Funk Carioca - Micro análise apenas musical semi-imparcial.

Autor Mensagem
Casper
Veterano
# set/11 · Editado por: Casper


Funk Carioca - Micro análise apenas musical semi-imparcial.
por Véio Casper.

O tipo de música denominado "Funk Carioca" surgiu
gradativamente, a partir de 1975, especificamente
na periferia do Rio de Janeiro. Especificamente em
festas populares, onde a música predominante era
o funk norte americano melódico. A produção nacional
desse tipo de música era modesta, e Tim Maia foi
um bom exemplo de produção musical, quando lançou,
em 1978, seu Tim Maia Disco Club, com o hit Sossego.
No final dos anos 70, especificamente em Miami, surge
uma cena musical que ficou conhecida como Miami Bass.
Basicamente formada por uma batida repetitiva de
uma bateria eletrônica Roland TR-808 e uma inclusão
melódica contida, quase sempre com baixo extremo
e letras de conteúdo erótico e/ou apelativo e/ou
de duplo sentido. Muitas músicas desta época,
principalmente as com conteúdos mais melódicos,
foram incorporadas nas festas, e rebatizadas de "Melô".
Um dos sucessos da época foi o melô "Feira de Acari",
um dos raros temas politizados. Em 1986, a empresa Akai
lança o sampler Akai ASQ-10, que posteriormente viraria,
a série de samplers MPC que são usados até hoje.
Nos primeiros samplers, dos anos 80, o que era limitação
(qualidade de som, polifonia, etc) se instaurou como
estética musical. No final dos anos 80, o termo "baile funk"
se consolidou definitivamente como o tipo de festa que
incorporava os elementos estéticos e musicais da população
Carioca. Nessa época, surge o DJ Marlboro. Durante os
anos 90 o funk carioca continuou explorando os temas sexuais
e/ou de apologia ao crime organizado. Musicalmente, apesar
da evolução dos equipamentos e acesso mais fácil aos
mesmos, o funk carioca ficou preso na mesma estética sonora
inicial, o que gera críticas quanto a qualidade do mesmo.
A partir do final dos anos 90, a batida eletrônica do
funk carioca foi rebatizada de "pancadão", inspirado pelo
som da batida e principalmente pelos volumes sonoros dos
equipamentos usados. Um bom(?!) exemplo da sonoridade
desta época pode ser ouvido com a banda "Bonde do Tigrão".
A partir de 2009, o funk carioca passou
a ser reconhecido como "Movimento cultural e musical
de caráter popular do Rio de Janeiro".

Leex
Veterano
# set/11
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Vemk vemk vemk kikando, Vemk vemk vemk kikando, Vemk vemk vemk kikando, Vemk vemk vemk kikando Vemk vemk vemk kikando Vemk vemk vemk kikando.

abçs.

ghn05
Veterano
# set/11
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Apesar de não ser fã deste tipo de musica, ótima analise.

Doggy
Veterano
# set/11
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Prevejo páginas de discussão.

Funk Carioca: Ouço em festas, acho divertido/engraçado, e duvido MUITO que as musicas sejam feitas com um intuito além da diversão.

Afinal, no meio de uma festa, tomando umas e outras, nada como ouvir um Mr. Catra pra zoar, rs...

Abç!

Allan.Melo
Veterano
# set/11
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Doggy


Não se esqueça das mulheres!

Como ajuda...

Curly
Veterano
# set/11
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Casper

Boa análise mas faço alguns complementos: o que vc chama de 'funk carioca' foi na verdade a escola de soul music que surgiu no RJ e revelou grandes nomes como Tim Maia, Cassiano, Hyldon, o grande Carlos Dafé, Paulinho Guitarra, Gerson "King" Combo, Banda Black Rio, Lady Zu e muitos outros.

Isso foi possível graças ao enorme número de fans do REI JAMES BROWN no RJ, público esse que tinha nos bailes gigantes promovidos por grandes DJs como Big Boy, Ademir e Monsieur Lima o seu ponto de encontro. Estamos falando de música de qualidade, feita por músicos e tocada com instrumentos musicais.

Com a decadência do cenário do Rhythm & Blues nos EUA a partir do final dos anos 80, apareceu o Hip Hop e o Rap, que deram origem ao som que chamamos de "Funk", uma coisa tão chula, agressiva e feia que chega a ser chocante para uma pessoa minimamente educada. Difícil de acreditar que exista gente que encontre deleite em ouvir tal coisa.

Guizaum......
Veterano
# set/11
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Curly
""Funk", uma coisa tão chula, agressiva e feia que chega a ser chocante para uma pessoa minimamente educada. Difícil de acreditar que exista gente que encontre deleite em ouvir tal coisa"

Qualquer pessoa de bom senso concorda.
"Musica inssuportavel". Isso é a definição de funck carioca.

Funk é um lixo,
Rock é o bixo.

guizimm
Veterano
# set/11
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aff,esse tipo de merda n tem q se analizada
eh soh os favelado fica falando putaria com uma batida por trais q ja eh faze funk,isso n eh musica

Illumminismo
Veterano
# set/11
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Minha humilde opinião sobre o funk carioca é a seguinte: funk carioca é uma manifestação cultural, a partir do momento em que faz parte do costume de uma boa parte do povo, mas não é música.

A música tem que ter melodia, harmonia e ritmo. O funk carioca só tem ritmo. Harmonia zero, pois só é feito de loops tão musicais quanto uma obra. Muitas vezes o mesmo sample é usado em várias músicas. Melodia também não tem, porque vamos combinar que esse vem que vem que vem quicando do exemplo acima não é cantado, e sim falado, ou gritado por aspirantes a cantores. E não é som uma questão de não serem desafinados, isso você pode corrigir com aulas de canto. Mas, aulas de canto não fazem milagres, elas apenas lapidam alguém que já tenha aptidão. Qualquer pessoa com um mínimo de discernimento musical tem que concordar que Valeska Popozuda tem uma voz feia e áspera, portanto não serve para ser cantora, pois o cantor tem que ter uma voz agradável. Mas tem gosto para tudo.

Concordo com o Doggy que é feito apenas para diversão, mas não é difícil achar alguém que gosta de ouvir... er... isso no mp3/celular/caixinha. Merecem palmas.

Leex
Veterano
# set/11
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Sabe o que eu acho mais impressionante?
A forma como a sociedade tá fazendo com que tudo se torne normal e cultural.
Pessoas que andam no meio da rua com uma caixa de som improvisada que toca "vc, vc, vc, vc, vc, vc, vc, vc quer?". Ou 90% das vezes tocando pura baixaria que não respeitam um pingo das mulheres que passam.
Vou botar vocês pra morar perto de um baile funk. Vamos ver como funciona.
Quem ouve, ou melhor curte, já que isso pra mim é curtição e não apreciação, merece antes da morte a tortura.

ROo
Veterano
# set/11 · Editado por: ROo
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A música tem que ter melodia, harmonia e ritmo
Hmmmm... eu entendi o que você quis dizer, mas dá uma lida nas músicas pós-romantismo e contemporânea.

Lodi
Veterano
# set/11
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Achei interessante a análise do Casper. Eu não sabia a história do gênero mas, mesmo assim o odeio.

Doggy
Veterano
# set/11
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A forma como a sociedade tá fazendo com que tudo se torne normal e cultural.
Funk, pra mim é tão normal quanto andar pra frente. São pessoas fazendo o que gostam: Música.
Agora, julgar esse tipo de música é algo puramente pessoal.


E sinceramente, o fator "baixaria" não pode ser considerado o problema do funk.
No rock em si (digo isso, pois é o gênero mais escutado por aqui), existe MUITA baixaria... Muita MESMO.

É como um cara que eu conheci, falava mal de funk sempre que podia, que só era putaria, isso e aquilo, aí no fum do dia, ia ouvir Raimundos.

Allan.Melo
Veterano
# set/11
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"Para-parado na esquina , escoltando as menina."


Fodasso!

pulgadopc
Veterano
# set/11
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No rock em si (digo isso, pois é o gênero mais escutado por aqui), existe MUITA baixaria... Muita MESMO.

Sábias palavras, pessoal fala mal, porém quando chega em casa corre escutar, shoot to thrill, addicted do that rush, the lemon song etc.

Leex
Veterano
# set/11
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Doggy
Beleza. Pelo que eu passo morando onde 90% da população ouvi esse tipo de "música", que diga-se de passagem, o problema não é ouvir, é fazer com os outros ouçam, eu realmente tenha dito asneiras.
Paremos e pensemos, você acha realmente que o funk carioca, que além de fazer apologia ao tráfico, influenciar crianças de 11 anos de idade (meu primo) a sair pro baile (18+, entrando com facilidade), influenciando-o a trair desde pequeno, entre outros fatores como as drogas, traz algo bom pra uma sociedade? Mulheres com nem um palmo de saia dançando influenciando meninas a vulgaridade, putaria, e ao sexo?
Não da pra engolir. Nem comparo um baile funk de 10 reais com uma performance ao vivo de um artista do Rock de 180, que segue a risca o que deve e é preciso fazer.

Doggy
Veterano
# set/11
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o problema não é ouvir, é fazer com os outros ouçam

Beleza, por mais que eu tenha defendido o gênero, eis um esteriótipo bem verdadeiro: Funkeiros não se contentam em ouvir o som, querem que os outros ouçam.
Isso é muito inconveniente.

Sexo e vulgaridade, como já falei, existe em qualquer gênero;

Apologia às drogas também, mas de fato, nada tão explícito quanto acontece no funk.
Mas isso ocorre pois de onde vem o funk, é muito comum essas coisas ocorrerem.

Pra mim é como falar mal de um sertanejo pois faz apologia à vida no campo.

Claro, é muito menos hostil, mas nada mais é que um retrado da realidade de cada um dos dois casos.

Leex
Veterano
# set/11
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Aliás, seria uma experiência maravilhosa um dia vocês terem uma filha, e pôr ela pra ouvir. Vamos ver pra onde vai esse conceito sobre o funk carioca.

Leex
Veterano
# set/11
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apologia à vida no campo.
Sinceridade, não compreendi. Sendo ironia ou não.

Doggy
Veterano
# set/11 · Editado por: Doggy
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Leex
"Apologia" não era a palavra correta mesmo...

Vou tentar outra vez:

O funkeiro fala do tráfico pois isso faz parte de sua realidade;
O sertanejo fala da vida no campo pelo mesmo motivo.

O tráfico é algo sério, mas não é nada alem do retrato da realidade do locutor.

Inclusive, existem os que fazem apologia ao tráfico, eu acho errado, muito errado, caso de justiça, pra mim. Mas também há quem faça músicas contra.

Leex
Veterano
# set/11
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O funkeiro fala do tráfico pois isso faz parte de sua realidade;
Eu entendo totalmente que eles fazem isso por sendo de tal. A questão minha defendida é justamente pra não fazer. Talvez seja uma ignorância da minha parte julgá-lo por esse fator, só que influenciar crianças, é o cúmulo do absurdo. Talvez eu possa ser babaca o suficiente pra defende o rock por estar em inglês, já que o estrangeirismo aqui é o que domina.
Logicamente existe brasileiras.

"chega em casa corre escutar, shoot to thrill, addicted do that rush, the lemon song etc."
Tá em inglês, fera. Ninguém lê tradução, não. Infelizmente. Talvez mesmo que leia não pararia de ouvir, o ritmo já tomo conta.

Doggy
Veterano
# set/11
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Tá em inglês, fera. Ninguém lê tradução, não. Infelizmente. Talvez mesmo que leia não pararia de ouvir, o ritmo já tomo conta.

Mas o fato é que também faz apologia ao sexo de forma extremamente descarada.

Entendendo ou não o que as música falam, é extremamente contráditório um fã dessas músicas falar da vulgaridade do funk.

influenciar crianças, é o cúmulo do absurdo.

Concordo, mas, infelizmente, qualquer coisa influencia crianças, seja pro bem ou pro mal.

Talvez eu possa ser babaca o suficiente pra defende o rock por estar em inglês, já que o estrangeirismo aqui é o que domina.

Ninguém é babaca defendendo seu ponto de vista com argumentos. Pode não ser seu caso (tenho quase certeza que não), mas muitos daqui do fórum falam da música pop mundial (maioria em inglês) por esse exato motivo -o sexo.

abfaria83
Veterano
# set/11
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fala uma coisa só:

o que o fuck carioca agrega na questão cultural, musical ou pessoal?!

e se houver uma resposta pra isso, existem substitutos muito melhores.

Leex
Veterano
# set/11
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Doggy
Então podemos dizer que a letra na música morreu?

Doggy
Veterano
# set/11
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Então podemos dizer que a letra na música morreu?

Não exatamente, existe muita poética em muitos (ou até qualquer) gênero.

Pra mim, uma letra é uma reflexo de algo, seja um evento ou um sentimento.

Um sonho pode virar uma letra, um álcooltecimento pode virar uma letra, um livro pode virar uma letra... Qualquer coisa pode acabar sendo uma.

O negócio é que ninguém faz uma letra abordando algo que não faz parte do seu "mundo."

Doggy
Veterano
# set/11
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fala uma coisa só:

o que o fuck carioca agrega na questão cultural, musical ou pessoal?!

e se houver uma resposta pra isso, existem substitutos muito melhores.


Não posso responder, não vivo nesse meio.

Te pergunto então: Por que pode ser facilmente substituido?
Qual seu gênero favorito, e o quê ele "agrega" na questão cultural da sociedade?

Leex
Veterano
# set/11
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Doggy
Não digo nesse sentido. Digo no sentido de influenciar em alguma coisa. Algo do tipo, de olharem pra letra e não pro ritmo. Se você ouvi uma música com ritmo ruim e letra excelente você não gosta. Mas se ela tiver a letra ruim e o ritmo bom, obviamente tá tudo certo.

Doggy
Veterano
# set/11
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Leex
Aí sim, muitos realmente ouvem músicas pelo instrumental/pela rítmica.

Eu mesmo, as vezes solto um "Eu gosto dessa música, mas a letra é uma porcaria", hehe.


Sem falar que o instrumental chama muito mais a atenção do que a letra.

abfaria83
Veterano
# set/11
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Doggy
O negócio é que ninguém faz uma letra abordando algo que não faz parte do seu "mundo."
entao pq drogas, sexo, trafico, mulher, sexo, drogas, sexo, mulher, bunda, sexo, tráfico, é parte do meu mundo, precisa haver tolerância pra minha composição?

isso me faz lembrar o filme bruna surfistinha. quererm colocar o filme pra concorrer ao óscar. bruna surfistinha. um filme em q a personagem principal é uma prostituta. colaborando mais um pouco pra imagem do brasil. que culpa tem os gringos de imaginar que aqui é só favela ou só carnaval!? a gente promove justamente isso....

francamente. nao to dizendo que certos estilos ao melhores que os outros. mas se isso é tudo é tudo q o funk carioca pode oferecer, melhor nem continuar. existem outras composições que podem fazer muito melhor. existem muitas opções pra se divertir, pra enriquecer, pra estudar. um punk paulera, das antigas, daqueles bem barulhentos, fazem um trabalho mto melhor só pelo protesto político. uma música erudita é repertório de estudo pra vida toda. Da mesma forma, jazz.

Nao é questão de estilo preferido e defende-lo por gosto, mas toda a música como um todo e qual sua proposta em produzi-lo.

ROo
Veterano
# set/11
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isso me faz lembrar o filme bruna surfistinha. quererm colocar o filme pra concorrer ao óscar. bruna surfistinha. um filme em q a personagem principal é uma prostituta. colaborando mais um pouco pra imagem do brasil.
Não vi o filme, mas não entendi o problema. Existem trocentos bons filmes em que os personagens principais vivem a margem do considerado padrão normal de conduta de uma sociedade.

Doggy
Pra mim é como falar mal de um sertanejo pois faz apologia à vida no campo.
De fato, eu concordo com isto e respeito quem canta aquilo que é sua realidade, o fato de eu não gostar depende apenas de mim mesmo e do meu gosto. É o caso de duplas, moda de viola, os caras cantam o que vivem, ou o que foi transmitido pela tradição oral. Mas já não respeito a maioria das duplas que brotam do chão, que usam uma "máscara" sertaneja, com o uso de alguns instrumentos típicos, vestimenta e etc, mas no fundo não tem nenhuma relação com a aquele "envoltório" que lembra sertanejo, tanto que as letras poderiam ser usadas em qualquer outro envoltório de qualquer gênero. (industria cultural, Adorno, Horkheimer, kitsch).

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