como criar sem copiar?

    Autor Mensagem
    badari
    Membro
    # out/13


    me deparei com este dilema. como criar musicas, num mundo onde milhares fazem o mesmo? como se diferenciar? como não usar os mesmos acordes? os mesmos toques de bateria? as mesmas técnicas? as mesmas letras? as mesmas intenções?
    sou novo em musica, criei algumas musicas, mas já estou meio perdido em relação a isso. cheguei a conclusão de que não há como ser original hoje em dia dentro de um estilo específico (a não ser ''misturar'' generos distintos, coisa que não sou muito fã), sem ser uma cópia direta ou indireta de algum compositor anterior a mim. o que fazer? ficar alheio as composições dos outros e focar nas minhas, sem ligar se alguém vai me comparar a alguém ou ainda dizer que sou uma cópia de determinado artista? alguém dá uma opinião.

    INARELI
    Membro Novato
    # out/13
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    ouça a voz interior!

    Thiago Livgren que toca mais ou menos
    Membro Novato
    # out/13
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    badari
    Cara, só posso dizer pra vc criar seu próprio estilo.

    badari
    Membro
    # out/13
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    ouça a voz interior!

    vou ouvi-la!!

    Cara, só posso dizer pra vc criar seu próprio estilo.

    isso que é complicado.
    na minha opinião, estilo próprio nada mais é que junções de estilos de artistas diferentes.portanto, ser comparado, ou pior, ser chamado de cópia, é inevitável.

    Thiago Livgren que toca mais ou menos
    Membro Novato
    # out/13 · Editado por: Thiago Livgren que toca mais ou menos
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    badari
    ser comparado, ou pior, ser chamado de cópia, é inevitável.
    Na verdade, vc com certeza vai parecer (um pouco, pelo menos) outro cara. Mas o lance é colocar a sua alma em algo que outras pessoas fizeram. Não é só por usar intervalo de terça que todo mundo vai falar que é uma cópia do Iron Maiden.
    Faça o que os outros fazem, porém do seu jeito.

    Filippo14
    Veterano
    # out/13
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    Tudo que nós ouvimos vem de algo e quando o estilo se altera geralmente são por dois fatores, acidentes e misturas. Os acidentes podem ser vistos quando algo sai por acidente, seja por tentar fazer algo de forma nunca antes vista como um teste como por erros. Muitas técnicas de estúdio podem ser caracterizadas por experimentalismo ou erros, como falantes estourados, saturações de válvulas e por aí vai. Não era a vontade da época que esse tipo de fenômeno ocorresse, mas foram formas que ficaram no gosto das pessoas. As misturas podem ser descritas como junções de coisas já existentes de formas que soem diferentes, como um Apocaliptica, um Scott Henderson, um Led Zeppelin. A questão é que tudo vem de algo, até os acidentes são evolução de alguma coisa. É dificil dizer se um estilo está esgotado, que não existe mais originalidade, o que para mim é impossível que ocorra. Uma pessoa hoje pode criar uma peça romântica que soe original e que nunca foi feita. A questão é que existem vários tipos de técnicas, timbres, instrumentos, estilos musicais, enfim, a música pensando em toda a sua magnitude é imensa e impossível de se conhecer tudo, portanto as formas de criação exigem muita mistura, influências diferentes, e querendo ou não, só de você já tentar criar algo próprio a partir de sí mesmo já se torna um reflexo do que você vive e do que você escuta. É besteira você não querer misturar estilos, por que senão não existira o rock, o fusion, o blues o jazz, não existiria música. Um dos erros frequentes é o de acreditar que o blues é original, surgiu do nada, ou mesmo o jazz. Eles surgiram de musicas africanas, e elas vieram de outras influências. Música europeia é diferente em todos os locais da Europa, mas em sua maioria é possível enxergar características iguais em todas, numa espécie de evolução, como se todas fossem espécies diversas de mamíferos. A grécia possuia diversas regiões que se expressavam de várias formas diferentes, daí os "Modos Gregos", contudo todas essas escalas provém de uma mesma escala, a Escala Maior. Eu já viajei demais, portanto, cara, abrace com vontade as misturas, pegue licks já conhecidos e toque de formas diferentes, com tecnicas, timbres, instrumentos diferentes que já será uma inovação.

    Abração

    HikNapolitano
    Membro
    # out/13 · Editado por: HikNapolitano
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    Cara, tenha influências bem diversificadas, e procure se inspirar naquelas que você considera fonte de boas composições, mas não as imite. Entenda que inspirar-se é ouvir, e colocar seu sentimento através de uma nova música. Diferente de plágio. Abraços.

    rhoadsvsvai
    Veterano
    # out/13
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    acho que não existem estilos , cada musico e cada musica é unica , até mesmo um cover ou versão ao vivo soa diferente , na verdade cada vez que você pega o instrumento você só vai soar desse jeito naquela vez especifica.

    nós que temos mania de rotular , mas ,blues ,rock ,jazz ,nada disso existem , o que existem são ritimos e cadencias e como cada pessoa diferente faz eles soarem diferentes.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13
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    A criatividade não tem limites.

    Estamos sempre aprendendo e quanto mais aprendemos mais sabemos que sabemos pouco.
    Teoria, prática e criatividade.

    A criatividade só vai se soltar se tiver o apoio da teoria e da prática.

    Caike_bend
    Veterano
    # out/13
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    Fuja dos clichês. Eu estudo Publicidade e há pouco li um livro sobre redação publicitária; Anúncios, slogans etc..

    Em uma parte do livro, o autor fala sobre sobre plágios/coincidências e explica como evitar: Ele fala que tudo tem um ponto de partida e esse precisa sofrer alterações. Quanto mais alterações, menos chances de coincidências.

    Trazendo isso pro seu mundo de composição, veja da seguinte maneira:
    Você tem a intenção de fazer um letra que fala sobre amor. Digamos que você quer se declarar para alguém.

    Quais são os pontos de partidas? Amor, viver, vida, linda, paixão etc..
    O que, geralmente (famosos clichês), acontece?
    Sem você, não posso viver.
    Você é a linda do meu coração,
    Não há como apagar a chama dessa paixão.


    Quantas letras/musicas você já viu seguindo esse mesmo padrão? Tudo CLICHÊ. Logo, trabalhe mais as letras.

    Isso serve pra melodia também, eu acho.. É por aí..

    badari
    Membro
    # out/13 · Editado por: badari
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    cara, depois que eu ouvi essa musica que esse pensamento veio a minha mente:
    ( http://www.youtube.com/watch?v=1HtCquBppTc )(eu mexo com musica instrumental)
    acho que é a melhor ou uma das melhores musicas que já vi na vida. qual o sentido de continuar a fazer musica, sendo que tudo que posso fazer vai soar pior que essa? posso ser bom pra caramba, posso me tornar bom pra caramba, mas não vai chegar a ser ela; não vai transmitir a mesma sensação. tudo o que ja fiz é lixo perto disso.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    Badari

    Música é uma arte.
    Música não é competição.
    Muito embora existam concursos e festivais de música onde se escolhe por um grupo de jurados a teoricamente melhor.
    E os concursos acadêmicos tem a sua função e fazem parte do aprendizado para o lançamento de novos talentos.
    Mas já ficou demonstrado que muitas vezes uma música que ficou em quinto lugar, depois na prática de mercado foi a que teve a melhor acolhida em vez da que chegou em primeiro lugar.
    Isto é muito relativo.
    Mas nestes concursos na verdade não existe a figura do ganhador e perdedor.
    É que existem muitos programas de TV que tentam fazer uma competição e tipo Reality Show muito em voga.

    A própria música que você citou o link, se for fazer uma análise mais apurada, vai se observar que a mesma é baseada em outras composições mais antigas, e não traz nada de muito novo, é até uma música bem simples.
    O Sentido de fazer música é primeiro uma realização pessoal do próprio compositor, e nos dias de hoje se vai fazer sucesso ou não é outra longa estória.
    O Sucesso comercial depende do apoio da mídia.
    Existem milhares de músicas de primeira qualidade que não são sucessos.
    O sucesso é relativo.
    E não dá para comparar os recursos que você tem com os recursos que foram utilizados naquela música que você linkou (que já é antiga).
    Você gastou um certo tempo na composição e na gravação, já a outra peça contou com muito mais pessoas envolvidas, melhores equipamentos e estúdios profissionais, músicos e instrumentos reais, maestros, isto é muito mais tempo foi dedicado a produção em todos os sentidos.
    E no estilo que você esta usando requer muito mais conhecimento de teoria musical, que só se adquiri com o tempo.
    Você ainda é muito novo para ficar sem esperança.
    A sua forma de arte é válida, o uso de softwares também é uma arte, e assim se for comparar tem que usar outros parâmetros de comparação.
    É que o uso dos softwares modernos criam ilusões, de repente temos acesso a uma orquestra completa, e é relativamente fácil montar uma sequência via midi.
    Mas só quem sabe lidar com uma orquestra completa é um Maestro de Verdade, que para se formar demora anos e anos, e tudo vai depender das oportunidades da vida, pois não existem tantas orquestras de verdade para todos os maestros formados.

    badari
    Membro
    # out/13
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    esqueça fama, dinheiro, sucesso.
    faço musicas por realização pessoal. não ligo pro resto (claro que ganhar grana seria ótimo)
    mas essa musica...ela é além de genial, além das explicações lógica e ilógicas. na minha opinião, nada que eu faça vai se aproximar. entende, existe um ''limite'' de sentimentos sentidos quando se ouve uma musica. mas essa musica atingiu além do limite em mim, nos mesmos sentimentos que tento trazer e implacavelmente venho falhando (e vou falhar para todo o sempre). claro que vou continuar a compor, mas sem mais aquele ''nossa, que musica demais!". isso.... nunca mais.

    cafe_com_leite
    Veterano
    # out/13
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    Nada surge do nada. Então, se tu quer ter o seu som, acho que o caminho é juntar muitas influências, ouvir muita música, muitos gêneros e tentar absorver os pontos mais interessantes de cada um. Eu por exemplo ouço muito Rock e metal, mas ouço muito música erudita, ouço muitas bandas de prog insanas, jazz, MPB, bossa nova (embora ouça pouco), música eletrônica (já ouvi muito, hoje bem pouco, mas gosto de muitas coisas do gênero). E é isso , tento transcrever de cada gênero as características que me convém do meu jeito, tentando desenvolver um estilo próprio. Tenho um puta caminho a percorrer, muita música a conhecer, mas acho que to conseguindo trilhar um caminho.

    fernando tecladista
    Veterano
    # out/13
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    por isso que gosto de ouvir progressivo, cada música segue um caminho diferente

    mas da parte pop você sem encontra um loop de 4 acordes que as vezes cai em uma ponte diferente de 2 ou 4 loops com acordes diferentes, mas volta no loop original
    então sua música hoje não pode passar de 3 minutos porque não é comercial e também se não chegar no refrão em 1 minuto também não vinga, cada vez aparece mais música xarope igual as outras, mataram os solos de intro e meio, mataram as partes C das músicas....

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13
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    fernando tecladista

    Concordo.
    Tempos atrás assisti um documentário de uma crítica de música dos EUA.
    Uma senhora com um certa idade, mas mesmo assim ainda muito bonita, charmosa e elegante..
    Pena que não lembro o nome dela.

    Ela vez vários considerações sobre a música americana e chegou a conclusão que o modelo se esgotou.
    E da forma como esta com música de 3 minutos com aquela sequência tradicional (dos últimos anos) não tem mais como criar nada de novo, tudo se repete num modelo que se esgotou por si só.

    Ken Himura
    Veterano
    # out/13
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    Caike_bend
    Fuja dos clichês. Eu estudo Publicidade e há pouco li um livro sobre redação publicitária; Anúncios, slogans etc..

    Em uma parte do livro, o autor fala sobre sobre plágios/coincidências e explica como evitar: Ele fala que tudo tem um ponto de partida e esse precisa sofrer alterações. Quanto mais alterações, menos chances de coincidências.

    Em música, não é bem assim. Tem casos onde você quer o clichê, porque ele é uma forma de criar empatia instantânea com o ouvinte. Numa trilha sonora, isso é fundamental.

    Mu_Cephei
    Veterano
    # out/13
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    Ken Himura

    Pura verdade!

    E digo algo complementar: é sempre importante se focar na proposta da sua música.

    Fugir dos clichês é uma etapa muito boa na construção da personalidade de um compositor. Todavia, a fuga pela fuga e o despredimento em relação à todos os "clichês" tende à transformar o seu produto final em algo sem sentido.

    A observação contínua de composições feitas no passado felizmente (ou infelizmente, para alguns) nos permite detectar padrões, que se relacionam com o propósito e o contexto daquela música ou gênero musical na época. Fugir desses padrões naturais pode colocar a sua composição em risco, uma vez que a sua proposta musical se descaracterizará.

    Um exemplo disso (como foi citado no post acima) é a música orquestral usada como trilha sonora. Caso você fuja de certas tendências inerentes a esse tipo de música, a sua obra em si estará descaracterizada, e naturalmente não "combinará" com o contexto proposto inicialmente. Obviamente os padrões não existem desde sempre, portanto a proposta de mudança é válida desde que o contexto contribua com isso. Compor uma trilha para um filme épico com elementos que destoem muito dessa proposta vão soar deslocados naturalmente.

    Outro exemplo que pode ser usado é o Arnold Schoenberg. Esse, quando desenvolveu o dodecafonismo (corrijam-me se estiver errado em alguma fala), não criou seu método de composição apenas para "fugir dos clichês". Existia um significado matemático e uma proposta de visão sobre a música que foi desenvolvida e fez parte dessa fuga de padrões tonais prévios. Portanto, caso alguém chegue e fale: "Olhem a minha música atonal, sou diferente e fujo dos clichês", e a música do cara for apenas algo aleatório, você vai poder perceber que a música dele não tem propósito ou significado, ao contrário da música de Schoenberg.

    Esse é o ponto alto da minha fala. Alguns elementos caracterizam um tipo de música, e tentar se livrar desses elementos faz com que sua música deixe de ser aquele tipo de música que era antes.

    Exemplo semelhante encontro todos os dias em alguns grupos de rock experimental do facebook. Diversas pessoas postam, diariamente, músicas cheias de ruído que são totalmente iguais entre si, e isto tudo por qual razão? Simples. Querem ser diferentes e fugir do clichê, mas suas músicas estão soltas nos YTB's e Soundcloud's da vida sem um texto que dê base para o ouvinte, sem uma proposta conceitual de arte (que nesse caso, é de extrema importância, embora não pareça). A música experimental é feita para ser diferente do "normal", mas apenas jogar um monte de aleatoriedades em um arquivo de áudio e falar que é uma música "diferente" não vai fazer a menor das diferenças.

    Os clichês são necessários. Todavia, usar todos os clichês ao mesmo tempo fará com que a sua música se torne um clichêzão. E fugir de todos os clichês apenas com o pavor de repetir o que já foi feito vai fazer com a sua música se torne qualquer coisa.

    É só a minha opinião.

    INARELI
    Membro Novato
    # out/13
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    quando a música se torna competição, o revés resultante é a cópia.Adler3x3

    badari
    Membro
    # out/13
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    genial o comentário do mu ceifei. genial. obrigaod pela resposta.

    El_Cabong
    Veterano
    # out/13
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    Tem sim como criar sem copiar !!!
    É só botar a cachola pra funcionar !!
    A música é uma arte inesgotável.

    Se você não consegue mesmo criar algo TOTALMENTE novo.
    Pelo menos cria então uma mistura totalmente nova.

    Mistura ópera, com música japonesa, com a tensão das escalas das músicas árabes, com riffs de guitarra distorcida, com acordeões e violinos de música nórdica, com solos de contrabaixo, ...

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