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Lelo Mig Membro
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# out/12
Às vezes cruzo com algum afinador de piano por conta do trabalho. Mas, ontem (23/07/2012) tive a oportunidade de conversar um pouco mais com um deles. Figurinha carimbada no meio, é um afinador muito solicitado, já o tinha visto algumas vezes. Mas, nesta data, coincidiu de eu estar montando os monitores de palco enquanto ele afinava, o que me permitiu ir lá, dar uma xeretada básica e jogar conversa fora. Afinal era um belo piano Suzuki e o pianista que iria usa-lo, o maestro João Carlos Martins.
Papo interessante, vivendo e aprendendo, coisas curiosas que conversamos, mas sobre afinação, que é o que interessa, vou compartilhar com vocês, caso alguém tenha curiosidade.
Perguntei em qual Lá de referência ele iria afinar, ele me disse que por ser um quarteto de cordas mais oboé, era o padrão erudito de 442 Hz... e acrescentou:
- Geralmente é 442, 441 ou 440... é meio difícil solicitarem outra afinação. Mas é frescura isso hoje em dia, viu?
Perguntei o porque, ele disse:
- Porque neste caso os músicos vão afinar pelo piano. Garanto a você que se eu afinar um piano em 440 Hz e um em 442 Hz e colocar um ao lado do outro, você pode chamar 100 pianistas top, que os 100 não percebem a diferença entre eles. Só se der azar de aparecer alguém com ouvido absoluto.
Eu meio que “duvidei” e disse:
- Mas têm um Oboé na parada, não têm? - Sim, neste caso, junto com o Oboé dá “pau”. 440 Hz e 442 Hz juntos você percebe, o que eu quis dizer é que se tocar um Lá 440 Hz e outro 442 Hz separados, ninguém percebe.
Fiz a grande pergunta:
- Você têm ouvido absoluto? - Não. Tenho ouvido “adestrado”, mas absoluto não passo nem perto. Vou te dizer uma coisa, isso é lenda... em 20 anos afinando pianos para grandes músicos, nunca conheci ninguém que tenha. Olha, a maioria, por vaidade fala que têm, mas não têm porra nenhuma! Existem métodos científicos para comprovar o ouvido absoluto, os caras falam que têm, mas ninguém põe a prova. O único que pôs a prova no Brasil e consta como ouvido absoluto comprovado é o Hermeto Paschoal... O resto é só viadagem.
Dei uma apertada:
- Mas o fato de o cara não comprovar não quer dizer que ele não possa ter, certo? - Certo, mas os pianistas que afino, incluindo renomados, se tivessem ouvido absoluto, como dizem ter, me chamariam para afinar o piano muito antes, porque quando me chamam, eu sei que já esta desafinado há um tempo. Não é cair meio tom, é cair de 442 Hz para 438 Hz, por exemplo.
Quem tem ouvido absoluto percebe essa diferença, até porque um instrumento não vai desafinar por igual e um “absoluto” não tolera essa diferença.
Finalizei:
Você toca piano? - Muito mal! Só o suficiente para arpeggiar alguma harmonia, acordes maiores, menores, diminutos e etc. para sentir o som e algumas escalas, mas não toco... fazer a harmonia numa mão e melodia na outra sou um “zero à esquerda”. Eu toco guitarra!
Para a galera do FCC, que ficou curiosa, vou colocar um link sonoro de 440 Hz e um de 442 Hz, para vocês sentirem a “diferença”, divirtam-se!
440 Hz http://www.tedrounds.com/mp3_files/A440.mp3
442 Hz http://www.tedrounds.com/mp3_files/A442.mp3
Contudo, se um instrumento estiver em 440 e outro 442, aí da prá perceber a diferença notavelmente.
440 e 442 juntos http://www.tedrounds.com/mp3_files/440_442.mp3
Então não esqueçam! Se sua banda quiser a “viadagem” de afinar em 442 ou 441... Todos os instrumentos têm que estar no mesmo padrão frequêncial, se não vai ficar desafinado.
Valeu galera!!!
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Luiz_RibeiroSP Veterano |
# out/12
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Lelo Mig que bruxaria é essa?
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Velvete Veterano |
# out/12
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Lelo Mig
Por falar em piano e afinação...
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Luiz_RibeiroSP Veterano |
# out/12
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Lelo Mig Vendo um livro de telecom que tenho, e isso tem tudo a ver com serie de Fourier, acho que somando os sinais a gente obtém o seguinte grafico
e a equação é cos(a) x cos(b) =1/2xcos(a+b) + 1/2xcos(a-b)...
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MMI Veterano
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# out/12
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Lelo Mig
Separado não tem diferença nenhuma mesmo. Mas junto dá para notar mesmo.
Esse papo de ouvido absoluto para mim é conversa mole para neguinho contar vantagem e dizer que é melhor que os outros - claro que tem os casos assombrosos, como o Hermeto. Mas na minha opinião esse termo tem vários significados. Concordo com essa conversa que vocês tiveram, mas tem gente que usa o termo "ouvido absoluto" em outras situações e outros sentidos, nem sempre concordo.
Por exemplo, por razões não relacionadas a música, tenho um diapasão de 500 Hz. Um músico amigo meu por acaso ouviu o som desse diapasão e disse que aquilo estava errado e muito esquisito, pois era um si desafinado, entre si e dó. Acertou, em 440, o si é 493,9 Hz e o dó é 523,3 Hz, não é tão simples acertar uma nota isolada assim, se bem que neste caso não estava muito próximo de nenhuma das duas notas. Outra pessoa (essa se diz "ouvido absoluto") é capaz de ouvir a voz de uma pessoa ou uma sequência simples de notas e dizer na hora que nota corresponde, pior que acerta com exatidão. Ouvido absoluto? Não sei não...
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Lelo Mig Membro
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# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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Velvete Valeu!! Tom Jobim é sempre bem vindo....bem acompanhado então, melhor ainda...rs
Luiz_RibeiroSP Interessante esse gráfico, nada que a matemática não possa explicar! Valeu!
MMI Concordo! Segundo dizem, Mozart, Hermeto Paschoal, entre outros, são capazes (era, no caso de Mozart...hehe) de identificar a nota num guincho de um porco! Cientificamente, ouvido absoluto é identificar qualquer nota musical emitida por qualquer fonte. Segundo estudos que já fiz, treinando é possível atingir o ouvido relativo (que já é de grande valia), mas absoluto não, ao contrário do que dizem alguns.
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Calime Veterano |
# out/12 · Editado por: Calime
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Lelo Mig
Papo mto legal, me interesso. De fato não consegui perceber diferença entre as notas separadas, mas juntas fica tranquilo de notar. Agora imagina essas duas notas aí no meio de uma banda (seja qual for o tipo ou formação). Indo mais alem, imagina isso aí numa(s) guitarra(s) com efeitos e/ou distorção....seria notado? Bem pouco provável. E olha que sou conhecido como "o chato" da afinação pelos kras que tocam comigo, kkk...
Óbvio que devem sim existir as excessões, mas são de fato excessões, com certeza minoria.
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macaco veio Veterano |
# out/12
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442 - 440 = 2 , tocadas juntas voce percebe a diferença não a nota, porque ela oscila duas vezes por segundo.
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MMI Veterano
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# out/12
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Lelo Mig
Cara, isso me lembra um papo com um técnico de um grande estúdio sobre afinação e os auto-tune da vida.
Eu nunca fiz o teste para saber, mas dizia ele que mesmo pegando as grandes vozes do passado, digamos Nat King Cole, analisando no auto-tune dá diferença, há variações de afinação. Mais ainda numa orquestra, onde os instrumentos de cordas nem traste tem, a precisão da nota não dá para ser exata. Mas é isso que até fica bonito, dá o "efeito de chorus" as mínimas variações ocupam as frequências. Tudo isso para chegar no ponto: um músico comum deixa passar 442 para 438, para usar seu exemplo, ou seja, 4 Hz. Um prodígio extremo, como Mozart, obrigatoriamente saía da afinação com seu violino (dizem que ele era muito bom nisso) em quanto? Talvez 1 ou 2 Hz? Acho que é por aí, nesse caso de ouvido absoluto, os extremos são vistos em números, mas exatidão só se for um intrumento eletrônico.
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alv2707 Veterano |
# out/12
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Acho que isso de ouvido absoluto muito lero-lero. Igual a história do rei e da roupa invisível. A percepção de afinação depende de várias coisas: estado mental do ouvinte, posição em relação a fonte sonora, acústica do local, condições climáticas.
Se com tudo isso tiver cara que falar que consegue distinguir eu peço truco. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk O que acontece é coisa da nossa cabeça mesmo. Já deve ter acontecido com todo mundo aqui de estar tocando algum instrumento e cismar que ele tava desafinado, ai você mede e vê que tá tudo bonitinho mas ainda assim não se conforma.
Se falar que a maioria dos equipamentos de afinação e partes de instrumentos são feitos de metais, como o aço que apresenta alta condutividade térmica. Afinar um instrumento no inverno russo vai dar um resultado bem diferente do que se fosse no verão carioca. kkkkkkkkkkkkk
Hoje com padronização do SI e os computadores os instrumentos são mais precisos. Mas será que um violão de 200 anos atras feito no Brasil com o sistema métrico vai ter a mesma precisão de escala de um inglês feito em polegadas? Sem falar que a força que pressiona as cordas muda a frequência.
É por mais que uma pessoa cante bem ela não é robô. O camarada sempre canta com uma margem de erro de alguns hertz.
Acho que o ideal pra fazer música é uma "desafinação controlada". Tem que rolar uma defasagem pro som ficar legal.
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Lelo Mig Membro
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# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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alv2707
Teste cientifico existe, se alguém passou não sei, só sei que eu fiz e fui reprovado.... kkkkk
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Benva Veterano |
# out/12
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Pago pau pra alguém que diz ter ouvido absoluto identificar todas as frequências de uma fonte sonora levando-se em conta o efeito Doppler.
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cafe_com_leite Veterano |
# out/12
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É, ouvido absoluto eu não tenho, mas de uns tempos pra cá adquiri uma certa percepção que já consigo tirar músicas e solos de ouvido, não é grande coisa mas ajuda bastante, espero desenvolver essa percepção com o tempo.
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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Duas coisas importantes: Pela definição de ouvido absoluto, ter um não implica em diferenciar notas com frações de hertz de diferença, até porque a nossa percepção não é linear (a diferença entre uma nota de 30 hz e uma de 31 é muito maior que a de uma com 3000 e 3001), esse afinador provavelmente consegue ouvir diferenças que nenhum outro pianista consegue (esse é seu trabalho), mas um pianista com ouvido absoluto poderia só ser capaz de diferenciar notas entre certos intervalos de freqüência (ele reconheceria um lá como algo entre 435 e 445 hz, ou algo assim), outra coisa que acontece ao afinar um piano é que o piano tem um som relativamente inarmônico, ou seja, o que chamamos de harmônicos estão "desafinados" em relação à nota fundamental, por conta desse tipo de coisa é que para afinar um piano é preciso de um afinador com bom gosto e não apenas de um afinador eletrônico (apesar de ter pesquisa procurando por algoritmos que imitem as decisões dos outros afinadores com resultados interessantes).
Outra coisa é que a diferença entre as freqüências que os instrumentos produzem é uma das coisas que nos faz perceber quando uma nota é produzida por instrumentos diferentes, como disseram aqui, produzem o efeito "chorus", que é algo como batimento (esse efeito entre duas senóides com freqüências pouco distintas) entre todas as freqüências componentes dos sons em questão, mas não é a mesma coisa e nós ouvimos como algo completamente diferente, e é por isso que um coral soa como um coral e não como uma pessoa só com uma voz muito estranha.
Mais uma coisa, ouvido absoluto é adquirido, ainda que seja a partir da infância e que tenha alguma influência da genética, o ouvido tem que ser treinado para aceitar o temperamento igual como padrão para dizer o que cada nota é, não faria sentido se não fosse assim, e por coisas do tipo é dito que pessoas com ouvido absoluto tem muita dificuldade com afinações diferentes, microtonalismo, e outras coisas.
Mais uma coisa, 4 coisas, só curiosidade, existem sons sem freqüência fundamental, ou seja, sons que o ouvido absoluto não seria capaz de classificar, então não esperem que ao tocar um prato de uma bateria na frente de um cara assim que ele te responda qual nota ele está fazendo (ótimo jeito de detectar charlatões, btw).
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inExperienced Veterano |
# out/12
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Lelo Mig Parabéns cara, vc sempre aborda assuntos interessantes.
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TG Aoshi Veterano |
# out/12
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Scrutinizer ouvido absoluto é adquirido Sem querer ser chato, sério mesmo. Eu entendo plenamente a sua lógica, mas cite fontes.
Lelo Mig Tem vários "graus" de ouvido absoluto. Os que identificam desvios mínimos de frequência são raríssimos. Como o Scrut falou, ouvido absoluto não implica em precisão milimétrica.
Fora que também, realmente faz muito mais sentido medir a precisão em commas (ou qualquer escala do tipo) do que em Hertz.
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Lelo Mig Membro
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# out/12
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TG Aoshi
Eu citei a definição de "ouvido absoluto" segundo à ciência:
"Propriedade, rara de alguns humanos, em identificar qualquer nota, em qualquer frequência audível, emitida por qualquer fonte sonora."
Esta é a definição científica e a única que considero como válida, o resto são conceitos filosóficos/musicais, portanto, não passíveis de 100% de comprovação.
O "ouvido absoluto" segundo o conceito científico, NÃO PODE SER ADQUIRIDO, é condição inata.
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Luiz_RibeiroSP Veterano |
# out/12
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Achei um material legal sobre a escala Pitagórica http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/escalas/pitagorica. html
Preciso aprender mais sobre o tema, mas pelo que entendi essas frequências associadas as notas é uma convenção, a nota Lá por convenção tem valores 440Hz, 442Hz. Não entendo porque usar frequências diferentes para a mesma nota.
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TG Aoshi Veterano |
# out/12
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Lelo Mig Desculpa a chatisse, mas eu não estou contestando a sua definição de ouvido absoluto. Pelo mesmo conceito que você citou, ouvido absoluto não implica em diferenciação de frequências (seja em escalas minúsculas ou não.)
É identificação de notas ou, em outras palavras, identificação de classes de frequências. Os "graus" que mencionei são justamente a capacidade do portador de diferenciar desvios/"desafinações" na nota.
A melhor analogia pra isso é com a visão. Quase todos tem "visão absoluta": normalmente uma pessoa é capaz de dizer que a grama é verde, o céu azul, mas não são todos que são capazes de dizer quais gradações de verde ou de azul há em determinada imagem. Trocando "cores" por "notas musicais" e "gradações" por "frequência" e voilá.
An absolute listener's sense of hearing is typically no keener than that of a non-absolute ("normal") listener.[36] Absolute pitch does not depend upon a refined ability to perceive and discriminate gradations of sound frequencies,[37] but upon detecting and categorizing a subjective perceptual quality typically referred to as "chroma".[38] The two tasks— of identification (recognizing and naming a pitch) and discrimination (detecting changes or differences in rate of vibration)— are accomplished with different brain mechanisms.[39]
fonte
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makumbator Moderador
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# out/12 · Editado por: makumbator
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Lelo Mig
Como o TG Aoshi e o Scrutinizer já relataram, há vários graus do chamado "ouvido absoluto", e no meio musical não são considerados como portadores de tal capacidade apenas pessoas com precisão matemática perfeita nas frequências. O termo é utilizado na música erudita de maneira digamos mais "musical".
Outra falácia é dizer que os tais pianistas a quem o afinador presta serviço o deveriam chamar mais cedo só por terem ouvido absoluto. Uma pessoa com tal capacidade pode perfeitamente "aceitar" tocar em um instrumento levemente desafinado. O cérebro do cara não vai explodir se ele souber que a nota está fora...hashsah! Mesmo incomodando é algo com que a pessoa se adapta.
Obviamente há muita gente com ouvido relativo que se diz portadora do absoluto.
Já conheci algumas pessoas com o ouvido absoluto. Minha ex professora de contrabaixo acústico é um exemplo de ouvido relativo "quase absoluto" adquirido através de treinamento extenso. Ela consegue identificar pequenas desafinações que muita gente nem percebe.
No fim das contas o ouvido relativo é mais do que o suficiente para um músico. E para falar a verdade, não é nada demais. Qualquer músico que toque um instrumento não temperado acaba se acostumando bastante com os pequenos desvios necessários dos padrões de afinação (tocar um instrumento não temperado acompanhado a um piano é muito diferente de se tocar acompanhado de outro não temperado).
E a própria paranóia do estudo (pois neles a gente "faz" a nota, ela não está pronta) acaba levando ao ouvido relativo (que também tem diferentes graus de precisão) após alguns anos de prática.
Outra coisa que nos força para o ouvido relativo é o uso de sistemas diferentes de afinação (comum na música antiga, em que o temperamento igual era o menos usado). Dependendo do sistema é preciso alterar levemente certos intervalos a fim de se manter afinado.
Luiz_RibeiroSP Não entendo porque usar frequências diferentes para a mesma nota.
Há vários motivos:
1. cada período histórico possui padrões diferentes, que refletem as variantes de estética, acústica dos locais de apresentação e técnicas de instrumentos (e de sua construção) de cada época.
2. Hoje em dia é comum haver variações do padrão de acordo com a região do mundo. Na música erudita se usa desde A4 415Hz até 450Hz (e as vezes até mais) em diferentes orquestras e culturas.
3. Muitos instrumentos velhos não suportam (ou não foram construídos) para padrões tão elevados de afinação, e com isso simplesmente se afina mais baixo.
4. Em muitos lugares não há um afinador disponível, e se faz música folclórica como sempre se fez. Obviamente o padrão acaba ficando fora da convenção, mas ninguém liga pra isso
5.Pela simples liberdade se poder definir qualquer frequência como padrão. Afinal, qual a razão te ter sempre tudo convencionado?
Há muitas outras razões...
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Luiz_RibeiroSP Veterano |
# out/12
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makumbator É verdade, não tinha pensado em musica folclórica. Vou pesquisar e aprender mais sobre o assunto, eu estudei pouco e tendo como referencia o padrão, isso me deixou bitolado. Mas este assunto é cabeção
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Lelo Mig Membro
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# out/12
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TG Aoshi makumbator
Eu concordo com vocês, podem perceber que a ideia do post nem foi questionar o "ouvido absoluto".
Pelo contrário, pra ser sincero, nem acho isso extremamente importante para um músico... já que a grande maioria dos grandes músicos não o têm.
Tenho um amigo Saxofonista/Flautista que têm o ouvido péssimo, é incapaz de perceber se esta soando fora do tom. Mas é apaixonado por música e queria ser músico. Ele supriu isso com estudo, já que seu ouvido é um traidor, ele encontrou no estudo uma forma de suprir esta deficiência, para não precisar confiar em sua audição "traidora".
Hoje ele é um grande músico, toca com uma pá de gente conhecida e dá aula nas mais tradicionais escolas de SP.
Só quis dizer que existe uma "vaidade" por trás disso... como se ter ouvido absoluto o colocasse à frente dos demais mortais.
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makumbator Moderador
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# out/12
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Lelo Mig Só quis dizer que existe uma "vaidade" por trás disso... como se ter ouvido absoluto o colocasse à frente dos demais mortais.
Ah! Mas disso não há dúvidas! Hahshs! O ego se inflama com uma capacidade como essa (mesmo quando não é verdade).
Tenho um amigo Saxofonista/Flautista que têm o ouvido péssimo, é incapaz de perceber se esta soando fora do tom. Mas é apaixonado por música e queria ser músico.
Já contei aqui de um colega exímio guitarrista do ponto de vista técnico, mas que na minha opinião de leigo em medicina deve sofrer de algum grau de amusia, pois tem um discernimento muito abaixo da média sobre a afinação (menor que a de qualquer leigo nunca envolvido com música).
Isso atrapalha bastante, e quando toquei com ele tinha que gentilmente pedir para conferir a afinação da guitarra, pois volta e meia ela desafinava e ele nem percebia...observei que ele realmente não captava as nuances de frequência que quase todo mundo ouve.
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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TG Aoshi Eu não me lembro, mas dá uma pesquisada no scholar google por "perfect pitch" ou algo assim. Mas o negócio é que o estudo que li mostrava a necessidade de um treino para crianças em uma idade específica para adquirir o ouvido absoluto. O treino é necessário, mas pode não ser suficiente, e deve acontecer na infância.
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fernando tecladista Veterano |
# out/12
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Contudo, se um instrumento estiver em 440 e outro 442, aí da prá perceber a diferença notavelmente. sim se escuta dois ciclos por segundo
mas na real não se percebe tanto nos exemplos de áudio são senoides, não tem harmônicos, por isso são tão gritantes então dá essa coisa bem chamativa em instrumento os harmonicos encobrem, prova disso é só afinar uma corda em 440 e outra em 442 que não vai dar esse efeito de "ambulancia" você também escuta os dois ciclos, mas misturados com os 4 ciclos do primeiro harmônico e a assim por diante
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Esse papo de ouvido absoluto para mim é conversa mole Acho que isso de ouvido absoluto muito lero-lero sso é lenda...
o coisa é bem simples, quem tem sabe como é, quem não tem não faz a minima ideia de como é então sempre vai "achar coisas"
é igual homem e mulher, agente (homem) faz ideia do que é TPM e acha que é frescura, mas só vai saber o que realmente é só no dia que nascer com uma ( v )
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a afinação é toleravel
quem tem ouvido absoluto vai tocar de boa em algo afinado um pouco fora até que essa não chegue a 1/4 de tom porque após isso você já começa ouvir meio tom abaixo (também não é tão matematico assim) um dó mais baixo escuto de boa, vai se tolerando até um 1/4 de tom após isso já fica com cara de Sí e isso me atrapalha
é bem esse comentário: a nossa percepção não é linear (a diferença entre uma nota de 30 hz e uma de 31 é muito maior que a de uma com 3000 e 3001)
por exemplo o Lá 0 o primeiro do piano é 27.5 o lá# já é 28. 135 então apenas 0,63 hertz separam um semitom
o ultimo lá vibra em 3520 Hz o ultimo La# vibra em 3720 HZ a diferença é de 200 Hz
se alguem afinar 0,5 errado no primeiro já dá outro tom, se afinar mais uns 10hz no segundo caso não da nada http://www.vibrationdata.com/piano.htm
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MisterMoney Veterano |
# out/12 · Editado por: MisterMoney
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Aquele 442 hz é mais forte que 440hz, e pra mim dá para saber a diferença entre 440 e 442 juntos,pois começa o 440 ( que é mais fraquinho) e de repente aparece o 442 como se fosse um buzina.
mas o que significar?ouvido absoluto? esse papo de ouvido,porque ninquém é superheroi para fazer tudo...
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alv2707 Veterano |
# out/12
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o coisa é bem simples, quem tem sabe como é, quem não tem não faz a minima ideia de como é então sempre vai "achar coisas"
é igual homem e mulher, agente (homem) faz ideia do que é TPM e acha que é frescura, mas só vai saber o que realmente é só no dia que nascer com uma ( v )
Analogia invalida, pelo menos de acordo com a ciência atual. Segunda a ciência atual mulheres e homens possuem organismos diferentes. Agora quanto ao ouvido absoluto existe uma porrada de estudos mas NENHUM deles é conclusivo. Pelo menos até onde eu sei. Se existe algum estudo que é amplamente aceito por favor me apresente que eu ficarei feliz em admitir meu erro.
O que uma pessoa que tem ouvido absoluto tem a mais? antigamente era um talento dado por Deus, hoje a galera tenta de todos os modos, mas sem sucesso, a prerrogativa na genética.
É triste ver que no meio da música ainda impera a crença em superstições medievais. Daqui a pouco vai ter gente achando que só governa quem nasce rei, que classe social é característica inata. Opa perai... tem país que ainda pensa assim kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Talento, ouvido absoluto, musicalidade, etc são características que fazem parte da linguagem musical e como qualquer outra linguagem, quanto mais tardio mais difícil o aprendizado.
A única coisa que todos os "gênios" da humanidade tem em comum é o TRABALHO. Todos eles sem exceção nenhuma deram duro pra chegar onde chegaram. Nenhum deles nasceu com o "pinto" maior que nós meros mortais.
Desculpe fernando tecladista, não é nada pessoal, mas esse tipo de comentário me enerva. Quantos jovens promissores já ficaram pelo caminho por causa de comentários desse tipo?
Muleque pega o violão tá tentando decorar os sons e de repente dá de cara com o comentário de um cara mais experiente falando que se você não nasce sabendo não vai aprender.
É patético, puro achismo, não tem embasamento cientifico nenhum. Pelos menos até os dias atuais não existe nenhum consenso, novamente digo que se aparecer alguma prova cabal eu peço desculpas pelo meu equivoco, mas como esse não parece o caso...
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alv2707 Veterano |
# out/12 · Editado por: alv2707
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Quando falo "ouvido absoluto" me refiro a capacidade de reconhecer as frequências sonoras. Qualquer imbecil tem essa capacidade.
Se eu tocar um C e um A no teclado pro meu primo de 6 anos, esperar 10 segundos pra tocar uma das duas aleatoriamente numa guitarra e pedir pra ele identificar. ELE ACERTA!!!!!!!!!
Ouvido absoluto ooooooooooooooohhhh!
Mas se eu trocar 10 segundos por 10 horas as chances dele errar aumentam muito, e se eu aumentar o número de notas ele erra mais também. O que fazer pra contornar essa situação?
"Nada, ele não tem ouvido absoluto, ele não nasceu com ele" ERRADO.
Treino, treino, treino e mais treino! Não tem segredo, não tem mistério, não é nada inato. É igual ensinar matemática, quando é dois mais dois todo mundo entende é de boa, a medida que vai adicionando mais coisas uns vão apresentando mais destreza e outros mais dificuldades, mas ainda assim, podem não ser tão bons quanto os outros mas conseguem resultados satisfatórios.
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MisterMoney Veterano |
# out/12
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Lelo Mig Esta é a definição científica e a única que considero como válida, o resto são conceitos filosóficos/musicais, portanto, não passíveis de 100% de comprovação.
O "ouvido absoluto" segundo o conceito científico, NÃO PODE SER ADQUIRIDO, é condição inata.
Então porque pessoas consegue ter ouvido absoluto,como o Hermeto? Nascença ou só pela experiença?
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GuitarristaDoNickEstranho Veterano
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# out/12 · Editado por: GuitarristaDoNickEstranho
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Putz... Só por curiosidade eu fui pesquisar sobre o Hermeto, e descobri que ele nasceu numa cidade vizinha a minha, aqui no interiorzão de Alagoas... Se e que é o mesmo Hermeto Pascoal que falaram lá em cima...
Sobre o tópico, já tive vontade de ter ouvido absoluto, mas depois pensei que isso no meu caso não serviria pra quase nada...
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