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Ismah Veterano |
# dez/13
Amigos, eu estou paralelamente a minha carreira de músico, na estrada como roadie, e hoje já operador de áudio e luz. Assim tive contato com diversos músicos, de diversos níveis de conhecimento, alguns altamente técnicos, em bandas de baixo nível. Ou bandas completamente técnicas, executando melodias simplórias.
Mas andei vendo alguns destaques, que me puseram a questão de se é vantagem dispor toda sua técnica numa banda/estilo que não requer isso...
Cito por exemplo um baixista, de uma banda de bailão (gênero comum aqui no sul), voltada para o sertanejo, que debulhava num baixo de 5 cordas, ligados, bridges, efeitos... Sendo que o resto da banda se limitava ao mais básico possível: Guitarra nos menores/maiores, no máximo um solinho reto, sem técnica alguma; Teclado só com a mão direita (guitarkey); Sopros não deixavam a desejar, mas também não era nada de extraordinário; O batera até ia bem de técnica, "fazia mais do que sabia", isto é, algumas coisas ele sabia fazer, mas não dar nomes ou colocar no papel.
De fato como músico era impossível ver que o baixo estava mais destacado que qualquer outra coisa - mesmo mais destacado que o vocal. ------------------- Eu mesmo como tecladista fui expulso (leia-se convidado a me retirar) da banda de uma igreja, porque criava bastante em cima das músicas. Acabava encaixando dissonâncias onde não haviam (os ditos enfeites), como trocar maiores por add9, 4, 6... - claro que sempre sem fugir da tonalidade inicial; criava bridges em harppegios nas passagens... Enfim alternâncias ao longo da música que não existiam na original. ------------------- Enquanto vejo bandas que todos os membros debulham no que estão fazendo. Um exemplo que me deixou perplexo é a banda Batidão Sertanejo (Pelotas/RS - se não me engano). -------------------
Isso tudo me leva a crer que de fato, estes dois primeiros casos estávamos acima dos demais, entretanto isso é bom?! Quero dizer, não era vantagem acompanhar o nível da banda, até chegar no terceiro exemplo?!
Também observei que em boa parte dos músicos seja do estilo que for, com maior capacidade técnica tem apresso por músicas e estilos altamente técnicos, como Jazz, Blues, Música Gaúcha (ao violão principalmente), Fusion, Rock (geral)...
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Mu_Cephei Veterano |
# dez/13 · Editado por: Mu_Cephei
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Nossa, estava pensando agora há pouco, enquanto ouvia algum metal técnico.
Na minha opinião, se a música integra algum contexto maior (banda de baile, banda de igreja) não fica muito bom colocar artifícios técnicos, "firulas", ornamentos, etc., pois isso acaba de certo modo perdendo o sentido. Pode parecer meio dogmático, mas às vezes me parece que quando a música se torna circunstâncial (e não fundamental) existem algumas limitações que são naturamente impostas pela situação em si.
Não que a inovação não seja bem vista pela minha pessoa... Muito pelo contrário... Mas se eu pudesse escolher o lugar certo para executar preciosismos técnicos e experimentalismos certamente seria aquele no qual a minha música fosse o foco.
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Ken Himura Veterano |
# dez/13
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Ismah Eu mesmo como tecladista fui expulso (leia-se convidado a me retirar) da banda de uma igreja, porque criava bastante em cima das músicas. Acabava encaixando dissonâncias onde não haviam (os ditos enfeites), como trocar maiores por add9, 4, 6
Sei lá, não acho isso bom pra música de igreja não. Em outros contextos pode ficar ótimo, mas dentro do propósito dessa música destoa porque obscurece demais a música e tira o foco da oração.
Se quiser usar dissonâncias, não faça assim. Você tem que preparar e resolver cada uma delas, aí vai soar bem mais coesas as ideias.
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Ismah Veterano |
# dez/13
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Ken Himura Em outros contextos pode ficar ótimo, mas dentro do propósito dessa música destoa porque obscurece demais a música e tira o foco da oração.
Cara, na minha mente soa seco (sem brilho), longos minutos de harpeggios baseados apenas em tons maiores e menores... Claro que não posso perder o rumo da música...
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Ken Himura Veterano |
# dez/13
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Ismah Brilho é questão de escolha, de tessitura, timbre, ritmo. Qualquer nota/acorde brilha, depende do contexto.
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Ismah Veterano |
# dez/13
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Ken Himura
Me refiro à algo que não sei descrever, mas seria um preenchimento da música...
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cafe_com_leite Veterano |
# dez/13
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Ismah Se tem uma coisa que eu aprendi nos meus 3 anos tocando em igreja é que tem hora que precisa ser simples, não dá pra "intelectualizar" a parada toda hora, porque querendo ou não, as pessoas que estão na igreja são as mesmas da sociedade que elas vivem (no que diz respeito a conhecimento musical), então se você "inventa de mais a roda", acaba que não soa agradável a eles. O mesmo (só que ao contrário) acontece se você for tocar violão pra um cantor da MPB ou bossa nova, ( um desses gêneros que utiliza acordes bem temperados), se você chegar lá com acordes simplões e secos, o cara te esculacha sem dó.
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