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jrpianissimo Veterano |
# set/12
Gente, estou entrando mais agora nessa area do Pop rock e tenho observação e dúvida pessoal que está me tirando o sossego. Ouvindo esses tecladistas aí que estão numa praia mais pop, fico sempre com a impressão de que em alguns acordes eles não colocam a terça ou pelo menos não deixam ela aparecer nos primeiros tempos do compasso geralmente iniciando com a já com a nona presente.
Isso é só impressão do meu ouvido ou é alguma técnica, carta na manga ou algo parecido?
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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jrpianissimo Depende muito da música que vc está ouvindo, mas pode acontecer sim, vc tem algum exemplo aí pra gente ouvir?
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waltercruz Veterano |
# set/12
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Manda alguns exemplos pra gente ouvir.
Harmonias de pop são geralmente bem mais limpas que harmonias jazzisticas.
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Darlan Felix Veterano |
# set/12
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Num é impressão não! É verdade, eu raramente uso terças nos acordes quando estou tocando pop rock!
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fernando tecladista Veterano |
# set/12
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fico sempre com a impressão de que em alguns acordes eles não colocam a terça
acontece, no pop um pouco e mais no rock aparece com o nome de power chord em cifras se vê essa anotação: C(5)
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Artref Veterano |
# set/12
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Isso aí é porque eles não lembravam se o acorde era maior ou menor, aí eles fazem sem terça pra dar uma migué. hahahaha.
Falando sério, nunca reparei não. Tem exemplos? O que eu reparo é a falta não só de terça mas de teclado, no geral...rs
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Shadad Veterano |
# set/12
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jrpianissimo
Como o fernando tecladista já disse, isso se chama power chord. Essa tipo de acorde é muito comum no rock e seus derivados e é muito usado com guitarras distorcidas. Raramente ouvimos acordes completos tocados com distorção.
Nada impede que esse tipo de acorde seja usado no piano, órgão ou até mesmo por metais e cordas.
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fernando tecladista Veterano |
# set/12
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lendo o resto: fico sempre com a impressão de que em alguns acordes eles não colocam a terça ou pelo menos não deixam ela aparecer nos primeiros tempos do compasso
tem outro caso também do acorde "sus" Csus2 Csus4... que as vezes conclui no C com a terça
só que ai já começa a ter alguns lances de como se grafa X o que se toca o que é certo X o que é errado, mas todo mundo faz um que entende isso ou aquilo
como é o assunto nesse tópico: http://forum.cifraclub.com.br/forum/4/6082/
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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Na verdade acordes manores são sintéticos acusticamente falando, por que se você toca um power chord, automaticamente nos harmônicos vai aparecer a terça maior do acorde.
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jrpianissimo Veterano |
# set/12 · Editado por: jrpianissimo
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Primeiramente, valeu pelo apoio pessoal.
O negócio é que muitas vezes se alguem coloca a terça na banda já dificulta um pouco saber se o tecladista tá usando ou não. Por que aí ele pode modificar o local da terça fazendo drop e então atrapalha pra ouvir e você fica na dúvida...
Então é bastante comum mesmo...
Mas aí minha dúvida ta tirada! Valeu!
Na verdade acordes manores são sintéticos acusticamente falando, por que se você toca um power chord, automaticamente nos harmônicos vai aparecer a terça maior do acorde.
Se ela aparece nos harmônicos mesmo como você disse então´ouviremos ela no meio do todo, mas entre os harmonicos audíveis?
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jrpianissimo Veterano |
# set/12 · Editado por: jrpianissimo
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Para mim não a nada mais lindo que um acorde bem distribuido pow...aí a gente briga para conseguir o melhor! Eu tenho hábito de suprimir as tônicas, quintas; mas no caso da terça sempre achei que ela era muito definitiva para o acorde né...mas é isso, cada música/estilo pede uma harmonia diferente!
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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jrpianissimo Sim, a terça maior vai tá sempre presente, só que nesse caso com uma intensidade muito menor...
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Ken Himura Veterano |
# set/12
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Lord fafe Na verdade acordes manores são sintéticos acusticamente falando, por que se você toca um power chord, automaticamente nos harmônicos vai aparecer a terça maior do acorde.
Não é bem assim não. 5º parcial dentro duma mistura desses não vai sair audível mesmo. Em instrumento acústico não sai, senão não existiria a "proibição" de 5as e 8as. Ou qualquer 5ª soaria como um acorde maior, mas também com 7ª menor e 4ª aumentada. Estes parciais servem mais pra definir o timbre, harmonicamente não faz sentido analisar.
jrpianissimo Eu tenho hábito de suprimir as tônicas, quintas; mas no caso da terça sempre achei que ela era muito definitiva para o acorde né. Pô, suprime a tônica e não a terça? Como você faz um acorde de dó maior sem dó, por exemplo? Se você suprimir a tônica, vira mi-sol, que soa como mi menor. Se tiver a 7a (sib) então, soa como mi diminuto. Se existirem outras notas de tensão, o acorde vira qualquer coisa, menos dó maior.
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jrpianissimo Veterano |
# set/12 · Editado por: jrpianissimo
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Ken Himura
Em instrumento acústico não sai, senão não existiria a "proibição" de 5as e 8as. Ou qualquer 5ª soaria como um acorde maior, mas também com 7ª menor e 4ª aumentada...
Me explica melhor como funciona isso? Você está falando de Pop? Jazzistas fazem expressão dobrada de 8ªs na MD...
Pô, suprime a tônica e não a terça? Como você faz um acorde de dó maior sem dó, por exemplo? Se você suprimir a tônica, vira mi-sol, que soa como mi menor. Se tiver a 7a (sib) então, soa como mi diminuto. Se existirem outras notas de tensão, o acorde vira qualquer coisa, menos dó maior.
De um modo geral suprimo tônicas quando toco com baixista, mas sem baixista também aberturas sem tônica eu acho bastantes charmosas e em um determinado momento será possivel identificar que se trata de um dó. Para mim soa muito bem.
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R Santiago Veterano |
# set/12 · Editado por: R Santiago
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jrpianissimo
No Pop (Rock/Reggae) as harmonias são na maioria mais simples e no caso dos teclados não é necessário usar o acorde cheio atá para não embolar com a banda. Sofria reclamações em relação a isso pois quem tem base no piano se acostuma a tocar com as duas mãos cheias e no Pop menos é mais..kkk As vezes uma nota no Rhodes ou no Hammond já resolve tudo. No reggae por exemplo para fazer a mão esquerda ( aquele efeito UH UH kkkk ) só é preciso usar a 1ª e 3ª ou a 3ª e a 5ª dependendo da sequência harmônica. Se vai do C para o Am basta ficar no acorde de C sem a 5ª e já foi.
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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Ken Himura Não é bem assim não. 5º parcial dentro duma mistura desses não vai sair audível mesmo. Em instrumento acústico não sai, senão não existiria a "proibição" de 5as e 8as. Ou qualquer 5ª soaria como um acorde maior, mas também com 7ª menor e 4ª aumentada. Estes parciais servem mais pra definir o timbre, harmonicamente não faz sentido analisar.
Discordo, agente sempre acha que os harmônicos não fazem diferença, mas na verdade fazem e muito! No contraponto, a muito tempo a trás as 8ªs e 5ªs tinha algumas proibições justamente por este motivo. E na harmonia clássica há várias restrições por causa dos harmônicos, imagine 60 violinos fazendo um power chord! Com certeza soaria maior! Agora raciocine comigo, um tecladista usando um timbre de hammond, guitarra com distorção, um violão todos tocando power chord, junto com o baixo, vai pender mais para maior ou para menor? Para um acorde maior justamente por causa da série harmônica. Quem tem treinamento auditivo apurado vai conseguir ouvir a terça maior, mesmo não sendo presente em nenhum instrumento.
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jrpianissimo Veterano |
# set/12 · Editado por: jrpianissimo
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Não dá para ficar enchendo de dissonâncias em pop. Mas os acordes desse estilo também não soam naturais. Eu sei que isso depende de mim, do que vou tocar, que cada um tem um jeito... e bla bla bla
Mas pessoal, vamos lá, sem segredos...quais os melhores acordes para tocar pop de um modo geral? Além do power acorde muito utilizado fácil de escutar e citado aqui já...
R Santiago
Um detalhe pra que tem korg é que vcs ja perceberam que a maioria daqueles reggaes antigos é aquele timbre de piano do M1? Muito característico...
É isso que você disse mesmo...reggae não tem muito o que fazer...eu uso um órgão com grave suave para fazer op UH UH e fraseados como CLAVI
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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jrpianissimo Não tem segredo nenhum, o que mais vc quer saber? O problema não são os acordes e sim como eles serão dispostos no decorrer da música. Qualquer tipo de acorde pode aparecer no pop, inclusive dissonâncias.
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Shadad Veterano |
# set/12
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Quem tem treinamento auditivo apurado vai conseguir ouvir a terça maior, mesmo não sendo presente em nenhum instrumento.
Sendo assim, meu ouvido é uma bosta. :/
Consigo perceber no máximo a 5ª em alguns timbres e mesmo assim fazendo muito esforço.
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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Shadad É só tentar, vai prestando atenção... Da ultima vez no violão eu consegui ouvir uma 8ª, 5ª, 4ª e 3ª mas com muuuuuuuuuuito esforço. Em um piano acústico é mais fácil.
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R Santiago Veterano |
# set/12
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jrpianissimo Um detalhe pra que tem korg é que vcs ja perceberam que a maioria daqueles reggaes antigos é aquele timbre de piano do M1? Muito característico n...
Exatamente... :)) É por isso que eu não troco o meu X5D por nada..kkkk para fazer reggae dos ano dos 80 e 90 o piano do M1 é obrigação..kkkk. Eu tenho duas combis prontas para Reggae em que para o UH UH eu uso o organ 6 que seria no Hammond mais ou menos 00800000 e para a mão direita o M1 piano. A outra combi eu substitui o M1 pelo gospel org + perc organ. Na mão direita eu faço o arcode cheio com o piano. Ja com o órgão eu "limo" a 5ª Nas partes em que tenho que fazer base as vezes coloco o aocrde completo, mas 80% é só 1ª e 3ª mesmo. Com essas combi da p tocar de Peter Toch a Skank Cidade Negra Natiruts, e até Bob Marley mesmo. Uso o clavinete no Triton Le. As vezes faço o Uh Uh variando com o órgão e faço algumas pentatônicas. Falando em pentatônica, essa escala talvez seja o pulo do gato no Pop principalmente nos Rocks vc vai usar direto para solar ou enrriquecer as bases
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jrpianissimo Veterano |
# set/12 · Editado por: jrpianissimo
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Lord fafe
Você usa alguma regra em especial para dispor os acordes? Tipo, o que é q você considera importante na hora de distribuir as notas quando toca algo pop? Suprime alguma coisa?
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Lord fafe Veterano |
# set/12
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jrpianissimo Aí vai depender da música e da configuração da banda, não tem nenhuma regra.
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Ken Himura Veterano |
# set/12
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Lord fafe No contraponto, a muito tempo a trás as 8ªs e 5ªs tinha algumas proibições justamente por este motivo. Ainda tem, mas por um motivo bem simples: não se costuma dobrar 5as e 8as paralelamente porque um movimento longo nestes intervalos (respectivamente 3º e 2º parciais) converge as vozes pra uma única voz de timbre mais reforçado, o que é radicalmente contrário ao objetivo básico do contraponto, que é a independência das vozes.
E na harmonia clássica há várias restrições por causa dos harmônicos, imagine 60 violinos fazendo um power chord! O que tem? Mega comum isso. Quantos violinos existem numa orquestra de ópera, já pensou nisso? Cinema, então, que é mega comum o uso de voicings com 5as e 8as pra aumentar a ressonância. Quantos violinos você acha que têm pra equilibrar 12, 16 e até 20 trompas tocando juntas? As restrições só existem exatamente por causa das de contraponto, como disse acima. Harmonia como a gente conhece hoje em dia só foi teorizada no fim do século XVIII; Antes, harmonia era sinônimo de contraponto.
Com certeza soaria maior! Aí que você se engana. Juntar mais instrumentos iguais não aumenta o "volume", mas melhora a qualidade do timbre geral do naipe, a "gordura" do som (o que alguns também chamam de 'caráter'). A cada 10 violinos que você adiciona no naipe, a expressão dinâmica aumenta e a cor do violino fica mais forte ( o som "engorda"), reforça a fundamental, mas o volume se mantém - pra aumentar o volume você manda os caras tocarem mais forte. Uma citação de um manual de orquestração:
"(It is important to realize that there is a qualitative change when a line is assigned to two or more of the same instrument in unison, more than a quantitative one: three oboes are not even twice as loud as one, but the quality of sound becomes that of a little chorus, due to unavoidable differences in intonation. A line whose character requires a solo sound will be less effective when doubled, due to this difference in character.)
(...)
Koechlin makes a useful distinction between loudness and volume: By "volume" he means the distinction between thick and thin sounds. For example, at any dynamic level, a horn will always sound thicker, or "fatter", than a violin. Acoustically, thick sounds tend to have stronger fundamentals than thin sounds.
Thick, or fat sounds, occur in the orchestra in two ways: as chosen timbres, e.g. the French horn, or the tuba, and as a result of unison doublings. As a rule, doubling at the unison adds much more volume ("thickness") than force.
Unison doublings fall into two types: the instruments involved may be the same or different. If they are the same, as we have already discussed (above), the change from one to two instruments is more qualitative than quantitative. When different timbres are involved, new colors are created, whose success will depend on the character of the resulting sound, and its appropriateness in context.
Since overuse of unison doubling is the beginner’s most common fault in orchestration, a good elementary rule of thumb is: Do not double at the unison, unless there is a definite need for more volume, or unless the particular color is exactly what is needed for character."
(Alan Belkin - Artistic Orchestration)
Quem tem treinamento auditivo apurado vai conseguir ouvir a terça maior, mesmo não sendo presente em nenhum instrumento.
Quando se tem 5as ou 8as, você só escuta isso, a cor do intervalo. A quinta quanto mais pura for, mais tem um som enigmático, remete muito ao passado. Escuta esta peça e diz se você ouve algo maior: http://soundcloud.com/himurator/rodrigo-furman-miniatura-i
Não usei acordes maiores em momento algum; me baseei em Messiaen e trabalhei em cima da ressonância de 5as e 8as. A parte B é um cânone simples em ré dórico (novamente, uma sonoridade menor), começado no soprano e dobrado por 8ª e 5ª nas vozes inferiores até a coda. Não tem como soar maior em momento algum desta música.
O que dá pra fazer é isolar o parcial (por exemplo, tocar harmônicos em instrumentos de corda) ou fazê-lo aparecer por ressonância - final da Cantus in Memoriam Benjamin Britten, de Arvo Pärt, onde o sino (que é na tonalidade da peça, lá) toca no finalzinho da peça, depois do silêncio das cordas. O percussionista ataca o sino em pianíssimo, de forma que o ataque não seja ouvido, e ele fica lá reverberando. Os parciais começam a se destacar, principalmente o 4º (um dó#), formando uma terça picarda.
Mas, pra isso acontecer, o ambiente sonoro é de quase silêncio. Nunca vai ser possível ouvir isso num contexto barulhento, onde os 3 primeiros parciais (principalmente o 1º) se destacam.
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Ken Himura Veterano |
# set/12
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jrpianissimo De um modo geral suprimo tônicas quando toco com baixista, mas sem baixista também aberturas sem tônica eu acho bastantes charmosas e em um determinado momento será possivel identificar que se trata de um dó. Para mim soa muito bem. Cara, quando se analisa uma música, você tem que olhar o que todo mundo faz, não só o seu. Se você suprime a tônica quando toca com baixista, a tônica vai continuar lá, com o baixo.
Agora, se você faz isso solo, você muda o acorde e, principalmente, muda a função. Dá pra saber a tonalidade ainda porque ambos os acordes vão estar no mesmo campo harmônico, porém se você toca um dó maior sem o dó, ele vira um mi menor. Você pega um acorde de tônica e faz ele virar dominante. Sacou?
Não dá para ficar enchendo de dissonâncias em pop. Claro que dá, a imaginação é o limite.
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Lord Wakeman Membro Novato |
# out/13
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Pessoal, essa é uma dúvida que tenho... alguém pode me ajudar com dicas obre encadeamentos de acordes? As vezes, escutando os tecladistas ora eles parecem dar saltos na harmonia e não seguir a regra de encadear pelo mais próximo...será que está certo? é assim mesmo?
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jrpianissimo Veterano |
# out/13 · Editado por: jrpianissimo
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Pow cara, tu com esse supernome aí com dúvida...rsrs Brincadeira! Pode ser regras existem porém cada um harmoniza como bem entende e pode sim ficar bonito...use as regras, quebre as regras! faça o que soa mais bonito...faça acordes balanceados, abra, feche...siga uma linha de melodia que não precisa ser a mesma da voz...tente, invente, faça diferente!! Observa os grandes tecladistas. Olha tudo depende do que vc vai tocar, em que situação. Eu tento buscar uma sonoridade melhor a cada dia, isso é obrigação vital de qualquer musico.
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Greenwood Veterano |
# out/13
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Gente,
Discussões assim são tão mais agradáveis de ler do que "não gosto do teclado tal... tem som de lata!".
Vamos manter o altíssimo nível deste fórum.
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