Autor |
Mensagem |
erico.ascencao Veterano |
# nov/14 · Editado por: erico.ascencao
Ultimamente tenho me dedicado à música talvez como nunca antes. Quase todos os dias pego a guitarra ou o violão pra trocar entre uma e duas horinhas e andei tirando muitas músicas novas. Hoje estou tocando cerca de 65 músicas, sendo que 30 delas fazem parte do repertório da minha banda
O problema é que venho reparando que a minha memória tem falhado um pouco. Mesmo eu mantendo o hábito de uma vez por semana repassar na minha casa boa parte das músicas (umas 40, aleatoriamente e dando preferência para o repertório da banda), sempre que eu vou tocar alguma música eu dou alguma rateadinha que claramente é devida ao esquecimento, uma vez que a maioria destas músicas eu já toco faz tempo e não tenho problemas técnicos para tal.
Queria que vocês comentassem como vocês lidam com este tipo de problema de memória. Como vocês fazem pra não ter estes lapsos de memória? Treinar incessante e loucamente ajuda mesmo?
Enfim, dissertem.
|
felipelfln Veterano |
# nov/14
· votar
Acho que isso é natural.. Mas vc lembra o que te interessa e o que vc usa. Entao se vc tocar sempre as musicas, como vc disse que faz, creio que o problema diminuirá. Vi um estudo que diz que o cerebro grava prioritariamente o que pode ser usado como ferramenta, por exemplo as musicas do repertorio da banda, que vc 'usa' frequentemente. Se você nao toca muito alguma coisa acho dificil ter fresco na memoria. Tem muita coisa interessante sobre memoria e essas coisas da cabeça.
|
Ismah Veterano |
# nov/14
· votar
lidão
Lidam, sim?!
No resto, não sei... As músicas que faz tempo que não toco (milhares de valsas ao piano, por exemplo) acabei deletando, evou puxando lá na memória vem trechos pequenos. Algumas vezes quando um outro arranca com a música, as notas vem a mente sei eu como rsrsrs
|
erico.ascencao Veterano |
# nov/14 · Editado por: erico.ascencao
· votar
Ismah lidão Lidam, sim?!
Porra, é isso aí! Valeu pelo toque...
Sobre o tópico em si, acho que tem um fator psicológico também. No meu ensaio particular da semana passada eu estava com o horário apertado pra passar minhas músicas, então a pressa acabou sendo inimiga da perfeição e tudo pareceu ficar uma merda. Por outro lado, lembro que quando eu voltei a me dedicar à música, há uns 6 meses atrás, relembrei muito facilmente das músicas que eu tocava mesmo depois de ficar quase um ano sem tocar.
No fundo, sei que não tem segredo, o negócio é tocar e tocar. Mas eu fico pensando como os músicos profissionais colocam nos seus sites que têm um repertório de mais de 300 músicas e conseguem lembrar de todas. OK, os caras tocam no mínimo 2 vezes por semana toda semana há uns 10 ou 15 anos... mas é humanamente impossível lembrar de tudo né?
|
krixzy Veterano |
# nov/14 · Editado por: krixzy
· votar
erico.ascencao Cara, acho que isso é totalmente normal, quanto mais músicas vc aprende mais isso vai acontecendo, é muita coisa pra memorizar, e nunca vi uma banda tocar mais de 30 músicas em um show, na verdade é raro chegar a 30, acho que nenhum músico lembra completamente de todas as músicas da sua discografia, um músico com uns 8 álbuns por exemplo, acho muito pouco provável ele lembrar todas as músicas e tocar ali na hora, sempre tem alguma que o cara acaba esquecendo um trecho ou outro. Se vc ficar passando as músicas diariamente acredito que vai gravar todas na cabeça, mas acho desnecessário, acho um desgaste em vão visto que vc não vai tocar 65 musicas em um show, como vc já sabe as 65, se um dia vc resolver colocar alguma outra no repertório será fácil relembrar e encaixar, basta fazer uma tab e deixar guardada.
|
fernando tecladista Veterano |
# nov/14
· votar
as vezes é falta de atenção, você está no palco, mas sua cabeça tá nas contas a pagar, se desligou o ferro de passar, ou preocupado com o carro que ficou na rua de tras e você lembrou que não pagou o seguro esse mês
outro fato é que por quanto mais você estuda mais você aprende outras possibilidades harmônicas, novas escalas, mais variantes que você possa ter nessa música, nisso sua cabeça resolve fazer alguma coisa nova que está aprendendo mesmo que você não queira
da minha parte o que notei as primeiras coisas que aprendi a tocar como aluno, são músicas que nunca esqueço mais, mesmo que tenha um grau de dificuldade maior, mas está arquivada, porém são músicas da época que eu não sabia o que era escala, tonalidade, formação de acordes.... são músicas que eu lia a partitura e toca, não fazia ideia que começou em "M" e a segunda parte em "m" e que em uma parte tinha 8 compassos de outro tom e etc... o que tenho problemas com elas é que tenho dificuldades em mudar de tom, o tom novo é como se fosse uma nova música
das coisas que toco hoje tenho mais facilidade em mudar, mexer, porém mais facilidade em esquecer também tem o fato do tempo do estudo, as que citei no primeiro exemplo eu ficava duas semanas, um mes... dois meses, pra deixar pronta e ralando todo dia, hoje uma da mesma dificuldade já toco em um dia ou 2 ou 3 é já fique boa, e junto com ela mais algumas então isso não aprofunda na mente talvez alguma ligação com tipos de memoria: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria
|
fernando tecladista Veterano |
# nov/14
· votar
Mas eu fico pensando como os músicos profissionais colocam nos seus sites que têm um repertório de mais de 300 músicas e conseguem lembrar de todas.
chuto eu que não lembram de todas se alguem pedir pra tocar vai dar merda, mas são músicas que já tocaram, como diz no site algumas são fixa no setlist mas se os caras vão tocar em uma festa mais de menininhas então eles vão fazer alguns ensaios pra relembrar as bandas de menininhas: bon jovi, guns, aerosmith, Pearl Jam...
monta a lista de 300 pra mostrar que o repertório é variado, e dá pra pegar varios tipos de eventos, porque se eu vou fazer uma festa tematica anos 80 e alguém me fala dessa banda do link ai eu vejo um link tocando "Motorhead" fica estranho, mas na lista ali, tem Paralamas A-há, lulu santos...
|
INNARELLI Membro Novato |
# nov/14
· votar
pergunta para o autor da pergunta: como você se alfabetizou?
|
erico.ascencao Veterano |
# nov/14
· votar
INNARELLI como você se alfabetizou? Musicalmente ou linguisticamente?
O que o fernando tecladista comentou sobre as músicas que aprendemos no início dos estudos procede. Também reparo que as músicas que aprendi há 8 anos atrás, quando comecei a tocar violão, são as que lembro até hoje sem grandes dificuldades. Na verdade eu credito isso à execução exaustiva destas músicas ao longo de todo este período, portanto acredito que se eu mantiver a dedicação as músicas que toco hoje nos próximos anos também lembrarei destas facilmente.
|
INNARELLI Membro Novato |
# nov/14
· votar
erico.ascencao ou vc se alfabetiza pela ciência ou pela arte.
|
MMI Veterano
|
# nov/14
· votar
Como diria David Gilmour, A Momentary Lapse of Reason... kkkkk
Cara, depende do que você quer dizer com 300 músicas que sabe tocar. Se for 150 (mal tocadas) blues de 3 acordes, 12 bar blues, é brincadeira... Daí pega mais umas 40-50 que dá para tocar do mesmo jeito, pega umas bobinhas de 1 ou 2 acordes, você já tem suas 300 músicas com as suas 65 que já sabe, não é?
Agora, outra coisa é neguinho falar que toca 65 do Tom Jobim mais outro tanto do Baden Powell, por exemplo... Pior que tem gente capaz de bem mais que isso.
Música é uma forma de expressão, uma linguagem. Uma coisa é falar "the book is on the table" e outra é dominar o Inglês. Da mesma forma acontece com a música. Num dado momento de domínio da linguagem musical o "conhecimento" precede a razão. O cara sabe qual o acorde virá, nem que seja um acorde bem dissonante porque a música na cabeça dele "chamou" aquilo, ele nem sabe explicar por que. O craque e hoje colunista Tostão definiu assim no futebol: o craque pressente o lance antes do drible ou do gol, ele sabe sem olhar para o adversário e mesmo sem pensar, mas sabe para onde ir, o que vai fazer.
Estou gravando com uns caras de certo reconhecimento. Um deles é um sujeito que por alguns anos (já tem um bom tempo) tinha um bar da karaokê com banda ao vivo. Já comentei sobre isso aqui no fórum. O cliente entrava no bar, ia até o palco, pegava o microfone e mandava a banda tocar uma música que estava com vontade de cantar (tinha uma televisão com a letra passando, como nos karaokês de máquinas, mas ás vezes cantavam de cabeça mesmo, sem nenhum auxílio), mas a banda tinha que se virar. Já fiquei desafiando o cara, dava a guitarra na mão dele e soltava uns fusion ou jazz bem enroscados que com certeza ele nunca tinha ouvido antes - e ele saía tocando junto com boa proficiência, fazendo a base com 50 acordes ou mesmo só solando junto. O mais engraçado é que depois de tocar, eu perguntava qual era o tom, qual era o modo, como era a modulação, o que ele fez ali... Ele respondia um sonoro: não sei! kkkkkkk
Mesmo assim, de vez em quando um lapso vai acontecer... Por coincidência eu andava vendo uns vídeos de dois gênios e vi isso acontecer e o cara se virou (para quem não quer ver, em 8:57, ele ri de si mesmo, mas repete o erro para não soar errado...)
|
erico.ascencao Veterano |
# nov/14
· votar
INNARELLI MMI Acho que entendi o ponto de vocês. De fato, sou um analfabeto funcional musicalmente falando - ou seja, sei reproduzir músicas mecanicamente, mas não sei criar músicas. E entendo que ser alfabetizado plenamente ajuda bastante a compensar os lapsos de memória.
Depois dessa, fiquei envergonhado e estou com vontade de fechar o tópico... :(
|
Ismah Veterano |
# nov/14
· votar
erico.ascencao os caras tocam no mínimo 2 vezes por semana toda semana há uns 10 ou 15 anos... mas é humanamente impossível lembrar de tudo né?
Na banda que eu tava antes, a média era 3~4 por semana...
Decorar 300 músicas por naturalidade, é estranho, mas juntar 300 músicas em 5 anos, dá uma média de 60 por anos, 5 por mês, que se tratando de "macacos velhos", é barbada...
|
MMI Veterano
|
# nov/14
· votar
erico.ascencao
De forma nenhuma tive a intenção de lhe envergonhar. Foi muito mais como uma intenção de mostrar um suposto caminho e estímulo para melhorar.
Um lapso é normal e sempre vai acontecer, principalmente quando se desvia a atenção - pode ser a lembrança que a mão está doendo, que o sapato apertou, que tem conta para pagar, que tem gente doente em casa ou mesmo que a gostosa estava te olhando... kkkkk. O problema é insegurança que isso dá. A insegurança é sanada com estudo e prática, pelo menos essa é a minha receita.
|
erico.ascencao Veterano |
# nov/14
· votar
MMI Não se sinta culpado pelo meu envergonhamento não. Eu sempre achei que não tenho intimidade com instrumentos de corda, tanto que sempre que as pessoas me falam "Toca alguma coisa aí!" eu toco uma música e não algo da minha cabeça; ao contrário dos tempos de baterista, quando eu sabia improvisar com o meu instrumento.
A insegurança é sanada com estudo e prática, pelo menos essa é a minha receita. Isso eu venho comprovando cada vez mais. Já fui surpreendido por um colega meu que me chamou pra uma canja recentemente e não fiquei nervoso com a situação, coisa que demonstra que a minha dedicação à guitarra tem me tornado mais seguro.
|