Bias frio demais Bassman 100

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fraalex
Veterano
# nov/11


Olá,

coloquei um set de tubos 6l6 gc no bassman 100 e tá dando 14 ma de bias do catodo nas 4 valvulas - estão bem casadas, com mínima varição.

O control grid tá com -56 v nas 4 válvulas

O trafo tá jogando 470v na placa.

A corrente do bias deveria estar em 35 ma, mas tá com 14 ma.

O bassman não tem como ajustar o bias, só balanceamento.

Alguém tem o esquema para eu acrescentar um pot de ajuste, além do de balanceamento? Gostaria de ter os dois.

Outra pergunta é:

Como pode o ampli funcionar tão frio e som estar bom? Pensei que com essa corrente iria distorcer ou nem ter som. No mínimo muito magro. E não está nem uma coisa nem outra.

Como pode?

obrigado pela atenção

carlos adolphs
Veterano
# nov/11
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fraalex
Boas.Não tem nada demais, está tudo dentro do que prevê o esquema.Ele tem conforme diz no esquema, -57V aplicados no pot de balance, com 470V em standby off e 447 com standby on.São os valores de projeto, que dependem também do trafo de saida.Note que a inversora está em configuração simétrica com 47K em placa.Nessa situação, eles conseguiram com que sua corrente de repouso fosse reduzida ao mínimo, que economiza válvula, e com uma excursão maior da inversora, que compensa a voltagem maior de bias.Quando vc aplica o sinal essa voltagem da inversora desconta a voltagem maior de bias e a valvula atinge seus picos de corrente.A consideração de ser bias frio ou quente depende da configuração da inversora e impedância do trafo de saída.Tem que ser analizada como um todo, e não apenas com valores de classe por manual.Tá com som bom, não tá?Então tá certo.Abcs.

carlos adolphs
Veterano
# nov/11
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fraalex
Outra coisa, não esqueça que a saida do B100 é 4 ohms.Para medir corretamente, tem que colocar resistor de 4 ohms no lugar dos alto-falantes.Abcs.

fraalex
Veterano
# nov/11 · Editado por: fraalex
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Carlos, obrigado

eu tinha reparado como os valores do esquema e do ampli tão cravados.

Acabei de fazer outra medição, agora com 4 ohms carregados na caixa - antes estava com 8 ohms. Não mudou nada. Eu gostaria só de corrigir, que em temperatura de operação, a corrente chega a 17 ma médio em cada válvula, com variações mínimas entre elas.

Eu gostaria de acrescentar um pot para ajustar a voltagem negativa do control grid, podendo subir ou descer a corrente. Seria complicado?

Outra coisa: dá no mesmo pôr um resistor de 4 ohms na saída ou 2 caixas de 8 ohms plugas nas 2 saídas ?

obrigado novamente

abraçao

carlos adolphs
Veterano
# nov/11
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fraalex
Complicado não é, é só substituir a resistencia de 15K que vai para a derivação do pot de balance.Mas tome cuidado, o trafo de saida dele é diferente dos que vc está acostumado, não inventa muito que vc pode se arrepender ($$$$$).Abcs.

fraalex
Veterano
# nov/11
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Entendo ... É, pelo que leio, o pessoal faz isso e acrescenta um pot de bias. Infelizmente não achei esquema.

Eu realmente não seria a pessoa indicada p fazer essa modificação. O problema é se a tal pessoa indicada fizer o favor que queimar o trafo de saída por mim. Porque a última pessoa indicada para fazer coisas desse tipo que eu procurei me disse que a esquema do 150B - que ele analisou - era idêntico ao do Bassman.

Foi aí que resolvi arregaçar a manga, ler,ler,ler tudo sobre valvulados, decifrar sozinho esquemas sem nenhum conhecimento prévio e tentar fazer eu mesmo. Pelo menos sou eu quem vai fazer m...

abç

fraalex
Veterano
# dez/11
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Bom, depois de estudar bem o esquema do bassman 100, vi que para modificar a voltagem negativa do bias é só trocar o resistor de 3.3k.

Mas eu quero este bias ajustável. Uma pergunta muito simples:

A TROCA DESSE RESISTOR DE 3.3K POR UM TRIMPOT DE 10K VAI ME POSSIBILITAR VARIAR A VOLTAGEM NEGATIVA DO BIAS?

Meu objetivo é manter o pot de balance e acrescentar um resistor variável para alterar a voltgem negativa do bias.

abraço

macaco veio
Veterano
# dez/11
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oh, olhando o esquema, o bias desses ampli é um desenho pouco comum, um pot tap raro de achar, se acha naquelas sucatas de peças que ninguem nunca compra que fica separado nas lojas. Seu raciocinio ta certo, vai variar alguns volts ali, se o pot não fundir ou esfumaçar porque não tentar?

carlos adolphs
Veterano
# dez/11
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fraalex
Se vc colocar um trimpot de 10K no lugar do resistor de 3,3 K, vai haver variação, lógico, porém é recomendável deixar um resistor fixo de 1K, no mínimo em série com ele, pois no caso de vc levar o trimpot ao zero, pode haver perigo ao potenciomentro de balance.Se vc queimar o bicho, vai penar para conseguir outro.Mais uma vez recomendo cautela, pois lembre-se que o enrolamento do trafo de saída foi condicionado ao máximo de 20% de tolerância na corrente máxima permissível, o que pode causar a queima deste se vc aumentar demais a corrente circulante, diminuindo a voltagem de bias.Outro fator é que pode ocorrer a saturação do núcleo do trafo de saída, se essa corrente aumentar muito(não é a saturação de overdrive), em função de corrente DC de placa.Isso além de não melhorar em nada seu som(pelo contrário, piora), causa aquecimento do enrolamento e núcleo.Uma piora nos agudos será então sentida.Abcs.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Obrigado pelas respostas.


está certo meu raciocínio? sem nenhuma resistência, o bias iria para os -69v, de acordo com o diagrama.

Já se eu colocasse a resistência máxima de 10k no trimpot, a voltagem diminuiria bastante. Não sei como se faz essa conta, mas imagino que vá lá pra -40v.

Outra dúvida é para que serve esse resistor de 1k em série.

E tb fiquei com dúvida, Carlos, dessa parte da piora do som. Vc quis dizer que piora só se a corrente estiver alta demais. Não por eu colocar o trimpot de 10k, não é isso? O trimpot só vai me possibilitar encontrar o melhor som, com o bias mais adequado, certo? ou errado?


abraço

carlos adolphs
Veterano
# dez/11 · Editado por: carlos adolphs
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fraalex
Errado.Não tem essa de "bias para melhor som".Conforme a impedância do trafo de saída, voltagem de placa e screen, existe uma voltagem correta de bias para situar a válvula em uma determinada classe de funcionamento, que pode ser A, B, AB1, AB2 e C(essa usada só em rádio transmissão).Quanto menor a voltagem de grade, mais corrente de placa vai circular, até chegar ao ponto de destruição da válvula.O resistor de 3,3 K mais o Pot de Balance e o resistor de 15K formam um divisor de tensão que situa a voltagem de bias no ponto que deve estar, conforme o projeto.Deixar direto no pot os 69V podem fazer com que ele passe da dissipação máxima, queimando a trilha.O resistor de 1 K seria para evitar isso.Colocar o trimpot de 10K pode fazer a voltagem de bias diminuir no POT de Balance, pois vai aumentar a relação do divisor de voltagem, que agora é de 4/5 da voltagem(3,3K X 15K), com 10K será de 2,5/5 ou seja a voltagem de bias cairá para 35V aproximadamente, o que destruirá as 6L6 assim que aquecerem.Outra coisa, conforme o gráfico de curva da 6L6GC, com 470V em placa, -56V na grade, a corrente de repouso é(lendo o gráfico)imagine...14mA.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Carlos, o entendimento que tinha é que o importante é a corrente de placa. Cada lote de válvula tem uma característica. Por isso, tenta-se casá-las para que tenham uma resposta semelhante.

Como a grade de controle, com sua carga negativa, controla esse fluxo de corrente de placa, é necessário o ajuste a cada troca de válvula, se estas não tiverem caracteríscas iguais de corrente de placa das anteriores.

O que se poderia fazer é descobrir as características das válvulas ideais para aquela voltagem negativa lançada na grade de controle, estipulada no projeto. No bassman, p ex, é -57v. E depois só comprar válvulas com os mesmos parâmetros.

Antigamente, a fender vendia as válvulas adequadas para este ajuste (-57v). Então era só comprar dela e colocar no slot. Hj a fender só vende valvulas Sovtek, que odeio, e é adequada para seus amplis novos. As válvulas de que gosto - RCA, SYLVANIA, GE e Svetlana WC - variam muito suas características.

Num quarteto RCA, cada vávula joga 20 ma de catodo, com -57v.
Num outro quarteto Fender Sylvania, joga 14 ma, com os -57v
e em outro quarteto svetlana WC, fica em torno de 16 ma, com os -57.

As fender e svetlanas são quase casadas, pq têm GM em torno de 2.0 e IP semelhantes, nào lembro aqui.

Uma pessoa muito experiente me disse que no início usava osciloscópio, media corrente de cátodo etc etc para ajustar bias. Até que aprendeu com a experi6encia, que o melhor ajuste de bias se faz no ouvido e que uma válvula com bias inadequada é facilmente identificável pelo Hum ou crossover distortion. Segundo ele, tanto fora para mais como fora para menos, dá para ouvir. É como um cara que regula o motor.

Ele disse ainda que mesmo que as válvulas estejam casadas de GM e IP, muitas vezes, pelo som, ele identifica uma válvula que não casou legal, apesar de toda teoria estar dentro do padrão.

Ele tb não acha que devo mexer no projeto do bassman, já que ele considera perfeito para aquele ampli.


MAS SE EU NÃO TIVER AJUSTE REGULÁVEL EU NÃO POSSO EXPERIMENTAR O MELHOR FUNCIONAMENTO DA VÁVULA E SOM.

Eu não tenho essa experiência de ouvido, mas munido das teorias de dissipação para não estourar a válvula, eu posso achar o melhor timbre para cada quarteto de válvula, dentro do padrào de dissipação delas. Existe o Ibias, que te ajuda a calcular a dissipação da váulvula, levando em conta a resistência do primário do trafo de saída, a voltagem do center tap etc. E ainda a regulagem sempre fica conservadora pq no cálculo não se exclui a corrente da 3a grade, mais ou menos 5% do valor, fazendo com esteja um pouco abaixo do que seus cálculos indicam.

Tudo isso que escrevi e que achava ter entendido é besteira?

carlos adolphs
Veterano
# dez/11
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fraalex
MAS SE EU NÃO TIVER AJUSTE REGULÁVEL EU NÃO POSSO EXPERIMENTAR O MELHOR FUNCIONAMENTO DA VÁVULA E SOM.

Eu não tenho essa experiência de ouvido, mas munido das teorias de dissipação para não estourar a válvula, eu posso achar o melhor timbre para cada quarteto de válvula, dentro do padrào de dissipação delas. Existe o Ibias, que te ajuda a calcular a dissipação da váulvula, levando em conta a resistência do primário do trafo de saída, a voltagem do center tap etc. E ainda a regulagem sempre fica conservadora pq no cálculo não se exclui a corrente da 3a grade, mais ou menos 5% do valor, fazendo com esteja um pouco abaixo do que seus cálculos indicam.

Desculpe cara,mas vc tá falando de coisas que não tem a haver umas com as outras.O que define o timbre de uma válvula é sua capacitância intereletródica, que não muda com o bias.O bias coloca a valvula dentro de um limite seguro, em níveis DC, nada tendo a haver com o timbre, e dentro do qual o sinal de grade de controle pode excursionar entre positivo e negativo, sem ultrapassar as características de placa.É um ajuste DC.O conjunto dessas capacitâncias, em paralelo com as capacitâncias distribuidas do trafo de saída é que definem o timbre natural, falando em termos de sinal flat.Quando vc aumenta a corrente de placa e por consequencia, sobre o primário do trafo, vc trabalha em saturação do núcleo, sob o ponto de vista DC, que vai impedir o correto funcionamento do trafo nos sinais AC(som), pois sendo essa corrente muito alta, vai bloquear as induções de correntes AC no núcleo e o trafo fica uma shit.Esse princípio foi utilizado nos dispositivos flux gate, que eram os antigos sensores de bússola dos aviões."Abrindo" e "fechando" o núcleo da flux gate(saturando e dessaturando) com uma voltagem dc comutada, uma bobina trifásica secundária podia detectar o campo DC da terra, amplificando para o sistema de bússola.Essa corrente de saturação aumenta considerávelmente as correntes de Foucalt, aquecendo o núcleo, fazendo com que haja uma queda na indutância do primário do trafo e com isso alterando a impedância. Isso fará, sob sinais AC do som amplificado aumentar ainda mais a corrente de placa, pela diminuição da indutância/Impedância, levando a válvula a avermelhar a placa e ultrapassar os 270ºC no bulbo de vidro, que derreterá e explodirá a válvula.O bias com voltagem muito baixa também fará com que a 2ª grade sobreaqueça e funda, devido ao aumento da corrente dela, antes da placa, soltando os elementos internos e curto-circuitando a válvula.A 3ª grade não existe em 6L6(é tetrodo de feixe dirigido), só na EL34(Pentodo).Agora pense:O Clapton não fica mexendo no Fender dele, o Buddy Guy também não.Não tem essa estória de tirar o máximo da válvula.Um dos únicos que faziam isso era o Jim Marshall, para o Deep Purple e ainda assim explodiam uns dois amps por show.Não dava pra aproveitar nada depois.Ouça o seu amigo.Não mexa.Abc.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Eu me expressei errado falando timbre. Quis dizer o melhor som que aquela válvula pode emitir. E achava que o som dela mudava um pouco mais frio ou mais quente.

Então só distorce e dá hum, qndo está errado o bias, nào fica com menos grave ou muito brilhante, se fria ou quente?

A minha grande dúvida é que algumas informação não estào fazendo sentido em minha cabeça. Vou tentar ser muito conciso:

As válvulas, mesmo sendo da mesma marca, ano e muitas vezes lote, não respondem diferente aos 470 v de placa e -57v da grade de controle? Por isso, qndo vc n tem ajuste individual, precisam ser casadas ?

Então eu preciso adequar o fucionamento do ampli às características delas. Uma vai ter o seu melhor desempenho com os -57v, outras com -48v, e por assim vai..

Não é isso?

abç

carlos adolphs
Veterano
# dez/11 · Editado por: carlos adolphs
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fraalex
As 6L6 por exemplo são fabricadas e depois selecionadas.O que difere uma das outras é a perfeição do vácuo interno.Os elementos internos são feitos por máquinas robotizadas e são sempre iguais.Durante a seleção elas são ligadas por 72 hrs com uma voltagem de placa aplicada de cerca de 150V.Isso é o "sazonamento", algo como amaciar o motor.Depois são medidas nas características extremas e conforme vão respondendo são classificadas em 6L6, 6L6 GB e 6L6GC.São todas iguais internamente, só o vácuo é que nunca consegue ser igual, isso é um problema antigo.Por isso colocaram aquela substância que deixa um prateado do lado do bulbo(mancha).Ele ao ser aquecido, reage com o oxigenio remanescente e se vaporiza contra o vidro, eliminando o resto de ar.As válvulas dentro de uma classificação GC por exemplo são iguais dentro de uma tolerância de 5%.Vc pode melhorar essa tolerância, fazendo o casamento.O ajuste perfeito de bias só é possivel em aparelhos destinados a medições de precisão e tem ajuste independente de cada válvula.A tolerância de 5% não afeta o desempenho visto que os outros componentes dos amplis tem até 10% de tolerância.É isso.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Então esses 5% de diferença entre as GC não se referem à variação, entre diferentes válvulas, da corrente que se mede no cátodo, com resistor de 1k ou aparelho específico.

Porque eu tenho aqui variações entre 20 e 25% de corrente de catodo, que até então pensava ser um método bem aceitável ( corrente do catodo) para se deixar a válvula no funcionamento perfeito. (o ideal é medir direto a corrente da placa. Mas fica perigoso e complicado)

Eu achava que feito o cálculo de dissipação da vávula, que leva em conta todas as variáveis já ditas nessa discussão, vc deveria trabalhar entre 50% e 70% do valor máximo que ela aguenta. 70% seria um ajuste meio quente, sobrecarregando um pouco a válvula, mas dentro de sua dissipação máxima num ampli AB.

50% seria o melhor, mas tem gente que não tolera o som nesse ajuste e prefere mais quente, em torno de 60%.

Eu não tenho experiência, reproduzo o que leio. Mas quero ter, experimentar, arrancar o máximo do equipamento.

As minhas válvulas, no meu cálculo, estão operando no Bassman a cerca de 25% da dissipação máxima: 14 ma no catodo, enquanto entre 25 ma e 40 ma seria a faixa de operação correta, em que eu poderia escolher o melhor som que a válvula me dá.

Com essas válvulas que conduzem corrente de 14 ma no catodo, o meu Bassman distorce um pouco a partir do volume 6, no master e no Pré.

Como estou conhecendo tudo agora, não sei se é normal, se essa é uma crossover distortion ou uma simples saturação. Enfim, não conheço o melhor desempenho do meu ampli ainda.

E eu quero o melhor desempenho dele. Por isso que estou doente com esse bias fixo do bassman, que pelo que leio por aí, não é a melhor qualidade dele, tanto que o aclamado bassman blackface tem ajuste de bias.

Carlos, isso é tudo bobagem? Essa distorção leve acima do volume 6 e mais presente do 8 em diante é normal?

Toco baixo.


abç

wiskeria
Veterano
# dez/11
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o som ta bom e o funcionamento dentro dos parametros do amp? Modificar o certo é arrumar sarna pra se coçar... Boa sorte por sua conta e risco!

fraalex
Veterano
# dez/11
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Wiskeria,

o som tá ótimo até o volume 6. Do 6 ou 7 em diante, eu nào gosto. Nào gosto de baixo distorcido.

É bias ou do Bassman mesmo?

wiskeria
Veterano
# dez/11
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não cara, é assim mesmo...
por isso que os baixistas de hoje usam amps de 200, 300w, seu amp vai continuar distorcendo sempre que passar do limite de headroom.
Para baixo 100w é pouco e valvulado sempre satura após chegar no limite.
Se seu baixo tiver captadores de alto ganho satura mais fácil ainda e após metade do volume praticamente todos os valvulados começam a saturar.
Não tem milagre, se quiser um som limpão e altão valvulado com baixo vai precisar daquele ampegs de 300w com valvulas 6550. Ai sim!!

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Entendi.

Queria poder usá-lo num show, pois gosto muito do timbre dele. Uso um Traynor YBA 200 nessas ocasiões e ele supre minhas necessidades. São 4x KT 88 e ainda não cheguei num volume que começasse a distorcer, mesmo em shows onde ele é palco e público. O timbre tb é fantástico, mas diferente do Bassman, claro.

Achei que o bassman tava distorcendo muito baixo, apesar de já estar pra lá do volume 6. Afinal de 100 wats para 200 wats, deveriam ser só 3 db de diferença, quase imperceptível. Não era para ter tnta diferença.

Já o 150b e o Traynor, não se percebe a diferença e o 150 só distorce num volume absurdo. O meu 150b tem uma questão que as vávulas tão cansadas e depois de muito tempo de uso seguido rola um som meio sujo. Mas essa é outra questão ...

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Aliás, falando no 150b, outro dia fiz todas as medições e este sim, funciona como a teoria manda. E tem ajuste de bias.

Ele joga - pasmem - 788v na placa e o site weber bias calculator diz que 26 ma deve ser a corrente de catodo para operar a 70% da dissipaçào máxima da 6l6 gc, com essa voltagem absurda de placa.

O pot do bias ainda tem o selo de fábrica, joga -45v na grade de controle e as correntes de catodo estão em cerca de 20 ma. Na mosca. Som bom, muito headroom etc.

Já o bassman seriam 44 ma de corrente de catodo, a 70% da dissipaçào máxima das GCs, com 470v de placa. Pô 14 ma é fora demais, mesmo sabendo que estes cálculos são aproximados, que não levam em conta algumas coisas ... Cálculos mais precisos, considerando impedância de trafo etc não apresentam resultados muito diferentes disso.

Outra coisa, basta dar uma busca na internet que se vê a galera regulando o Bassman com 35 ma de catodo, num ajuste conservador. Poxa, repito, 14 ma nào é diferença demais?????

Filipe Reis
Veterano
# dez/11
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Senhores sinto-me no dever de postar nesse tópico e agradecer pela disscussão de alto nível técnico! Parabéns aos envolvidos em especial ao mestre Carlos !!!

fraalex

Cara eu já consegui entender o porque de você não poder jogar mais corrente nas suas válvulas com a explicação do Carlos e tenho que te dizer que não adianta você alterar o amp. porque está tudo atrelado e amarrado ao projeto desse amp. e não é só com essa modificaçãozinha ai que vai dar jeito. Pelo que pude apurar vc terá de mudar mais coisas e acho que é ai é que começa a não vale mais à pena, tipo trafo de saída, circuito inversor e etc. to errado mestre Carlos ?


E outra 788 volts numa 6L6 GC ??? Credo! Corre que ela deve estar quase fundindo os elementos internos! Pelo datasheet pode se ver que ela não é fabricada pra suportar essa tensao toda.

carlos adolphs
Veterano
# dez/11
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Filipe Reis
fraalex
Boas, Filipe!É, discussão assim é boa, como por exemplo, essa da corrente de bias.Se usar o tal do Weber Calculator, tem que levar em consideração que ele é um calculador tipo planilha, que considera valores padrão de trafo de saída(impedância).Se seu trafo for um pouco diferente(é o caso do bassman 100), ele não funciona.Vc tem que recorrer aos gráficos do datasheet, para situar.Quanto a 6L6 com 700 e tals Volts, como já explanei anteriormente, ela é uma versão "civil" da 807(os elementos internos são iguais), e aguenta até 800V, desde que vc mantenha regulados exatos 400V no screen.Foi o artifício que a Giannini usou nos famosos A100 e A-200(75W com 2XEL34 e 150W com 4XEL34).Na prática, toda válvula pode ser assim configurada, desde que se respeite a voltagem máxima catodo-grade 1 e catodo-grade2.No caso do Bassman100, o trafo de saída, com vistas a ter sua faixa passante baixada para responder a partir dos 40Hz, teve seu trafo de saida modificado em impedância(para maior) e com isso obtido maior indutância, sem aumentar demais seu tamanho físico( a Giannini, pelo contrário, colocou um monstro trafo na saida dos seus Super-Thundersound),permitindo a melhora nos graves.Se usarmos as curvas da válvula, não as tabelas fixas, teremos, com impedância PP de 6600 ohms(o trafo do Bass é um pouco mais que isso), teremos uma corrente máxima de placa a 1Khz de 136mA, por seção .Isso quer dizer que cada válvula estará dando em torno de 68mA de placa com 448V/-57V na grade e corrente de repouso de 14mA.Somados os valores teremos um total de potencia, segundo a lei de OHM, de 0,272mA x 448V(voltagem de placa)= 121,8 W.Deduzindo 20% de perdas no trafo, teremos algo em torno de 100W.As 6L6 com essas cargas maiores de placa são colocadas em regime de corrente menor, duram mais, dão bom som, trabalham tranquilas(no A100 da Giannini, o trafo é de 10K PP e no Bassman 100, 9400 ohms PP).No Bassman 135, a impedância do trafo é a mesma, porém em configuração ultra-linear(tap a 42% do primário, para alimentar os screens, ganhando mais uns 12W nisso), 500V em placa durante funcionamento e corrente de catodo de 21 mA em repouso, -58V na grade.Ou seja, como vc falou, os Bassman foram feitos assim.Abcs.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Filipe, Wiskeria e ao mestre Carlos, que tem dado uma verdadeira aula aqui, meus sinceros agradecimentos.

Pois, é Filipe, acho que tem muita gente com as msmas dúvidas q eu e o tópico, graças a vcs, está esclarecedor.

Carlos,

Vc disse que a corrente de catodo do 135 é 21 ma. E a do B100 é então 14 ma? Qual a corrente ideal do B100? Quando vc disse que a corrente de repouso era 14ma essa corrente de repouso seria a do catodo ou da placa mesmo?

Mais uma: tenho correntes de 14ma num quarteto (Fender/Sylvania) e 21 ma no outro (RCA), como já disse. Não sinto muita diferença no som nelas, nem posso te afirmar se um set distorce antes do outro, assim como com as WC, tb operando a 13 e 14 ma. Sei que essas diferenças de valvulas são mais que normais. Mas pro ampli tanto faz se tá operando em 14 ma ou 21 ma? Não estou falando de válvulas descasadas, mas de sets casados diferentes em sessões de teste diferentes.

Sendo assim, posso desconsiderar tudo que li sobre bias e ajuste por corrente de catodo em sites como Lord Valve e milhares de outros que defendem um ajuste ou a conferência dos valores a cada troca de válvulas e todas essas teorias que estão por aí?


tá errada a informação de que o som tem características diferentes de acordo com ajuste do bias, dentro de uma faixa limitada e calculada de operação _ 50 a 70% da dissipação máxima? Num site o cara chega a dizer que o B100 dele tinha um som sem peso, horrível, até que ele modificou o bias, elevando a corrente do catodo, e tudo virou uma maravilha.

Teoria de regular em 50 a 70 % da dissipação máxima da vávula em classe AB é besteira?

Teoria de que a voltagem negativa da grade de controle não diz nada, o que importa é a corrente, besteira? e para evitar risco, mede-se a do catodo c resistor de 1k e não da placa.

Teoria da diferença grandentre as 6l6 GC tá errada? Tinha lido que muitos dos processos de manufatura - acho que até no site da Svetlana - eram manuais e por isso as válvulas diferiam tanto. ( Carlos disse que são mecanizados e não diferem mais que 5%) Sobre vácuo e o GETTER, isso não há divergências.

O cálculo da voltagem de placa pela corrente de catodo para resultado aproximado de dissipação da válvula ou uso de tabelas aproximadas para ajustar corrente de catodo são uma arapuca?

Passar num osciloscópio o ampli após uma troca de vávulas e mexer no bias se houver alteração nas ondas é desnecessário?

Pois pelo que entendi aqui é raro o bias ficar errado na troca de vávulas.

O manual do meu Traynor, que manda verificar bias ao trocar as válvulas, que apresenta 5 test points para facilitar a leitura e tem uma indicação de trabalhar com 40 ma por válvula faz isso só pra vc levar à assistência deles para deixar uns $$$$ enquanto o técnico ri de vc?

Não tô aqui defendendo uma ou outra linha. Apenas leio as informações, pergunto e aos poucos estou metendo a mão na massa para desenvolver minha experiência. Quero meus amplis funcionando direito e confiáveis, para uso em shows, ensaios etc.

O que não quero, por serem amplis especiais, é estragar nada. Por isso, tantas perguntas, algumas até insistentes.

Mas o fato é que estou ficando confuso com tantas informações divergentes. (ou seriam complementares e eu pela inexperiência não estou conseguindo ligar as informação com as explicações muito mais profundadas dadas aqui)

Peço desculpa por falar tanto, por encher o saco alheio.

Obs: Carlos eu falei lá em cima 3a grade para simplificar. Eu sei que as 6l6 e kts são bean tethrode e o último elemento é um metal curvado para melhorar o aproveitamento dos eletrons que voltam no choque com a placa, aumentando seu desempenho. É que o material disponível que encontrei era em inglês. Eu não sei muito as terminologias em português. Estou aprendendo aqui. E esse bean tethrode é chamado kickless Tethrode (eis por que KT), por reduzir o efeito rebote, parecido com o q faz a terceira grade do pentodo. Mas os pentodos são europeus patenteados, aí os americanos criaram esse "bean", que divide corrente com o catado (+/- 5%), o que não acontece no pentodo. Muitos consideram o bean tethrode um pentodo disfarçado. Afinal, mesmo ligado ao catodo, esse metal curvo não seria um 5o elemento?

abç a todos

carlos adolphs
Veterano
# dez/11 · Editado por: carlos adolphs
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fraalex
Pentodo é quando vc tem acesso externo via pino, como na EL34.Beam Thetrode ou KicklessThetrode são a mesma coisa, algo como Airbus e Boeing( os dois são aviões) e o acesso ao eletrodo de focalização interno é só por dentro, ligado ao potencial de catodo.Nos Pentodos tem 3ª grade mesmo.Quanto ao timbre, volto a dizer, som ruim devido mau ajuste de bias não é diferença de timbre, é coisa mal feita mesmo.Válvulas trabalham com voltagem e transistores com corrente.Usar o processo de corrente de repouso não tem o mesmo efeito nas válvulas embora possa funcionar razoávelmente próximo do ideal.Nos datasheet de válvulas eles falam em tensão de grade1, tensão de screen, tensão de placa.Não usam como parametro de ajuste corrente de grade1, corrente de screen ou corrente de placa.Sempre se referem que com X impedância de carga, X voltagem de placa e X voltagem de grade, vc terá X watts.Uma coisa chamada transcondutância(mho) se comporta de maneira inversa à resistencia , dentro da válvula e faz com que essa reaja de maneiras diferentes.Corrente de placa é uma coisa, de catodo é outra.No catodo circula tudo que passará pela válvula ou seja corrente de placa, corrente de screen e corrente de escape de grade 1.Na placa circula só o que ela atrai.Na grade 1 vc tem tensão negativa, o que limita o fluxo de eletrons, porém alguns atingem a grade, vencendo o campo negativo e chegando ao metal, a partir desse instante devem ser desviados para a terra pelo resistor de grade.Os restantes continuam e são acelerados pela 2ª grade, alguns são absorvidos e passam pelo resistor de 2ª grade em direção a fonte.O resto vai para placa.Ao atingí-la deslocam outros eletrons que teriam a tendencia de voltar para a primeira grade, mas ao passarem pela 2ª grade, a encontram com voltagem um pouco menor que a placa, portanto com potencial negativo relativo, que os repele de volta à placa e evitam a oscilação parasita comum aos triodos de potencia, causado pelo eletrons secundários.Tá vc já leu isso, mas é para lembrá-lo que esse vai e vem de eletrons causam funcionamento diferente em relação ás polarizações, se comparado com transistores.Na prática, as medições por catodo( a resistencia é de 1 ohm e não 1 K, o valor de 1K que citei anteriormente é em série com o seu pot milagroso de 10K, ehehe), servem apenas para verificar o estado de desbalanceamento entre as válvulas, pois como o ajuste de bias é um só para todas, aquela que está com corrente superior ou inferior, dentro de 5%, das outras, está com problemas.O fato de um set de válvulas dar 22mA e o outro 14 mA, considerando a mesma voltagem de bias, significa apenas que o de corrente maior tem menos vácuo que o de menor, pois a contaminação com moléculas de gases, notadamente nitrogênio, faz com que apareça essa corrente maior e aquela emissão de luz azulada nas válvulas quando em funcionamento.Essa é a razão pela qual aparece a coloração azul.A válvula está perfeitamente funcional, mas com tendencia de durar menos que as válvulas que não emitem a luz azulada.A ionização desse gás aumenta a corrente circulante( é o principio das lampadas de descarga, como fluorescentes e flash, ou ainda, os luminosos de neon).Se aparecer luz verde, vai dar problema, é oxigênio e os elementos internos oxidarão impedindo o funcionamento da válvula.Cada maluco defende seu processo de ajuste.Eu sou um maluco ortodoxo, sigo o manual, ajusto por voltagem, caso as válvulas(só pros clean) e não forço na impedância nem na fonte e principalmente, não mexo em coisa que funciona bem.Abcs.

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Putz, agora tudo faz sentido. Obrigado pela paciência.

A única coisa curiosa é que o getter da Sylvania/fender tá muito mais surrado que o da RCA. Já a svetlana WC, que tb conduz 14 ma, nunca foi usada.

Provavelmente tem menos gás apesar do getter translúcido e a RCA, com guetter bem forte, deve estar contaminada. Deve ser um indício de que essa análise pelo getter não é tão reveladora assim.

Acho que é isso: matei minhas dúvidas,

abraço e obrigado

juninholiveira
Veterano
# dez/11
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Esse tópico ta parecendo uma carta . . . . uma carta que eu não tenho paciência de ler inteira.

fraalex
Veterano
# dez/11
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Ah, tem só uma coisa que poderia iluminar ainda mais a questão.


Carlos, então, qndo vc acha necessário ajustar o Bias? Quero dizer: qndo vc pega um ampli para manutenção ou troca de válvulas, quais fatores te levariam sentir necessidade de alterar o Bias?

E alguma vez vc já precisou tirar a voltagem negativa do valor estipulado no projeto? caso positivo, por quê?

abraço

fraalex
Veterano
# dez/11 · Editado por: fraalex
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Juninho, então não leia. Naturalmente não são suas dúvidas.




abraço

carlos adolphs
Veterano
# dez/11
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juninholiveira
Normal pra sua idade...
fraalex
Normalmente apenas confiro se o valor está OK, meço em todas as grades para ver se tem resistor de grade alterado(aquele em série com a grade, isso sim dá problema).O reajuste de bias eu faço apenas quando troco algum componente da área de bias, como potenciometro, capacitor, resistor.Lembre-se que todo ajuste deve ser feito com voltagem de rede nominal do amplificador.Se ele pede 115V, esse valor deve estar cravado no primário, senão prejudica todo o ajuste.As resistencias de grades 1 e screen devem estar perfeitamente iguais.Geralmente compro um lote de 100 resistores e seleciono pares e quartetos iguais, para uso com amplis, sai mais barato e quando troco um, troco todos da mesma posição.Práticamente nunca mexi mais que 1ou 2 volts em bias, e isso só porque com o tempo de uso os resistores se alteram.Isso aí.Um abraço!

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