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Adler3x3 Veterano |
# set/16 · Editado por: Adler3x3
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mano_a_mano Não tem problema. Todos nós passamos por isto, por este motivo as vezes temos que recapitular muitas coisas. A repetição é só na aparência, pois a cada vez que lemos algo sobre determinado assunto, outros horizontes podem se abrir, coisas que não notamos na primeira leitura. Quem não erra? só aquele que não faz nada, mas mesmo assim por não fazer nada erra. Não sou dono da verdade, muitas coisas que escrevi podem e devem ser questionadas, mas com argumentos sérios num debate em que todos aprendem. Quando escrevo, primeiro estou escrevendo para mim mesmo, e tenho que também rever os conceitos de tempos em tempos. Muitos erros que critico e faço o alerta, assim o faço porque também errei. E um erro é um erro, não quer dizer que se erramos no jogo das palavras, e este é um campo perigoso, que estamos errados sempre. Podemos errar nas palavras e expressões, mas mesmo assim na prática em si acertamos, mas na hora de explicar erramos, e criamos erros que na verdade não cometemos. Ninguém é infalível. E saber reconhecer os próprios erros é uma virtude. Estes debates tem o sentido de aprendizado, não de que uma opinião vença sobre a outra, não tem ganhadores nem perdedores, somos todos músicos, e músicos erram, e assim o fazem até os mais virtuosos e com mais conhecimento e prática. Muitas coisas que você escreveu estão certas e também contribuiu para o tópico, não é porque se expressou mal em certo ponto, que tenha demérito, afinal aqui é só um fórum informal sobre música. Como se diz, das divergências e dos erros pode sair a luz.
Só tem ganhadores quando sabemos aprender e levar a discussão num bom nível.
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Adler3x3 Veterano |
# set/16 · Editado por: Adler3x3
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SilvG8 , Jabijirous, Mano_a Mano e outros
Realmente o uso de patterns e clips sejam de áudio ou de midi, curtos dois ou até 4 compassos facilita o trabalho, na DAW se junta facilmente, e depois de pronto pode juntar tudo num arquivo só. E numa parte que se repete pode-se fazer algumas pequenas alterações para não ficar soando sempre igual. Quanto aos métodos que o Jabi descreveu o que mais uso é o do mouse mesmo, devido a alguns problemas que tive nas mãos, tanto para executar o violão como o teclado, acabei me focando muito no mouse, muito embora pequenos trechos dá para fazer tranquilo no teclado, mas não é toda hora que você pode ligar tudo, dá uma trabalheira conectar tudo, porque o mesmo ambiente que uso para produzir música é o mesmo ambiente do trabalho, assim quando vou trabalhar tenho que guardar tudo de música, para não perder o foco. E vou sequenciando nota por nota, acorde por acorde, depois quando passo para outro compasso ou clip, sempre observo as notas que se repetem e conforme a sequência e o que o instrumento comporta vou inserindo mais notas para melhorar a harmonia, e já vou ajustando o tempo de inicio e término de cada nota, o importante que o compasso soe bem, e se ligue bem com o que vem na sequência. Muitas vezes um compasso ou parte dele foi mal tocado, e mal sequenciado, aí tem que fazer a edição. Por outro lado se já de começo se criar tracks de automação, isto pode facilitar a humanização, e para soar bem tem que estar humanizado, assim como outras instruções de midi podem ser acrescentadas. É como um ensaio, uma banda ensaia compasso por compasso, se tem compasso com erros, repete o ensaio a exaustão até ficar bom. Da mesma forma se pode editar o midi, o instrumento e as tracks de automação, e assim vai evoluindo. Ou outra forma é fazer todos os compasso com os acordes presentes, depois vai se alterando, ou até tirando fora alguns acordes que não soam bem e comprometem a peça. E aqui também existem formas diferentes de fazer. Por exemplo no teclado você vai trabalhar com um solo ou uma forma muito rápida de tocar que exige um virtuosismo que você não tem, tanto para solar como montar os acordes mais complicados e de nível avançado de dificuldade. Basta reduzir as BPM e tocar devagar pausadamente, depois se coloca as BPM certa e se edita os eventuais erros, corrigi-se eventuais erros de pressão ao tocar, ajustando as velocidades, no final fica bem natural. Além é claro de saber organizar tudo, sabe nomear as tracks com indicações dos instrumentos e outros detalhes.
Já na edição em partitura a vantagem que percebo é que olhando na linha do tempo da música, você repara melhor, pela beleza da própria notação como esta saindo a obra, e numa tela pode aparecer uma pauta com muitos instrumentos tocando ao mesmo tempo, e detecta também visualmente eventuais erros, já no piano roll a coisa fica meio limitada, e o editores de partituras das DAWs não são lá grande coisa, muito embora tenha melhorado muito nos últimos tempos.
Outra coisa que faço na DAW é criar um track guia, sem instrumentos, ali vou colocando as Cifras e até uma os algarismos romanos, I, V IV etc para facilitar a montagem das sequências e ajudar a montar as tensões. Fica mais fácil depois para lembrar, pois se você grava seja em áudio ou midi, nem sempre tá com o ouvido tão bom para lembrar da sequência dos acordes. E pode existir alguns compassos que tenham algo de especial, e você pode usar uma track de guia para lembrar disto, pois as anotações em geral na DAW ficam escondidas. Tem DAW que tem este recursos, mas tem DAW que não tem, e assim uso uma track vazia, criando um clip vazio, mas com a descrição do Acorde e dos números romanos, e a medida que vou fazendo a música vou anotando tudo, depois facilita de sobremaneira a composição e é mais fácil de lembrar e dar continuidade ao trabalho, pois um projeto pode ficar engavetado por certo tempo, e depois até você se achar perde um tempão.
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Jabijirous Veterano |
# set/16
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mano_a_mano se eu tivesse oportunidade de gravar com músico, seria muito melhor! É o ideal, eu diria. Mas como nem todos tem cacife (às vezes nem mesmo paciência/disponibilidade) para tal... Meu caso é diferente: como trabalho com composição instrumental eletrônica (ou seja, basicamente só teclados, softsynths etc.), assim como também costumo compor música experimental (eletroacústica/acusmática/afins), contratar músicos de fora para fazer meus arranjos fica meio que fora de questão, a não ser em casos muito, muito especiais. Mas se eu tivesse escrevendo uma obra para orquestra, ou grupo de câmara etc., com certeza eu preferiria tudo à moda antiga: escrever a partitura, separar as partes, repassar aos músicos, ensaiar, depois, 3, 2, 1, gravando.
Mas foi exatamente o que eu quis dizer! Se você tem estúdio e tivesse condições, pagaria músicos e não perderia tempo com midi.
Lendo esse teu comentário me fez lembrar pq recorri usar instrumento virtual... assim como também costumo compor música experimental (eletroacústica/acusmática/afins), contratar músicos de fora para fazer meus arranjos fica meio que fora de questão, a não ser em casos muito, muito especiais.
No ano de 2008 até 2011 eu ainda fazia composições experimentais, partituras gráficas e etc, mas ninguém tocava e quando tocavam era com aquela vontade... Infelizmente, por causa de músico, eu resolvi voltar a compor o feijão com arroz e usar instrumento virtual pq muitos tocavam minha peça de forma escrota. Mas ainda sim, por mais que minhas frustrações sejam enormes, ainda prefiro gravar como músico que sequenciar, pois economizo em horas de trabalho.
Conheço uma gama de músicos, mas pois por mais que tenhamos músicos medíocres, me falta sorte de achar músicos que tocam a música com a alma e não com dinheiro.
Só pra vocês terem uma ideia, entreguei a partitura para um músico e o mesmo reclamou que só tocaria se a fonte fosse a fonte de jazz (fonte que simula o manuscrito). E aí?
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SILVANOFDS Veterano |
# set/16
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Jabijirous se eu tivesse oportunidade de gravar com músico, seria muito melhor! Todos concordamos, mas aí entra orçamento, qualidade do instrumento do músico, recursos de captação e estrutura do Estúdio. Trilhas de midi também servem de referência para os instrumentos reais e a fácil transferência para partituras. Tenho um amigo violinista que sempre foi fechado a tecnologias. Hoje ele usa o Sibelius com o som básico da placa mídi do Computador. E já pensa e colocar o acervo de instrumentos virtuais pra rodar no computador para sentir como fica suas partituras. Falaram aqui que o midi seria substituído por uma versão nova, mas eu li há algum tempo que os engenheiros que criaram o midi deixaram muitas lacunas para adicionar novos recursos. Portanto o midi ainda tem muita lenha pra queimar e com certeza muitos filmes de hollywood usam trilhas de midis. Como Alguns Protocolos de vídeo, mesmo que os teclados , efeitos , beatbox, pedaleiras deixem de adotar o antigo 5 PIN. Ele estará lá por muito tempo seja em USB, BLUETOOTH, WIFI e qualquer nova tecnologia de comunicação que venha a ser inventada.
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mano_a_mano Veterano |
# set/16 · Editado por: mano_a_mano
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SILVANOFDS o midi ainda tem muita lenha pra queimar (...) Ele estará lá por muito tempo seja em USB, BLUETOOTH, WIFI e qualquer nova tecnologia de comunicação que venha a ser inventada. Bah... MIDI via Bluetooth ou Wi-Fi seria um sonho... Imagina não precisar fazer qualquer tipo de conexão física entre o teclado controlador e o gerador de som (módulo, laptop, iPad, seja o que for), quanta praticidade... Talvez esteja aí algo para um futuro bem próximo.
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Jabijirous Veterano |
# set/16
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SILVANOFDS
Mas é o que eu falei, é a necessidade. Trabalho com isso desde 2004 e alguns produtores ainda fazem bico com midi, mas isso está mudando.
O MIDI ainda está na versão 1.0. Tem um projeto para o 2.0, mas ainda não vi o projeto pra frente! http://blogs.oreilly.com/digitalmedia/2005/10/finally-midi-20.html
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Lelo Mig Membro
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# set/16 · Editado por: Lelo Mig
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mano_a_mano Jabijirous
MIDI é a maior invenção na música após a notação musical.
Quem não gosta de midi nunca será um compositor e se é nunca irá além de lá lá láiá num violão.
Bach, Beethovem, Mozart e etc, quando liam uma partitura, mesmo sem nenhum instrumento, ouviam o som com todas suas qualidades, nuances e acidentes. MIDI é esta capacidade transformada em hard/software.
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SILVANOFDS Veterano |
# set/16 · Editado por: SILVANOFDS
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Jabijirous Mas é o que eu falei, é a necessidade. Trabalho com isso desde 2004 e alguns produtores ainda fazem bico com midi, mas isso está mudando.
Amigo antes do midi ser usado por você e eu nos programas da vida. Ele é uma "linguagem de máquina". Um protocolo necessário até para programa que usa mais áudio do que midi. Um exemplo tenho uma Alesis de Efeito midiverb 4. Ela tem entrada midi e já conectei o meu sequenciador Roland nela. Uma época sequenciei a música do Titanic e tem uma parte que na música tem um grande salto no efeito de voz na gravação. Como fazer a troca de efeito PLATE para o HALL com cantora ao vivo se eu estava no teclado complementando nos arranjos da música. Como eu tinha sequenciado a música pluguei o cabo midi no efeito também (o sequenciador tem duas saídas midi MC500MKII). Na parte da música o eco foi trocado automaticamente como o planejado graças ao midi sem DAW, sem WORKSTATION. Só o Sequencer, o MIDIVERB 4 e o teclado que na época era um E-16. O fato de eu não querer trabalhar mais com midi o que é difícil é uma questão de escolha. Mas ele estará sempre alí no seu sequencer, computador, no smartphone, no seu programa de partitura, no seu karaokê, no seu teclado, na sua TV e por aí vai. É a mesma coisa de eu não querer nunca mais trabalhar com arquivos wave, mas ele estará lá sempre até os criadores darem um upgrade. O midi é sim uma linguagem bem mais complexa que a partitura em si. Se você der uma partitura para dois músicos tocarem, cada um usará sua "interpretação". Agora dê o midi para dois teclados do mesmo modelo. Os dois executarão do mesmo jeito pois é exata.
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Jabijirous Veterano |
# set/16
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SILVANOFDS
Mudaste o rumo da prosa. Não é dessa programação midi que eu estava falando!
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Jabijirous Veterano |
# set/16
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Pra quem tava querendo MIDI sem fio, olha isso https://www.youtube.com/watch?v=SyyrlX4Rgmc
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Casper Veterano
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# set/16
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Na verdade esse tópico não tem a finalidade de discutir o que é melhor ou pior. A questão é que se eu quero fazer uma música sozinho e essa música tem mais de um instrumento, só vejo três saídas:
a) Fazer tudo no multitrack e tratar tudo como áudio. b) Automatizar certas partes (basicamente sequenciamento MIDI). c) Uma mistura das duas coisas acima.
O protocolo MIDI original é sensacional, ele produz uma quantidade de controles que é mais que satisfatória para a maioria dos usuários. E o fato dos dados circularem de forma a não causar ruído (explico - o DIN5 sempre usa acopladores ópticos, diferente do USB que é uma fonte de ruído natural que causa muita dor de cabeça) é que fez esse padrão durar tanto tempo. E ainda hoje é implementado.
Então, esse tópico é voltado para quem sequencia suas músicas. Não é uma discussão do que é melhor. Eu gostaria de ter uma orquestra inteira para executar um trecho de música para eu gravar? Claro que gostaria. Mas é impraticável. Então, vamos usar esse espaço para trocar ideias sobre sequenciamento.
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fernando tecladista Veterano |
# set/16
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Minha experiência com sequenciadores foi sempre nessa linha de sequenciador de workstation
Comecei antes com um simples rec/play de um casio mt520 mas aquilo abriu a cabeça o tecladinho mantinha a música na memória, entao tinha a tal hora que eu soltava aquilo e era magico Depois passei para o roland D20 8 trilhas mais a trilha de loop de bateria e salvava em disquete uma música por vez 01/w onde já foi para 16 trilhas, carregava até 10 músicas por vez e isso era lindo, comecei a usar nos shows onde eu tocava sozinho Sequenciava nele e jogava para o cake 3 pra edição
Mas essa época comecou aquela coisa de tocador de disquete, que o cara nem sabia tocar mas tinha os playback em midi, rodando em um psr630 Isso meio que deixou essa área meio manchada e praticamente parei de usar sequencer, só tocava por ai estilo pianista e no maximo com algum ritmo, colocando só bateria baixo e uma coisinha pra dar molho o resto eu muto tudo Já tive a experiencia de usar um sequenciador da alesis mmt8 onde o conceito e mais de fazer partes (intro, a, b,....) e depois ordenar essas partes Vi citado aqui uns sequenciadores bem diferentes com esse só fiquei na curiosidade
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mano_a_mano Veterano |
# set/16
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fernando tecladista Já tive a experiencia de usar um sequenciador da alesis mmt8 onde o conceito e mais de fazer partes (intro, a, b,....) e depois ordenar essas partes É o mesmo princípio do recurso de patterns do Yamaha MOX8: monta partes curtas, se não me engano de até 32 compassos cada, depois ordena como quiser. Tem sido uma mão na roda para mim na hora de compor.
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Jabijirous Veterano |
# set/16
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Pra galera que deseja trabalhar o midi wireless, não esqueçam que temos o OSC. Você controla todos os parâmetros midi no teu ipad, iphone via internet!
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Synth-Men Veterano |
# set/16
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Galera bom dia
Eu tenho um certo tipo de planejamento para composição que tem dado um pouco certo. Até mesmo me fez entrar de cabeça no mundo das cordas, investindo em mais aprendizado.
Eu chamo de pré composição, tipo um rascunho. Sem muita frescura ou muito fru-fru. Sentado no chão ou no sofá mesmo, no quintal.
Não vou direto para o work ou para a DAW. Vou testando as ideias, colocando-as em pratica com o violão e uma escaleta/harmônica. Testando escalas, modos.
Uso um gravadorzinho multi-pista no Iphone, captado via microfone do aparelho mesmo. Tudo muito devagar. Sem pensar em efeitos, tudo muito seco.
Penso nos timbres e nos possíveis efeitos e dinâmicas que poderiam entrar.
Após inicio, meio e fim está concluído, ideia fechada, vou para o work ou para a daw montar as sequencias, testar os timbres pensados, modificar o necessário, acrescentar, automatizar, e outros.
Depois inserir o áudio.
Apesar dessas várias fases, é extremamente rápido. Afinal são gravações caseiras.
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Casper Veterano
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# set/16
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Caro mano_a_mano:
Eu faço sequencias bem mais curtas, entre 1 e 4 compassos. Poucas vezes usei mais que 4 compassos. Geralmente esses compassos pequenos são as "sementes" : duplico-os e modifico-os. Assim, com 4 sequencias de 4 tem bastante variedade, mudando a ordem.
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Casper Veterano
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# set/16
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Minhas experiências e opiniões a respeito de randomização de eventos:
O processos de inserção aleatória de alguns parâmetros, como volume e posicionamento, simplesmente não funcionam. Um baterista real não é aleatório nesse sentido. O que torna a execução dele única são dinâmicas e atrasos (ou adiantamentos) que são sempre diferentes, mas não aleatórios como um gerador de números aleatórios. Existe algum algoritmo mais complexo que isso.
Outros processos funcionam bem. Alguns filtros com mudança de ponto de ressonância, por exemplo, com mudanças aleatórias criam movimentações interessantes, musicalmente falando. O que não se pode é achar que pode-se mudar 5 parâmetros simultaneamente no filtro e achar que isso pode funcionar.
Na minha percepção, a fundação da música (bumbo-caixa-baixo) tem que manter uma consistência, com pouca inserção de aleatoriedade. Outros elementos podem ter um abuso maior desse recurso.
Um recurso que funciona muito bem é o "sample aleatório". Um disparo de um bongô, por exemplo, pode disparar um entre 5 samples de bongô, aleatoriamente. Isso está disponível na maioria dos equipamentos e funciona muito bem. Talvez seja a forma mais eficiente de "humanizar" uma sequencia.
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silvG8 Veterano |
# set/16 · Editado por: silvG8
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Casper Eu concordo parcialmente com a sua postagem acima. Na minha experiência atual, depois de trabalhar com os Elektron, percebi que algumas automações funcionam muitíssimo bem - alterações no volume de alguns bumbos por exemplo, a serem usados como notas fantasma, criam variações bem interessantes na batida, principalmente quando utilizados apenas esporadicamente. (no Elektron existe uma coisa chamada Trig Condition que coloca um percentual de vezes ou probabilidade de aquele trig na sequencia ser ativado ou não).
Alterações nos efeitos também tem um resultado muito legal. Tenho utilizado muito isso com o Rytm, pontuando algumas partes encharcadas de reverb ou delay - fica irado! Mudar tempo do delay também fica excelente em passagens entre padrões diferentes.
Claro que tudo isso não parece muito humanizado, mas para mim a idéia é exatamente essa!
Em termos de humanização, para cortar essa frieza da máquina, acabo usando o recurso que você falou do "samble aleatório", mas geralmente apenas criando algumas pequenas variações de um mesmo som que salvei no Elektron (tipo, Snare A-1, A-2, A-3).
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Synth-Men Veterano |
# out/16
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mano_a_mano Casper silvG8
Para quem gosta e tem controladores ou baterias eletrônicas com PADS, pode também fechar um loop de ao menos dois compassos, tocando diretamente nos pads ao invés de automatizar nos patterns. Dá uma certa humanizada na sensibilidade e no atraso natural das marcações do compasso.
O processos de inserção aleatória de alguns parâmetros, como volume e posicionamento, simplesmente não funcionam. Um baterista real não é aleatório nesse sentido.
Também acho. Por exemplo o fato de criar um loop ou desenho de bateria todo linear, repeti-los em alguns compassos e nestes compassos abaixar o volume de algum componente da bateria ao decorrer da música, não irá criar o efeito de dinâmica nem humanização.
Digo ainda que nem mexendo no velocity. Dependendo dos recursos do equipamento e de como o sampler foi gravado, mexer no velocity, pode até mesmo alterar o timbre, afastando a composição da ideia original do autor. Além de ficar extremamente cansativo mentalmente.
Por exemplo, com um violão, toco um trecho e depois de gravado penso que naquele trecho poderia ter dinâmica. Para que fique algo mais sensitivo ou humanizado, tenho que toca-lo novamente com a dinâmica.
O que é totalmente diferente, por exemplo brincar com variações de volumes de alguma pista da sequenciamento, tipo fade in ou fade out em algum(uns) trecho(s) determinado(s) da música.
Essa sacada de randomizar com várias gravações diferentes do mesmo item no caso da bateria é uma boa sacada. É de uma sutileza e tanto.
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Lelo Mig Membro
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# out/16 · Editado por: Lelo Mig
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Synth-Men
Concordo com suas observações acima. No caso da bateria, ainda acrescento, que muitas levadas de bateria, condução padrão, são iguais, independente do batera. Então, nada impede de usar boas sequências Midi já feitas por alguem para simplificar e agilizar o processo.
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Casper Veterano
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# out/16
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Caro silvG8:
Um exemplo onde a randomização é desastrosa:
Temos uma música onde o bumbo é fundamental e tem uma formação clássica four-on-the-floor:
o - - - o - - - o - - - o - - -
entra o randomizador e faz isso no bumbo:
- o - - o - - - o - - - o - - -
bem no primeiro do compasso.
Isso desestrutura toda a base de forma mortal, que é muito diferente quando o randomizador somente adiciona algo, assim:
o o - - o - - - o - - - o - - -
Isso sim, torna a variação no compasso interessante.
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silvG8 Veterano |
# out/16 · Editado por: silvG8
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Casper Nesse caso, com toda certeza não pode! Entendi o que você queria dizer...
Geralmente tenho feito a última opção, que funciona muito bem. Eu evito bastante modificar a constância do bumbo e caixa, justamente por acabar comprometendo toda a estrutura e peso da música. Em música eletrônica o bumbo realmente é a alma da coisa, e não pode falhar.
O lance do TRIG CONDITION que falei do Elektron é sensacional. Na verdade, uma das coisas que faz o instrumento ser o que é (A4 e Rytm) é o sequencer. Nos antigos já era muito bom, mas eles fizeram alguns upgrades muito bem pensados.
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Casper Veterano
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# out/16
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Caro silvG8:
Realmente o sequenciador da Elektron leva o jogo para outro nível. Sensacional:
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Casper Veterano
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# jun/17
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---------------- Poli ritmos. ----------------
Poli ritmo é algo que sempre existiu mas que de certa forma só é utilizado de forma mais abrangente atualmente no mundo do sequenciamento MIDI. Por um motivo:
- As baterias eletrônicas e sequenciadores em hardware (e até em software) simplesmente não tinham capacidade e/ou um modo simples de implementar esse recurso de forma a atrair o usuário para essa experimentação.
Para quem não sabe do que se trata, vai uma explicação simples:
Os sequenciadores mais antigos tinham um tamanho de compasso fixo, geralmente apenas a escolha entre 4/4 ou 3/4. Um bumbo podia ser assim:
B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 (4/4) B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 (3/4)
Todos os outros elementos seguiam o mesmo tamanho do compasso. Por exemplo o mesmo bumbo e uma caixa em 4/4
Sequencia A B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 0 0 0 0 C 0 0 0 0 0 0 0 C 0 C 0
Em um Poli ritmo, os tamanhos dos compassos são livres. Posso ter isso:
Sequencia B B 0 0 0 0 0 0 0 C 0 0 0 0 0 0 0 C 0 C 0
O compasso do bumbo é menor que o da caixa, mas as sequencias A e B são idênticas.
O interessante do poliritmo é o uso de tamanhos diferentes para criar movimentações ritmicas interessantes. Vou pegar a sequencia A e acrescentar uma percussão (palmas). O bumbo e a caixa vão ter contagem até 16 (steps) e a percussão vai somente até 15:
B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 B 0 0 0 (16 steps) 0 0 0 0 C 0 0 0 0 0 0 0 C 0 C 0 (16 steps) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 P P (15 steps)
Aqui acontece o efeito. A cada ciclo do compasso, a percussão vai adiantar 1 step, e vão demorar 15 compassos para o ciclo se fechar. Essa percussão vai "passear" por todo o compasso. Porque enquanto o ciclo principal continua contando até 16, o ciclo da percussão conta até 15:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 P P (15 steps) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 P P 0 (15 steps) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 P P 0 0 (15 steps) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 P P 0 0 0 (15 steps) . . . P P 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (15 steps) - fim do ciclo
Então temos um comportamento previsível e interessante, muito diferente de um comportamento aleatório.
Os pioneiros em colocar isso em um equipamento de forma utilizável em hardware foram os cara da Elektron, em seus sequenciadores que beiram a perfeição.
em um sequenciador puro, o Squarp Pyramid praticamente trouxe o conceito de ritmo euclidiano para as massas. O ritmo euclidiano é o "parnasianismo" do poli ritmo. A descrição passa a ser mais sintética, por exemplo:
Sequencia B B 0 0 0
se torna
B(1,4) onde 1 é quantas vezes o bumbo aparece 4 é o tamanho da repetição. Como o bumbo é distribuído é outra história, assunto para um post inteiro.
Claro que isso é feito de forma gráfica e de um modo bastante agradável.
Retornando ao poli ritmo, eu diria que é uma ferramenta que veio para se integrar de modo definitivo na vida de todos os músicos. Principalmente dos que fazem programação de ritmos. Estou ainda em estado de imersão nessa arte, vou colocar uns exemplos por aqui em breve.
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Casper Veterano
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# jun/17 · Editado por: Casper
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Segue o exemplo em áudio:
https://soundcloud.com/user-835914129/poli-ritmo
00:00 até 00:43 - Clap adiantando 1 step por compasso. Coloquei um reverb só nesse clap para enfatizar o movimento dele no compasso.
00:45 até 01:31 - Adicionando percussões em diversos comprimentos de compasso.
01:33 até final - Adicionando acompanhamento melódico.
Nada no áudio acima é aleatório, usei apenas poli ritmos de tamanhos muito diferentes.
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Synth-Men Veterano |
# jun/17
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Hum... Muito, mas muito interessante mesmo. Nunca, mas nunca parei para pensar ou questionar em um sequenciamento de bateria desta forma.
É como fazer algo junto, porém independente. Cada elemento da bateria em seu próprio curso. Ou ainda, como um baterista de verdade, improvisando o desenho da música, tipo, inserindo ou omitindo elementos no compasso que desejar, colocando-os no step-tempo que quiser.
Isso tira a sensação de percepção e previsibilidade ritimica. Do compasso fechadinho, com cada elemento em seu lugar, na hora certinha. Digo para o ouvinte. Para o produtor é tudo planejado. Isso tudo com a simples independência dos números de passos/steps e valores de tempo de cada elemento da bateria em uma rodada/loop de compassos.
Sendo pratico em minha explicação, um ouvinte estaria por percepção e memória aguardando um clap no tempo 2 de cada compasso em uma música qualquer. Mas não é isso que irá acontecer. Na próxima rodada/loop, vira no tempo 1 se diminuir ou 3 se aumentar o número de passos/steps
De acordo com descrição do senhor, me veio à memória que o FL Studio faz algo semelhante, não igual. Vou verificar com o meu irmão que é usuário assíduo deste programa se há alguma semelhança mesmo.
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fernando tecladista Veterano |
# jun/17
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Segue o exemplo em áudio:
É interessante como minha cabeça tenta achar um padrão 4/4 continuo.... nesse exemplo Tenho uma dificuldade tremenda em tocar coisas simples como "take five" inteira em 5/4, ou tom sawyer (rush) que tem lá uns compassos diferentes
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Casper Veterano
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# jun/17 · Editado por: Casper
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Caro Synth-Men:
Realmente é um assunto fascinante, porque na prática é necessário um esforço menor para manter um movimento interessante na parte rítmica da música, e sem precisar apelar para recursos de aleatoriedade explícita. O que o silvG8 falou sobre o Trig Condition do Elektron é uma solução genial que vale um post inteiro também. Acredito que será um recurso que vai ser muito copiado pelos concorrentes.
Retornando ao poli ritmo, vou tentar explicar como o ritmo euclidiano funciona.
Temos um bumbo que é descrito simplemente por:
B(13,5)
Isso significa que existem 13 steps, onde em 5 o bumbo será disparado. o interessante é como essa distribuição é feita, e como o resultado é extremamente musical.
É utilizado um método conhecido como algoritmo de Bjorklund, e é mais fácil mostrar um exemplo que explicar o método.
O algoritmo inicialmente distribui da forma mais simples:
[1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0]
acrescenta um zero em cada bumbo válido:
[10] [10] [10] [10] [10] [0] [0] [0]
Distribui mais 3 zeros, "empurrando" os uns para preencher a sequencia:
[100] [100] [100] [10] [10]
Os dois 10 sozinhos no final são remanejados para depois dos 100, até preencherem as vagas:
[10010] [10010] [100]
Na concatenação final temos:
[1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0]
é isso que irá ser tocado.
Por exemplo, A bossa nova é isso:
E(5,16) = [1001001000100100]
Acho isso incrível.
Caro fernando tecladista:
Meu exemplo de áudio tem compassos de 7, 9, 11, 13, 16 (o principal), 23 e 37 steps.
Não acredito que exista um ser humano capaz de replicar simultâneamente essas sequências. São 16 peças de bateria distribuídas nesses compassos não usuais.
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Casper Veterano
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# jun/17
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Um gerador simples para quem tiver interesse no assunto:
http://www.groovemechanics.com/euclid/
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Casper Veterano
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# ago/17
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Existe um erro em tudo que escrevi acima.
Onde me referi a "poli-ritmo", na verdade o termo correto é "ritmo com compassos de comprimentos diversos em uma mesma base de tempo". O vídeo abaixo explica perfeitamente o conceito:
O poli-ritmo verdadeiro envolve ter base de tempos diferentes. Desculpem-me pela informação errada.
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