Por que muitos guitarristas com uma boa experiência acabam se voltando para o jazz

Autor Mensagem
xxx-Black_Wolf-xxx
Membro Novato
# abr/22


Só pra saber msm tlgd

JJJ
Veterano
# abr/22 · Editado por: JJJ
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Os que fazem isso é porque, em algum momento, passam a conhecer o jazz e se identificam com ele. Como não é um estilo que dê grana fácil ou esteja na moda, o sujeito tem que realmente gostar ou achar que traz algum benefício pessoal (estudo, interação com outros músicos).

Juquinhaa
Membro Novato
# abr/22
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Só pelo status, pq eh difícil tocar e tem que estudar muito. Não é barato ter um timbre de jazz tbm.

BrotherCrow
Membro Novato
# abr/22
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Acho que é porque quando você tenta se aprimorar e trazer um elemento a mais de complexidade pras músicas, dar uma "jazzeada" é o caminho mais óbvio. Por exemplo, se você toca blues mas acha que chegou no limite da pentatônica com bend e blue note, você começa a colocar extensões diferentes nos acordes, mais cromatismo, etc., e quando vê tá tocando jazz. Eu sou um guitarrista bem limitado em teoria e técnica mas às vezes estou tocando com caras melhores que eu e eles dizem que tem que segurar a mão um pouco quando tocam blues, porque senão deixa de soar como blues e vira jazz.

E quando você aprende a tocar essas coisas, ao mesmo tempo aprende a apreciar. E isso pra algumas pessoas faz os outros estilos parecerem simples demais, até bobos, em comparação com o jazz. Aí o cara parte pro jazz de vez.

tito lemos
Veterano
# abr/22 · Editado por: tito lemos
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Juquinhaa

Só pelo status, pq eh difícil tocar e tem que estudar muito

Concordo que muitos entram nessa vibe só pra se mostrar mesmo. Mostrar virtuosismo e uma pretensa elegância.

Não é barato ter um timbre de jazz tbm.

Ai eu discordo. Jazz não precisa de muitos efeitos, e muitos guitarristas de jazz usam amps transistorizados. Som limpo, tone fechadinho e um tiquinho de reverb do amp muitas vezes é o suficiente.

tito lemos
Veterano
# abr/22
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Eu confesso que já tentei e tento até hoje curtir jazz. Mas não tive sucesso até aqui. Um disco que ouvi e que realmente curti foi o Kind Of Blue do Miles Davis, mas mesmo assim, não é algo que eu sinta vontade de ouvir sempre. Música é um troço bem subjetivo mesmo. Tenho mais prazer hoje em dia em escutar músicas do The Weeknd do que me aventurar em um disco de jazz. É como música clássica, admiro demais, mas não encaixou na minha cabeça ainda. Mas não sinto que tenho o "paladar" menos refinado por conta disso.

krixzy
Veterano
# abr/22 · Editado por: krixzy
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Juquinhaa
Só pelo status, pq eh difícil tocar e tem que estudar muito.

Vai entender a cabeça dessas pessoas né...

Acredito que tem quem goste, mas quando escuto sinto algo parecido como quando escuto música eletrônica, alguma coisa de música clássica com muitas notas por segundo, no início é legal, mas depois de uma música se torna cansativo de ouvir pra mim, é muita informação desnecessária pra uma música só, ultimamente tenho gostado mais de músicas simples, uma boa harmonia e apenas alguns solos curtos e simples, acho mais divertido de ouvir e acaba passando mais feeling.

Acho que Jazz é um tipo de música feita mais para músicos do que para pessoas comuns

BrotherCrow
Membro Novato
# abr/22
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tito lemos
krixzy
Jazz é um negócio muito amplo. É tipo rock, nem tem como considerar o todo como um gênero só. Tem jazz super acessível, como é o caso dessas big bands, great american songbook e tal. Por exemplo, Chet Baker Sings (o disco do Chet Baker só com músicas cantadas) é um disco muito fácil de gostar mesmo pra quem não curte jazz. Bill Evans é outro artista que é muito agradável.

Pra gente que é brasileiro, tem a conexão com a bossa nova, principalmente por causa do Stan Getz. Pra quem é guitarrista, John Pizzarelli é um que toca pra cacete e faz músicas quase pop. Acho que o esquema é achar algum aspecto do jazz que faça sentido pra você e expandir a partir daí.

Drinho
Veterano
# abr/22 · Editado por: Drinho
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xxx-Black_Wolf-xxx

Acho que porque chega uma hora que o cara se cansa dos padrões dos estilos de mais fácil assimilação aí ele passa a buscar outros elementos.

Não que jazz não possa ser de fácil assimilação, depende da música…

Juquinhaa
Membro Novato
# abr/22
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A galera pira no jazz, mas o choro por exemplo é muito mais complexo. Sou meio azarado com guitarristas de jazz, todos aqui na minha cidade são se achoes, tu tenta trocar uma ideia na humildade pra tentar aprender algo e eles são arrogantes. O melhor guitarrista de jazz que conheci foi o Pedro Martins, humildade pura e o melhor no Brasil com toda a certeza, já ganhou prêmio em Montreaux.

Paulo Heineken
Veterano
# abr/22
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Boa parte volta por causa do improviso. No jazz isso é levado muito mais a risca que em outros estilos

Lelo Mig
Membro
# abr/22 · Editado por: Lelo Mig
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Na boa, com todo o respeito aos colegas, mas não acho que tenha nada a ver com status e etc.

Têm a ver com gosto pessoal e ambiente, você vai conhecendo músicos, vai saindo de sua bolha, e entre músicos de ponta sempre há quem curta jazz, mpb e etc... então vai tendo contato, ouvindo.

E têm muito a ver com a parte harmônica. O rock em geral é pobre harmonicamente (não estou dizendo que isso é um defeito, e sim uma característica do estilo), então, muitas vezes, estudar/tocar jazz abre muito a cabeça em relação a harmonia.

Eu toquei muito na noite, teve uma época que tive que me virar muito com situações onde um cantor que você nunca viu na vida, sobe no palco, diz "Lá maior" e sai cantando: você não sabe nem que porra de música ele vai cantar. Quem me deu bagagem para levar/segurar músicas nessa situação, ao vivo, foi o jazz/mpb.

Insufferable Bear
Membro
# abr/22
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A galera pira no jazz, mas o choro por exemplo é muito mais complexo.
Por que você acha isso?

Acho que Jazz é um tipo de música feita mais para músicos do que para pessoas comuns
Não é assim, que você precisa entender de teoria musical pra entender jazz.
Quando roqueiro olha pra um solo de jazz acha que é "informação desnecessária" porque não entende a linguagem, é como olhar para um texto em grego e achar que é uma sequência de símbolos matemáticos sem significado, enquanto que uma pessoa que um grego não precisa estudar gramática pra entender o que está escrito.
Te garanto que um cara que cresceu ouvindo só jazz pensaria a mesma coisa ao ouvir um riff sendo repetido centenas de vezes durante uma música, tudo repetição desnecessária.
E aí, o negócio é que aqui ninguém gastou anos ouvindo e se aprofundando no estilo, jazz é uma linguagem desconhecida, a única forma de avaliar então depende de teoria e análise, mas isso costuma ser usado mais uma muleta pra quem não fala a lingua fluentemente.

Grimc
Veterano
# abr/22
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Jazz é interessante pra caralho, e costuma ter bastante virtuosismo e idéias musicais diferentes do que normalmente se vê no rock ou pop por exemplo. É um estilo que recompensa muito a improvisação, esse tipo de idéia acaba sendo atraente pra muitos músicos.

Mas pra mim o núcleo do jazz tá no groove do negócio. O bom músico de Jazz, na minha opinião, não é só o que atrai guitarristas "nerds", mas o que faz uma pessoa, independente do seu background musical, ouvir a música e imediatamente pensar porra, essa bate certo.

Um exemplo que eu conheço é o game Persona 5, que eu até hoje não conheço ninguém que jogou e não curtiu a trilha sonora.



Drinho
Veterano
# abr/22
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Concordo que muitos entram nessa vibe só pra se mostrar mesmo. Mostrar virtuosismo e uma pretensa elegância.

Não vejo dessa forma, se o cara sentiu a necessidade de se inserir no jazz ou em outros estilo que se formam com estruturas que estão além do seu conhecimento muito provavelmente está mais humilde do que nunca antes.

Tecnicamente falando o rock pode ser extremamente difícil, não é esta questão.

Juquinhaa
Membro Novato
# abr/22
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Tem muito shredder que acaba caindo no jazz bem comum, é raro o cara já começar no jazz. 90% dos guitarristas de jazz são só reprodutores mecânicos de frases e cliches, pensar nas próprias linhas é o mais difícil do role

mgustavo72
Membro Novato
# abr/22 · Editado por: mgustavo72
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Queria dizer que comecei a tocar temas de jazz quando ouvi uma fita com músicas do P Metheny, e me chamou a atenção por ter uma sonoridade bem diferente, e inclusive por ele tocar melodias simples em terças / sextas nos solos de guitarra.
Um tempo depois saí de uma banda que tocava metal para começar a tocar rock progressivo e depois jazz e MPB, no final dos anos 90.

Também como algumas pessoas disseram têm músicas de jazz que são mais acessíveis, como jazz tradicional, standards e também aqueles sons meio música de elevador, rs rs rs, acho gostoso de ouvir!
Apesar de ter sons mais complexos e até difíceis de ouvir, em parte são releituras de temas conhecidos, e também agradam o público mais velho (dá pra ficar batendo papo no bar enquanto os músicos estão tocando, rs rs).

Sobre improvisação gostaria de compartilhar uma gravação do Toninho Horta onde ele toca Footprints em um trio. O solo de guitarra é relativamente simples mas me parece mais conceitual, fazendo um diálogo com a bateria e o baixo.



Drinho
Veterano
# abr/22 · Editado por: Drinho
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90% dos guitarristas de jazz são só reprodutores mecânicos de frases e cliches, pensar nas próprias linhas é o mais difícil do role

Acho que isso é uma coisa da improvisação em si, mesmo grandes guitarristas de fusion, blues e rock também não escapam disso. Claro que existe um grupo tipo Michel Leme que possui um componente de imprevisibilidade e experimentalismo muito grande, no rock vejo que o Steve Vai é um cara que sempre tenta seguir uma linha mais experimental tentado reduzir clichês, só que quanto mais você segue para este lado mais difícil de assimilar tende a ficar sua música. Creio que seja uma questão de escolha e não haja melhor ou pior.

O ponto do jazz e da música brasileira (que eu comumente acho mais legal até do que o próprio jazz) é que vai exigir raciocínio e ferramental mais amplo em um primeiro momento porque você vai lidar com estruturas harmônicas burocráticas que ficam alterando de modo que além de entender estas situações harmônicas com empréstimos, extensões e etc, você deverá ser capaz de preenchê-la adequadamente em real time caso seja um improvisador, o ferramental para ter na manga é maior e teu nível de percepção tem que ser maior, isso sem falar da parte rítmica que também é outro mundo.

Para um guitarrista formado no rock, por melhor que ele toque isso é um desafio muito grande porque as músicas que o cara tocou a vida inteira se resolvem em um centro tonal, no máximo dois com simples percepção de transição, muitas vezes powerchords, em situações raras de extrema sofisticação dão ênfase em um modo ou uma intenção dominante e acabou. O acervo é pequeno, automático e facilmente aplicável em qualquer situação caso seja um instrumentista minimamente hábil.

Quando esse cara senta na roda de MPB, se lasca e é por isso que é muito aconselhável buscar esse conhecimento, independente do que e do quanto toque.

Não tem a ver com quem é mais virtuoso, coloque um jazzista para substituir o Michael Romeo do Symphony X, muito provavelmente vai estar bem lascado também. Então se o cara tá se metendo a tocar jazz para alimentar o próprio ego está perdendo tempo porque em qualquer estilo você vai encontrar um maluco que destrói.

Cada um no seu quadrado.

Insufferable Bear
Membro
# abr/22
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Grimc

Eu curto a OST do P5 mas isso aí não é jazz.
E não tem nada a ver isso de fazer jazz pra quem não sabe nada de jazz. Se você não ouve você não tem parâmetros para saber o que é bom.

macaco veio
Veterano
# abr/22
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A maioria dos brasileiros não sabem tocar jazz, não é da terra brasileira, é dificil de entrar no corpo, dificil de assimilar. Veja o exemplo desse video aí do Toninho Horta tentando tocar jazz, é horrivel. Quando voce pega um verdadeiro jazista americano ele conhece todos os temas e músicas de jazz desde os ano de 1910 pra frente (não é só pegar alguns temas do famoso "book"). A guitarra de jazz os estudantes já aprendem a solar no que eles chamam de solo na "vertical", todos os guitarristas de rock solam na "horizontal" assim como o chorinho de um Ernesto Nazaré no piano que é rapido mas tudo na horizontal.

Insufferable Bear
Membro
# abr/22
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Toninho Horta tentando tocar jazz
na boa, aquilo não é jazz, a semelhança é superficial, é mimetismo.

Juquinhaa
Membro Novato
# abr/22
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O Toninho em uma entrevista diz que só aprendeu uma frase de jazz do wes Montgomery, ele improvisa tudo. Mas a maioria que cai no jazz é só pq gosta de solar, o melhor de todos ainda é o joe pass pra mim, pela inovação harmônica e criatividade.

mgustavo72
Membro Novato
# abr/22 · Editado por: mgustavo72
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Sobre essa música do Toninho Horta queria dizer que a um tempo queria postar no fórum, pois ela tem a ver com um vídeo do Mateus Starling sobre formas de expressão na guitarra.
Aproveitei esse tópico para postar, talvez tenha desviado um pouco! Como dizia o Jackson do Pandeiro, "só toco jazz quando o tio sam pegar no tamborim!", : ).

Também esse CD do Toninho Horta tem músicas brasileiras, além de bossa nova, e os dois músicos que acompanham são americanos. Parece um encontro de amigos, tem umas músicas bem legais!
Inclusive outro tema de jazz é Stella by Starlight, e tem um arranjo mais "abrasileirado". Penso que talvez é o que ocorre com a música acima.

Lelo Mig
Membro
# abr/22 · Editado por: Lelo Mig
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Acho que a galera da música em geral (não me refiro a músicos "de verdade", profissionais, não só com estudo, mas com vivência também) fazem uma análise muito passional, pessoal e ingênua sobre música... dá até desânimo ler alguns conceitos bostas.

Se abstraia de passionalidades, pessoalidades e subjetividades e analise como se fosse artes plásticas, por exemplo...

Alguns artistas preferem se expressar em óleo, outros aquarela, outros nanquim... surrealismo, abstracionismo, expressionismo, cubismo... tons pastéis, tons de cinza, cores vibrantes, preto e branco... etc.

Não têm melhor, não têm mais bonito, não têm mais fácil ou mais difícil... têm melhor desempenho em determinada técnica aliado a melhor desenvoltura e gosto pessoal.

Estilos musicais são apenas isso, técnicas e materiais diferentes para se expressar de diferentes formas. Gostar ou não é outra coisa... a maioria não têm imparcialidade e capacidade nem para julgar se é "bom ou ruim", se está "certo ou errado" (como se isso existisse) apenas caga uma regra qualquer baseado em seus gostos e preconceitos pessoais.

Djavan foi aos EUA, tocam com ele Marcus Miller no baixo, Omar Hakin na bateria, Hiram Bullock na guitarra, Phillipe Saisse no teclado, Don Alias na percussão e David Sanborn no sax (nem vou falar sobre quem são estes caras, quem conhece jazz sabe, quem não conhece procure o currículo no Google).

Você pode não gostar, mas vai dizer que é ruim? Que Djavan não sabe nada? Que não é Fusion?



Juquinhaa
Membro Novato
# abr/22
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Asa do djavan é genial, os gringos ficaram de cara com esse groove no violão

Insufferable Bear
Membro
# abr/22
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se está "certo ou errado" (como se isso existisse)
Concordo que isso não existe ao comparar estilos diferentes, mas dentro de cada estilo existe sim, uai, ainda que a determinação vai ter sempre um grau de subjetividade e toda regra vai ser quebrada. Se não ninguém seria capaz de ensinar nem aprender nada.
Não usar água em uma aquarela é errado, quintas paralelas em uma fuga é errado, não usar licks em solo de jazz é errado. Até as improvs mais locas do Cecil Taylor tem espectros de licks tonais.

macaco veio
Veterano
# abr/22
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Se não ninguém seria capaz de ensinar nem aprender nada.
Exatamente, quando é assim o melhor que um professor pode fazer é botar tudo num balaio só e chamar de "pop". KKKK

makumbator
Moderador
# abr/22
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Querem aprender jazz de verdade? Aula n.1: aprendam "o lick"

https://www.youtube.com/watch?v=krDxhnaKD7Q



Drinho
Veterano
# abr/22 · Editado por: Drinho
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makumbator

Droga, uso esse lick pra meter o apavoro nos desavisados e você me desmascarou.

Insufferable Bear
Membro
# abr/22 · Editado por: Insufferable Bear
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makumbator

se não tem lick não é jazz, logo, Stravisnky é jazzista.

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