coloquei meu pedal no osciloscópio e olha no que deu

    Autor Mensagem
    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17 · Editado por: Luiz_RibeiroSP


    Há um bom tempo eu fico analisando pedais mas nunca pensei em publicar minhas analises. Em algumas postagens e um tópico que fiz, percebi que tem certo interesse o assunto. Vou publicando na medida em que eu puder coletar mais imagens. Quem puder contribuir com fotos sera bem vindo.

    O primeiro pedal é um BOSS DS-2 que comprei a pouco tempo, pedal simples com volume, tone e ganho. Ha uma opção de turbo que quando esta na posição 1 liga uma etapa com uma filtragem de certas frequências, quando eu tiver tempo vejo se calculo, quando o pedal esta na posição 2 ele desliga este filtro e envia o sinal direto para a etapa seguinte responsável pela distorção.
    O curioso neste pedal é a ausência de circuitos integrados, ele é feito apenas com transistores discretos! eu achava que esse pedal continha um circuito com o DS-1 e um "turbo" na distorção, pelos esquemas que encontrei na verdade são dois projetos diferentes.

    Vamos as fotos, eu tirei fotos dos botões de controle e em seguida da imagem do osciloscópio com o sinal correspondente.

    foto1
    sinal1

    foto2
    sinal2

    foto3
    sinal3

    JJJ
    Veterano
    # jun/17
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    O sinal de entrada é essa senoidal verde? Como está sendo gerada e passada pro pedal?

    ogner
    Veterano
    # jun/17
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    E ai? Oq significa essa porra??? hauheuahuehuha!!!

    é digital ou analogico???

    ahuehauheuhau

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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    JJJ

    O sinal verde é injetado na entrada do pedal. A saída esta em amarelo.
    Foi gerado em um gerador de sinais, usei apenas a frequência de 1khz para ter um padrão.
    Eu deveria ter descrito, foi mal.


    ogner
    O negocio pode ser complicado, e muito, em certa profundidade de estudo. Mas da pra entender algumas coisas. Na foto 1 vemos que o sinal amarelo parece um dente de serra, e o tone esta na metade. Na foto 2 vemos uma onda quadrada e um pico de sinal, aquela pontinha. Isso significa que o tone retira agudos, quando tem umas "pontas no sinal" é alta frequência, ou seja agudos.
    Outra coisa que podemos constatar é que o pedal distorce acrescentando harmônicos, que são varias senoides somadas. A somatória de varias senoides resulta em uma onda quadrada.
    Mas resumindo, essas formas de onda é o que vai sair do alto falante. Quando você escutar um distorton ou um overdrive forte, vai estar escutando isso.
    essa animação eu acho legal https://media2.giphy.com/media/kTLZ4yQvnlLyw/giphy.gif

    Ramsay
    Veterano
    # jun/17
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    Luiz_RibeiroSP
    Eu já fiz isso há uns 10 anos atrás com diversos pedais de overdrive e distorção e tudo o que se vê é sempre uma onda quadrada deformada gerada pelo achatamento do sinal, quando se aumenta o ganho dos pedais.
    Agora, sabe o que isso significa na prática??
    Nada!!!
    De toda forma, valeu por postar.

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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    Ramsay
    Sim,não tem aplicação pratica e não vai diferir muito a forma de onda de um rat distortion, para um DS-2 ou qualquer pedal da categoria. O ideal seria um analisador de espectro, e com isso entender a resposta em frequência, mas como não tenho um vou brincando com esse.
    Futuramente vou coletar modulações como chorus e tremolo que possuo, sera mais interessante. E o SD-1 e um ts9 que vou montar esta na lista. Nestes pedais vai ser possível discutir mais sobre corte simétrico e assimétrico na distorção.

    JJJ
    Veterano
    # jun/17 · Editado por: JJJ
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    Ramsay
    Agora, sabe o que isso significa na prática??
    Nada!!!


    Se você quiser modelar digitalmente o comportamento de um pedal, esse poderia ser um ponto de partida: analisar o que ele faz com as ondas... só não sei se é preciso o suficiente pra diferenciar um fuzz face de um big muff, por exemplo.

    Ramsay
    Veterano
    # jun/17
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    JJJ
    No caso, o modelamento feito pelo Luiz Ribeiro não foi digital e sim analógico, uma vez que foram usados apenas pedais analógicos.
    O modelamento digital é muito mais complicado, nunca testei e nem sei como apareceriam pedais digitais ligados em osciloscópios.

    ogner
    Veterano
    # jun/17
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    Luiz_RibeiroSP
    Uhmmm, ja melhorou bastante!! Valeu!
    Bacana analizar o comportamento e posterior resultado!

    JJJ
    Veterano
    # jun/17
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    Ramsay

    Sim, são analógicos. O que eu sugeri foi analisar as alterações nas ondas e tentar reproduzir isso digitalmente. Nem sei se faz muito sentido, na verdade... rs

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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    JJJ
    Eu acho que é feito parecido. Injeta no amplificador sinais diversos e desta forma se faz um modelo matemático do sistema. Assim as respostas do amplificador serão as mesmas do processamento digital.
    Mas o que eu fiz foi só uma coleta de dados, e em uma frequência especifica. se eu colocar 50hz, 500hz ou 5khz vai mudar bem, por isso posto mais como uma curiosidade. Tem gente que nunca viu.

    Ramsay
    Veterano
    # jun/17
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    Luiz_RibeiroSP
    Realmente, a iniciativa é legal, só não sei até que ponto isso seria útil na prática, sendo mais uma curiosidade do que outra coisa.

    LeandroP
    Moderador
    # jun/17
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    Luiz_RibeiroSP

    Curti essa gif

    JJJ
    Veterano
    # jun/17
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    Realmente o gif é bem interessante. Mas acho que é bem onde os modelos digitais costumam pecar. Nenhum pedal analógico é tão preciso assim. Tudo varia conforme a força do sinal de entrada, a posição dos knobs, a palhetada e tal. Por isso sempre vai ter gente dizendo que pedal digital é ruim... Na verdade, não é ruim, é "certinho" demais... rs

    Ismah
    Veterano
    # jun/17
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    A palavra certa é que ele é linear...

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17
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    JJJ

    Não é igual porque perde informação, na verdade acho que nunca sera.
    Um exemplo, o disco de vinil é 100% analogio, contem todos os harmônicos de um sinal. A compressão digital corta uma boa parte desses harmônicos, para diminuir a quantidade de informação, enquanto que o vinil as mantem. E no universo digital tudo é assim, quanto mais bits mais próximo esta do sinal original, mas teoricamente nunca se alcança porque o analógico contem infinitos harmônicos.
    Por isso que um vinil tem uma quantidade de informação armazenada muito menor do que um antigo ipod. Imagina 30 discos empilhados ao lado de um cartão SD.

    Ismah
    Veterano
    # jun/17
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    A compressão digital, talvez não exista da forma que se pensa... Nunca comparei, mas dentro do que é sabido, o CD aceita tudo chapado ou não... O vinil, não aceita um sinal chapado, nem extremamente dinâmico. São limitações físicas da mídia...

    Claro, as perdas de informação existem em QUALQUER conversão, e isso inclui a master tape para vinil também, como a conversão do som de um instrumento sendo gravado...

    No ADDA realmente existem certas perdas, e algumas coisas são preservadas, que no analógico seriam perdidas...

    Discordo que o analógico tenha infinitos harmônicos, o uso de HPF e LPF é bem usual em mixagens, e não de agora... Uma das justificativas é que não faz sentido gravar material não audível, que poderia vir a trazer problemas, por exemplo um "pup" por causa de um transiente de alta frequência.

    Mas bem na real, as perdas existem no A vs D, agora isso é praticamente só na teoria. Há quem diga ouvir diferença, e até eu ouço, mas porque há diferenças na mix, num teste cego com conteúdo igual, ninguém passa... Se tratando de efeitos, é mais complicado, porque o pedal SS não consegue sair da linearidade real, de acabar buscando sempre imitar os valvulados...

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # jun/17
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    Hoje comprei em uma boa oportunidade um BOSS SD-1. Fiz a coleta de dados meio rápido mas acho que da pra ilustrar bem. Esse pedal pelo que vi é muito parecido com o TS-9 da Ibanez, muda um diodo a mais na etapa de distorção e alguns componentes.
    Pensei que ele fosse soar parecido com o meu SD-2 mas foi bem diferente, das regulagens que fiz notei pouca alteração no osciloscópio, por isso peguei apenas 3 imagens. Mas com aguitarra ligada deu pra notar diferenças.
    O tone neste pedal achei que influencia mais no som do que o ganho. Reparei que mesmo com o ganho no zero o pedal distorce o som, que por sina lé bem agradável.

    foto 1
    sinal 1

    foto 2
    sinal 2

    foto 3
    sinal 3

    Will Bejar
    Veterano
    # jul/17
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    Que loucura...

    Kraftman
    Membro Novato
    # jul/17
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    É isso mesmo, essas formas de onda são características de pedais de distorção e o Luis Ribeiro tem toda razão. O gif q ele colocou ilustra bem isso.
    Formas de onda quadrada, são cheias de harmônicos que caracterizam o efeito.

    Paludo756
    Membro Novato
    # ago/17
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    Luiz_RibeiroSP

    Já fiz isso em um Super Overdrive da Boss. Me pediram pra arrumar o pedal, percebi que veio de fábrica com um componente errado, o que levou a queimar o C.I. do pedal, mas foi fácil de consertar.
    A onda do Super Overdrive (por ser um overdrive) apenas achata as pontas da senóide, muito interessante.
    Posso fazer estas análises aqui no meu trabalho também, se alguém tiver interesse, posso fazer dos meus pedais.
    Deve ser interessante ver a onda com Chorus hehe

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # ago/17
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    Paludo756

    Sair de fabrica com componente errado foi azar demais. Dava pra trocar pela garantia, se não demorou pra estragar.
    Ja puz o chorus mas não tirei foto. parecia uma modulação FM. O tremolo parece AM em certas frequências. Mas esses pedais são défices de mostras em osciloscópio poque muda muito a forma de onde de acordo com as regulagens ou a frequência de sinal de entrada. Até hoje não entendi direito o que o chorus faz no sinal, quando tiver saco vou estudar melhor o componente que usa nos pedais classicos.

    -Saved
    Membro Novato
    # ago/17
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    Luiz_RibeiroSP

    Tecnicamente ele multiplica a onda e coloca ela uma frequecia mais baixa ou alta com um daley de tempo não é...


    Onda original 440hz, ele cria 2 ondas, uma com 442hz e outra com 438hz, e um atrazo dr 10ms atraz da outra.. isso não sao valores reais, só pra ilustração, pelo que sei é assim que se cria o efeito chorus, por isso quando vc aumenta o chorus e a profundidade ele faz essas ondas se cruzarem e chega a recriar o efeito flanger

    Acho que ver isso no ociloscopio é bucha...

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # ago/17
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    -Saved
    Não sei, li pouco a respeito. Sei que no circuito ha um oscilador e um delay que são feitos por dois componentes (MN3101 e MN3007 ) no pedal boss antigo.
    Esse site explica de forma bem sucinta o funcionamento.
    http://www.hobby-hour.com/guitar/chorus_effects.php

    Paludo756
    Membro Novato
    # ago/17
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    Luiz_RibeiroSP
    O componente errado era a proteção na entrada de alimentação, no lugar de um Zenner veio com um diodo normal. Ou seja, no lugar de fixar a tensão em 11 volt no caso de sobretensão, ele ficava tirando 0,7 volt da tensão do pedal em funcionamento normal, demorou para dar problema, estava fora da garantia. E te digo, eu sabia que Boss era ruim, mas não tanto, aquelas soldas frias dão medo, e as trilhas da placa, acho muito idiota o desenho cheio de frescura, só contribui para gerar ruídos.

    -Saved
    Exato! O chorus faz isso mesmo. Se não me engano o Deph é a desafinação e o Rate é a velocidade com que a afinação se altera de desafinado para não desafinado.

    Ismah
    Veterano
    # ago/17 · Editado por: Ismah
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    Olha... Desde que eu estudo essa parada entendi que não existe só um chorus e sim várias formas de fazer ele...

    O que mais gosto é um delay, onde um oscilador varia o tempo de atraso variado (tradicionalmente por um conjunto lâmpada + LDR)...
    Isso cria um shift up (quando o tempo de atraso aumenta) e um shift down (quando o tempo de atraso diminui), e pode ser feito manualmente em quase todos pedais delay...

    Assim se cria artificialmente o Efeito Doppler de uma rotary speaker, onde o efeito se origina... Se o sinal manipulado é puro, chamam de vibrato, se mesclado com a onda original é chamado de chorus...

    MAS... Rola também uma parada com flanger que ainda não desdobrei... E com mais de um tempo de atraso (like a Yamaha RA usada pelo Gilmour), etc etc etc

    Depth = amplitude do LFO = o quanto que varia o delay (0 a Xms)
    Rate = frequência do LFO = velocidade que varia o delay

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # ago/17
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    Paludo756
    Acho que deu azar, porque eu tenho uns 6 pedais boss, um inclusive fabricado em 91 e nunca vi problema nele. abri todos. Vi esse diodo no esquema, alem de trocarem o componente, inverteram o sentido na placa! porque se ele estivesse reversamente polarizado, como um zener, nunca teria dado problema, só na hora que precisasse huahuahuahau. sacanagem

    Paludo756
    Membro Novato
    # ago/17
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    Luiz_RibeiroSP

    Muito azar. Mas o pedal não era meu, só pra constar.
    Mas de alguma forma, o dono dele passou a tensão de entrada, e conseguiu destruir o Diodo, abrir um capacitor e queimar o único C.I. do pedal.
    Outra coisa, soldas frias, possivelmente feita por uma criança chinesa.

    Paludo756
    Membro Novato
    # set/17
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    Coloquei um reverb no osciloscópio aqui.
    Para ver o efeito tive que colocar pulsos na entrada, pois a resposta é um delay muito rápido.
    Mais um Boss com defeito, não sabia que pedais Boss davam tanta manutenção.

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