Cheguei a uma conclusão: não preciso mais de bandas

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mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano


Qual o primeiro sonho de qualquer um que esteja começando a tocar instrumentos musicais? Se eu fizer essa pergunta a muitas pessoas, as respostas podem variar bastante, mas tenho certeza de que uma das mais presentes seria "entrar numa banda" ou "formar uma banda", não é?
Não fui diferente. Quando comecei nesse universo das teclas, lá em julho de 1991, ainda criança, sempre sonhei um dia ser "pianista de orquestra" (no caso, pianista de concerto, já que o piano não faz parte da orquestra em si - mas aos 7 ou 8 anos de idade era assim que eu dizia, então, tá valendo...). O tempo foi passando, as preferências mudando, aí cheguei ao teclado eletrônico. E adivinha? Sonhei um dia ser chamado por uma banda ou formar minha própria, isso ainda na adolescência. Considerando esse sonho mais "factível" que o anterior, acabou que isso realmente aconteceu: na vida, toquei em várias bandas. Subi no palco várias vezes, em diferentes locais, e conhecendo uma pá de gente nova no caminho - muitos desses amigos até hoje.
Mas... Agora, tudo o que quero é estar o mais longe possível de bandas e focar no meu próprio trabalho. Eu sabia que um dia isso iria acontecer, e tudo indica que chegou a hora.
De 2014 até o momento não tive nenhum trabalho significativo com bandas, salvo um ou outro ensaio, e sempre acontecendo de, na semana seguinte: ou a banda desmanchar; ou outro membro implicar com os teclados (coisa normal em muitas bandas, né...); ou fulaninho não tirar as músicas e prejudicar todos; ou o repertório não dar espaço para nada diferente de bateria, baixo e guitarra; ou sempre ter alguém que não pode por "n" desculpas, desfalcando a banda; ou haver brigas internas (sendo que eu não tinha nada a ver com a coisa toda) etc.. Sempre há bloqueios que atrapalham, e pelo que andei vendo, de uns tempos para cá a situação vem sendo mais e mais difícil.
E agora, a gota d'água: recentemente uma conhecida minha, ex-colega de faculdade de Música, me convidou para formar uma banda de metal sinfônico, a princípio um cover de Nightwish, mas depois conversamos e decidimos que seria autoral, no mesmo estilo. OK? Beleza. Fomos atrás de novos membros, e ela conseguiu dois amigos seus. Em tese: já tínhamos quase a banda completa, com voz (ela), teclados (eu), bateria e guitarra (os dois amigos que ela convidou), só faltando o baixista. Nesse meio tempo criei um grupo no WhatsApp para os membros da futura banda; nisso, apareceu uma quinta pessoa, que depois descobri ser um baixista, convidado por um dos dois amigos dela. Logo, formação completa.
Começamos a discussão de como seriam as coisas. Estava tudo muito bem, obrigado. Conversa vai, conversa vem, conseguimos uma data de ensaio no mês passado. Ensaio confirmado, músicas tiradas, tudo certo, e... o estúdio fechou as portas na véspera do ensaio. Mas esse não foi o maior problema.
Continuamos discutindo sobre uma nova data desse primeiro ensaio, em diversos locais. Achamos uma no final de setembro e confirmamos em outro estúdio. Faltando dois dias para o ensaio, recebo a notícia de que a vocalista pegou uma doença grave e não poderia comparecer. Tudo bem, com doença a gente não brinca, tem que tratar e pronto. Mas isso significou novo adiamento do primeiro ensaio.
A última data que conseguimos para ensaiar foi no sábado passado, dia 1º de outubro, véspera das eleições. Todo mundo concordou, tudo certo, e... e... O baixista reclamou que o horário era ruim e que não seria possível participar - e mais: falou sobre uma proposta de emprego exatamente no mesmo horário. Quanto à proposta de emprego, não seria problema, afinal, qualquer um pode eventualmente receber propostas de emprego, mas acontece que ele comentou sobre o assunto, depois simplesmente sumiu. Nem rastro dele, em lugar nenhum. Nem nas redes sociais, nem por telefone, nem por nenhum outro meio. O detalhe é que ele havia confirmado presença no ensaio...
Então, já que realmente não foi possível ensaiar, dei uma última cartada: uma reunião com todos os membros remanescentes da banda. Eram cinco, mas depois viraram quatro, já que o baixista nunca mais deu as caras (hoje não sei mais nem se o cara ainda está vivo). Hoje seria a reunião, e eu já tinha me agendado para tal, cancelando outros afazeres. E o que acontece? A vocalista fica doente de novo. E fazer a reunião com apenas três ficaria inviável, já que todos deveriam estar presentes.
Após tudo isso, fico pensando se ainda é negócio tocar em bandas. Acho que, a não ser em caso de freelance (ou seja: vai lá, toca, recebe o cachê e tchau), não vale mais a pena perder tempo com isso. Esses dois últimos meses significaram um grande atraso para mim. Por causa de todo esse celeuma da formação (frustrada) da nova banda, deixei de compor muito material próprio. Não, me desgastei com esse assunto da banda e minha inspiração fugiu.
E mais: não teve vez em que toquei com banda que alguém não tenha implicado com o tamanho do meu set no palco (geralmente 3 ou 4 teclados). E ainda: com a idade de alguns instrumentos. "Por que tudo isso?", "O que é que tu quer com essa coisa velha?", "Que troço ultrapassado!" etc.. É como se o instrumento, e não o talento, definisse o músico. Inclusive teve um caso de uma banda me dispensar e chamar outro só porque ele tinha um Motif - detalhe: mesmo nível, mesma forma de tocar, tudo igual, mas, modéstia à parte, eu ainda levava vantagem na performance - enquanto ele sempre foi muito técnico, preferi ir mais pelo feeling (depois fiquei sabendo que a banda o dispensou também, e posteriormente encerrou as atividades).
Sinceramente, cansei de tanta picuinha de muitas bandas por causa do meu set, só porque não tenho o top do momento, ou o instrumento da moda. E por causa da minha forma de tocar, só porque nunca fiz questão de tocar tudo igualzinho ao CD, nota por nota, com a mesma distância em milissegundos entre uma e outra, nem de ser um "ultravelocista", tocando "n" notas por segundo.
Cansei de ser apenas um cara lá atrás, num canto escuro do palco, sendo amassado pelo restante da banda (e ignorado pelo operador da mesa de som). E também cansei de comentários alheios idiotas sobre meus teclados no palco.
Outra coisa que também me fez chegar à conclusão do título do tópico é minha percepção quanto ao set de instrumentos. Vejo meus teclados como ferramentas de composição, produção e arranjo e, sendo assim, para mim não importa se é piano, arranjador, controlador, synth etc., se foi fabricado hoje ou em 1960, se custou R$500,00 ou R$15.000,00, se são dois ou duzentos instrumentos etc.. Tudo é agregado ao grande conjunto e, sendo assim, nada é em vão, tudo será muito útil em algum momento. Quem for ver meu set, vai achar que é a coisa mais sem nexo do planeta, mas para mim funciona perfeitamente bem. Mas vê se a grande maioria das bandas (e das casas de shows) entende isso... Nunca.
Sendo compositor, e almejando pegar pesado em produção musical a partir de muito breve (janeiro de 2017?), considero que quanto mais (e mais variados) timbres e recursos houverem, melhor. E sendo meu trabalho, feito da minha forma, sem interferências externas e com infinitas possibilidades, não há mais motivos para eu me submeter a estruturas de verso, estrofe, refrão e compasso 4/4.
Quero liberdade - coisa que banda nenhuma me deu. E quero agora.
Bandas, não preciso mais de vocês.

JJJ
Veterano
# out/16 · Editado por: JJJ
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É, cara...

Eu entendo bem isso aí. Já tive várias bandas e, invariavelmente, problemas acontecem. Aliás, neste exato momento, estou numa banda que também tem seu problemas!

E tem outro detalhe: também fiquei longos períodos tocando só. E quando a gente se acostuma com isso, fica muito "individualista". Não sei se é melhor palavra, mas... sei lá... se a coisa não fica do jeito que eu gostaria, já fico meio desgostoso com a parada...

Tem hora que dá vontade de largar mesmo e se virar, ainda mais que, hoje em dia, é relativamente fácil simular com instrumentos virtuais (ou até mesmo tocar, pra quem tem jeito pra coisa) os vários instrumentos que comporiam a banda. E tudo fica do jeitinho que você quer!

Só tem um pequeno pormenor: por ficar tudo com a sua "cara", dificilmente acontecerá aquele "opa! isso ficou bom! vamos colocar isso aí na música!" ou aquele "cara! isso que você fez é diferente do que eu queria, mas gostei!"... enfim... não espere variações, nem surpresas. O resultado será apenas fruto da mente de uma pessoa. É o mal das "one man bands"...

mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano
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JJJ
por ficar tudo com a sua "cara", dificilmente acontecerá aquele "opa! isso ficou bom! vamos colocar isso aí na música!" ou aquele "cara! isso que você fez é diferente do que eu queria, mas gostei!"...
Já fiz coisa bem parecida comigo mesmo, compondo. Uma das músicas postadas no meu perfil do SoundCloud foi particularmente difícil: me peguei gravando os mesmos trechos várias e várias vezes, mas sempre tinha uma ou outra coisinha que não me agradava. Só consegui de fato no dia seguinte. Acontece...

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# out/16
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Banda é foda. Confesso que também estou a ponto de desistir de arrumar gente que queira tocar de verdade, e que tenha o mesmo nível técnico ou pelo menos um nível parecido com o meu. Cada hora é uma treta diferente, um pepino por dia. Sem contar as intermináveis discussões sobre o que (que estilo) tocar. Impressionante.

No momento estou tentando gravar minhas coisas sozinho. Apanhando mais que sparring de boxe do diabo do Cubase 8.

Mas vamos ver o que dá.

mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano
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Felipe Stathopoulos

Confesso que também estou a ponto de desistir de arrumar gente que queira tocar de verdade, e que tenha o mesmo nível técnico ou pelo menos um nível parecido com o meu.
Já tentei isso várias vezes, mas não adianta, sempre tem uma desculpa pronta e o projeto vai por água abaixo na mesma hora. Cansei. Chega.

Cada hora é uma treta diferente, um pepino por dia.
Já toquei em banda cujo baterista (veja bem: baterista, peça fundamental) nunca podia devido a "problemas em casa". Sei... E a banda sempre prejudicada por causa disso. Muitos ensaios cancelados, até que um dia peguei meu chapéu e fui embora.

Sem contar as intermináveis discussões sobre o que (que estilo) tocar
Lembrei de uma história de tempos atrás: um dia eu e um amigo pensamos em criar uma banda estilo goth das antigas, à la Sisters of Mercy, The Mission e por aí vai. Aí convidamos um guitarrista, que aceitou na hora, mas depois disse que odiava o gênero e tentou a todo custo fazer a banda tocar nu-metal e hardcore (era a moda da época). Então fico pensando: por que aceitou o convite, oras?!

No momento estou tentando gravar minhas coisas sozinho.
Já fiz várias experiências com isso, mas nada "oficial", no sentido de produzir um álbum e coisa e tal. Mas um dia chego lá...

fernando tecladista
Veterano
# out/16
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Se pensar em banda de barzinho, casa noturna, esquece, praticamente já desisti, só briga, membro com egos inflados voce não se escuta...
Dos bares cachê de merda, condições de merda, donos de merda....

O que compensa, ai depende da região
Tocar em eventos, casamentos, jantares
Talvez compensa ter um trio, teclado, sax e percussão ou no lugar do sax um violino, flauta
Ou do que faz, um trio de teclado, voz e percussão
Por aqui ainda da pra ter uma banda completa que toca em baailes, festas

Repertório e mais bacana ,não precisa ter no repertorio safadão fulana e fulaiane.

Calime
Veterano
# out/16
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Marcando pra ler dps....curto esse tipo de assunto.

JoeCruzGuitar
Veterano
# out/16
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Bom... já desisti também.

Até tenho tocado com alguma frequencia, mas é sempre sem compromisso algum, se der deu, se não der tudo bem também.

Peço a relação das musicas com uns dias de antecedencia, as vezes estudo, as vezes só ouço no carro e tiro no estudio.

Sou chato, metódico e organizado demais para ter uma banda séria.

Também crio uma expectativa grande e quando me dou conta, cada um da banda estava com um nivel de expectativa diferente e ai a coisa sempre desanda.

homemsemsobrenome
Membro Novato
# out/16
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No geral, minha experiência com banda é boa, mas tem muita coisa em torno de um trabalho bem feito que acaba frustrando muito o músico, como algumas coisas que o sábio Fernando Tecladista citou: cachê, falta de valorização do trabalho do músico, estrutura de casas, etc. Acho que todo o mundo tem um milhão de histórias sobre isso.

Fora, é claro, a dureza que é vender um trabalho autoral num país em que os meios de divulgação de cultura estão voltados para o lixo rentável. Quem faz algo bom não aparece para um grande público e acaba ficando num gueto, infelizmente. Até a gente descobrir um bom artista de nosso próprio tempo ele já morreu na miséria.

Particularmente, hoje eu me sinto atraído pelo formato de trio nessa coisa de tocar em casas, acho que pelo fato de que cada um tem que fazer bem sua parte e todos têm que aparecer nitidamente como músicos, mas, sobretudo, eu queria tocar com mais tipos de banda e em mais projetos para aprender mais com outros músicos, pois só conheço o mundo do rock e, especificamente, do rock clássico.
Sei lá como andam as coisas no mundo da MPB ou do Jazz, que são estilos que aprecio bastante também mas não frequento seus circuitos.

O que mais me incomoda nas bandas são duas coisas:

I - aquelas pessoas que não suportam ser questionadas, quer dizer, aquelas que quando, com o máximo de cuidado para não ofender, você diz "olha, acho que baixo não é assim nessa parte, vamos ouvir?" a pessoa entende isso como uma ofensa pessoal e pira. Eu não tenho paciência para essas coisas, não sou uma pessoa que gosta de discutir, aí quando o outro não aceita nem conferir o erro eu fico frustrado.

II - além disso, aquelas pessoas que não evoluem musicalmente, que não se aprimoram no instrumento, que dizem que certas músicas são difíceis demais e nunca treinam para um dia tocá-las, as pessoas que ouvem as mesmas coisas sempre e não estão dispostas a conhecer mais nada, que ficaram presas numa época da vida. Acho isso horrível, sinceramente, eu amo Pink Floyd com todo o meu coração, mas já fui até no show do Bonde do Rolê. Quem se fecha para conhecer música não vai nem entender a originalidade dos músicos que gosta.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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homemsemsobrenome
a dureza que é vender um trabalho autoral num país em que os meios de divulgação de cultura estão voltados para o lixo rentável.
Quem gosta de trabalho autoral, de compor, arranjar, produzir etc., precisa buscar seu espaço - nem que seja mundo afora. Se por aqui o que vende é porcaria, tentemos no exterior, via plataformas digitais. E se tiver que viajar para outros países a fim de divulgar o trabalho, que seja. Ficar numa bolha, preso numa zona de conforto, é altamente prejudicial para a carreira.

hoje eu me sinto atraído pelo formato de trio nessa coisa de tocar em casas, acho que pelo fato de que cada um tem que fazer bem sua parte e todos têm que aparecer nitidamente como músicos
Aí sim, trio. Cada um com sua função e todos tem que ser muito competentes naquilo que fazem. Trio + cantor(a) também pode ser interessante, desde que todos sejam o foco principal, não apenas o/a cantor(a). E, particularmente, vejo esse formato como o único que posso considerar para futuros trabalhos em grupo, caso hajam.

aquelas pessoas que não suportam ser questionadas, quer dizer, aquelas que quando, com o máximo de cuidado para não ofender, você diz "olha, acho que baixo não é assim nessa parte, vamos ouvir?" a pessoa entende isso como uma ofensa pessoal e pira. Eu não tenho paciência para essas coisas, não sou uma pessoa que gosta de discutir, aí quando o outro não aceita nem conferir o erro eu fico frustrado.
Já vi muito disso em bandas. Membros que não aceitam opiniões e se acham donos da verdade e da razão. Muitas bandas nascendo com boas intenções, mas morrendo em seguida por causa do excesso de ego de alguns. Mais um motivo para eu optar por fazer meu trabalho solo.

além disso, aquelas pessoas que não evoluem musicalmente, que não se aprimoram no instrumento, que dizem que certas músicas são difíceis demais e nunca treinam para um dia tocá-las, as pessoas que ouvem as mesmas coisas sempre e não estão dispostas a conhecer mais nada, que ficaram presas numa época da vida.
Também já lidei muito com isso. Nós tecladistas sempre temos vontade de incorporar algo novo na sonoridade da banda, mas muitas vezes a mesma não aceita e não faz questão de sair do lugar. Isso é extremamente limitador e desanimador.

waltercruz
Veterano
# out/16
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Sendo levemente do contra, eu tô bem de boas tocando em bandas por aqui, hehe. Talvez porque primeiramente praticamente tudo o que eu faço é com amigos, pessoas que me conhecem e me respeitam. A única banda que não é exatamente de amigos - mas ainda assim são pessoas 'próximas', é um Pink Floyd cover, e tb não costuma me dar trabalho.

Você falou sobre levar vários teclados para tocar, durante um tempo eu levava dois, hoje em dia levo apenas controlador + macbook (queria ter um key de verdade, mas por enquanto não tá rolando). Mesmo que eu quisesse levar mais coisas, acabaria esbarrando em duas coisas: primeiro, as casas daqui de Brasília tem palcos todos minúsculos, uma banda como o iFloyd já fica apertada, e segundo, os cachês costumam ser tão minguados que realmente não vale a pena o trabalho.

Agora a pouco estava sequenciando uma música (pro festival do minuto aqui!) e é uma coisa que me dá um prazer imenso e aporrinhação nenhuma. :) Mas no geral, não tenho tido problemas com as bandas nas quais toco.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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waltercruz

Você falou sobre levar vários teclados para tocar, durante um tempo eu levava dois, hoje em dia levo apenas controlador + macbook
Até quando eu levava apenas um, por causa de palco pequeno e tal, alguns nas bandas enchiam o saco. Parecia pessoal...

acabaria esbarrando em duas coisas: primeiro, as casas daqui de Brasília tem palcos todos minúsculos, uma banda como o iFloyd já fica apertada, e segundo, os cachês costumam ser tão minguados que realmente não vale a pena o trabalho.
Aqui na Grande Porto Alegre tem sido a mesma coisa, sem tirar nem por. Mais um motivo para eu não perder mais tempo com essas coisas e visar algo maior. Tocar na noite? Nunca mais.

SILVANOFDS
Veterano
# out/16
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Tocar na noite? Nunca mais.

Aqui em Sampa não me vejo ficar sem tocar na noite, tenho uma banda de baile e é feito com arranjador, nas folgas sobra tempo para produzir algumas coisas em casa.
A interação ao vivo mesmo com poucos músicos é muito positiva pois ali você consegue novas informaçôes que nem no CD ou DVD se consegue.
E já teve momentos que já me ajudou nas minhas gravinas aqui.
O repertório de Baile é muito extenso e variado e se toca de tudo das pérolas ao lixo. O que sempre me dedico ao máximo as Pérolas pois são imortais.
Quanto aos músicos já passou guitarrista aqui bom mas que as cabeças não batiam, ele rearranjava tudo ao vivo nas harmonas e queria "impor" muitas harmonias ao ponto da música inteira e quando chegava nas partes de arranjo dele ou base o rapaz pulava fora.
Já tive contra baixo e era ao vivo, como ele resolveu me dar um cano desde a época tenho me resolvido assim, o batera aqui toca muito e vez em quando cogita de baixo mas ele sabe as dificuldades por enquanto.
Tive muitos focos diferentes na vida e fui mudando muitos conceitos.
Tinha época que era viciado em sequenciador e vi o seguimento sendo engolido pelos karaokês da net sendo viável hoje só nas músicas inéditas.
Como tecladistas somo incompreendidos pelos outros músicos e vai continuar assim pois a nossa compreensão da Banda no quesito instrumentos é ampla. Mesmo não tocando baixo, quitarra, etc.
A nossa facilidade com o manuseio dos sequencers, arranjadores etc, nos ajuda e muito.

jorget
Membro Novato
# out/16
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Sem querer "melar" a opinião de ninguém e muito menos contrariar, banda mesmo, só funciona as profissionais, as famosas e rentáveis, onde todo mundo se submete a duas coisas: grana, muita grana e obediência. Muitos esquecem que o princípio de uma banda é ser uma verdadeira empresa, profissionalismo e com regras, ou seja um dono (ou sócios) mandando. Aceitas estas condições, quem no mundo iria querer deixar uma banda famosa e perder seus bons ganhos por desobediência pra dar lugar a outro? Isso mesmo desobedecer a um gerente/dono pois isso praticamente não existe em bandas pequenas ou amadoras e cada um por sí.

Agora descendo o palco ou a simples mortais, não dá pra exigir nada de ninguém, não estando numa das situações acima, ou seja, sem ter dono, ser altamente profissional e sem grana, boa grana e pagamentos nessa relação. Ou seja, na humildade e sem ferir ninguém, quem sou eu pra exigir isto ou aquilo do colega, se ele é bom ou ruim, briguento ou pacífico, ocupado ou disponível, sem as garantias e vantagens acima? Muitos dirão, mas estamos começando e podemos chegar lá. Sim, mas mesmo assim nada do acima há e portanto temos que ser humildes e respeitar a situação do colega, ate se compromissado ou arrumou coisa melhor, talvez um grupo mais adiantado, etc. Um dia com estes tropeços e problemas, contornando com respeito, talvez se chegue lá. Ví um video recente desta semana, dos Beatles, que amadoristicamente, antes de serem Beatles, passaram 8 longos anos mudando tudo e só o Paul e o Lennon duraram nesse tempo ate virarem os Beatles e ate apanharam ou foram perseguidos pela polícia, ate chegar no que forma. E resistiram e nunca desistiram. Alguém já passou por isso? Não? Nem desse tempo prévio?

Calime
Veterano
# out/16 · Editado por: Calime
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Consegui ler as opiniões postadas...legal ver o que a galera pensa a respeito, pq esse é o assunto que permeia mto a opinião de hobbistas e "semi" profissionais(pessoas que pretendem ser, estão buscando isso...ou leva a banda dele a sério, buscando tocar com frequência e apresentar um trampo massa). Sobre isso, vou opinar, visto que já tive trampos "semi profissionais", por pouco tempo, e durante a maior parte fui hobbista em vários projetos e bandas(sou atualmente, aliás - toco em uma banda autoral 99%).

Penso que existem condições que devem ser respondidas antes de se iniciar qualquer trampo, que são:

1 - O que pretendo? Ser profissional ou não? Quero tirar renda pra viver, ou é só um hobby?

2 - Autoral ou cover...ou uma mistura dos dois? (meio a meio, ou predominantemente um ou outro...).

3 - Estilo de som; quais influencias teremos, o que estamos pretendendo.

4 - Disponibilidade de cada um para o trampo; isso será influenciado diretamente em função do primeiro questionamento(profissional ou não?); se pretende ser profissional, e viver disso, mais horas e empenho serão demandados, é claro.

Tudo isso DEVE OBRIGATORIAMENTE ser exposto já nos primeiros contatos, antes de qualquer tipo de ensaio. Por isso ao menos 1 reunião pessoalmente se faz obrigatória tbm. Além disso, comunicar-se por redes socias, zap, tbm é mto válido.

Respondendo tais questionamentos, e decidido sobre eles, daí sim é partir pra ensaiar, procurar um possível nome....desenvolver músicas próprias ou não, e por aí vai. Com isso, não rola tanta margem pra desgaste. Se no inicio já houver conflito, continue procurando pessoas que pensam similarmente a vc, ou tirem o cara que tá remando contra todo o resto. Isso evita mta dor de cabeça, desgastes, etc.

Demorei mto pra elaborar e ter esse método claro em minha mente, e coloca-lo em prática racional e sistematicamente; hoje não vacilo mais.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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Calime

1 - O que pretendo? Ser profissional ou não? Quero tirar renda pra viver, ou é só um hobby?
Meu objetivo sempre foi claramente profissional, desde meus 17 anos, e é por isso que tenho uma tremenda dificuldade em conseguir parceiros para projetos musicais.

2 - Autoral ou cover...ou uma mistura dos dois? (meio a meio, ou predominantemente um ou outro...).
Meu foco é autoral, mas não 100%. Eu diria uns 90% autoral e 10% cover, sendo, no caso, o trabalho propriamente dito e uma forma de mostrar as influências.

3 - Estilo de som; quais influencias teremos, o que estamos pretendendo
Pessoalmente não tenho muita preferência por estilos específicos, mas sempre busquei trabalhos que me despertassem um verdadeiro interesse, pelo lado artístico mesmo. No entanto, isso tem sido mais e mais complicado a cada dia.

4 - Disponibilidade de cada um para o trampo; isso será influenciado diretamente em função do primeiro questionamento(profissional ou não?); se pretende ser profissional, e viver disso, mais horas e empenho serão demandados, é claro.
Aqui que o bicho pega. Quando digo que a ideia é fazer um trabalho profissional, que vai demandar bastante tempo e energia para alcançar o objetivo, muitos já caem fora.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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SILVANOFDS
Como tecladistas somo incompreendidos pelos outros músicos e vai continuar assim pois a nossa compreensão da Banda no quesito instrumentos é ampla. Mesmo não tocando baixo, quitarra, etc. A nossa facilidade com o manuseio dos sequencers, arranjadores etc, nos ajuda e muito.
Depende muito da banda em si. De fato, há diversas bandas nas quais o tecladista tem um papel fundamental, assim como os demais instrumentos - e não falo somente de metal ou rock progressivo, falo de qualquer gênero. Mas em muitos, muitos, muitos casos (se não na grande maioria), o tecladista é visto como um estranho no ninho - pois muito acontece de a música girar em torno das cordas e da bateria, aí, quando chega o tecladista, ele tem que procurar os espaços, geralmente não os achando, ou achando muito poucos.
Claro, sei que há muitas músicas que não pedem teclado nem nada relacionado, mas penso que, se a banda quer um tecladista na sua formação, tem que ver se o repertório vai dar essa possibilidade; caso contrário, não há por quê. Até onde sei, tecladistas gostam de ser criativos, de dar sua identidade, de explorar os recursos do(s) seu(s) instrumento(s) em prol da sonoridade do conjunto, e quando não conseguem isso numa banda, desanimam e se sentem renegados. Eu mesmo cheguei num ponto que não aguentei mais - por isso talvez tenha chegado minha hora de ser "independente".
Talvez pinte algum novo trabalho em conjunto no qual todos tenham seus espaços bem definidos - e que, aí sim, me agrade. Nunca achei legal quando um só queria tomar conta de tudo e não respeitava os demais.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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jorget

banda mesmo, só funciona as profissionais, as famosas e rentáveis, onde todo mundo se submete a duas coisas: grana (...) e obediência. Muitos esquecem que o princípio de uma banda é ser uma verdadeira empresa, profissionalismo e com regras, ou seja um dono (ou sócios) mandando
É exatamente o que penso, sem tirar uma só palavra. Inclusive, em todas as bandas nas quais toquei, sem exceção, senti falta de um líder para comandar a coisa toda e determinar o que precisava ser feito, mas também que desse a liberdade criativa necessária para cada membro. Em todos os casos, não havia líder algum, mas também não havia nenhum grau de liberdade. Situação que só poderia gerar desgaste.

Aceitas estas condições, quem no mundo iria querer deixar uma banda famosa e perder seus bons ganhos por desobediência pra dar lugar a outro? Isso mesmo desobedecer a um gerente/dono pois isso praticamente não existe em bandas pequenas ou amadoras e cada um por sí.
De minha parte nunca houve qualquer tipo de desobediência, aliás, sempre cumpri com todos os compromissos, me preparando com afinco, dando meu melhor para que o trabalho fosse bem feito. E mesmo tentanto ser o membro mais exemplar possível, para que meu trabalho fosse valorizado, parece que não adiantou. Até porque, como falei antes, líderes mesmo essas bandas nunca tiveram.
A propósito, acho que identifiquei o problema: falta de liderança. Não no sentido de "ditadura", de alguém chegar mandando e desmandando, mas no de conduzir a banda ao rumo certo.

SILVANOFDS
Veterano
# out/16
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E ainda: com a idade de alguns instrumentos. "Por que tudo isso?", "O que é que tu quer com essa coisa velha?", "Que troço ultrapassado!"

Nada a ver esta ignorância aonde o músico tem que se estabelecer só pelo instrumento, se fosse assim os baixistas com fenders de 4 cordas antigos seriam excluídos e sabemos que estes instrumentos mandam muito bem no PA.
Tem tecladista aqui com sets de teclados JV, KURZ e até DX7 antigo e tira um puta som e tem nego com Juno Stage que o som no PA sai magro.
O público não quer saber de marca nos palcos, eles querem som.
Mas para evitar seria negócio ter um mid level em casa para estes "ténicos" chatos aonde o menos é mais.
Apesar que é de doer fulano ligar na sua casa e ter a cara de pau de perguntar a marca e modelo de teclado.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# out/16
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mano_a_mano

Acho que o conflito, nos projetos que participou, foram ocasionados por divergências em relação ao objetivo do projeto.
Pelo seu comentário, você quer um trabalho profissional. Ha o trabalho profissional e o hobby, o problema é que isso não é algo binário, nesse eixo uns vão ser mais para o lado profissional e outros mais para o hobby.
Comigo aconteceu assim pelo menos, mas levei por mais de 10 anos na banda.
Outro ponto acho que é a diferença artística, eu também não gosto de tocar feito um MP3, ou porque não quero ou porque não consigo.
Banda é complicado mesmo, trabalhar com estilos que fogem do gosto popular também é difícil.
Boa sorte no seu trabalho autoral, manda material aqui quanto tiver.

mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano
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SILVANOFDS

Nada a ver esta ignorância aonde o músico tem que se estabelecer só pelo instrumento, se fosse assim os baixistas com fenders de 4 cordas antigos seriam excluídos e sabemos que estes instrumentos mandam muito bem no PA.
Sim, parece que isso acontece só com tecladistas. Já verifiquei isso. Falei antes que fui substituído numa banda só porque o outro tinha o top do momento e eu não. É dose. (OBS.: nada contra ele, muito pelo contrário, é um grande amigo meu, o problema aí foi a banda levar em consideração a presença com instrumentos top de linha, não o que o tecladista seria capaz de fazer.)

Tem tecladista aqui com sets de teclados JV, KURZ e até DX7 antigo e tira um puta som e tem nego com Juno Stage que o som no PA sai magro.
Esse assunto já foi discutido à exaustão, mas é sempre muito relevante, e cada vez mais atual, pois nota-se que muito acontece de bandas chamarem tecladistas não pela sua capacidade, mas pelo seu set - e muitas vezes acontece de o talento não estar à altura do equipamento, o que é um problema muito recorrente, principalmente aqui no Brasil, onde considera-se que quanto mais caro o instrumento, melhor o tecladista.
Lembro até que nos meus primeiros tempos aqui no FCC, acho que em 2005 ou 2006, abri um tópico exatamente sobre isso. Basta procurar no meu perfil.

O público não quer saber de marca nos palcos, eles querem som.
Exatamente. O público quer mais é curtir o show, dançar, se divertir, aplaudir, e não saber da marca dos instrumentos. Ninguém tá aí se o teclado é Yamaha, se o baixo é Fender, se a guitarra é Ibañez, se os pratos da bateria são Zildjian etc.. Sei por experiência própria: numa das minhas bandas aconteceu de um dia eu tocar com um simples PSR-E423 (por falta de espaço no pequeníssimo palco) e no outro eu aparecer com Yamaha MM6, Korg N264, Tokai TX-5, M-Audio Oxygen 49 e laptop com SuperWave P8 e outros "quitutes" - o povo curtiu nos dois dias, e daí? O que importa?

para evitar seria negócio ter um mid level em casa para estes "ténicos" chatos aonde o menos é mais.
Essa é minha tática hoje.

é de doer fulano ligar na sua casa e ter a cara de pau de perguntar a marca e modelo de teclado.
Se sou eu, nem respondo.

mano_a_mano
Veterano
# out/16
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Luiz_RibeiroSP

eu também não gosto de tocar feito um MP3, ou porque não quero ou porque não consigo.
Quando eu tocava nas bandas da vida, eu nunca tocava igualzinho, ainda que fosse exatamente o mesmo set list. Nem quando toquei em banda-tributo. É porque nunca me passou pela cabeça fazer isso.
"Quer tudo 100% igual? Ponha o CD no aparelho de som e seja feliz."

Banda é complicado mesmo, trabalhar com estilos que fogem do gosto popular também é difícil.
Eu até nem me importo de trabalhar com o tipo de som que está nas FMs hoje em dia - tanto que no início desse ano aceitei uma proposta de uma cantora sertaneja, e só não fui adiante porque em breve ela se mudaria para SP e eu não tinha condições de fazer o mesmo (e, além do mais, não havia banda de apoio, aí formei uma, estávamos prestes a fazer o primeiro ensaio com a tal cantora, então o cara da sanfona desistiu na última hora, aí é sacanagem, né...).
E sim, banda é coisa difícil. Aliás, dificílima. A não ser que aconteça um verdadeiro milagre, e que surja um trabalho em grupo realmente considerável, em todos os sentidos (liberdade criativa, competência dos músicos, independência financeira, seriedade, profissionalismo etc.), dá para dizer que perdi a esperança quanto a apostar em bandas.

manda material aqui quanto tiver.
Na real até já tenho algo no meu Palco MP3 (e o mesmo no SoundCloud), mas nada demais, por enquanto somente alguns experimentos. Trabalho autoral sério mesmo, visando produção de álbum e tudo o mais, provavelmente só a partir do ano que vem (que, aliás, está bem pertinho).

soruji
Veterano
# out/16
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Aproveitando a vibe do pessoal, estou numa situação um pouco parecida.
No meu caso, é na escola de música, onde no começo do ano iniciamos o projeto de prática de conjunto. A ideia era que os alunos (incluindo eu), colocássemos em prática tudo que aprendíamos nas aulas individuais, ali nos ensaios.
No começo todos estavam empolgados. Na primeira reunião os objetivos eram claros. Tratava-se de um "laboratório" para que os alunos tivessem, entre outras coisas, a noção de convívio com banda. Repertório ficou em aberto (algo que achei ser bom, mas que não foi tanto assim), pois havia vários alunos de diferentes vertentes ali, como rock, pop, jazz, soul, black, então quem decidisse participar, ia agregando suas sugestões, sem deixar de tocar as sugestões dos outros alunos, e a ideia disso era fazer com que todos nós tívessmos contato com os mais diversos tipos de estilo e linguagens musicais. Em teoria, todos achavam que isso era importante para o crescimento mútuo e pra versatilidade de todos. Pois bem. Eis que tivemos alguns problemas quanto a isso.
O primeiro problema foi justamente a segmentação. Guitarristas que só queriam tocar rock, bateristas que só curtiam black, e que por consequência, não tinham o hábito de escutar outros estilos, o que se tornava nítido quando íamos tocar uma música que não era de determinado estilo do músico que estava tocando. O engraçado é que todos se propuseram a ouvir as músicas do repertório, mas nenhum se propôs a escutá-las.
Entendo que cada um deva dar a sua identidade pra música, mas a questão ali era referente ao respeito à linguagem proposta. Não tem como colocar acordes de jazz em música pop, nem virada de rock em funk. Tem coisas que descaracteriza totalmente um estilo, e muitos não tem maturidade o suficiente pra enxergar isso, e aí se você fala, já não quer mais participar do projeto, porque já leva para o pessoal.
O segundo problema foi com relação a capacidade técnica. Alguns membros do projeto se recusavam a tirar algumas músicas (standards de jazz), porque consideravam difíceis de serem executadas. Só que os ensaios eram a cada 15 dias, ou seja, daria tempo de ensaiar, inclusive, pedir para seu respectivo professor auxiliá-lo estudando a música em aula até o dia do próximo ensaio, mas não rolava. O engraçado é que várias músicas foram sugeridas pelo próprio aluno que se recusou a tirá-las posteriormente.
Cheguei a falar desses conflitos com uma amiga, e ela me disse que os alunos da escola de música estão ali procurando um momento pra relaxar, um lazer, porque tiveram uma semana corrida com trabalho e afazeres e que se fossem cobrados e pressionados ali da mesma forma como eram em seus trabalhos, iriam mesmo se afugentar. Vi que não tá muito longe disso, não.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# out/16
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mano_a_mano

Se topa tocar outros estilos, vai ter mais oportunidades.
O lelo_mig falou e concordo, tudo que sai do sertanejo, forro e pagoda vai ter um publico restrito. Uma vantagem do teclado é que pode usar apenas ele para acompanhar cantores, vejo com certa frequencia. Ganhar uns trocos por final de semana com um grupo certo ja vai valer.
Se ja teve problemas até com atividades neste meio, é sinal que a coisa é , mais complicada do que eu imaginava, porque achei que seria mais frequente essas divergencias de objetivo, em trabalho autoral no meio do rock.(unico até hoje que tive contato.)
Esse negocio de gente perguntar sobre equipamento eu não sabia. Toco guitarra, não conheço nada de teclado, pra mim no palco ou no estudio nunca vi diferença, o que sempre lembro é se o cara tocou bem.

Synth-Men
Veterano
# out/16
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mano_a_mano

Sobre bandas

Estou fora da ativa, por vários outros problemas e questões. Estou até querendo voltar, mas vai demorar bastante se eu quisesse voltar a partir de hoje.

Mas, tudo é questão de conciliar o próprio objetivo. Bandas de bairro, regionais, estaduais, de colégio, de baile, vão dar problema eternamente. Ainda mais formar uma do zero. São pessoas, seres humanos, cidadãos quem.

1 - Primeiro de tudo, todos são músicos formados, certificados e com alguma experiência com o o publico?
2 - Já tiveram alguma experiência em grupo?
3 - São hobistas profissionais (arranha, mas está disponível para trabalho) ou profissionais hobistas (não quer trabalho, apenas arranhar aqui e ali)?
4 - Qual o objetivo? É ganhar dinheiro?


Esse lance de "só vontade e reunião de conversas" não rola. Banda tem que ganhar dinheiro. Tem que ter um chefe, um líder. Infelizmente, os integrantes de uma banda tem que ser empregado de alguém. Igual aos Menudos, Rebeldes, Re-starts, grupos de pagodes, forrós, afroregaae e sertanejos diversos.

Esse lance de dividir o cachê em parte iguais é coisa de amizade. Só dá certo com quem tem interesses comuns, iguais. Semelhantes já não rola.

Os caras dizem que gosta de tocar, mas na hora do vamos ver, não querem. Gostar e querer são coisas diferentes. Quando veem que o negocio é verdade, fogem das reuniões, ensaios, apresentações.

Acho sortudo e admiro um cara que tem uma banda de amigos. Dividir um cachê de 350,00 e cada um leva 70,00 pilas para casa em uma noite num boteco.

Se divertiram e ainda ganharam 70,00 pilas cada um. Na próxima noite Deus sabe onde e quanto. Mas a diversão tá garantida.

O primeiro passo para montar uma banda é reunir pessoas diferentes que querem fazer o mesmo que você (musicalmente falando).



Sobre tocar estilos "no nosso estilo", tocar somente aquilo que gostamos ou ainda trabalhos autorais

Por que do conciliar objetivos? Você pode tocar em 10 bandas diferentes e ainda assim fazer as suas musicas autorais. Vou dar um exemplo basicão aqui.

A usuária GloriaGaia/Gaia0007, amiga de fórum de muitos de nós aqui, tem várias músicas autorais e começou a tocar fora a pouco. Quais músicas você acha que está tocando nas apresentações? (Músicas já conhecidas, claro!) O que impede dela encaixar uma autoral em cada apresentações? (Ué, nada!) Não é fácil, mas não é impossível. Gera um conflito danado entre a nossa vontade e a necessidade de realizar o trabalho para qual você foi contratado.

Outro exemplo é o antigo usuário Tiago Gomes aqui do fórum que hoje está na Yamaha ou o próprio atual AndreLuizKeys. Os caras são bons, toca pacas, tem criatividade, imagino que várias coisas autorais e ainda assim, faz o que mandam. Aprenderam a conciliar vontade com necessidade. Pelo que vejo, os considero livres. Dá só uma olhada no canal do youtube do Tiago Gomes.

Não tem jeito, tocar em banda, ou sozinho com compromisso sério é tocar repetido, engessado, igual, parecido, a mesma coisa. Isso não significa uma prisão ou ofensa ao seu nível de conhecimento, as suas ideias e a sua criatividade.

Se você for tocar em um casamento e a pessoa pedir Whitney Houston e você tocar na sua versão, pode crer que aquela pessoa, não vai mais te indicar ou te chamar para um próximo evento qualquer. Isso não é ignorância da pessoa, mas é o nosso trabalho.

A pessoa não quer saber se levei 20 anos para aprender música, as quartas, as sétimas, diminutas, as dissonantes, a versão que fiz. Ela quer Whitney Houston com a melodia original, pronto e acabou. Ela conhece a Whitney, a mim, não.




Ainda sobre trabalhos autorais

Outro ponto onde erramos nas músicas autorais é na divulgação. Um cantor famoso e de renome, divulga um novo CD bem antes de lança-lo (com tudo já pronto), para amenizar o impacto (estranheza) da novidade. Seres humanos tem dificuldades de aceitar coisas novas de conhecido, ainda mais de desconhecidos. E olha que tem gente que fala que gosta de novidades (Tá bom... Vai nessa...).

Nós queremos ser contratados, remunerados e saudados por musicas autorais que nunca nem divulgamos, nem no nosso próprio facebook.

Se você subir no palco e não for conhecido (mesmo sendo conhecido) de uma galera que frequenta determinado local, e fazer um discurso do tipo: - Galera, está é uma musica nova da banda...

Ferrou! Tem que fazer o oposto. Tocar primeiro e falar depois. Uma musica é o suficiente. Outra, só na próxima apresentação. Se for assim, imagine o tempo que levará. Por este motivo a divulgação o fará ficar conhecido e amenizará o impacto da novidade

Mas é claro que tem bandas não "midiáticas" que vivem de músicas autorais, mas trabalham duro na divulgação. A banda Malta é um exemplo disto. Ganhou um concurso e hoje grava na Som Livre.

Mas, existe casos e casos. Só estou relatando algumas experiências que tive.

Olha meu caro, toquei em igreja um bom tempo, 4 reuniões diárias de 7:00 às 21:00, de domingo a domingo.

Sei muito bem o que é repetir as coisas. Sei muito bem o que é não ter oportunidade de improvisar., ter que improvisar e não está preparado, criar, achar e perder oportunidades. Toquei em eventos da igreja, para cantores gospel, no quem sabe faz ao vivo e outros mais.

Me diverti muito e me aborreci também. Troquei e soltei muitas ideias e algumas estão presas até hoje. Fiz tudo com o coração. Nunca fui extremo comigo mesmo, pois as minhas diferenças também eram complexas para muitos demais.

Mas de tudo, aprendi realmente qual era o meu trabalho e aprendi também a caminhar para ver, fazer coisas novas e de minha vontade. São duas estradas em uma só caminhada. Muitos conflitos e desvios, mas já passou.

Ainda tenho muito que aprender antes de desistir, mesmo fazendo só por hobbie. Se eu dependesse disto (financeiramente), virava a terra de cabeça para baixo e para cima.

Abraços a todos.

Casper
Veterano
# out/16
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Caros:

Todas minhas tentativas de banda foram infrutíferas.
E não foram poucas. Mas nenhuma teve a pretensão de
atingir nada mais sério. Hoje estou velho e acabado,
só toco sozinho e esse é meu passatempo/terapia.
E, diga-se de passagem, me divirto muito. Tudo que
dá certo ou errado é 100% culpa minha.

mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano
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Synth-Men

Bandas de bairro, regionais, estaduais, de colégio, de baile, vão dar problema eternamente. Ainda mais formar uma do zero. São pessoas, seres humanos, cidadãos quem.
Sei o que é isso... e muuuuuuuuito bem.

Os caras dizem que gosta de tocar, mas na hora do vamos ver, não querem. Gostar e querer são coisas diferentes. Quando veem que o negocio é verdade, fogem das reuniões, ensaios, apresentações.
Isso tem nome: medo. Medo de cumprir com as obrigações que naturalmente uma banda profissional terá, por conta de agenda de shows, ensaios, gravações e afins. Quando o pessoal vê que o caldo entorna e começam as primeiras discussões, levam tudo para o lado pessoal, e tudo se acaba.
Aliás, esses tempos li um artigo muito interessante do Duda Calvin (Tequila Baby) sobre o assunto "bandas", aqui.

Acho sortudo e admiro um cara que tem uma banda de amigos. Dividir um cachê de 350,00 e cada um leva 70,00 pilas para casa em uma noite num boteco. Se divertiram e ainda ganharam 70,00 pilas cada um. Na próxima noite Deus sabe onde e quanto. Mas a diversão tá garantida.
Tive sorte de em duas das bandas o cachê sempre ser igual para todos - eram seis membros, 1/6 para cada um. Teve até uma ocasião em que todo mundo recebeu cerca de R$400,00 cada um, para um show numa festa de casamento. Na noite era geralmente de R$75,00 a R$100,00 por pessoa. Mas sempre foi tudo em partes iguais.

O primeiro passo para montar uma banda é reunir pessoas diferentes que querem fazer o mesmo que você (musicalmente falando).
Diga-se, para montar uma banda de verdade, com todo mundo pegando junto em prol desse trabalho. Porque montar banda parece fácil, mas montar uma banda de sucesso, que irá adiante, que conquistará seu espaço, que será duradoura, que terá muita qualidade... é para poucos. Pouquíssimos, de fato. Não é todo mundo que tem o mesmo interesse.

Você pode tocar em 10 bandas diferentes e ainda assim fazer as suas musicas autorais.
Na real não é bem assim... Quando se toca em muitas bandas diferentes, geralmente não há tempo para compor, ou há muito pouco, ainda mais quando temos uma agenda de vários shows em sequência, e em locais distantes. Nessas condições, conforme for, a mente se esgota e novas ideias musicais não chegam. Acabamos deixando tudo no "piloto automático".
Não me lembro de ter tocado em mais de uma banda ao mesmo tempo, mas sei que, quando uma delas começou a ter uma agenda de cerca de 15 a 20 shows por mês, às vezes dois no mesmo dia e em cidades relativamente longe uma da outra, como Porto Alegre e Gramado, por exemplo, eu não tinha nem mesmo como pensar em tempo disponível para criar. Tudo porque entre os shows também haviam vários ensaios, mesmo que o repertório fosse idêntico. O nível de perfeccionismo era extremo e a banda alegava que cada pequena coisinha precisava ser corrigida nos seus mínimos detalhes entre um show e outro - o que às vezes levava ao esgotamento e a discussões acirradas entre os membros mais velhos da banda. Foi o período mais agitado e produtivo da minha carreira de tecladista, mas, por outro lado, não havia tempo algum para desenvolver novas ideias musicais.
A propósito: era uma banda muito famosa em Porto Alegre, cujo repertório variava enormemente, indo dos anos 60 à atualidade. A banda se desfez em 2013, dividindo-se em duas outras.

mano_a_mano
Veterano
# out/16 · Editado por: mano_a_mano
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Então, gente... Venho visitar essr tópico de novo para dizer que, ao que tudo indica, parece que FINALMENTE surgiu um pequeno fiozinho de esperança num trabalho decente com banda. Se isso de fato se confirmar, posso me considerar aliviado.
A razão: aquela reunião que nunca saía do papel devido a muitos problemas com os demais membros, ora por doença, ora por questões de emprego, ora por "n" outros motivos, enfim, está confirmada - e todos os detalhes serão acertados ali, antes de começarmos os trabalhos propriamente ditos, quanto a composição, ensaio etc..
Uma vez que tudo começar, darei mais detalhes.
Mas isso não quer dizer em hipótese alguma que vou abandonar meu projeto de carreira solo como produtor musical. Isso, jamais. Tenho muitas ideias melódicas e harmônicas, e não sei se é possível querer jogar tudo isso numa banda, logo, tenho que achar alguma forma de colocar esse material para fora, e nada melhor que fazer isso por conta própria.

fernando tecladista
Veterano
# out/16
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não sei se porque eu sou tecladista e conheço outros tecladistas... e baixistas também
parecem que são os caras que mais enxergam a frente da banda
com poucos ensaios, tem banda que a gente já da extrema-unção pra elas

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/16
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Sempre tive bandas, nunca tive dificuldade para montá-las, sempre foram razoavelmente bem sucedidas.
Agora, achar que bandas tem que ser longevas é bobagem. Elas tem um ciclo: Nascem, crescem, atingem a maturidade e morrem (mais ou menos abruptamente), e isso depende de uma série de fatores, inclusive da maturidade de seus membros.

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