Como destruímos a esperança? Uma reflexão musical

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Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig


Como destruímos a esperança!

"Se a música esta morrendo, são os músicos que a estão matando, são os compositores que a decompõem.

Condenamos a indústria, culpamos as multinacionais e a mídia por essa situação, mas somos nós que fazemos música!

Insegurança? Necessidade de ser aceito? Ganhar dinheiro?

Não pensamos mais nossa música como ela deveria ser. Há quem prefira o elogio da crítica a um beijo de sua mulher.

São milhares de imagens e distrações para te convencer de uma coisa:

NÃO PENSE!

Estamos matando nossa esperança..."


Mike Patton


Lí há algum tempo, que os ingleses, elegeram numa pesquisa feita pela a revista Mojo, o Genesis (Peter Gabriel era´s), como sendo a banda mais original e singular de todos os tempos.

O intuíto da pesquisa, foi exatemente detectar, até que ponto uma banda é capaz de refinar suas influências e diluí-las deixando-as pouco evidentes e criando algo absolutamente singular, pessoal, criativo e inovador.

A conclusão é que o Genesis foi a banda que menos se parece com alguma outra, anterior à eles, no planeta.

Muita gente não gosta. Acha entediante e muito abstrata.

No entanto, o Genesis foi uma banda feita para ser ouvida e vista, porque o conteúdo de dramaticidade e performance teatral ao vivo é muito grande, o Genesis foi mais uma "theater band" do que uma banda de rock.

Independente de gostar ou não, o músico que tiver paciência, deveria ao menos ver uma apresentação do período de ouro, realmente é uma aula de performance ao vivo. Dinâmica fabulosa, evolução e mudanças ritímicas complexas, climas e execução impecável de uma música difícil de engolir pelos estômagos acostumados a mesmice dos fast foods modernos.

As letras, recheadas de simbolismos, e palavras que o "google não traduz", temas absolutamente incomuns das demais bandas. Eles não falavam sobre "mulheres, carros e cerveja".

The Musical Box, a canção que aqui apresento, foi inspirada após uma a estória verídica de grande repercussão na imprensa Inglesa, sobre uma menina de 9 anos, Cynthia Jane De Blaise William, que arrancou a cabeça de seu irmão de 8 anos, Henry Hamilton Smythe, com marretadas de Cricket*.

Na canção, Cynthia, internada num manicômio encontra a caixa de música de seu irmão, com a canção "Old King Cole" e ao abri-la o espírito de seu irmão aparece e envelhece em sua frente.

Você deve pensar: "Bahh, coisa de fã da banda"... mas não é o caso. Apenas, ao ler o texto de Mike Patton, lembrei dessa edição da Mojo e de como deveriamos estar além da pobre discussão:

"Gosto! - Não gosto!"

Música indigesta, mas que vale à pena ser provada, mesmo que você vomite.

Feliz 2013 à todos!


(*) Jogo popular na Inglaterra, onde deve-se passar bolas através de arcos, jogadas com um grande martelo.




Luiz_RibeiroSP
Veterano
# jan/13 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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Lelo Mig
Já pensei a respeito deste momento artistismo atual, a ultima coisa inovadora que vi foi o manguebit em 94.
Ha um bom tempo existe uma certa estabilidade, nas décadas de 50,60,70 e inicio do 80 tivemos guerra mundial, Vietnã, choque do petróleo, muro de Berlin,...e acho que este contexto econômico e politico foi matéria prima para a produção artística. Desde 96 a internet vem se popularizando, isso ajudou a deixar a cultua mais uniforme. Tenho a impressão que hoje musica e muito mais vista como entretenimento, não vejo muito ela ser abordada em outras esferas e acho que literatura e artes cênicas não fogem disso.
Gosto do Grunge que foi feito com o formato bem diferente do que o new wave e o metal da década anterior, parece que é preciso um período de 7 a 10 anos para surgir algo novo, mas não vi nada inovador desde os anos 90. Ou sou eu que fui atropelado pelo bonde do tempo e não vejo mais nada heuehue.
Legal o texto que 2013 a gente faça melhor, se bem que eu falei isso em 2012. mas frmz.

cafe_com_leite
Veterano
# jan/13
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Cara, muito bom, realmente parece um teatro, a interpretação do vocal, tanto musical quanto na atuação.

MarcosMalmsteen
Veterano
# jan/13
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Cara... essa coisa da musica hoje em dia estar morrendo... Eu acho q em partes se deve a industria da musica [que criam produtos pra vender milhões mas tem um prazo de validade curto] e também ao que consome estes produtos datados e aceita tudo o que a industria empurra goela a baixo.

Visto o q a MTV fez por muitos anos... e essa onda atual do [TcherereTanejo]

E acho que também aos musicos não existe mais o anceio por fazer algo tão novo e diferente. Pelo menos no rock... acho q muita coisa foi criada... e desde pelo menos a metade dos anos 90... nao aparece nada novo por ai que seja muuuuuito inovador...

MMI
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig

Cara, essa vale um post rápido (estou no aeroporto da gringolândia).

Esse lance de influência é muito interessante. Sim, tem muita coisa que vale a pena ouvir, inclusive Genesis, que na época eu não gostava, de forma geral. Mas algumas coisas me levam a uma reflexão...

Assim como Herbert Viana começou a banda com o intuito de imitar o The Police, isso era tudo que ele queria, dá para entender e perceber essa influência. Outras coisas são mais complexas de se entender... Tudo que o Ozzy queria ao começar a cantar na banda era tocar como os Beatles. Mas eles tinham seu estilo, o Iommi perdeu as pontas dos dedos, os caras nos pubs não prestavam atenção neles e eles aumentavam o volume para que calassem a boca e ouvissem a banda... Viraram os pais do metal, quem ouve o Sabbath mal percebe que tinham a intenção de tocar como os Beatles.

Então eu vejo que tem muita coisa que vale a pena prestar atenção, ás vezes muita atenção, mesmo que seja distante do que sua preferência indica. Acho que estar de cabeça aberta para estilos diferentes, mesmo "invenções antigas" como o Genesis um exercício de criatividade e entedimento muito legal.

Abç

Iwar
Veterano
# jan/13
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Na sociedade atual, pensamos que sabemos tudo, que tudo o que pôde ser descoberto está escrito em um livro de música de 700 páginas, não buscamos criar o novo, apenas pegar algo que já foi criado e usar de um modo um pouco diferente, apenas para dizer que foi criado por vc.
No mundo da cultura de massa em que vivemos, as músicas tem apenas o intuito de agradar, não de fazer a pessoa se interessar e analisar o que a música tem a nos oferecer de conhecimento, como um poema. Normalmente, quando pensamos em poemas, pensamos como uma obrigação exigida por algum fato. Nunca os lemos para ganhar conhecimentos, o mesmo acontece com a música. Agora em relação à composição da música, vcs podem pensar "Como vou fazer minha música diferente, tudo já foi usado seria impossível criar algo novo que as pessoas pudessem gostar". Impossível? Não. Difícil? Sim. Afirmo com toda certeza, os beatles não conheciam o rock como conhecemos hoje, então, quando criavam músicas foi um desafio fazer um estilo próprio. E falo isso para muitos estilos. É claro que é difícil fazer o público aceitar o novo estilo musical, pois o ser humano tende a rejeitar o novo. Nenhuma das bandas que hoje são consideradas históricas por terem criado um album, e no dia seguinte terem conseguido o sucesso. Obviamente houve um tempo de adaptação para esse estilo musical, que obteve uma resposta positiva.
Agora dizer que não há inovações na música atualmente? Pega o rage against the machine, aquele tipo de música nunca havia sido utilizado antes. Outro exemplo seria o Muse, que se pegarmos a guitarra do matt bellamy veremos que é única. Agora em relação à música brasileira, é difícil acharmos alguma banda que tenha sucesso. E quando os músicos dessa banda ganham certo reconhecimento eles tem que viajar pra fora pra tentar ganhar algum dinheiro. a maioria dos músicos brasileiros que ganham fama no brasil, podendo citar a banda Skank, e até mesmo o legião urbana, entre outras. Nenhum de seus membros eram ricos, até o renato russo que era reconhecido no brasil inteiro, vivia uma vida de classe média-alta, ele nãoera nenhum milionário. Nós, brasileiros, em maior parte, desvalorizamos a música que merece ser escutada e analisada, a maior parte dos sertanejos estão lá só pra entreter a galera (meio que um pão e circo), e suas melodias são exatamente as mesmas para todas as músicas, e de algum modo impressionante essas músicas são as mais valorizadas, e seus cantores ganham milhões. Isso porque o brasileiro é preguiçoso (dai que vem o "jeitinho brasileiro", sempre arranjar as coisas de um jeito mais fácil). Mas agora, eu não tenho dúvida que se os nossos músicos tivessem alguma chance de ganhar a vida com o que fazem, não usar a música apenas como hobby, eu tenho certeza que alguma inovação surgiria dai. Como exemplo dou minha vó que falecida e o pai de um amigo meu. Essa era uma gênia musical, tinha músicas impressionantes no piano e tocou quase a vida inteira, e este, mesma coisa, melodias impressionantes de seu próprio repertório. Agora pegamos suas profissões, ambos advogados.. e me diz se é impossível a inovação na música?

Desculpem o texto longo, mas quis mostrar minha opinião no maior dos detalhes :)

Lelo Mig
Membro
# jan/13
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Luiz_RibeiroSP
cafe_com_leite
MarcosMalmsteen
MMI
Iwar

Obrigado pelos comentários...

Mas no fundo, tudo se resume a cultura!!

Um bom escritor, por mais criativo e letrado que seja, nunca será grande coisa senão LER muito!!

Ninguém cria coisa boa do nada, essa é a questão principal. Séculos de grandes criações musicais estão aí para serem ouvidas e influenciar positivamente, o que está acontecendo é o contrário, tudo está pior porque a cultura esta minguando!

Como alguém que ouve pouca música, não conhece quase nada, ouve coisas pobres poderá criar algo de responsa?

Quando eu era jovem, fazíamos rock em ritmo de samba, para zuar e aquecer os ensaios, era comum todas bandas brincarem de fazer cover de rock em ritmo de samba, mambo, valsa e etc....

Hoje, têm "grupo" vendendo CD e aparecendo na Globo, fazendo uma merda dessas!

Tocar "Smells Like a Teen Spirit" em ritmo de pagode, qualquer energúmeno faz...........alguém em sã consciência acha que isso é criatividade?

cafe_com_leite
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig
Quando eu era jovem, fazíamos rock em ritmo de samba, para zuar e aquecer os ensaios, era comum todas bandas brincarem de fazer cover de rock em ritmo de samba, mambo, valsa e etc....

Hoje, têm "grupo" vendendo CD e aparecendo na Globo, fazendo uma merda dessas!

Tocar "Smells Like a Teen Spirit" em ritmo de pagode, qualquer energúmeno faz...........alguém em sã consciência acha que isso é criatividade?

hahahaha Vide Sambô

emersonlee
Veterano
# jan/13 · Editado por: emersonlee
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nossa cara seus posts são sempre bacanas!

fla3d
Veterano
# jan/13
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Mais um belo post do Lelo!

Eu sou fã do Genesis da época do Peter Gabriel, pra mim o ápice foi selling England by the pound, é o disco que eu mais gosto. Agora uma vantagem dos tempos atuais é poder abrir o youtube e ver esse espetáculo teatral que era os shows do Genesis dessa época, foram muitos anos apenas ouvindo as músicas e no máximo vendo fotos dos encartes dos discos.

Lelo Mig
Membro
# jan/13
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emersonlee
Obrigado!

fla3d
"Selling England" é magnifico...

Sim, o Youtube é fora de série. Eu ficava louco com as fotos nas revistas da época, as criticas e poucas coisas em programas como o "Som Pop" da década de 70.




fla3d
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig
É bom demais mesmo, pena que colocaram no titulo desse video "Selling england by the pound" quando o nome da música é "Dancing with the Moonlight Knight" e ainda não ta o video inteiro.
É um pecado cortar uma musica como essa pelo meio, ta aí os 9 minutos épicos:



Outra música épica desse disco é firth of fifth, o teclado do Tony Banks e a guitarra do Steve Hackett eu acho bom demais:



Abraço!

JJJ
Veterano
# jan/13
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fla3d
uma vantagem dos tempos atuais é poder abrir o youtube e ver esse espetáculo teatral que era os shows do Genesis dessa época

Tenho visto muito Genesis, Yes, ELP, Gentle Giant e outros grandes do prog (os hards também, mas o tópico é na cola do Genesis... rs) no U2B. Realmente é uma maravilha poder usufruir de tanta coisa boa com tanta facilidade! Só fico pensando que uma hora ou outra essa festa acaba! Afinal de contas, como diz o ditado: tudo que é bom... E eu peguei o tempo do Napster (e tudo que veio depois dele), então sei bem como essas coisas costumam acabar!

Lelo Mig
Membro
# jan/13
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fla3d

Cara, em Firth on Fifth, quando o Tony Banks repete o solo de abertura no meio da canção, a bateria que o Phill Collins faz é absolutamente absurda (de boa)... Eu sempre fui muito ligado em baterias e a primeira vez que ouvi essa canção eu fiquei chapado com a batera. (neste vídeo esta por volta dos 4:50, pena que o audio não favorece muito, principalmente o abre/fecha precisos de chimbal).

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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Na internet tem um batera inglês muito engraçado, ele é a cara do Mr Bean, chamado Jouxplan que é fã do Genesis e toca prá karaleo..... sempre recorro a ele, quando quero saber detalhes de bateria de músicas do Genesis e sempre mostro ao meu filho que é baterista.

Aqui ele executanto Firth of Fifth:



Its Fucking Boring To Death
Veterano
# jan/13
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Muitas pessoas se atém à idéia de ser músico do que, propriamente, ser músico.

Condenamos a indústria, culpamos as multinacionais e a mídia por essa situação, mas somos nós que fazemos música!

Com certeza. As gravadoras e a mídia em geral se beneficiam desse "filão", formado por gente disposta a qualquer coisa pra aparecer. Daí, os artistas de verdade passam a ser vistos como difíceis, elitistas e outras baboseiras.

fla3d
Veterano
# jan/13
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JJJ
Pois é, também peguei os tempos do napster, que festa que era aquilo! Na época eu era bolsista na universidade e baixava musicas lá a velocidades absurdas pra época. Mas o napster era coisa de dois estudantes, né? O youtube é da gigange Google, tenho curiosidade também em saber por quanto tempo vai durar isso, tem varios DVDs inteiros de shows de mais de 2 horas lá. Espero que se um dia a casa cair que pelo menos esses videos classicos que não existem em catalogo permaneçam no ar.

Lelo Mig
Também acho demais essa batera do Phil, é engraçado até os comentários no youtube que ali é o lugar certo dele, puta sacanagem ja que ele é um baita multi instrumentista, mas sem duvida essa batera dele é fenomenal, especialmente nessa música, no disco da pra ouvir bem e também sempre me chamou a atenção.

E não conhecia esse figura, realmente o cara é engraçado e toca muito, só não curti muito o timbre dessa bateria, sei lá porque. Valeu por mais essa dica!

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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fla3d

Provavelmente ele esta usando esse timbre bem anos 80, para "acentuar" a bateria em relação a backing track, para valorizar a bateria.

Esse cara têm várias bateras, incluindo acústicas, creio que o uso dessa Roland foi justamente porque para fazer vídeo aula/cover/review de YouTube fica melhor e mais fácil.

Esta Roland que ele esta usando é uma TD, custa por volta de 8 mil dólares lá na gringolândia, é o top em eletrônicas e possui timbres incríveis.

Obs: Apesar de eu ser "guitarrista" (meia boca), vejo direto reviews e video aulas de tudo quanto é instrumento. Quando um instrumento em particular me chama a atenção numa determinada música, recorro a vídeo aulas, porque elas ficam focadas no instrumento em questão e me abrem a cabeça à forma como ele esta sendo usado.

Faço isso também, quando quero "roubar" idéias para minhas composições.

fla3d
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig

É, deve ser por isso. Como não entendo de baterias só posso dizer se gostei ou não, mas acho que é a melhor bateria eletrônica que ja ouvi, mas é questão de gosto mesmo, preferia um som mais próximo do original.

Mas como sempre a gente aprende algo novo nos teus tópicos! Abraço!

JJJ
Veterano
# jan/13 · Editado por: JJJ
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Lelo Mig

Cara, eu sinto uma baita pena de tantas pessoas que nunca ouviram Firth of Fifth. Eu tento mostrar a todo mundo que posso essa obra prima que deve ser lembrada para sempre, no nível dos clássicos. Que arranjo! Que melodias no vocal, na flauta, na guitarra, no teclado! Que P#T@ SOLO DE GUITARRA (talvez o mais belo já feito)!!! E por aí vai...

antifacebook
Veterano
# jan/13
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Aproveitando a discussão sobre o Genesis... Alguém aí registros ao vivo das músicas do álbum Trespass?

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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antifacebook

Cara, em video é bem dificil, já que existe muito pouco material filmado do Genesis (Peter Gabriel Era´s).

Só achei The Knife, (incompleta) e mesmo assim com o Steve Hacket na guitarra, já que com o Anthony Phillips (guitarrista original deste álbum), nunca vi nada em vídeo.



antifacebook
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig
Obrigada, estava mesmo difícil de encontrar, já estou assistindo! =)

Felippe Rosa
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig
Você e suas reflexões filosóficas sobre música, hehehe
Sobre destruir a esperança, é bem desanimador ver o Brasil nessa decadência toda, logo onde algumas décadas atrás havia a genialidade do samba e da bossa nova, acho que o Brasil hoje deveria ter bem coisa melhor do que esse sertanejo xexelento ou o sambô, se pensássemos mais em música do que fazer sucesso talvez isso não teria acontecido, talvez houvessem menos garotos que só sabem escutar metal e com a mente fechada, e talvez eu não estivesse apanhado agora para pegar a levada de "Só danço Samba", hehehe
Abçs !

Omar Beasley
Membro
# jan/13
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Eu acho que o problema é um pouco mais profundo do que o momento da música. Primeiro, que a sociedade atual não tem culhões para arriscar alguma coisa. Todo mundo fica na sua zona de conforto, os pais superprotegendo os filhos e todo mundo se ofendendo por qualquer coisa.
Por exemplo, surgisse um novo Raimundos ou Mamonas Assassinas essa banda ia ter tanto processo nas costas que iam desistir.
Outro problema que vejo são as referências, qualquer coisa que aparece tem uma tonelada de pessoas para criticar, sempre comparando e arrumando defeitos, ao invés de procurar a qualidade do que vem surgindo.
"Essa nova banda é cópia daquela outra só que mais pop", "Essa banda só é mais uma banda vendida" entre outras coisas. Acho que quase todo estilo musical pode ser muito bem apreciado hoje em dia, como o tão criticado Sertanejo Universitário. Melhor música que tem para animar uma festa, mas todos vivem no rótulo de que não presta e não sei o que.
Eu falo isso como sendo uma das pessoas que tinha como principal parâmetro de gostar de algo, como ele não sendo popular. Hoje em dia tenho um leque de músicas bem mais amplo e consigo apreciar muitos ritmos novos, como o Reggaeton, o próprio Sertanejo Universitário, New Metal e também ritmos bem mais tradicionais como Blues, Salsa, Samba...
Acho que para a música expandir os músicos tem que expandir a mente e ampliar o arsenal de referências, porque ficar na mesma mentalidade vai surgir sempre as mesmas ideias. Acho que esse é um dos principais problemas da cena atual do rock, quem quer criar pensa em criar algo sofisticado sendo que tudo mais reconhecido foram os ritmos simples e não acho que seja impossível criar algo novo, simples e bom com o tanto de recursos que se tem atualmente.

Keep The Chill Chillin

ácido francis
Veterano
# jan/13 · Editado por: ácido francis
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Eu vejo o seguinte:

Este fast-food musical que estamos vivendo não é nenhuma novidade, sempre existiram os grupos de estação e, é claro, isso está mais evidente hoje em dia (as gravadoras ainda não se acharam nessa nova era, então passaram a montar grupos, literalmente, algo mais publicitário do que artístico), mas sempre existiram os artistas "sem conteúdo" que ninguém se lembra mais.

O maior problema, em minha opinião, não é os emos, o sertanejo universitário ou o axé. O problema são os artistas de falso conteúdo*. O problema está nos artistas de verdade que estão se calando perante a esse grande feirão que está virando o mundo da música. Caras que eram contundentes no passado, hoje em dia estão mansos. A mpb morreu, por assim dizer, e o rock errou, com certeza!

Logo, as coisas verdadeiras, não estão na televisão ou rádio, pois no “Brazil” o jabá come solto. As bandas e os artistas realmente legais, serão encontradas em circuitos alternativos, é ali que realmente rola as coisas que são reais.

Outro problema que vejo são pessoas que dizem: “poxa, o metal tem que voltar” ou “bem que podia voltar a rolar um punk e tal”. Gente, eu entendo a nossa paixão por determinados estilos musicais, mas isso NUNCA acontecerá. Não pense que estilos musicais já consagrados voltarão a infestar as rádios e TVs tornando o mundo um lugar mais headbanger ou punk. Principalmente em nosso país, que tem uma absorção mais branda de rock’n roll.

Eu compreendo a paixão por determinados grupos ou instrumentistas gringos e a tentativa vã de reproduzi-los em solo nacional, mas isso é pensar pequeno. Tudo bem gostar do Dream Theater, mas tentar “ser eles” é um fiasco. Devemos buscar, principalmente nós artistas compositores, criar uma linguagem estética diferenciada do rock gringo, pois uma banda brasileira utilizar da mesma linguagem e estética que o Black Sabbath usou, por exemplo, é um desperdício de talento, pois ninguém vai botar fé numa imitação.

Temos que ter influência desses caras sim, mas também temos que aprender a bater o pé e insistirmos em nossa linguagem, pois senão estaremos destinados a sermos cópias de rock gringo, estaremos sempre destinados ao segundo lugar.

Concluindo, não vejo problema nos “Michéis Telós” da vida, eles vêm e vão, sempre será assim. O problema está nos grupos e/ou artistas que estão abrindo mão e fazendo concessões aos moldes estabelecidos de sucesso, ou seja, quem poderá nos defender se até nossos heróis estão sendo derrotados?

Lelo Mig
Membro
# jan/13 · Editado por: Lelo Mig
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ácido francis

"Devemos buscar, principalmente nós artistas compositores, criar uma linguagem estética diferenciada do rock gringo"

Sempre bato o pé nisso aqui no fórum, principalmente em guitarra. Nunca um guitarrista brasileiro, tocando rock, será "como" um guitarrista americano ou inglês. O mesmo vale para um bluesman.

Santana, conseguiu um lugar junto aos "guitar heros" justamente por conta de manter suas raízes na música latina, suas origens. Se não tivesse feito isso, hoje seria um desconhecido tocando em buteco no México.

Mas a galera têm dificuldade de entender isso e que ser "Steve Vai" brasileiro... fazer o que?

ácido francis
Veterano
# jan/13
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Lelo Mig

Exato. Temos que aprender e a começar a estimular (apoiando quem faz) esse tipo de linguagem. É legal ver uma banda cover mandando bem ou algum instrumentista arrebentando na execução do instrumento, mas é muito mais satisfatório ver quando eles fazem isso usando uma linguagem própria.

A admiração por esses grandes nomes é tanta que chega a ofuscar a rapaziada a tentar algo diferente. Aí fica todo mundo imitando... e o que é pior, gente achando bonito e estimulando, tipo: "vamos ver quem é o melhor Steve Vai do fórum cifraclub".

Não que seja errado ou algum tipo de crime, mas acho que deve sim existir uma conscientização de que o rock gringo é gringo e o nosso é nosso! =D

Abraxx

rcorts
Veterano
# fev/13
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ácido francis
quem poderá nos defender se até nossos heróis estão sendo derrotados?


"Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder" Cazuza

Tem alguns pontos a mais a serem analisados nessa questão de inovar, criar novos estilos ou ainda mais complexo, novas cenas: O Nirvana não foi a banda que criou o grunge, mas fez parte de uma cena em que se tornou a banda mais representativa. Várias bandas de Seatle ficaram sem a metade do reconhecimento do Nirvana e tinham sonoridades parecidas. Mas tem um fator X que é difícil de explicar já que todas surgiram em um contexto cultural bastante similar. Já Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains, são outros exemplos de como fazer parte de uma cena e ainda assim conseguirem ser inovadores.

Acho que boa parte de ser inovador consiste em ter alguma referência, pois de nada adianta também querer inovar se não se tem noção de por onde começar. Tem muita gente que acredita que inovar seja criar ritmos ultra-complexos, com acordes super dissonantes e efeitos mega psicodélicos, sendo que às vezes basta ter competência (tanto técnica como artística), amor pelo que faz e ao mesmo tempo ter auto-conhecimento suficiente para saber em que contexto se está inserido.

Outro ponto relevante é por exemplo, bandas que começaram com uma sonoridade cujas influências eram latentes e aos poucos foram criando seus próprios estilos. Pink Floyd por exemplo: suas primeiras músicas lembravam demais Beatles, mas com o tempo foram se tornando a essência do que hoje conhecemos e legítimamos como Pink Floyd. Os próprios Beatles, no início tinham uma sonoridade bem parecida com a de outra meia dúzia de conjuntos de auditório da sua época e aos poucos foram criando o real estilo Beatles de composição.

odion
Veterano
# mar/13
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pra mim, a culpa é toda do golpe de 64 e nossa também é.

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