram estudadas separadas, ele foi o primeiro que pensou em associar essas propriedades para um objetivo comum.

    É culpa dele que se tem energia alternada nas tomadas, mesmo com Edison queimando o filme dele nas ruas, eletrocutando animais, criando incêndios etc... Em contra ponto, Tesla nunca precisou mostrar que alta tensão, em DC, não só queima como explode as coisas rsrsrs

    Infelizmente o Nikola, cometeu um erro: queria transmitir grandes quantidades de energia sem uso de fios, quando seu principal investidor era um "barão" dos fios de cobre...

    A série "Tesla, o homem dos raios" está disponível facilmente na internet, vale a pena ser conferida.

    MMI

    Essa animação diz muito. Enquanto a AM é baseada em amplitude, a FM é baseada em frequência. Isso explica muita coisa.

    Possivelmente é em razão disso que o transmissor Schaefer (primeiro transmissor par instrumentos usado por Angus Young) continha um compressor: sinal comprimido era transmitido mais longe. E como nós guitarristas acabamos usando as coisas pra quase tudo, menos pro que foram projetadas... Temos Back in black kkkkkk

    Explica também porque rádios AM tem retificação de meia fase e não de fase completa. Pena que não se sabia (ou até se sabia, mas o custo não permitia) inverter fase de um dos sinais, caso fosse feita retificação simétrica... se bem que isso poderia gerar um delay entre as ondas... Logo teria sinais com atraso...

    Baseado no que temos acima a parte de recepção de rádios é composta de

    Antena -> Filtro PEQ/VEQ/UEQ variável, para sintonia -> retificação de meia fase -> filtro do "espectro audível"* -> daqui vai para um transdutor (galena) ou amplificador rsrs

    Como o tamanho das ondas AM é muito grande (isso se deve a época, pois não se construíam torres, e ondas de comprimento na ordem de metros refletem nas camadas da atmosfera), se tem resposta eficaz apenas entre 20Hz e 5KHz (acima disso a onda não se modula).

    Não sei responder se seria possível transmitir em AM, em comprimentos de onda a nível de VHF e/ou UHF - acredito que sim, mas deve gerar interferências.

    A mesma coisa se dá ao stereo... Acredito que seria teoricamente possível transmitir AM em STEREO, bastando modular a mesma frequência de onda, duas vezes, e retificar cada uma, isso geraria uma onda de amplitude intermodulada. Na base de recepção teria uma retificação simétrica dessa onda, gerando LR.

    Agora... Preciso estudar sobre isso ainda rsrsrs

    Casper
    Veterano
    # jun/15 · Editado por: Casper
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    Caro Ismah:

    Aparentemente não existe no Brasil um padrão
    definido para AM estéreo. Eu não lembro de ter
    visto algum receptor de AM estéreo funcionando.
    Segue um link explicando alguns diferentes padrões:

    AM Estéreo

    Hammer
    Veterano
    # jun/15
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    Ismah
    bacana o topico, parabéns!

    Hammer
    Veterano
    # jun/15
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    kbo?

    Ismah
    Veterano
    # jun/15 · Editado por: Ismah
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    Hammer

    Cabo nada. Eu só fui parar numa mesa de cirurgia a beira da morte, por questão de apendicite. Nada grave. :)

    Casper

    Newton C Braga é histórico. O cara é o nosso Tesla rsrsrs

    Aqui estou em cima de um muro, pois estou estudando os sistemas SF para instrumentos. Aí fica difícil seguir. E as pesquisas ainda precisam ser evoluídas.

    Ismah
    Veterano
    # jun/15 · Editado por: Ismah
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    Duplo

    Mauricio Luiz Bertola
    Veterano
    # jun/15
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    Tópico bacana.
    Vou construir um galena quando tiver tempo...

    Hammer
    Veterano
    # jun/15
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    Ismah
    ixi... Melhoras ae!

    Newton C Braga aqueles livros faça vc msmo...hahaha ja vi isso

    MMI
    Veterano
    # jun/15
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    Ismah

    melhoras, véi... Sei o que é isso.

    Ismah
    Veterano
    # jun/15
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    Estarei pulando uma etapa, mas é porque encontrei o vídeo hoje...



    Ismah
    Veterano
    # jul/15
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    Bom, vamos dar mais um passo...

    Comecei a pesquisar mais sobre o rádio, e comecei a entender muito mais sobre classe D... Isso desviou o foco bastante...

    Vamos lá...

    Em dado momento, não se sabe exatamente quem teve a ideia de criar o captador elétrico, e em consequência desse, precisou usar um sistema de amplificação...

    Bem, se tratava de amplificar um sinal de frequência variável. Não existiu nenhuma magia, iluminação divina (ou demoníaca, já que o blues tava eme alta) que fizesse um amp de guitarra...

    Não, apenas colocaram o que existia de tecnologia de amplificação de AC, a partir da DC, para amplificar o "violão com captador". Eu acho totalmente plausível dizer que sem o rádio, não se teria guitarra, amplificação elétrica etc...

    O princípio do captador (e de alguns microfones, mas acho que na época não se pensava nisso), é o mesmo do falante, e o mesmo de um motor AC, e num gerador AC : interação de um campo magnético, com a corrente num fio de cobre. Mais precisamente, num indutor.

    Bem, não encontrei muito até que seguia os anos 40, e se faziam amps para tocar nas Big Bands comuns na época. Distorção era muito indesejada, mas era de fato melhor o som amplificado eletricamente, por conseguir cobrir o volume do naipe de metais, mesmo que (não tão) levemente distorcido...

    Pra melhorar a eficiência de volume, passaram a empregar cortes de frequência nos graves (que precisam de mais energia pra serem reproduzidos), em troca de mais volume. Com isso surgia um novo problema: corpos ocos ressonam muito facilmente.

    Nessa hora que aparece na história, um cara que pode ter sido guiado pela vontade de ajudar, mas acabou se tornando o marco principal da história da amplificação de instrumentos...

    Até então, ESPECULO que só fabricavam e vendiam amplificadores, quem fabricava guitarras: Gretch, Gibson, Epiphone...

    Clarence Leonidas "Leo" Fender

    Um técnico em... RÁDIOS! E que gostava da ideia de instrumentos sólidos (dou uma bala pra quem descobrir porque ele gostava). Com a Telecaster e o Precision (1951) no mercado, ele provavelmente viu um nicho vago: amplificadores de baixo.

    Criou então o 5B6 Bassman em 1952.

    Marca/Modelo: Fender 5B6
    Formato: combo
    Classe: A (em dúvida ainda)
    Falantes: 1x15" Jensen AlNiCo P15N
    Potência: 26W@8Ohms
    Pré: 6SC7 ou 6SL7GT
    Power: 5881
    Retificação: 5U4G

    Foi desenhado pra baixo, mas muitos acabaram usando pra gaita, pedalsteel, lapsteel, guitarra etc...

    Todos tinham o traço de se parecerem com uma TV (talvez pra parecer futurista, contrastando com os outros da época que pareciam com rádios).

    Aí entrou uma mudança apenas estética, o "Wide Panel".De 52 até a primavera de 54, foram produzidos 660 amps (acho que tá aí a prova, que o diabo olhou por esse instrumento, mesmo). Então parou a produção (que ainda era praticamente, artesanal).

    Em Novembro de 54, é lançado o 5D6 (supõe-se ter existido, dois protótipos ali no meio, que não vingaram). Muitos acham que foi o Leo Fender o criador, mas não...

    Ele era apenas o proprietário da empresa, o cara que projetou esse amp é o Hawaiiano, Freddy Tavares... Talvez ele já tinha em mente usar o amp para guitarra, e usou o capital do Leo pra desenvolver isso.

    Marca/Modelo: Fender 5D6
    Formato: combo
    Classe: AB
    Falantes: 4x10" Jensen AlNiCo P10R
    Potência: (?)
    Pré: 2,5x12AX7 (apenas metade funcionava como terceiro estágio, o outro lado, era como inversora)
    Power: 2x6L6G
    Retificação: 2x5U4G

    As novidades eram a dupla retificação, as válvulas novas (especulo que saíram 5B6 com 12A7X e 6L6), os falantes de 10", e a forma de operação, passando de classe A para AB - o que significa mais volume!

    Uma das coisas mais curiosas é que os 4 falantes não eram em série-paralelo, mas ligados em 4 secundários independentes.

    Vou parar por aqui hoje...

    Créditos:

    https://en.wikipedia.org/wiki/Fender_Bassman (esse artigo solito, faz nossa Wiki inteira passar vergonha)
    http://www2.fender.com/experience/guitarchive/the-bassman/

    MMI
    Veterano
    # jul/15
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    Ismah

    Só uns apontamentos do que você disse...

    Bem, se tratava de amplificar um sinal de frequência variável. Não existiu nenhuma magia, iluminação divina (ou demoníaca, já que o blues tava eme alta) que fizesse um amp de guitarra...


    De certa forma, o Blues estava na primeira geração, limitado (ou quase) no Mississipi, Texas e Louisiana. O Blues nunca esteve em alta até a década de 60 com a invasão britânica. Foi aí que os EUA foram descobrir o blues, Son House (que criou as lendas de Robert Johnson), Muddy Waters, B.B. King etc. Se a guitarra dependesse do blues para nascer, tinha sido esquecida e abandonada. O que estava em alta e precisava de amplificação eram as big bands.

    não encontrei muito até que seguia os anos 40

    Entenda que um telefone, de certa forma, é um microfone e um amplificador em cada lado da linha. Então se você quiser saber sobre os primeiros microfones, vai acabar lendo sobre o telefone de Graham Bell em 1876 (ano da patente), que se baseou no telégrafo que é da década de 1830. Ou seja, o pai de tudo isso é a telecomunicação, o rádio foi um passo.

    Sobre Leo Fender depois eu falo melhor.

    Abç

    Ismah
    Veterano
    # jul/15
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    MMI

    Te disse que teria muito pouco pra falar rsrs
    Existem muitas lacunas que vão levar meses de pesquisa para continuar.

    MMI
    Veterano
    # jul/15
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    Vamos lá então... Leo Fender.

    Foi um cara que teve aulas de saxofone e se apaixonou por música, mas os rádios o encantaram mais. Aos 13 anos ele começou com a eletrônica como hobby. Em 1940 ele abriu uma loja de manutenção de rádio, a Fender Radio Service. Logo ele começou a trabalhar com outros eletrônicos de som e vender partituras, discos etc.

    Fender desenvolveu um captador que logo percebeu que funcionava melhor em guitarras havaianas que nas "spanish guitars". Então junto com Doc Kauffman fundou a K&F Manufacturing Corporation, usando suas novas patentes para fabricar guitarras e amplificadores por volta de 1945. Nesta época Leo Fender já consultava muito os músicos para saber nuances do timbre, interesses e opiniões.


    Em 46 Leo Fender abriu uma fábrica para produzir seus produtos, dessa vez como Fender Electric Instrument Company, pois Doc Kauffman deixou a K&F. Muitos dos primeiros amplificadores e instrumentos Fender eram entregues com defeitos de fabricação e de design, vários voltavam para troca e reparos.

    Os primeiros amplificadores Fender empregaram circuitos básicos e bem conhecidos, inventados e patenteados por técnicos da Western Electric na Bell labs. A Bell Labs desenhou as válvulas para amplificar o som das vozes pelos cabos de telefone de longa distância. A RCA usava as válvulas para amplificadores de áudio e rádios. Assim, Leo Fender desenvolveu o projeto dos amplificadores mais antigos. Ele percebeu que os captadores tinham certa deficiência sonora, então os amplificadores precisavam compensar e fazer o som melhor do que o que os captadores produziam (ou seja, não podiam ser "hi-fi flat response"). Seus primeiros amplificadores, como o Dual Professional de 46/47, tinham um boost de graves e agudos no power. A partir daí, começou a explorar circuitos de pré com mais agudos e presença. No início produziu 3 modelos: o princeton com falante de 8", o Deluxe com falante de 10"e o Professional com falante de 15". O Dual Professional foi o primeiro amp tweed, antes eram em madeira sólida. Inclusive Leo deu um Dual Professional para Les Paul depois de um almoço em Fullerton, que Les Paul usou até o início da década de 50. Assim leo Fender dominou a Costa Oeste com seus amplificadores, onde a maioria dos músicos mais importantes usavam Fender, rivalizando com a Gibson no restante. Em 48 lançou uma linha para estudante, um lap steel mais simples com um amplificador pequeno chamado Champ.

    Nem cheguei nas guitarras, mas acho que de amplificadores Fender antigos já deu, né? rs

    Ismah
    Veterano
    # dez/15 · Editado por: Ismah
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    Ai ai ai... Vou tirar as teias daqui...

    Quando Leo Fender patenteou seu primeiro captador, estava tentando amplificar o som da guitarra mantendo o timbre do violão que, por si só, tem um volume muito baixo em comparação com instrumentos de sopro e percussão. É fácil deduzir que, para acompanhar as bandas de Jazz que vinham surgindo, era imprescindível amplificar o som do violão com a maior fidelidade possível, já que ninguém conhecia o som de guitarras. A tentativa deu certo ao amplificar o som do violão, mas não deu certo em reproduzir o seu timbre (para chegar mais perto disso só com os problemáticos microfones).

    Diversas equalizações diferentes nos pré-amplificadores deram origem ao som que conhecemos hoje e que é fácil encontrar em antigas gravações de Blues. O resultado todos conhecemos, pois foi criado um novo timbre, um novo instrumento musical, por assim dizer. Um instrumento com um timbre que os músicos e ouvintes aprenderam a gostar e muito, tanto que mudou a história da música e hoje é o que se tenta buscar. No final dos anos 50 os guitarristas de rock'n'roll e de blues descobriram que aumentado bastante o volume dos amplificadores obtinha-se um novo timbre, bastante agradável a quem gosta desses ritmos.

    Jim Marshall, um professor de bateria que possuía sua própria escola em Londres percebeu que copiando os amplificadores de Leo Fender iria ganhar um bom dinheiro, uma vez que estes tinham um preço altíssimo na Inglaterra. Projetou seu primeiro amplificador baseando-se no Fender Bassman 59 e utilizou as válvulas EL34, fabricadas na própria Inglaterra, ao invés das 6L6 ou 6550 dos Fender. Como resultado obteve um amplificador com o qual se obtinha uma distorção diferente e mais pesada, a qual agrada muito até hoje; é o famoso som de Marshall.

    Hoje

    Chega-se à conclusão que se houvessem meios mais sofisticados, como os de hoje para reproduzir em altos volumes o som do violão, o som da guitarra poderia não ter sido criado. Como são as coisas! Hoje em dia existem verdadeiras legiões de guitarristas que adoram esse antigo timbre das primeiras guitarras e estão sempre à procura de algum efeito que possa reproduzi-los, ou então, utilizando cópias dos antigos amplificadores.

    Para conseguir isso os projetistas deveriam trabalhar na equalização dos amplificadores. Tanto as válvulas quanto os transistores apresentam dificuldades de projeto para a obtenção de sistemas lineares ao amplificar sinais de áudio, isso significa que, por exemplo, as válvulas podem amplificar mais os graves e médios enquanto os transistores amplificam mais médios e agudos. A tentativa de compensar a falta de linearidade dos componentes faz com que diversos amplificadores apresentem timbres distintos e o timbre é uma característica de agrado bastante pessoal. Justamente as primeiras tentativas de Leo Fender são as que se tentam imitar e, parece-me, a história se repetirá.

    Amplificadores Híbridos

    Com iniciativa comercial da Marshall, temos hoje diversos amplificadores híbridos (amplificadores que combinam válvulas e transistores, de forma a diminuir o custo de produção). Infelizmente, esses amplificadores utilizam uma única válvula no estágio pré-amplificador (uma 12AX7, normalmente) com alta saturação, e o estágio de potência é transistorizado... Esses amplificadores, apesar de não terem (nem de longe) o timbre de um completamente valvulado, são muito populares pois satisfaz aos guitarristas que nunca tocaram num JCM800 ou similar. Esses amplificadores são a linha ValveState da Marshall. Muitos outros fabricantes já estão fabricando amplificadores desse tipo, como a Crate, a Meteoro (no Brasil), a Fender e outras. Trata-se, no entanto, de aparelhos caros e sem utilidade, uma vez que é possível obter o mesmo efeito com pedais overdrive valvulados e amplificadores transistorizados mais baratos.

    Por TUBEAMPS - São Bernardo do Campo, SP (trechos adaptados)
    http://www.tubeamps.com.br/sag.htm

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