Autor |
Mensagem |
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
Então, eu estava revendo meus antigos tópicos aqui no FCC e notei algo de muito interessante (para mim, pelo menos): naquela época, tendo poucos instrumentos, e todos simples, eu era muito mais produtivo. Eu me virava do jeito que dava, com os recursos existentes, e a coisa andava. Houve um tempo em que tudo o que eu tinha era um Yamaha DGX-205. Aquele foi um período de rigorosas dificuldades financeiras, mas eu não podia ficar sem instrumento. Meu teclado até então, um Technics sx-KN1500 (alguém ainda se lembra dessa marca?), estragou, mandamos consertar, a manutenção custou caríssimo, depois o teclado foi vendido. Na época eu estava na praia e não me importava muito em ficar sem teclado; porém, comecei a receber propostas para tocar em casamentos, depois passei a trabalhar num grupo artístico, aí senti na pele o que era não ter instrumento. O ruim é que não havia muita verba disponível para comprar um novo, e acabei escolhendo o DGX-205 por ter um som de piano razoável e boas 76 teclas. Mas como na época eu tocava mais era piano mesmo, o DGX-205 veio bem a calhar, e trabalhei muito com ele. Vejam bem: isso foi em 2005, ou seja, há onze anos. Hoje? Hoje tenho um set de seis instrumentos: um piano digital de móvel (Tokai TP-88M), uma workstation (Yamaha MOX8), um sintetizador (Casio XW-P1), um clonewheel (Tokai TX-5 Classic com o controlador TX-Lower), um controlador (Roland A-800 Pro) conectado num laptop (Dell Inspiron 14R, executando o sistema operacional KXStudio 14.04 e os softsynths amSynth, PHASEX, ZynAddSubFX, Hexter e QSynth) e um arranjador (Yamaha PSR-S650). Isso sem contar minha mesa de som Yamaha de 16 canais, uma escaleta Andaluz e duas pandeirolas... É um set gigante e sem muita explicação. Mas ao mesmo tempo em que há tantos instrumentos assim, com tantos recursos à mão, vejo que fico limitado. Aliás, mais que isso: trancado, travado. Olho para os instrumentos e fico pensando: "que raios é isso?". Sinto que, apesar de hoje eu ter um set grotescamente grande, parece que o mais importante, que é praticar música, treinar, compor, ficou em último plano. Notei que meu foco tem sido expandir o set de instrumentos, não tocar. E esse quadro precisa se reverter urgentemente, se eu quiser continuar sendo músico - digo, sendo músico profissional, vivendo disso. Hoje, tudo o que penso é no quão legal era quando eu tinha um só instrumento, ou um set de até três instrumentos, mas todos simples, e no quão maçante para mim é hoje ter que lidar com um equipamento tão complexo, fazendo com que eu fique mais preocupado em organizar o set e fazer programações do que em tocar música. Sinto cada vez mais que preciso acabar com essa palhaçada e voltar à simplicidade de outrora. Hoje não toco mais nem um terço do que eu tocava naquela época, e isso precisa mudar. Considero fortemente me desfazer de tudo isso e ter apenas um piano digital portátil. E mais: voltar às aulas de piano, deixadas há tanto tempo - não sei se hoje, aos 32 anos, consigo voltar à velha forma, de quando eu tinha uns 20 ou 21, pois meus dedos já não são mais os mesmos, mas de qualquer forma eu tentaria ao menos chegar perto do que eu tocava na juventude. As máximas de "menos é mais" e "o instrumento não faz o músico" se tornaram muito pertinentes para mim agora. Desculpem-me por eu ter tomado o tempo de vocês com um texto tão grande e tão pessoal, mas eu tinha que por isso para fora.
|
Adler3x3 Veterano |
# fev/16 · Editado por: Adler3x3
· votar
mano_a_mano
No geral não vejo problemas em ter mais teclados e instrumentos, assim como no computador, tanto na questão de plugins e instrumentos virtuais.
É que hoje com a globalização cada vez mais intensa, fazendo uma analogia com a tecnologia da informação, a verdade é que temos informação demais para assimilar, e assim perdemos o foco, é muita coisa para interpretar. E este tipo de problema é mais comum do que se pensa, não é só com você que acontece. E assim como acontece com o excesso de informação, acontece com o excesso de recursos, não dá para assimilar tudo, temos que criar um filtro para assimilar e usar o que é necessário. E tem saber aonde quer chegar?
Assim acredito que o principal é manter o foco, escolher e montar o seu set para cada ocasião, tocar música fora de seu estúdio, e saber escolher o seu set para o estilo de músicas que toca e grava em casa. Tem que buscar um equilíbrio e saber controlar a ansiedade, uma coisa é reservar certo tempo para a pesquisa de novos instrumentos e sons, outra coisa é fazer ir avante projetos musicais, que tem que ter certa consistência e integridade. Então tem que estabelecer prioridades, tem que dedicar mais tempo "a realmente fazer o projeto ir adiante" do que em meras especulações. A reserva de recursos, instrumentos, efeitos é boa, quanto mais melhor. Mas... não pode perder o foco, e quando me refiro a integridade, é que a grande variedade por outro lado, quando queremos usar quase de tudo, compromete a qualidade, pois são instrumentos muito diferentes, práticas diferentes. Estabeleça claramente os seu projetos prioritários com o que tem, monte assim diferentes setups, e concentre-se e aplique a força de vontade em fazer realidade. Escolha cuidadosamente o que quer realmente fazer, e escolha com critério os instrumentos e recursos que vai utilizar, muita coisa no passado, compramos por impulso, outras por mera curiosidade, com certeza em algo erramos, ninguém acerta em tudo. Mas lembre a inovação sempre tem que estar presente. Faça projetos consistentes e cada um tem o seu tempo, pode ser por exemplo, num período de 3 anos você siga um certo estilo, uma certa fase, e daqui mais 3 anos você inova, e muda para outra fase. Claro os outros instrumentos e setups são para outros projetos do futuro, e a constante pesquisa por mais algo novo é contínua e infinita, mas devemos depois que já temos muita coisa boa, temos que saber selecionar, e não nos excedermos no excesso de pesquisa do novo, se não fazemos nem o básico. O problema em ter muito é que pode levar a dispersão, então separe as coisas. Mas é uma fase em quase todos nós passamos, vem a meia idade, que revela uma certa crise.
|
Ismah Veterano |
# fev/16
· votar
Na real, não venderia o que tens. É um acervo invejável, e difícil de recuperar. Mas se concentre em um apenas.
|
jorget Membro Novato |
# fev/16 · Editado por: jorget
· votar
Eu já, se me permitem discordar um pouco (há um ditado que diz que " a unanimidade é burra" não sei onde ví isso, e que bom que não há isso neste site), mas eu pessoalmente nunca fiquei mais do que com um instrumento (ate fiquei aguardando vender o outro) por um simples motivo (ou dois, um ligando ao outro): trocar sempre de instrumento, nunca, mas nunca mesmo ficando desatualizado e nisso sou obrigado a vender logo o anterior justamente por "grana" e antes que desvalorize, ou seja ficar descapitalizado para comprar um outro novo, tendo um velhinho "apodrecendo", enferrujando e mofando (mesmo por trás ou debaixo) onde aí perco muito dinheiro na venda/troca.
É claro que conheço gente que tem a maior paixão, xodô, estima, etc, por seus bens (pode ate ser um velho computador) e nunca se desfaz dele (daí a aquela propaganda que diz "desapega" e eu levei a sério). Mas é questão de gosto, eu disse aqui o meu e cada um tem o seu, é claro, como diz o ditado acima. E eu sempre me atualizando, a cada 1 ou 2 anos, nunca mais que isso.
boa sorte.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16
· votar
Adler3x3
No geral não vejo problemas em ter mais teclados e instrumentos, assim como no computador, tanto na questão de plugins e instrumentos virtuais. É que hoje com a globalização cada vez mais intensa, fazendo uma analogia com a tecnologia da informação, a verdade é que temos informação demais para assimilar, e assim perdemos o foco, é muita coisa para interpretar. [...] Mas... não pode perder o foco Acho que é isso: perdi o foco. Totalmente.
O problema em ter muito é que pode levar a dispersão, então separe as coisas. Sei o que é isso. Quando eu tinha no máximo dois ou três instrumentos, me concentrava muito mais. Hoje, com seis, parece que a coisa desandou.
é uma fase em quase todos nós passamos, vem a meia idade, que revela uma certa crise. Me deu a impressão de que, quando se passa dos 30, se quer tudo o mais fácil possível, tipo "piloto automático" mesmo. Cadê aquela energia dos 20? Já era. O que não significa que eu tenha desistido, muito pelo contrário, mas sinceramente? Não tenho mais aquele mesmo "fogo" de tempos atrás. Não me disponho mais a pegar trabalhos musicais que me exijam altas doses de programação e síntese, e que peçam um grande número de instrumentos no palco. Isso já passou e, salvo um milagre, não volta mais.
E assim como acontece com o excesso de informação, acontece com o excesso de recursos, não dá para assimilar tudo, temos que criar um filtro para assimilar e usar o que é necessário. Foi o que eu disse antes: quando se tem menos instrumentos, menos recursos, a dinâmica de trabalho flui melhor.
muita coisa no passado, compramos por impulso, outras por mera curiosidade, com certeza em algo erramos, ninguém acerta em tudo. Cara... Já tive uns 37 teclados na vida, e a maioria foi escolhida por puro impulso (boa parte do meu set atual, inclusive). Foram poucas escolhas verdadeiramente conscientes. O que me levou a hoje ter esse set monstruoso de seis instrumentos foram vários fatores, dentre eles eu ter estabelecido uma regra de "nunca mais trocar, nem vender", devido ao baixíssimo preço pago pelas lojas no ato de troca e por ser quase impossível hoje vender um instrumento usado. Recentemente eu andava na efervescência de acumular o maior número possível de instrumentos dedicados, indo na contramão das tendências e buscando a característica setentista/oitentista, mas agora percebo que isso me parece um tanto quanto desnecessário, pois se eu for analisar tudo o que já fiz como músico, na maioria das vezes foi apenas ao piano. Me considero muito mais pianista que tecladista, até porque minha origem foi estudando piano erudito, e só mudei para o teclado por circunstâncias da vida. Hoje eu me veria somente com um piano digital e mais nada.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
jorget trocar sempre de instrumento, nunca, mas nunca mesmo ficando desatualizado e nisso sou obrigado a vender logo o anterior justamente por "grana" e antes que desvalorize, ou seja ficar descapitalizado para comprar um outro novo Se eu fosse um músico famoso e patrocinado por alguma marca, com certeza faria isso, mas sou um reles mortal que luta dia a dia para obter seu espaço, então não tenho como ficar tão na vanguarda assim. Meu instrumento pode ser de uns 15 anos atrás, mas se me serve bem, não vejo motivo nenhum para me preocupar com atualização. Salvo se estragar de tal forma que realmente não haja mais conserto - nesse caso a troca é obrigatória mesmo.
Ismah Na real, não venderia o que tens. É um acervo invejável, e difícil de recuperar. Mas se concentre em um apenas. Hoje foco no Yamaha MOX8, que é meu instrumento principal. Se eu tivesse que escolher apenas um entre todos os instrumentos do meu set e me desfazer dos outros, seria esse. Mas nem consigo usar o MOX8 direito - ele tem uma vasta quantidade de recursos que poderia torná-lo autossuficiente, mas na maioria das vezes trato-o como "piano digital", usando só os timbres de piano acústico, elétrico e eletromecânico que ele possui. Então, fico me perguntando: por que não um piano digital, em vez do MOX8? Aí é que mora a questão. E mais: quanto aos outros instrumentos, agora eles me parecem meros enfeites que custaram caro. Esse é o problema do ter demais, mas não saber por quê. Compras feitas por impulso que não levaram a nada, a não ser à perda absurda de dinheiro.
|
Ismah Veterano |
# fev/16
· votar
Como amigo... Será que não está colocando a culpa nos brinquedos quando a atitude deveria partir de ti?
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
Ismah Como amigo... Será que não está colocando a culpa nos brinquedos quando a atitude deveria partir de ti? Isso reforça ainda mais o que falei antes: o excesso de recursos e de tecnologia muitas vezes me limita. Quero usar tudo de uma vez só, e a coisa não flui. Imagino estar num palco com todos os seis instrumentos, sabendo ser quase (senão 100%) impossível isso acontecer, e fico frustrado, desanimado, querendo abandonar tudo. Talvez você tenha razão: os instrumentos não são os culpados. O culpado sou eu, que relaxei, fiquei acomodado, deixei de praticar música, focando somente em aumentar o set nesses últimos anos. É o caso de eu tomar vergonha na cara, dar um tapa em mim mesmo e acordar.
|
Buja Veterano |
# fev/16
· votar
Eu nao conheço nada de teclas, não toco, e já um teclado que garanto que os senohres nao chamariam aquilo NUNCA de teclado, nem teriam coragem de dar para seus filhos tocarem.
Mas já tive guitarras, baixos, violões, principalmente das 6 cordas, vários deles. Naquela epoca, assim que como voce, queria ter varias guitarras, cada uma pra uma situação, e uma ilusão. Achava que ter mais me deixava mais expert no assunto, me deixava mais versátil, mais fluente, um musico mais completo.
PURA BESTEIRA. Na verdade, quanto mais guitarras tinha, menos tempo tinha. Eram mais trocas de cordas, eram mais regulagens, era mais tempo gasto e menos musica tocada. E muito mais dinheiro gasto. Cheguei ao pouco de nao ter espaço pra andar no quarto, por causa de instrumentos. Ter que ficar pulando e passando a perna por entre eles.
Mais tempo um arrependimento, e nao é o fato de nao ter me aprimorado direito. O arrependimento é:
TER VENDIDO QUASE TUDO. Outra grande bobagem. Fico com vontade de ter outro set, completamente diferente do que eu tinha, e com menos de 20% do valor que tinha. Porém, é muito mais dificil conseguir de novo. Depois que vende tudo, sempre aparece coisas mais importantes pra pagar. E pra comprar de novo a metade do que vc tinha, vai ralar o dobro do tempo que levou pra conseguir. Isso desamina geral de novo.
Poderia ter simplesmente focado em melhorar como musico e mantido meu set. Talvez vendido alguma coisa desnecessaria. Melhorado o set em outro aspecto.
Mas essa de vender tudo, depois te tras frustração. Porque, o problema nao é o tamanho do set. O problema é seu estado de espírito, sua mente. Reformular a mente não é simples, mas o primeiro passo, e o mais importante de todos você já deu: reconhecer que a mudança é necessária. Eu ficaria com o set impacto, ou venderia um ou dois teclados pra focar no crescimento musical, um curso, uma faculdade, uma viagem pra conhecer outros mundos, por ai.
Nao conheco nada de teclados, mais eu ficaria com aquele piano branco ali, com certeza kkkkkkkk
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16
· votar
Buja
já tive guitarras, baixos, violões, principalmente das 6 cordas, vários deles. Naquela epoca, assim que como voce, queria ter varias guitarras, cada uma pra uma situação, e uma ilusão. Achava que ter mais me deixava mais expert no assunto, me deixava mais versátil, mais fluente, um musico mais completo. PURA BESTEIRA. Na verdade, quanto mais guitarras tinha, menos tempo tinha. Eram mais trocas de cordas, eram mais regulagens, era mais tempo gasto e menos musica tocada. E muito mais dinheiro gasto. Cheguei ao pouco de nao ter espaço pra andar no quarto, por causa de instrumentos. Ter que ficar pulando e passando a perna por entre eles. Sempre tive em mente que usar dois ou mais teclados no palco daria "mais respeito", e isso me fez passar a ter sempre mais de um. Mas o set foi aumentando e, quanto mais teclados eu tinha, menos tempo e disposição eu tinha para tocar. E agora isso chegou ao limite. Quanta saudade do tempo em que eu tinha um só teclado, no meu quarto, e que bastava ligá-lo ao PC, também no meu quarto, se eu quisesse gravar algo - e eu produzia muito material. Hoje preciso de sala especial, mesa de som digital, isolamento, e não acontece nada.
Mais tempo um arrependimento, e nao é o fato de nao ter me aprimorado direito. O arrependimento é: TER VENDIDO QUASE TUDO. Outra grande bobagem. Fico com vontade de ter outro set, completamente diferente do que eu tinha, e com menos de 20% do valor que tinha. Porém, é muito mais dificil conseguir de novo. Depois que vende tudo, sempre aparece coisas mais importantes pra pagar. E pra comprar de novo a metade do que vc tinha, vai ralar o dobro do tempo que levou pra conseguir. Isso desamina geral de novo. Esse é meu maior medo: vender todo o set, depois ter que gastar o triplo ou o quádruplo para conseguir ter de volta metade do que tive antes, ainda mais com esse dólar na estratosfera. E outro medo é o de o dinheiro da venda ter que ser usado para outras coisas e eu acabar ficando sem nada. Isso para mim seria o fim...
Poderia ter simplesmente focado em melhorar como musico e mantido meu set. Talvez vendido alguma coisa desnecessaria. Melhorado o set em outro aspecto. Exatamente. Fiquei afoito com a história de querer incrementar o set, mas música que é bom nada. Para começo de conversa, eu nunca deveria ter parado de investir nas aulas de piano. Hoje vejo que perdi a maior parte da agilidade e da técnica que eu tinha antigamente, e que querer recuperá-las seria como tentar andar de caiaque contra a correnteza que leva às Cataratas do Iguaçu, ou seja, muito improvável.
Mas essa de vender tudo, depois te tras frustração. Porque, o problema nao é o tamanho do set. O problema é seu estado de espírito, sua mente. Reformular a mente não é simples, mas o primeiro passo, e o mais importante de todos você já deu: reconhecer que a mudança é necessária. Não só necessária, como urgente, e por que não, vital.
Eu ficaria com o set impacto, ou venderia um ou dois teclados pra focar no crescimento musical, um curso, uma faculdade, uma viagem pra conhecer outros mundos, por ai. Faculdade eu tenho, me formei em Música na UFRGS em janeiro de 2012, dez anos após minha entrada (tive que trancar por um tempo em função de uma grave doença e de uma série de compromissos, que me fizeram parar em janeiro de 2004 e só voltar em março ou abril de 2009). Quanto a conhecer outros mundos, já viajei à Argentina (ago/2001) e ao Uruguai (nov/2004), sempre a trabalho, para apresentações com os grupos que eu participava na época. Claro, não é o suficiente, mas é uma vivência, e conta. O que eu faria, nesse caso, é pegar o dinheiro para investir em melhorias - não falo em melhorar o set, mas em melhorar minha técnica, frequentando workshops, oficinas e tal.
|
fernando tecladista Veterano |
# fev/16
· votar
Sinto que, apesar de hoje eu ter um set grotescamente grande, parece que o mais importante, que é praticar música, treinar, compor, ficou em último plano. Notei que meu foco tem sido expandir o set de instrumentos, não tocar. E esse quadro precisa se reverter urgentemente, se eu quiser continuar sendo músico - digo, sendo músico profissional, vivendo disso por aqui é dificil algum tecladista viver de música... no máximo sobreviver se for ficar somente tocando por ai, os que vivem de música, fazem coisas como dar aula, dar aulas por aqui talvez se consiga cobrar 150, no máximo 200 particular e considerando que muito aluno chega fica 3 meses e cai fora então você precisa ter uns 10 que te garante todo o mês (1500) e mais uns 10 que você sabe que entra e sai (+1500) então te dará 3000 de onde você vai pagar suas contas, financiamentos, carro e demais despesas,, o que você tirar com banda por ai servirá pra manutenção e troca de instrumento te garanto que 20 alunos onde 15 são cabeça dura, enfiados em uns 3 dias de aulas no final do dia você não vai nem querer olhar para seus teclados
Hoje, tudo o que penso é no quão legal era quando eu tinha um só instrumento, ou um set de até três instrumentos, mas todos simples, e no quão maçante para mim é hoje ter que lidar com um equipamento tão complexo, fazendo com que eu fique mais preocupado em organizar o set e fazer programações tem gente que tem 5 carros antigos na garagem, conheço gente que tem 5000 LPs em casa e por ai vai a lista de extravagancias você tem teclados demais (eu ainda mais), você define dois que serão os oficiais para uso em banda os outros é pra curtição, se hoje você tiver uma banda de rock, dá pra usar algo como o TX e o Casio XW pra trabalho que são leves e terão a sonoridade que precisa , ou MO com o XW já que o XW tem lá a simulação de orgão que quebra bem o galho mas nada te impede de amanhã aparecer algum piano bar pra fazer e você optar por levar somente o MOX8 ou um amigo te chamar para uma gig de blues e você levar só TX upper, e talvez o lower com o PC com timbre de piano
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
fernando tecladista
você tem teclados demais (eu ainda mais), você define dois que serão os oficiais para uso em banda os outros é pra curtição, se hoje você tiver uma banda de rock, dá pra usar algo como o TX e o Casio XW pra trabalho que são leves e terão a sonoridade que precisa , ou MO com o XW já que o XW tem lá a simulação de orgão que quebra bem o galho mas nada te impede de amanhã aparecer algum piano bar pra fazer e você optar por levar somente o MOX8 ou um amigo te chamar para uma gig de blues e você levar só TX upper, e talvez o lower com o PC com timbre de piano Bom... Aí faz sentido ter seis instrumentos. Confesso que por esse prisma eu ainda não tinha pensado.
por aqui é dificil algum tecladista viver de música... no máximo sobreviver se for ficar somente tocando por ai, os que vivem de música, fazem coisas como dar aula, dar aulas por aqui talvez se consiga cobrar 150, no máximo 200 particular e considerando que muito aluno chega fica 3 meses e cai fora então você precisa ter uns 10 que te garante todo o mês (1500) e mais uns 10 que você sabe que entra e sai (+1500) então te dará 3000 de onde você vai pagar suas contas, financiamentos, carro e demais despesas,, o que você tirar com banda por ai servirá pra manutenção e troca de instrumento te garanto que 20 alunos onde 15 são cabeça dura, enfiados em uns 3 dias de aulas no final do dia você não vai nem querer olhar para seus teclados Essa foi a sensação que tive durante um curto período no qual fui professor de teclado. Eu me esforçava tudo o que podia para manter os alunos, mas não adianta, quando a criatura não quer, não tem jeito. Por isso desisti de dar aula para focar apenas em performance. E isso me faz pensar cada dia mais na possibilidade de viver no exterior - claro que na minha atual situação isso é apenas uma utopia muito doida, mas ainda que a chance de uma carreira lá fora seja de 0,000000001%, não se pode jamais dizer que é um zero absoluto. Como diz o ditado, "nunca diga nunca". Quanto aos ganhos por aula, não eram muita coisa. Eu tinha no máximo uns cinco alunos, e todos cedo ou tarde saíram, ora para estudar violão ou guitarra, ora para técnica vocal, ora porque desistiram mesmo e foram para outras áreas.
|
homemsemsobrenome Membro Novato |
# fev/16
· votar
Não compensaria para você ter um instrumento de trabalho que fosse potente o suficiente para fazer tudo o que você já faz com aqueles que têm? (Algo como um Kronos ou coisa do tipo?)
Digo isso porque mesmo que você use apenas o piano em seus trabalhos atuais, imagino que você precise ter recursos disponíveis - ainda que não os utilize com frequência - para poder aceitar eventuais trabalhos que requeiram mais coisas. Fora isso, ter um único instrumento vai te forçar a conhecer esse aparelho e a extrair dele os recursos que você precisa, e desbravar sua máquina também é uma forma de aprender música, pelo menos, penso que sim.
Evidentemente, isso não dispensaria que você tivesse outros instrumentos que não fossem para trabalho: deixar um em casa para estudo e outro no estúdio da banda, ou coisa do tipo.
Particularmente, eu só tenho o XWP1 que comprei com muito custo e vendendo meu antigo PSR. Acho fascinante que vários músicos daqui tenham sets enormes, e sempre fico pensando como eles tem necessidades que eu nem suspeito que existam. Mas mesmo que eu tivesse mais recursos, não consigo me ver como alguém que teria vários instrumentos, micros e coisas do tipo.
Devo ser muito estúpido, mas sempre me assusto quando vejo alguém com um instrumento super potente usando instrumentos virtuais, por exemplo, pois me parece que a pessoa está subtilizado o instrumento e, portanto, não precisaria dele. Eu só gostaria de poder alcançar uma sonoridade de qualidade, não ficar sofrendo com falta de recursos, nem ficar carregando muita coisa. Se atingir isso, então posso me esquecer que a tecnologia existe já que não precisarei ficar criando modos de fazer com dificuldade aquilo que meu equipamento não faz naturalmente, e, é claro, me concentrar em mim mesmo, em ser um músico melhor, não limitado pela tecnologia.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16
· votar
homemsemsobrenome
Não compensaria para você ter um instrumento de trabalho que fosse potente o suficiente para fazer tudo o que você já faz com aqueles que têm? (Algo como um Kronos ou coisa do tipo?) Já pensei nisso, mas Kronos nem pensar. Ele tem um histórico de problemas que a Korg nunca teve antes. Chegaram a corrigir tudo no Kronos X, mas a desconfiança continua.
Digo isso porque mesmo que você use apenas o piano em seus trabalhos atuais, imagino que você precise ter recursos disponíveis - ainda que não os utilize com frequência - para poder aceitar eventuais trabalhos que requeiram mais coisas. Fora isso, ter um único instrumento vai te forçar a conhecer esse aparelho e a extrair dele os recursos que você precisa, e desbravar sua máquina também é uma forma de aprender música, pelo menos, penso que sim. Também pensei a respeito, mas realmente, é muito difícil para mim hoje usar qualquer coisa diferente de pianos, pois me criei como pianista e só usei teclados porque a vida me obrigou. No máximo o que eu faria hoje é usar um ou outro timbre complementar, quando muito necessário, e ainda assim, se eu puder substituir pelo piano ou por EPs, melhor. Acho que estou me encaminhando para voltar a ser pianista mesmo, não mais tecladista.
Evidentemente, isso não dispensaria que você tivesse outros instrumentos que não fossem para trabalho: deixar um em casa para estudo e outro no estúdio da banda, ou coisa do tipo. O Tokai TP-88M foi comprado para eu estudar piano, mas isso ainda não aconteceu. Aliás, ele é um forte candidato a ser vendido. Eu queria ter como voltar no tempo, comprar a versão portátil dele (TP-88) e me desfazer de todo o resto. Simplesmente não consigo mais me ver com tanta parafernália no palco, nem no estúdio, nem em casa, nem em lugar nenhum. Meu set atual não me representa, está totalmente fora da minha realidade. Hoje, se eu tivesse apenas um piano portátil, seria muito mais negócio.
Eu só gostaria de poder alcançar uma sonoridade de qualidade, não ficar sofrendo com falta de recursos, nem ficar carregando muita coisa. Se atingir isso, então posso me esquecer que a tecnologia existe já que não precisarei ficar criando modos de fazer com dificuldade aquilo que meu equipamento não faz naturalmente, e, é claro, me concentrar em mim mesmo, em ser um músico melhor, não limitado pela tecnologia. Agora você chegou ao ponto: preocupar-se em se desenvolver musicalmente, não em buscar mais recursos. Recursos tenho em excesso, muita coisa nem seria necessária, e isso me atrapalha. O fato é que antigamente eu trabalhava muito melhor, tendo recursos muito mais precários. Parece que há uma relação inversa entre musicalidade e tecnologia - para mim, pelo menos.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
Enfim, está decidido: em breve terei apenas um instrumento. E esse instrumento será um piano portátil. Não sei quando a mudança ocorrerá, pois primeiro preciso de um longo planejamento. Mas tudo se encaminha para isso. Meu atual trabalho é num grupo ainda em formação, chamado "A Banda e o Vinícius", cuja proposta é aquela sonoridade meio Djavan, meio Jamie Cullum, onde haverão basicamente só piano, Rhodes e EPs FM tipo DX7, coisas do gênero. Qual a necessidade de tanto equipamento num trabalho assim? Claro que isso não tem a ver somente com a banda, mas também com meu próprio desenvolvimento musical. É urgente para mim voltar a praticar música, e nada melhor que tendo somente um instrumento para tal. Excesso de tecnologia distrai, tira o foco, e isso não quero nunca mais.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
Acho que todas as sugestões já foram dadas, tudo já foi considerado, a decisão já foi tomada e, portanto, posso fechar o tópico. Obrigado a todos que responderam.
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16
· votar
Agora vi que o tópico foi reaberto e só tenho a dizer uma coisa: nunca, em todo meu tempo aqui no FCC, postei um tópico tão "tapa na minha cara" como esse. Eu tinha mesmo que chamar minha própria atenção, pois andava muito só pensando em melhorar o set de instrumentos, e a música, que era o mais importante, ficava em último plano. Eu precisava desse soco de realidade, pois estava num mundo de fantasia, no qual o talento de um tecladista era medido pela qualidade do seu set - quando, na real, essas coisas nada tem a ver uma com a outra. Afinal, qual o sentido de ter um, sei lá, um Yamaha Montage 8, se o sujeito mal sabe tocar uma escala de dó maior? Só para dar um exemplo muito drástico... Mas fazer esse tópico de certa forma me ajudou bastante. Não que eu tenha vendido tudo e comprado um piano portátil, como supostamente decidi que faria, mas resolvi parar de só pensar em mudanças no set e focar em me aprimorar como músico. Quero retomar a produtividade dos vinte e poucos anos, mas sem sacrificar meu equipamento. O investimento foi muito pesado e jogar tudo fora não é solução. Se um dia houver qualquer mudança, será por real necessidade, não por mero capricho. Portanto, desconsiderem a "decisão" que tomei há duas mensagens atrás.
|
Calime Veterano |
# fev/16 · Editado por: Calime
· votar
Opa, decidiu reabrir? Que bom! Deixa ele aberto, pq acho que vai servir pra uma renca de gente aqui, até de outros instrumentos(me incluo nesse meio tbm, apesar de ser guitar e de já, de certa forma, ter "sarado", rs). Acho que esse tópico vai render bem...ou ao menos deveria.
Tinha escrito mó textão antes de tu fechar, daí qdo fui postar, não deu....assim que tiver mais tempo, vou dar meus pitacos aqui.
|
fernando tecladista Veterano |
# fev/16
· votar
mano_a_mano O set ta bacana, não precisa nem vender, nem comprar nada novo....
Agora é bacana você deixar rolar e somente comprar algo vintage que caia no teu colo Pelo menos os vintages, eu vejo como fonte de inspiração pra tirar água da pedra e ter ideias interessantes com eles, mash tem que ser escolhido a dedo, pra nao juntar tralha a toa em caa
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
fernando tecladista Agora é bacana você deixar rolar e somente comprar algo vintage que caia no teu colo Cheguei a achar o anúncio de um vintage no Facebook, mas não pude compartilhar porque é num grupo fechado do qual participo lá, o Tecladistas RS. O instrumento em questão é um Palmer Cosmos X21, bem parecido com aquele XR41 que achei jogado num canto uma vez, e que depois resolvi trazer para casa, restaurar e colocar no meu set na época, e que te mandei a foto aquele dia.
|
pianoid Veterano |
# fev/16
· votar
http://3.bp.blogspot.com/-BImUDMNPYtg/T7i3ZULvr1I/AAAAAAAAA3w/OM88aFgg NJo/s1600/Hancock.jpg
aposto que era essa a cama dele: http://blog.myheritage.nl/wp-content/uploads/2014/03/4192748677_459477 77fa.jpg
kkkkkk
|
mano_a_mano Veterano |
# fev/16 · Editado por: mano_a_mano
· votar
pianoid aposto que era essa a cama dele: http://blog.myheritage.nl/wp-content/uploads/2014/03/4192748677_4 59477 77fa.jpg kkkkkk Essa é a cama dos sonhos de qualquer compositor que tem ideias musicais de madrugada (e eu tenho esse perfil)...
|