christine_daeé Veterano |
# jul/06
· votar
"Para os melômanos do mundo inteiro, porém, Callas foi a artista genial que representou um claro divisor de águas. Antes dela, compartimentaram-se as vozes. O soprano, por exemplo, podia ser dramático, ligeiro, spinto, coloratura, mezzo etc. A diva foi capaz de abranger o repertório de todos os tipos de soprano ao mesmo tempo. Ela trouxe de volta à cena e ao disco óperas então esquecidas, como Norma, de Bellini, num ponto de excelência que uma audição da ária Casta diva, na gravação de 1954, agora remasterizada, é capaz de tirar o fôlego do ouvinte pela emoção. O mesmo acontece com sua interpretação de todo o repertório de Rossini. Após o resgate do cineasta Pier Paolo Pasolini, que a engajou como atriz no filme Medéia, no início dos anos 70, Callas deu master classes em Nova York. A voz a abandonara, mas a têmpera de aço e o amor pela música - "Se você ama a música a ponto de servi-la humildemente, o sucesso acontecerá automaticamente", dizia aos alunos - estavam vivíssimos. Em suas aulas, a diva tinha explosão de cólera contra cantores que se limitavam a repertórios reduzidos. "Hoje só se fala em baixo profundo, baixo cantante, barítono-baixo ou soprano ligeiro, soprano spinto, soprano disso, soprano daquilo. A cantora é soprano, e basta! Um instrumentista faz os baixos e agudos. Do mesmo modo, um cantor deve cantar em todas as tessituras", afirmava."
Trecho de materia da ISTOÈ sobre Callas. Ela achava que o repertório nao deveria se limitar... não é que ela tivesse um tipo de voz diferente.
|