paulohrv Veterano |
# dez/20
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Nunca comentei no fórum, mas penso que tenho a obrigação de fazer isso agora, pois em minhas pesquisas para comprar um stage piano, a falta de informações sobre o Artis é um fator que atrapalhou bastante, principalmente em relação às teclas. Bem, então sem mais delongas, inicio minhas impressões registrando que tive o privilégio recente de ter dois stage-pianos da Kurzweil, o SP6, que foi o primeiro e o Artis, este adquirido esta semana, em troca que fiz com uma loja de São Paulo e que recebeu o SP6 na negociação. Até o ano de 2013 eu usava um Roland X8 e um Korg Karma. Me desfiz destes dois e se arrependimento matasse, eu não estaria mais aqui. Desde então não toquei mais, por causa da minha carreira. Não sou músico profissional, mas isso me fez muito mal, então parti para comprar um teclado que fosse o máximo parecido com meu Roland X8, em relação às teclas. Eu não usei nem 1/10 das funções do X8, então pensei em adquirir um teclado que não fosse top de linha. Dessa forma, comecei uma pesquisa e sempre ouvia falar da fama da Kurzweil. Ótimos timbres, principalmente de pianos, pianos elétricos, strings, órgãos e ótimas teclas. Tive a oportunidade de experimentar um K2600 tempos atrás e as teclas eram bem pesadas, além do chassis do teclado ser bem sólido, parecia um tanque de guerra, por isso decidi comprar um teclado Kurzweil. Após as minhas poucas pesquisas, comprei o SP6 e a minha surpresa foi ver que o melhor stage piano da Kurzweil, hoje, vendido pela Hasbro no país, é todo de plástico. Me decepcionei demais, pois era acostumado com teclados, cujos materiais empregados eram de ótima qualidade, com alumínio e outros componentes mais nobres. A estrutura do SP6 é toda de plástico e a parte de cima, onde ficam os botões e demais controles é, também, de plástico, o qual imita um alumínio escovado nas fotos (fator que me fez decidir por comprar). Apesar do ponto positivo difundido pela Kurzweil, de que o SP6 é um teclado leve e que pode ser transportado com muita facilidade, ela abriu mão de uma coisa primordial, a qualidade de construção. O SP6 rangia todo, mesmo em cima do suporte, e no momento em que eu tocava, as partes de plástico rangiam e o peso do martelo da tecla reverberava na caixa oca da carcaça emitindo um som, como se a pessoa tivesse batendo as pontas dos dedos na superfície de plástico. Isso me incomodava bastante, porque eu toco em volume baixo, pratico dentro do meu quarto e para não incomodar os familiares, não posso aumentar o som do teclado. Em relação às teclas, no momento em que adquiri o SP6, a única coisa que pesquisei foi se ele vinha com teclas pesadas, não tinha noção de que os mecanismos mudavam entre um modelo e outro. Apesar disso, as teclas não eram ruins, o sistema usado pela Kurzweil é o Medeli K6, apesar de a Hasbro, várias vezes, ter respondido usuários no youtube de que o sistema usado no SP6 seria o Fatar TP 100 LR, não sei se de má-fé ou puro desconhecimento de quem respondeu as perguntas, aposto na primeira opção. Pois bem, o sistema Medeli K6 é honesto, mas desde que a pessoa não compare com a ação de martelo do Fatar TP 100 LR, usado no Artis. Li muita coisa, mas muita coisa mesmo na internet, principalmente de fóruns gringos, donde se extraem maiores informações, sobre o sistema de teclas Medeli K6 e do Fatar TP 100 LR. Várias pessoas falando que o Medeli K6 era melhor, ou que eram pau-a-pau, ou mesmo que o Fatar TP 100 LR ganharia por pouco. Já conhecia a ação de martelo Medeli K6, uma vez que essa é a usada no SP6 e já estava rezando para que o Fatar TP 100 LR fosse, ao menos, parecido com as teclas do meu SP6. Preocupação que surgiu sem necessidade. Adiantando logo o assunto, o sistema de teclas Fatar TP 100 LR do Artis é bem melhor do que o Medeli K6 do SP6. Não sei se inconscientemente, por terem experimentado uma ação de teclas ainda melhor ou mais pesada da Fatar, e depois comparado com o TP 100 LR, ou para querer defender seu próprio peixe, mas algumas pessoas elogiaram o sistema Medeli K6, ao passo que li algumas críticas em relação ao sistema usado no Artis. Muita gente justificava dizendo que gosto é subjetivo. Ocorre que, consigo tecer alguns comentários bem objetivos sobre os dois sistemas. Primeiro, quanto ao peso, o Medeli K6 é ligeiramente mais leve, principalmente em relação às teclas pretas. Segundo, ao apertar as teclas, percebi que as do SP6 iam mais fundo. As teclas Fatar TP 100 LR do Artis tem uma curva um pouco menor (se é que posso chamar de curva, não sei a expressão certa), o martelo percorre um trajeto mais curto, por assim dizer, o que achei muito bom, pois os dedos não travam quando toco algo mais rápido. No Sp6 meus dedos tropeçavam, às vezes, justamente porque as teclas tem esse “curso” maior, no mais, isso não tira o peso da tecla, apenas você precisará se acostumar com a dinâmica das teclas Medeli K6, contudo, se você apertar bem rápido as teclas, como um golpe rápido, você vai sentir o contrapeso do martelo, como se ele estivesse solto. Acho que deve ser em decorrência desse curso longo das teclas. Terceira coisa que chamou minha atenção é que as teclas do SP6 (Medeli K6) pareciam soltas. Ao executar as músicas, eu sentia um pouco de insegurança. Nesse ponto não tem como perdoar. A qualidade de construção do sistema Fatar TP 100 LR do Artis é muito superior. As teclas do Artis são justas, passam uma sensação de solidez, de segurança, de que o jogo de teclas foi produzido com muito esmero, com muito cuidado. É muito profissional. Ao passar a mão no jogo de teclas, elas ficam firmes, seguras, não ficam balançando, como acontece no Sp6, que parece que foi construído às pressas e olha que o meu SP6 eu comprei novo, enquanto que o Artis, eu adquiri semi-novo, tudo bem que tive muita sorte, até o plástico do visor ainda estava intacto no teclado, então ele estava muito bem conservado, sem qualquer detalhe, realmente novo. O quarto ponto eu adiantei em linhas anteriores, mas vou repeti-lo, apesar de não ser uma qualidade exclusiva das teclas analisadas, mas sim do conjunto da obra. As teclas Medeli K6 no chassis de plástico do SP6 fazem muito barulho, pois a estrutura do teclado é oca, toda em plástico, enquanto que ao tocar nas teclas do Artis, eu senti o quão importante é, as marcas empregarem bons materiais nos seus teclados, pois a qualidade de construção, acabamento e nobreza do material, repercute no todo. Em razão disso, não se escuta tanto barulho, pois a estrutura do Artis é de alumínio, com exceção das laterais, que são de um plástico de muito boa qualidade e que servem para dar um estilo muito bonito ao teclado. Quanto ao Artis, especificamente, é um teclado que tem estrutura de teclado profissional, ótimas teclas, como disse acima, os botões de acesso têm ótima qualidade, o teclado é todo em alumínio, com exceção das laterais. Aliás, a faixa de alumínio escovado entre as teclas e o painel é de muito bom gosto. Finalizo dizendo que a troca que fiz foi muito, mas muito feliz. Troquei um teclado de plástico por um teclado Kurzweil de verdade. Para não dizerem que estou sendo muito duro com o SP6, informo que ele tem ótimos timbres, os sons de piano são bons, apesar de eu ter achado o concert piano (o primeiro timbre) um pouco abafado, nesse ponto, eu também gostei muito mais dos sons do Artis. Realmente, fiz um belo de um upgrade no meu setup. Agora, o único teclado que tenho, cujo acabamento é um pouco mais fraco é o MODX 7 (também todo de plástico), mas compensa pelos ótimos timbres e funcionalidades. Os demais, (Korg Krome EX e Roland Jupiter 80) tem um ótimo acabamento, principalmente o Jupiter 80. Acabamento nota 10, timbres nota 10 e teclas semi-pesadas nota 10. O Artis vem completar meu setup com muita qualidade.
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