Blues - História, Personagens e Linguagem/Termos Peculiares

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nichendrix
Veterano
# ago/10
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MMI

Cara, a história da Sun tem muita marmota, foda como os caras pegaram e no começo do rock and roll tacaram os brancos pra tocar musica negra e depois os negões ficaram com o cú na mão e tendo que pegar o bonde andando, pois suas musicas só fizeram sucesso depois que os brancos começaram a tocar.

Vale a pena também dar uma olhada no chitlin circuit, que é a origem de toda a coisa e onde por muito tempo ficaram confinado o pessoal do blues e do rock and roll negros.

Konrad
Veterano
# ago/10
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PQP....

Esse glossário é muito bom.... agora que pude lê-lo.... hahaha

MMI
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Sim, tem um rolo danado, tem muita história a ser contada. Mas pelo jeito o rapaz da monografia tá num caminho errado, o colega Curly já está se irritando e desisti de ensinar. Se é para monografia, ele que deveria estar ensinando a gente!
Abç

nichendrix
Veterano
# ago/10
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MMI

Bom, sempre dá pra ele pegar o livro Rock and Roll: uma história social do Paul Friedlander, que é um livro que conta a história do blues/rock and roll tanto do ponto de vista musical, quanto histórico e sociológico.

Enfim é um livro que recomendo pra todos.

Curly
Veterano
# ago/10
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MMI

Sim, tem um rolo danado, tem muita história a ser contada. Mas pelo jeito o rapaz da monografia tá num caminho errado, o colega Curly já está se irritando e desisti de ensinar. Se é para monografia, ele que deveria estar ensinando a gente!
Abç


mas não é ?! esse mano ou é um tremendo gozador ou não bate bem da bola, espanta pela segurança com que ele afirma as maiores barbaridades, raramente eu perco a paciencia aqui, dessa vez perdi e já peço desculpas a ele de antemão mas não consigo entender como hoje em dia com todas as informações disponíveis na internet rola um fail desses, ora, eu aprendi o que sei lendo encartes de vinis, era o único jeito antigamente !

MMI
nichendrix

tem um documentário muito bom chamado "A Vision Shared: A Tribute To Woody Guthrie & Leadbelly" sobre esses dois grandes artistas que estão na origem de todas as correntes da música americana, os números musicais foruam upados no no y2b como a tia louca Little Richard levando Rock Island Line, fantástico !



MMI
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Tinha esquecido desse livro, preciso reler porque tá tomando poeira na prateleira. mas tem muita coisa legal para ler, a biografia do BB King, do Clapton, "The Blues" do Scorcesse (além dos DVDs), Almanaque do Rock do Kid Vinil (para botar um brazuca!), História Social do Jazz do eric Hobsbawm... Tem muita coisa!

Curly

Eu vi que você se irritou... Mas respira fundo! Eu quando não gosto de algo aqui finjo que não li, mas confesso que já dei umas descompensadas. Nada contra ao colega citado, mas é bom se informar, especialmente sobre o que a gente gosta.
Grande abraço

nichendrix
Veterano
# ago/10
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Curly

Rapaz, esse Little Richards é muito mala, e é muito massa o jeito da falação dele. E acho que junto com o Dylan é o cabra que mais fez mudanças radicais no tipo de vida que leva durante a vida dele. Porque já foi de tudo, machão a bichona e rock star a pastor o cara já foi de tudo.

MMI
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Quando a gente acha que já fez muita coisa na vida, chega uns caras desses e mostra que a gente nunca foi nada na vida. Não invejo, muito menos por ele já ter sido bichona desvairada, mas é um puta mala mesmo! Boa definição!

Powerslave158
Veterano
# ago/10 · Editado por: Powerslave158
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MMI


pesquise Chess Records de Chicago e Sun Studios de Memphis. Se quiser, depois eu conto a história disso.
Abç


eu tenho o filme da Chess Records, tenho um livro Rock and Roll Uma história social, Paul Friedlander; e também: História do Rock Os primeiros 200 anos, Ayrton Mugnaini Jr.

se tu for contar a história do blues e a transição para o rock não caberia em um tópico. huahuahuahuahu

fiquei interessado mesmo é nas linguagens e termos que eles usavam, dá uma olhada nestes livros que mencionei que tem muuuita coisa e fala de todos os estilos musicais que influenciaram o Rock n" Roll, que não foram só o Blues o Jazz eo Country!

abraço!

Powerslave158
Veterano
# ago/10
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Curly

realmente viajei naquela ali em cima do Canned Heat

e cara não fala o que tu não sabe sobre mim tu nem me conhece e quer me julgar sobre minha monografia?
quer ser meu orientador nela?

pelo jeito com que você fala com alguém que teve algum deslize vc é o cara que viveu a própria história e estava presente em todos os momentos, desculpa a ignorância mas eu não nasci sabendo!

MMI
Veterano
# ago/10
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Powerslave158

Valeu, li e reli todos esses já....
São bons sim.

Curly
Veterano
# ago/10
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Powerslave158

doeu né ?! na verdade meu post foi uma resposta a maneira como vc falou comigo aqui:

http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/239623/p1#6961834

cara, de toda a forma te peço desculpas, como já havia dito acima. não tem problema nenhum errar alguma afirmação, o forum existe para isso e eu mesmo já falei muita bobagem aqui. se precisar, te ajudo com todo o prazer com a sua monografia, bem que eu queria ter estado presente em todos os momentos mas acompanho essa história desde os anos 70, já tive uma coleção de discos de vinil com milhares de títulos, abç

MMI
Veterano
# ago/10
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Powerslave158

Na boa... Segue em paz, cara. Você deu umas patadas no Curly, tomou de volta e ainda não tinha razão. A sua razão é que tem direito de falar bobagem (todos falamos). O colega em questão é um cara admirado, querido e respeitado no FCC, tiveram uns veteranos sérios que estranharam e vieram conversar comigo a respeito deste tópico (por fora do fórum), de você ter tirado ele do sério. O cara é das antigas, do bem, cara sério. Lê muito. Conquistou muita gente aqui pelo que sabe, pelo que toca, pelo que é. Presta atenção ao que ele fala, se estranhar, pesquise bem antes de contestar, conselho de amigo.
Vamos continuar o papo aqui que estava legal, numa boa. Humildemente, me coloco à disposição para ajudar na sua monografia, apesar que já tem um mestre Curly se colocando ao seu dispor. PEACE!
Espero que o amigo Curly não tenha desanimado do tópico com a parada.
Abraços aos dois!

Curly
Veterano
# ago/10
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MMI

obrigado mano pelas palavras de apoio, só não acho que esteja com essa bola toda não !

mas essa discussão remete a um ponto interessante, nem sempre nós, os mais antigos sabemos mais ou temos mais razão, o motivo é que nos anos 70/80 circulavam poucas informações e também muita informação errada ou fantasiosa, num aspecto talvez tenha sido até bom pois isso nos ajudou a gostar mais ainda daqueles malucos.

hoje, com os biografos e os próprios músicos falando em entrevistas vejo que muita coisa que eu dava como certa era abobrinha, vemos isso claramente com relação aos beatles, hendrix, the who e outros !

MMI
Veterano
# ago/10
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Curly

temos a mesma idade... Sei do que está falando, passei por isso também A garotada não tem idéia do que era ser completamente iniciante, ter um violão de nylon e uma porra de um apitinho para afinar aquilo...
Mas você tem razão, muitos mitos fantasiavam nossa cabeça. A única imagem que eu tinha do meu ídolo na época, Jimmy Page, era aquela do "The Song Remains the Same". Tinha o papo da Stairway ao contrário... Muita mística ao redor! (Abobrinhas, nas suas palavras)
Cara, é sério que falaram ao seu respeito particularmente comigo. Você tem seus fãs...

jimmy vandrake
Veterano
# ago/10
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MMI

É fato. Também sua vítima de Jimmy Page e seu bando em The Song Remains The Same, que continuo tendo como o melhor álbum ao vivo no gênero rock. ( Na minha opinião, e que não sirva para outras pessoas perante seus gostos.)
Vou recolocar aqui um texto que escrevi exatamente sobre o assunto que vc delineou, que traça um panorama do que era ser adolescento nos anos 70.

Loucos anos da música.

Estamos em 1977, já é meio do ano e acho que a guitarra está me atrapalhando em algumas coisas.
Em nossa turma somos em cinco ou seis, mas que gostam de rock mesmo só três. Tem uma porrada de coisa acontecendo no cenário internacional, quero dizer acho que sim, puro achismo, mas de qualquer forma não param de vir bons álbuns.
Tem até um show do Led no cinema. Vai ser foda, tenho que arrumar grana para ir, além do que meus pais não vão deixar nem fudendo, mas vou dar um jeito.
Com 13 anos nunca tinha visto ninguém tocar guitarra, quem diria uma banda de rock, esqueça disto, na minha cidade só tem 2 ou três, mas não rola pra piazada como a gente ir ver. Uma que não há a mínima possibilidade de eu sair a noite, outra que ninguém vai deixar a gente entrar em boteco algum para ver porra nenhuma. O jeito mesmo é armar para ver o Led no cinema.
De qualquer forma, nossa paixão por guitarra era algo que já era praticamente doentio.
Tinha essas coisas de moleque, de tarde a gente dava uma escapada e ia nas lojas de instrumentos ver as guitarras. Porra, a gente ficava praticamente paralisado na frente das vitrines, Meu amigo era muito cara de pau, na verdade ele era um cara diferente mesmo. Seus pais nunca ficaram muito em cima dele, acho que não estavam nem aí mesmo. Sempre que a gente ia aprontar alguma, gastava-se um tempão pensando em como ir, que horas voltar, e o que dizer caso nossos pais perguntassem, ele não, tava sempre disponível, qualquer hora, mesmo que fosse a noite. De qualquer maneira lá estávamos nós diante de uma vitrine babando numa Giannini modelo Les Paul. Nossa aquilo era a coisa mais linda que eu já tinha visto na minha vida toda, mas fiquei por ali na vitrine mesmo, alguns reflexos no vidro atrapalhavam a visão, mas era um ato de contemplação quase veneração.
Não deu outra meu amigo já estava lá dentro falando com o vendedor. Não sei que porra de história ele falou pro cara,só sei que o cara foi lá abriu a vitrine, tirou a guitarra e colocou nas suas mãos.
Nossa entrei correndo na loja, só para ver aquela guitarra de perto, puta que o pariu, aquilo era a coisa mais linda que eu já havia visto. Aquela pintura Sunburst, aquelas formas que pareciam de certa forma um violino, já dava para ouvir o som da guita só de olhar, pura viajem.
Esqueça disto, meus pais jamais iriam me dar uma guitarra, embora era o que eu queria fazer a minha vida toda.
Meu outro amigo tinha um irmão mais velho que tinha a maior moral com o pai dele, ia no cinema, lavava o carro, dava umas voltas na quadra e a gente ficava que nem uns babacas só olhando. Eis que um dia o irmão dele pediu pro pai dele o Álbum da trilha sonora do filme " Rocky um lutador " que estava passando no cinema. Só sei que o pai dele chegou com " The song Remains the Same " do Led, que na verdade era trilha sonora do filme que no Brasil estava intitulado como " Rock é Rock mesmo". Nossa ! o babaca do irmão dele nem ouviu, largou de lado. Ah ! não deu outra, vamos lá para casa ouvir isto. Puta que o Pariu, que som, aquela versão de Rock'n Roll já na abertura era de desmontar qualquer um. Nossa que timbre, que batera, que peso. Simplesmente alucinante, era toda adrenalina que nós jamais tínhamos experimentado.

- A loja !
- Ta doido é?
- Não ! vamos voltar lá e dar um jeito de ligar aquela guita
- Esqueça, o cara não vai entrar nessa.
- Ah vai sim !
Vamos levar o Álbum do Led, tem umas fotos que da para ver a guitarra do Page, parece igual, deixa que eu enrolo o cara. No máximo o cara vai dizer não.


Voltamos na loja alguns dias depois. A guitarra estava lá, soberana na vitrine. Não deu outra entramos direto, fomos ao mesmo vendedor já abrindo o álbum do Led e mostrando as fotos. Putz o cara conhecia bem a guitarra do Page e já foi falando que aquela era uma Gibson Les Paul Standard, e que o Led estava há anos luz a frente quando o assunto era roquenrroul.
Putz o cara era gente fina pra caramba, pegou o álbum e colocou para tocar ali na loja mesmo. Ouviu um pouco, e falou que já sabia o que iria fazer a noite, Cinema.
Em todo caso tirou a guita da vitrine, plugou num ampli e ligou um Over Drive.
Eu quase tive um treco. Bem coisa de adolescente mesmo, descobrindo o mundo.
Em todo caso acho que ficamos ali por uma meia hora e parecia que eu tinha feito uma viagem de dias.
Putz voltar para casa aquele dia foi uma coisa horrível, eu sabia que nunca ia rolar uma guita na minha mão. A vida continua, como meus pais eram pessoas muito autoritárias não rolava nem argumentação, tinha que ser o que eles queriam e pronto. Opção? Só a que eles davam e guitarra lá em casa era palavrão. Nossa eles ficaram horrorizados com as fotos que vinham no encarte do álbum do Led, diziam que aquilo era coisa de maconheiro. Acho que naquela época não podia existir coisa pior do que maconheiro, era muito pejorativo, nossos pais achavam isso o maior mal de todos os tempos de toda a humanidade.
Meu outro amigo tinha um violão e estudava música clássica, também por encomenda dos pais, não tinha opção era isto e pronto. Pelo menos ele tinha um violão. Não deu outra Gravou o álbum do Led em K7 e levou para o professor dele ouvir Stairway to Heaven. Eis que 2 aulas depois o professor dele começou a ensinar ele a tocar Stairway to Heaven, para nós aquilo era como tocar o azul do céu, imaginem aprender Stairway to Heaven em plenos anos 70.
Adolescente é foda mesmo, primeiros acordes e a gente já estava se achando os fodões. Bem, em todo caso ainda ia demorar muito para ver aquela música pronta, bastava ele ter aula de violão e pronto todo mundo lá para ver o professor dele tocar. O cara abusava, as vezes tocava Rock'n Roll no violão mesmo e a gente delirava.
Bem daí para frente começamos todos a experimentar um pouco de violão, alguns acordes daqui, uns power notes dali e até saía alguma coisa.
Um certo dia aquele outro amigo que era mais largadão apareceu com uma guitarra e um cubo. Cada um sabia um pouquinho, mas na verdade éramos todos experimentais. Bends fora de tom, guitarra semi tonada, timbres horríveis, pudera, mas o lance era tocar e experimentar.
Em todo caso tudo era ruim, mas para gente tava louco de bom, não tínhamos nem noção do que era um equipamento bom, até por que no Brasil militar da época raríssimas pessoas tinham algo que realmente prestava.
Esse meu amigo era uma figura estranha e talentosa. Tinha algo diferente, era uma pessoa mais solta, mais arriscado, não esquentava muito com nada. O tipo do cara que pegava as coisas com muita facilidade. Enquanto a gente fazia coisas horríveis na guitarra, o cara pegava e arrancava umas notas sabe Deus da onde.
Como a guitarra não ajudava, para nós era um atrapalho, na mão dele soava perfeita, afinação, bends, tudo certinho, parecia mágica.
Bom a gente ficava só de olho no que o cara fazia e tentava copiar, mas não tinha jeito, na nossa mão era uma bosta mesmo.
Engraçado que ele se transtornava quando pegava a guitarra, tinha a guitarra realmente na mão, pegava com vontade, não sobrava alternativa para a guitarra a não ser ceder mesmo, estava domada nas mãos dele.
Com o tempo e vendo ele tocar fomos aprendendo um pouco, melhoramos muito nos bends e tals. Ele sempre elogiava a gente, mas ele estava num outro estágio, o cara evoluiu muito, parece que ele havia nascido para tocar guitarra. Seu abuso nos bends era espantoso, quando a gente fazia direitinho o cara atingia 2 tons na maior facilidade, criava frases muito inteligentes, e as notas pareciam que mergulhavam nos acordes de rock.
Era realmente impressionante seu jeito de tocar, além de um domínio pleno de escalas os bends e vibratos eram tão perfeitos que vc não conseguia entender qual nota foi executada.
O que bem mais tarde alguém ensinou como escala pentatônica, o cara já dominava e arrasava lá naquela época. Tirava os solos do Page e do Hendrix tudo de ouvido. Era muito rápido não precisava ouvir mais do que 2 vezes a musica para tirar.
Ele sempre falava que aqueles guitarristas escondiam o jogo, e que não havia segredo na técnica deles, e sempre explicava tudo bem direitinho, mas nós tapados como umas antas não entendíamos uma palavra sequer do que ele estava falando.
Teve um dia que ele esperou os pais dele irem dormir e foi assistir um show do Blindagem num boteco. Como a gente já sabia que não rolava entrar, ele ficou do lado de fora olhando pela janela. Nossa me lembro que ele chegou pálido e disse que o Paulo Teixeira estava com uma Gibson Les Paul igualzinha a do Page.
Aquelas tardes dos anos 70 eram realmente legais. A gente se reunia com uma bosta de guitarra, uma porcaria de vitrola, medonha de feia e o pior som que vc já ouviu na sua vida escutando alguns poucos álbuns e tocando guitarra.
Como não havia tecnologia em nada, nem de estudo, restava afinar os ouvidos e tocar até alguma coisa começar a acontecer. Os professores de música ou tocavam clássico, ou samba e MPB. Ninguém manjava nada de Rock. Quem sabia escala pentatônica era " o cara " na guitarra, pudera não tinha ninguém para ensinar. Além do que Rock pauleira (este termo é ótimo) era coisa de maconheiro, que como já falei era péssimo.
Ah ! sim ! eu estava dizendo que a guitarra estava me atrapalhando em certas coisas. Na verdade, esse meu amigo que tocava pra caralho sumiu, nem disse adeus, sei lá que fim deu. Não sei exatamente o que rolou por que de vez em quando eu até via os pais dele por ali, mas nunca tive coragem de perguntar.
Na minha cabeça esse lance de guitarra ficava batendo o tempo inteiro. Ir para a escola era uma desgraça, minhas notas estavam cada vez piores, eu não conseguia pensar em outra coisa, era só guitarra na minha cabeça.
Tive que abrir mão dessa parada, mas só de lembrar meu amigo tocando já dá uma alegria.
Quem sabe ele é um desses caras famosos por aí, tocando em alguma banda fudida. Deus sabe, Deus sabe tudo.

MauricioBahia
Moderador
# ago/10 · Editado por: MauricioBahia
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Konrad
MMI
Powerslave158

de onde tirou tudo isso?

Sensacional o tópico! Como é que eu não vi antes?

Créditos pro autor dos textos, os quais pedi autorização, diga-se de passagem. Os créditos estão no final do 1o. post.

Abs

MMI
Veterano
# ago/10
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MauricioBahia

Se você reparar, eu postei de onde o autor dos texto tirou. Em inglês, claro...

nichendrix
Veterano
# ago/10
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jimmy vandrake

Cacilda... finalmente um post maior que os meus hehehehehhehehehehehe

MauricioBahia
Moderador
# ago/10 · Editado por: MauricioBahia
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MMI

Não li todos os posts ainda... Achei que era um texto próprio e não uma tradução...

Abs

MMI
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Cacilda... finalmente um post maior que os meus hehehehehhehehehehehe

Amigo, não leve para o lado pessoal nem tome como um desafio! Zizuis, onde isso vai parar?


jimmy vandrake

Muito bom!!! Poxa, muito parecido com minha história. Eu tinha o bolachão do The Wall... Imagine um moleque sentado na frente do 3 em 1 com um fone passando tardes viajando naquilo? Mas quando apareceu o Page (rock é rock mesmo), minha mente deu piruetas e caiu nocauteada... E eu tinha que estudar piano clássico... Guitarra? Aquela coisa de cabeludo maconheiro? Peace & Love? Nem pensar!

jimmy vandrake
Veterano
# ago/10
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MMI

Das várias coisas que sinto saudades nas tardes dos anos 70, é exatamente o fato de vc ter que existir ao vivo. Convivência com colegas. Como os meios de comunicação eram extremamente precários, telefone fixo eram poucos que tinham, computador e celular nem em sonho tudo funcionava em prol da televisão e rádio, a única maneira de promover a informação era interagindo com amigos.
Lembro que os LP's eram tão caros que quem comprava tinha que promover seções de audiência na casa de alguém, caso contrário as oportunidades eram raras. Nossos pais determinavam o que deveríamos gostar, bem como o governo. Tudo era peneirado e censurado. Enfim tinha esse lance de legal da convivência, o que facilita muito nos dias de hoje a formação de bandas (como a minha ) como consequência de uma amizade de longa data.
Com uma grande diferença é claro. Barrigas salientes, alguns poucos fios de cabelos, na maioria brancos, e uma porrada de Gibson's e Fender's, Marshalls, Ludwig's, Tama's com Zildjan, Shure's e tudo aquilo que sonhamos em ter para poder fazer um som tesão nos dias de hoje.
Foi uma época maravilhosa. Sinto saudades de passar tardes em lojas de LP's acompanhando os lançamentos, etc. . .

MMI
Veterano
# ago/10
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jimmy vandrake

Cara, as sessões de LPs com os amigos eram construtivas. Hoje ninguém mais se reúne para ouvir e discutir um CD. Se achou legal, baixa a discografia completa logo e põe no Ipod para ouvir sozinho.

nichendrix
Veterano
# ago/10 · Editado por: nichendrix
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Drive30
Muito boa e enriquecedora a discursao, porem so uma observacao.

Eu acho que sao basicamente 2 vertentes que voce colocou a tona aqui.

1) A geracao jazz-blues, que ai sim entraria charlie christian, t-bone , etc.. como influenciadores dos kings da vida e etc... que acho tambem de extrema importancia para a musica, pois na minha opniao influenciou massiçamente o prog rock de final 60/70 (genesis, rush, kansas , floyd, ...)

2) A geracao delta-blues (que eu curto mais) que na minha modesta opniao é a vertente que mais influenciou o rock classico, o que seria do I-IV-V sem robert johnson, son house e afins? Essa geracao influenciou muddy waters, buddy guy, robert lockwood (chicago blues 1950) que por sua vez influenciou o rock britanico da decada de 60, cream, rolling stones, led zeppelin, sabbath, hendrix e por ai vai...

Acho que essas 2 grandes escolas de influencia foram os divisores de agua da musica no seculo 20. Obviamente temos tambem o classico que influencia a todos estilos sempre... mas ai ja é outra historia e nao quero voltar o seculo 11, musica medieval, egipcia, etc...


Trazendo pra cá a discussão do outro tópico.

Eu discordo totalmente dessa divisão de gêneros. A começar que mesmo o Robert Johnson não toca o Delta Blues puro, o Country Blues dele tem influências de outros estilos, isso inclusive é o que mais diferencia ele e o Leadbelly dos outros músicos negros da época como o Son House, o Skipp James, o Elmore James e afins.

Você tem que entender tudo como um processo, o Blues é um rio que se dividiu em vários afluentes, embora a água seja a mesma, cada um pegou um aspecto do estilo e levou adiante.

Tudo começa na África, ao mudar para a América os Negros eram Proibidos de continuar suas práticas culturais, ou seja, musica, religião, língua, tudo isso era proibido. Só que os negros eram espertos e continuaram a passar esse conhecimento na surdina. O Blues surge como uma adaptação do canto tradicional dos povos Bantos para a nova realidade deles.

Os Negros do lado francês da América do norte, os Creole, que viviam na região que vai da Louisiana até o Tenessee, tinha mais liberdade e inclusive eram encorajados a aprender a musica ocidental, e era até moda entre os senhores de escravos mandar escravos para estudar musica erudita na Europa, uma vez que as orquestras europeias raramente iam tocar nas colonias, portanto ou eles conseguiam importar alguns músicos ou mandavam os escravos para estudar e voltar para tocar para eles.

Os negros que não entravam nesse esquema de estudar musica ocidental ainda assim tinham o direito de manter parte de sua cultura, e adaptaram as toadas de tambor e flauta de bambu (pifano) à sua nova realidade, criando uma musica chamada musica de tambor e que parece bastante com vários ritmos nordestinos como o Coco e o Baião.

Essa musica que mais tarde originaria o Blues, pois quando as colonias francesas do sul passaram à posse dos EUA, os escravos perderam os seus direitos, e a transmissão de sua cultura passou a ser realizada na surdina, por tradição oral, no caso da musica sem instrumentos, usando o que eles pudessem ter à mão, de tabuas de esfregar roupa e cabos de vassoura até usar as formas tradicionais de canto deles para cantar os cânticos da sua nova religião, o cristianismo.

Quando houve a libertação dos escravos e o fim da guerra civil, os negros puderam ter propriedades, embora parte de sua herança africana ainda fosse proibida, eles podia comprar instrumentos baratos, além de fabricar os seus próprios instrumentos. Por isso no tocante a instrumentos, sua herança cultural começa a ser transmitia de outras formas, com os ritmos dos toques de tambor sendo principalmente transpostos pro Banjo e o Violão, dois instrumentos bem baratos que estavam acessíveis aos Negros. Para os negros que sabiam fabricar tambores e flautas, a musica de tambor dos tempos da ocupação francesa volta.

E é nesse contexto que nasce o Blues como conhecemos no século XX. Só que também houveram os negros que estudaram musica formalmente e voltaram a ser escravos e depois foram libertos, algumas gerações depois, sem a possibilidade do estudo formal e passando-se conhecimento de forma oral e precária, os herdeiros desses caras foram aplicando parte desses conceitos ao Blues e misturando-o com outros ritmos "brancos" como o Charleston, a Polka e o Twist, resultando no que no inicio do século XX foi chamado de Jazz, Ragtime, Jump Blues, e afins.

Esses estilos, até aproximadamente a década de 40, praticamente não tinham uma definição. Não existia algo que fosse puramente Jazz, nem um Blues que fosse puramente Blues e isso vale para todos os "filhos" do Blues. Basicamente até os anos 30, Jazz era o blues urbano tocado nas cidades com piano e metais, o blues rural era chamado de country blues. A base melódica continuava sendo o modo mixolidio e a harmonia continuava sendo de tônica, sub-dominante e dominante (como todas os tipo de musicas de origem Banto).

Durante os anos 30 e 40, que começam as diferenciações, com o Jazz assumindo formas cada vez mais complexas, passando a incorporar além do I-IV-V a forma I-ii-V, usando a 6, 7/9 e 9 na formação dos acordes. Explorando mais as escalas pentatonicas maiores e menores (e a transição de uma para a outra), bem como incorporando as escalas diatônicas maiores e menores, e seus respectivos modos.

Só por volta dos anos 50, que o Jazz realmente se torna um ritmo maduro e diferenciado do Blues, o mesmo vale para o Soul, o Rhythm and Blues, o Doo Woop, o Rockabilly e N outros estilos derivados do Blues.

Embora exista sim uma geração de Bluesmen bastante influenciada por musicos de jazz, como pode-se ver com o B.B. King, Clarence Gatemouth Brown, T-Bone Walker, Albert King, entre outros. Em sua essência eles continuam tocando o mesmo blues I-IV-V com pentatonica de sempre, embora incorporem outras informações sonoras que estavam surgindo na época, como os acordes com 6 e 9 (marca registrada do T-Bone Walker), as vezes harmonias I-ii-V em tonalidades mais puxadas para os naipes de metais (marca registrada do B.B. King) e por aí vai.

Mesmo o Muddy Walters, Buddy Guy, John Lee Hooker, todos tocavam isso, o próprio Buddy Guy disse que o primeiro emprego dele em Chicago foi tocar em uma banda de Jazz, porque como ele dizia, era tocar jazz ou morrer de fome.

Se você for olhar os músicos ingleses que promoveram a popularização do Blues, todos começaram tocando Jazz e foram fazendo a rota para trás até chegar ao Blues. Brian Jones, Charlie Watts, Jimmy Page, Ginger Baker, Jack Bruce, John Mayall e em menor escala até o Clapton, começaram tocando Jazz e aos poucos foram descobrindo o Blues e depois foram levando a coisa para esse outro lado.

Portanto nem eu concordo que houve essa diferença entre blues tradicional e blues-jazz dentro do Blues, nem concordo que essas diferenças tenham influênciado da maneira que você postou. Afinal Strange Brew literalmente tem o solo de Pretty Woman do Albert King e o primeiro LP dos Stones tem (Get Your Kicks on) Route 66, um clássico do Jazz.

No fim eu não sou dono da verdade, então essa é só a maneira como eu vejo e entendo as coisas e os fatos. Não é algo que eu ache que os outros devam concordar, afinal, discordar de vez em quando é a melhor coisa do mundo hehehehehhe

jimmy vandrake
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Empatou, tá 1 X 1 agora.

Acho que a transformação da música através dos anos e musicos e suas influências acabaram criando tudo o que está aí hoje.
Willie Dixon afirmou que muito da música moderna veio do Blues, até o Hip Hop. Acho que ele tem razão.

nichendrix
Veterano
# ago/10
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jimmy vandrake

O primeiro ser humano bateu tambor foi na África, logo tudo vem de lá hehehehheheheheheh

MMI
Veterano
# ago/10
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jimmy vandrake

Interessante e acho que na essência correta sua visão dos fatos.
Na biografia do BB King ele conta alguns fatos interessantes que inclusive citei no outro tópico. A grande influência para ele foi um pastor que tocava guitarra (putz, "guitar", provavelmente violão) na igreja aos domingos com um coral ajudando. Aquilo que pirou a cabeça dele, ele conta do pastor indo à casa dele e ensinando 3 acordes. Esse cara foi o ídolo dele. Então a música gospel também teve formação nao só no mestre BB King como no blues.
Ele conta numa passagem, quando conseguiu seu primeiro violão Sears que ia no fim de semana na cidade tocar nas esquinas para ganhar trocados. Segundo ele, ele começou tocar os gospels, mas o pessoal passava e dizia "Jesus te abençoe", "que dom divino Deus deu a você" e não davam nada. Então ele passou a tocar as mesmas músicas trocando "Jesus" por um nome feminino ou outro qualquer e vinham as moedas, para ele o blues era isso, pelo menos no início.

nichendrix
Veterano
# ago/10
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MMI
jimmy vandrake

Tem um documentário interessante no box do Scorsese que é o que conta a história da Chess, que mostra justamente isso, alguns musicos atuais, de estilos que aparentemente nada tem haver com o Blues e que foram inspirados por artistas da Chess como o Willie Dixon ou o Muddy Waters.

Como eu tava falando no outro tópico, a maioria dos ritmos brasileiros, caribenhos e do sul dos EUA tem origem na musica dos escravos Bantos, então alguns aspectos unem quase todas elas, pelo menos em suas formas iniciais em vários tipos de musica que seguem as mesmas estruturas melódicas e harmonicas.

MMI
Veterano
# ago/10
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nichendrix

Aquele box é fenomenal!!!!
Eu acho muito interessante como aquela música "primitiva", juntando a opressão e sofrimento dos escravos nas Américas gerou músicas tão diversas e inovadoras ao misturar culturas e sociedades diferentes.

Drive30
Veterano
# ago/10
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nichendrix

muito bom aprendizado.. valeu mesmo, mas eu ainda acho que voce ta puxando muito 'sardinha' pro lado do jazz.. subestimando um pouco a influencia do country blues ou delta blues do robert johnson e essas geracoes.

Afinal, o nome da propria banda rolling stone veio da onde? de uma musica de blues. nao acho que o 1 lp dos stones seja total influencia do jazz nao , é bem mistura, tem r&b um pouco tambem, blues, etc... musicas como carol e I'm a king bee desse mesmo album sao blues puro.

Bom eu acho que cada um vai ser tendencioso pro que aprecia mais heh, ta claro que voce pro jazz e eu para o blues.

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