Sequencia de estudo para iniciante. (metal/rock)

    Autor Mensagem
    Viniloco
    Veterano
    # mar/15


    Boa noite, tudo certo? eu ja toco violão e guitarra a quase 10 anos, mas nunca peguei firme, e agora quero aprender de verdade, gostaria de uma uma ajuda, na sequencia de aprendizado. (obs. antes que me mandem procurar outro tópico, não encontrei esclarecimento nos tópicos que encontrei sobre o assunto)

    Postarei a sequencia que tenho em mente, e gostaria de opiniões, se posso seguir por esse caminho obrigado.


    A minha ideia de sequencia de estudo e treino é essa, meu foco principal metal/rock:
    grau de importância que penso
    (*) 1
    (**) 2
    (***) 3


    1- *** Intervalos
    2- *** CAGED
    3-* Triades
    3- *** Agilidade (palheta alternada entre outros exercícios)
    4- Tecnicas
    4- *** Pentatônica
    5- ** Ritmos
    6- * Power Chord
    7- * Partitura
    8- *** Modos Gregos

    quem tiver mais idéias de estudo eu agradeço , ou de sequencia pra me ajudar,

    obrigado, abraço !

    Ismah
    Veterano
    # mar/15
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    Viniloco

    O teórico será o mesmo, caso queira tocar pagode ou death grind core...

    Já que vc já toca, CAGED viria muito à calhar - power chords está subordinado aqui. Porque seria algo a aplicar logo. Agilidade a mesma coisa.

    Depois escalas, intervalos, e formação de acordes (tríades, tétrades). Então outras escalas como penta e modos.

    Ritmos suponho que vc já domine o tirar de ouvido, no máximo alguma coisa de técnicas percussivas. Partitura aqui é nulo - salvo se desejar tocar solo - já que boa parte desse som aparece cifrado, em tablatura ou vc pega de ouvido mesmo.

    rcorts
    Veterano
    # mar/15
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    Viniloco


    Eu vejo as coisas da seguinte maneira cara: sempre tem algo bom e novo que se possa aprender de teoria (harmonia o principal de tudo). Ao mesmo tempo, é preciso treinar até obter a técnica desejada, porém mesmo após obtê-la, quanto mais difícil for, mais será necessário manter uma rotina de treinamento que possa mantê-la em dia.

    E pela experiência que tenho dando aulas de violão e guitarra, já há pelo menos uns 10 anos, é saudável estudar paralelamente um pouco de teoria, um pouco de técnica, um pouco de repertório. Claro, o percentual de tempo que você dedica a cada um desses assuntos irá variar com o seu desenvolvimento técnico e com a sua maturidade musical.

    Digamos que, quando seu domínio técnico estiver te satisfazendo bem, e quando o seu conhecimento teórico for suficiente para preencher as lacunas que você encontrar no processo de criação/improvisação, o repertório pode até ocupar 80% do seu tempo.

    Como metal é um estilo cujas técnicas são mais difíceis do que o próprio estudo de harmonia (pelo menos na minha visão, mas varia conforme o subgênero de metal), vou te dar a minha visão de como você poderia traçar um roteiro de estudos (lembrando que vira e mexe é bom dar uma revisada em tópicos que podem até parecer simples, mas que a gente acaba esquecendo uma coisinha aqui, outra ali). Vou te sugerir um plano que envolve sempre um estudo teórico e um técnico em paralelo:

    1- *** Intervalos e shapes de escalas pentatônicas (principais patterns e licks de rock e metal - merece pelo menos uma atenção em hybrid picking - obs.: fraseados de country e a técnica de chicken picking ajuda a assimilar estas ideias) Ao mesmo tempo pode treinar tapping utilizando os shapes de penta;

    2- *** Formação de acordes e escalas maior e menor natural (scale runs em tercinas, sextinas e semicolcheias, com palhetada alternada e ligados. aproveite aqui para estudar harmônicos - naturais e artificiais);

    3 - Tríades e shapes dos modos (tanto com palhetada alternada quanto com ligados, mas agora buscando incluir economy picking e buscando ampliar horizontalmente seu fraseados. Aproveite também o estudo anterior de formação de acordes e o de tríades para treinar arpejos em tapping);

    4 - CAGED e escala menor harmônica - (mantenha se firme na palhetada alternada e não deixe de lado o legatto. Aproveite o estudo de CAGED e entre no estudo técnico de arpejos com e sem sweep picking. Quando o estudo de sweep picking estiver dando frutos tente somar sweep picking + tapping)

    5 - Se até aqui você tiver feito o dever de casa bem feito, provavelmente já será capaz de tocar várias músicas de sua preferência. A partir de então, se quiser ganhar um pouco mais de conhecimento teórico, sugiro fazer um estudo das escalas que já aprendeu, mas desta vez deixando um pouco de lado o foco nos shapes e partindo para o estudo teórico das escalas como: intervalos característicos de cada escala e campos harmônicos gerados.

    6 - Se não tiver muito interesse em ampliar seu conhecimento teórico de escalas, pule a etapa 5 e agora é a hora de cair de cabeça nas escalas diminuta e dom dim. Aproveite esse momento para treinar fraseados com arpejos e saltos de corda usando a escala diminuta.

    7 - se você seguiu todas as etapas e quiser fazer um estudo de modos, este é um bom momento. Você já será capaz de tocar 90 % dos repertórios de metal que quiser e, se quiser fugir do esquema pentatônicas - menor harmônica - diminuta e arpejos, o estudo de modos pode abrir caminho para novas sonoridades. Mas desta vez, assim como no passo 5, você precisa fazer um estudo de modos através de uma perspectiva mais teórica, pois os shapes você provavelmente já deverá conhecer desde o passo 3. Agora resta saber como aplicá-los para conseguir a sonoridade de cada modo.

    CONSIDERAÇÕES:

    a) o estudo de harmonia é abrangente, passa tanto pelo estudo de intervalos e formação de acordes quanto pelo estudo teórico de escalas e modos. E quanto mais complexo harmonicamente um estilo, mais o estudo de harmonia precisa ser aprofundado. No caso de rock e metal, com uma base harmônica como a que eu te passei acima você já conseguirá tocar 99% do repertório do estilo.

    b) quando se fala em rock e metal, deve se ter em mente duas coisas: 1º) são estilos parecidos, porém com suas peculiaridades 2º) são estilos que possuem inúmeros sub gêneros, então é importante também dedicar um estudo à parte para cada subgênero que você for estudar. Por exemplo, se você for estudar Metallica é uma coisa, se for partir para coisas como Angra, Symphony X, muda bastante de figura.

    Quanto ao que você falou de estudo de ritmos, você deve ter em mente que dentro do próprio repertório que estiver pegando já estará treinando os ritmos. E não necessariamente você precisa treinar ritmos de blues, jazz ou qualquer outro estilo. Se seu foco é metal e rock, treine os ritmos que encontrar nas músicas desses estilos, e pronto.

    Você enumerou agilidade como um tópico à parte, mas essa é apenas uma forma de ver as coisas. E no meu modo de ver bastante equivocada. Estude cada técnica com dedicação e buscando treinar devagar mais com precisão e boa pegada e só suba o andamento quando se sentir seguro para fazer isto. No mais, "agilidade" é uma coisa que você vai aproveitar melhor se tiver musicalidade. Basta ter paciência que vem com o tempo, treinando várias técnicas de maneira consciente, buscando integrar as técnicas dentro de fraseados, e não ficar tocando em 200 bpm coisas desconexas, sem nenhum sentido musical.

    Partitura - como o Ismah disse, só é mesmo necessário se você for fazer faculdade de música ou fizer questão de colocar suas composições em partitura, mas não é imprescindível para aprender a tocar nos estilos citados.

    Power Chord - Não encare power chord como um conteúdo único e que valha ocupar todo um tópico/período de estudos. Pense nisso como parte do estudo de formação de acordes que inclui: tríades maiores, menores, diminutas e aumentadas, tétrades com sétima maior, sétima menor e dominante, acordes suspensos de 2ª e 4ª, 6ª/13ª, 9ª, 7ª e 9ª, 11ª, etc... e power chord não é nada mais que um bicorde com tônica, 5ªJ e oitava, mas não deixa de ser um acorde como qualquer outro.

    Não esqueceu de alguma coisa? veja bem, palhetada alternada e sweep picking constituem a base técnica de metal (eu diria que 70%). Já em rock, trinado e ligados também ocupam um papel bastante importante. Porém, técnicas simples como bend, slide e vibrato fazem toda diferença em uma boa performance. Não despreze estas técnicas de maneira alguma. Elas são as grandes responsáveis por um som articulado, por uma identidade própria de cada guitarrista.

    Eu gosto da ideia de treinar as frases apenas com palhetadas alternadas ou apenas com ligados e depois executar algumas passagens com slides, outras com bends, aplicar um vibrato aqui, outro ali, principalmente em notas longas. Enfim, esse cuidado especial ajuda a ter uma percepção diferente das frases.

    Outra coisa é que, independente de qual técnica, seja trinado, tremolo, vibrato, bend, ligado, palhetada alternada, tapping, enfim... tudo passa antes por uma boa noção rítmica. Por isso lá no tópico 2 eu falei de tercinas, sextinas e semicolcheias. É importante ter pelo menos uma noção rítmica do que você está fazendo. Sem isso boa parte do estudo de qualquer uma dessas técnicas fica emperrado. Pense nisso.

    Qualquer dúvida, estou sempre por aqui. Desculpe o texto longo, é que hoje a insônia bateu braba!

    Abç.

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