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static-x-br Membro Novato |
# jun/18
Venho acompanhando o mercado desde 2011 no Brasil, e noto algo positivo do número de pessoas começando a carreira como produtor musical. Mas noto tbm do lado do Rock, de musicas de rock muito sem essencia, parece que estamos tão acessíveis a vários domínios de softwares edição de audio (DAW) e estamos esquecendo do lance da criatividade, de inovar, não é isso que é Rock? Inovar e fazer algo foda, com um riff foda, uma melodia mais foda ainda, com uma letra do caralho? So se cria novos movimentos de rock se inovar. Então me diz ai geral, dá uma comentada sobre o que falei aqui, se é que me entendeu bem ne.
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Casper Veterano
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# jun/18 · Editado por: Casper
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Caro static-x-br:
O rock no Brasil teve um momento interessante, do ponto de vista comercial, entre 1980 e final da década de 90.
Hoje, comercialmente, rock nacional é irrelevante. Tem ainda muita gente fazendo rock de qualidade, mas para nichos específicos.
Qualidade técnica para gravar é uma coisa fácil de obter. Tem estúdio caseiro hoje com qualidade absurda. Mas isso não tem relação com qualidade da música em sí.
É o mesmo que dizer que o editor de texto faz o escritor ser melhor. A maior parte da literatura mundial foi produzida sem computadores. Não temos escritores melhores, apesar da ferramenta para escrever seja muito melhor hoje em dia.
A boa música, que vai ficar imortal, não depende tanto da qualidade da gravação. Exemplo: Ziggy Stardust, do Bowie. A música é tão boa que ninguém fica lembrando que a gravação é uma merda.
Respondendo sua questão: Não estamos no nível dos gringos porque técnica sem conteúdo não vale nada.
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entamoeba Membro Novato |
# jun/18 · Editado por: entamoeba
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O que descobri com a minha primeira banda, no fim dos anos 90, é que o público é muito INSEGURO. Escolher gostar de uma banda é escolher agregar algo à sua identidade. Sentindo isso, o sujeito inseguro se torna resistente a coisas que ele não entende direito.
Então, o que se descarta primeiro quando se está a procura de constituir a sua identidade musical, quando se vivencia a insegurança?
a) músicas instrumentalmente "mal tocadas";
b) timbres pouco ortodoxos;
c) vocal escroto;
d) letras pouco precisas (de orientação sexual duvidosa, por exemplo).
Em consequência disso, o porto seguro do inseguro está justamente naquelas bandas que têm em suas bases:
a) virtuosismo técnico;
b) timbres ortodoxos;
c) vocal bonito;
d) letras óbvias ou banais.
Tem que ter muita personalidade para bancar o gosto por bandas que não são tão óbvias. A insegurança não permite isso! Eu também não tinha essa personalidade, então, o que me protegia de me "associar" a algo ruim era ouvir músicas que vinham de fora. Parece que a barreira da linguagem e o fato daquele som ter sobrevivido a todos os filtros que existem antes de algo chegar aqui garantiam que eu não estaria me associando a algo do qual pudesse me envergonhar em um futuro próximo.
Quem cresceu ouvindo o som pasteurizado, bancado pelas gravadoras nacionais, se fodeu! Não pegou as nuances que configuram uma atitude autêntica. A pasteurização vem nos castrando, geração após geração, inviabilizando o desenvolvimento de um movimento autêntico de rock em português.
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fernando tecladista Veterano |
# jun/18
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Geral amadureceu mas pq nao estamos no nível dos gringos? não somos gringos
da mesma forma que acho que os gringos estão anos luz atras da sabedoria oriental..
Mas noto tbm do lado do Rock, de musicas de rock muito sem essencia o que falei no outro tópico do cara que abandonou o rock... rock não é nativo do brasil, os primeiros imigrantes do brasil, não trouxeram o rock querer que o rock seja lindo é querer demais para uma sociedade que não tem o rock em sua cultura posso fazer uma MPB e falar de passarinho, de irapuru, de canário da terra, fazer uma letra falando de mata, de baobá, fazer um sertanejo raiz falando da vida no campo, fazer um forro de raiz falando do vestido rodado da morena.... mas vamos falar o que no rock?
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entamoeba Membro Novato |
# jun/18 · Editado por: entamoeba
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fernando tecladista mas vamos falar o que no rock?
De como somos fodidos, ora! A juventude das zonas proletárias de Estados Unidos e Inglaterra, sem grandes perspectivas na vida, que deram origem ao punk, não sabem o que é passar perrengue se comparada aos brasileiros.
Não deveríamos ser tão mansos, tal qual é a MPB. Nessas horas, até entendo os que atribuem a passividade do cidadão tropical ao solzão na moleira.
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makumbator Moderador
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# jun/18 · Editado por: makumbator
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entamoeba De como somos fodidos, ora!
Rap, Hip hop e aqui no país até o funk brasileiro passaram a fazer isso melhor que o moribundo rock.
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entamoeba Membro Novato |
# jun/18
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makumbator Me mostre o rap ou funk que tem o peso disso:
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makumbator Moderador
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# jun/18
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entamoeba
Levando-se em conta que o líder da banda é originalmente do rap, isso resume bem a questão.
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entamoeba Membro Novato |
# jun/18
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Tira Body Count e mais meia dúzia de sobreviventes e verá que o Rap gringo tá rendido àqueles idiotas que ficam ostentando roupinha de marca e carro de luxo. No Brasil, nem isso nós temos. Rap daqui é manso!
Já foi um pouco melhor, em tempos de Pavilhão 9, Cambio Negro e Racionais. Agora, só dá bom moço vendendo autoajuda.
Nossa inquietação é mal dirigida. Não vira arte.
Sei lá, também... só mandei as minhas impressões.
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Dhanab Membro Novato |
# jun/18
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entamoeba
o rap de hoje deu um puta gourmetizada, meteram umas baterias, uns violões, umas percussões e tiraram aqueles beat maneiros e os caras aprenderam a cantar bonitinho. Anos 90 e começo de 2000 era muito mais roots.
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SteveRayMorse Veterano |
# jun/18
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Nesse caso to com o fernando tecladista. É uma questão cultural. Tivemos um momento roqueiro que, convenhamos, nunca chegou perto do que foi o Rock na Inglaterra e EUA. Mas em quase nenhum país isso aconteceu.
Aqui rock é e sempre foi nicho. Blues então é ainda pior. Enfim, melhor aceitar que dói menos. O que posso fazer é apresentar pra quem tenho oportunidade, ainda mais se for jovem, mas ainda assim nada garante que o mlk vai curtir.
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sandroguiraldo Veterano |
# jun/18
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Somos um bando de tiozões de 30 e poucos anos saudosistas de algo que não vivemos. Isso é o resumo do rock no Brasil.
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makumbator Moderador
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# jun/18
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sandroguiraldo Somos um bando de tiozões de 30 e poucos anos saudosistas de algo que não vivemos
Tenho mais de 40 e vivi o rock a partir dos anos 80. Mim inveje amiga!
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Casper Veterano
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# jun/18
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Caro sandroguiraldo:
Tenho 46 e ví a coisa acontecer, em SP, no Aeroanta e no Madame Satã. Eu não me lembro bem dos detalhes porque eu enfiava os dois pés na jaca, mas eu estava lá!
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sandroguiraldo Veterano |
# jun/18
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makumbator Casper Vocês são 2 lendas desse fórum!
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Gutovysk Veterano |
# jul/18
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static-x-br Geral amadureceu mas pq nao estamos no nível dos gringos?
Na minha opinião: falta conhecimento musical dos músicos em geral! Ficam apenas repetindo e repetindo... Como já disse uma vez: "É o mais do mesmo!" (escrevi sobre isso aqui, para quem quiser um pouco mais de como enxergo o meio musical).
A repetição e a falta de inovação (ou conteúdo), como alguns disseram aqui, levam ao cansaço, a saturação do mercado.
Entender melhor o que é música e como explorá-la é o primeiro passo para grandes ideias e inovações, e, consequentemente, novas explorações!
Daí, as consequências virão... que também pode não vingar no mercado. Pois uma coisa é o mercado musical, outro o mundo musical (que é mais abrangente, e engloba tanto pessoas que fazem sucesso no mercado qto aqueles mais anonimatos). Não é porque uma música é boa que fará sucesso, e também não é porque é ruim que também não fará. Há espaço para tudo!!!!
Agora, uma resposta voltado ao nicho informado: o rock, e outros estilos.
Ser ou não um produto originário de raiz em um país, pra mim, não importa.
O blues é originário dos EUA. O blues originou o Rock. Porém, a Inglaterra soube se apropriar muito bem desse estilo, e é um país com enormes bandas desse estilo.
Você até poderia dizer que EUA e Inglaterra tem a mesma língua, e (quase) a mesma cultura... Isso pode até facilitar... Mas não é fator para que um estilo também dê certo e frutos em outro país que não seja de origem.
Se a língua importasse, teríamos aqui no Brasil a exploração do Fado (atribuído originalmente à Portugal).
E não teríamos aqui no Brasil o Funk e nem o Rap!!! E que são muito bem aceitos aqui e muito bem explorados comercialmente (composições daqui do Brasil).
E já tivemos bons representantes do Rock Nacional, com sua pegada única também...
Mas não cresceu não por falta de oportunidade, mas, na minha opinião, por falta de originalidade nas outras músicas ainda no final da década de 80, e início de 90... Aos poucos o rock nacional foi morrendo... as músicas criadas aqui foram apenas uma tentativa de cópias e cópias... Até houveram algumas coisas mais interessantes, como o Raimundos!!! Deram uma sobrevida a algo próximo do Rock. Depois vi apenas um crescente a imitação de bandas famosas, sem ter sua própria personalidade, e também uma carência de conhecimentos musicais. Além de uma ênfase também aquilo que era mais "engraçado".
Amadurecer em cima de pouco conhecimento é só ter mais maturidade sem conhecimento... rsrs
entamoeba "All Love is Lost" Interessante essa música (e o clip também)! Não conhecia... Mas não podemos comparar isso com o rap ou o funk. São propostas diferentes... Eu poderia também por aqui uma música pesadona de Beethoven ou de Mozart!!!! Mas não caberia comparação. São propostas diferentes, apesar de também terem PORRADÕES!!!!!
abraços a todos, Carlos Correia http://www.tecnicasdecomposicao.com.br
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