Temperando o meu solo- o que fazer para eles soarem mais jazzisticos?

    Autor Mensagem
    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14


    Eae galera, tranquilo?

    Seguinte, na minha escola está rolando uns eventos pros alunos mostrarem seus talentos e estou envolvido, há alguns sábados apresentei uma música instrumental minha e foi bem legal, pessoal curtiu e tals.

    Porém, agora eu quero experimentar ainda mais. Quero apresentar as minhas ideias sobre essa música:



    Já editei o áudio aqui, ficou bem legal.

    A minha ideia é compor e não improvisar. Então eu peço-lhes gentilmente que me indiquem nomes de escalas que ficariam boas nessa proposta de som, algumas dicas de intensões no fraseado, essas coisas. Valeu!

    Ah, se pudessem me ajudar com a harmônia, seria legal. Eu tentei dissecar ela aqui pela frase do Baixo e percebi que está em Gm, porém como eu to acustumado a só usar a menor melódica, fica muito pobre as frases.


    Até mais.

    LeandroP
    Moderador
    # set/14
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    cafe_com_leite

    Há um tempo fiz um tópico sobre "motivos melódicos". É uma ideia de desenvolvimento de fraseado, independente da escala que você esteja utilizando. Veja se este assunto pode te ajudar:

    http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/44993/

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    LeandroP
    OO, valeu cara, vai ajudar sim!

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # set/14
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    cafe_com_leite
    Posta aí o que você já gravou, pra gente dar uma opinião.

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    BrotherCrow
    Então, por enquanto eu não gravei nada, estou ainda colocando as idéias na mesa, entendendo a música (que não é nada fácil).

    Mas vou ver se gravo algo hoje.

    JJJ
    Veterano
    # set/14 · Editado por: JJJ
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    Além de escalas, harmonias, etc, tem a questão do som em si. Nove entre dez guitarristas de jazz (chute meu... rs) preferem um tom clean e bem fechado. Um exemplo seria uma semi tipo 335, no captador do braço e eventualmente, com o tone algo fechado. No ampli, um som mais pro seco, pra destacar mudanças rápidas de acordes, sem embolar.

    Um exemplo visual:



    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    Aí algumas ideias que eu criei e outras que eu improvisei:

    https://soundcloud.com/weslley-melo7/weslley-melo-sobre-experimento

    BrotherCrow
    Aí jovem, a primeira parte tu pode perceber que foram frases compostas. Ainda pretentdo melhora-las, mas vai um pouco nessa linha aí. Depois eu fui improvisando, como pode ver, não sei improvisar, mas foi o que saiu. Eu sei a menor natural de G e a sua relativa, no caso Bb

    JJJ

    Então cara, pelo teu conselho resolvi gravar clean nessa amostra, mas acho que na hora com o drive cairia melhor, mais agressivo, marca mais território e tal. Mas isso eu ainda vou decidir.

    Filippo14
    Veterano
    # set/14
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    Tenta descobrir a harmonia inteira dela, ela pode mudar de tom, usar alguns empréstimos modais, ter só uma parte que parece ser Gm, mas na verdade ser atonal.

    Tenta usar a escala alterada, é a menor melódica aplicada de uma outra forma, existe a dos tons inteiros, dom-dim e modos gregos mesmo, jazz é tão livre que fica dificil de te falar qual escala é a utilizada. Eu sei que a que menos se usa de todas é a menor harmônica, o som é muito aquele, fica dificil de usar com uma sonoridade totalmente fora daquele intervalo de 1,5 que existe dentro dela.

    Outra ideia legal é que a melodia do jazz em geral tem a marcação forte no 2 e 4 tempos do compasso | tu -TA - tu - TA|.

    Existem muitas músicas, principalmente de jazz contemporâneo e fusion que tem compassos bem quebrados, complexos e tudo mais. No Wikipédia quem escreveu deu muitos exemplos, achei realmente legal a forma como ele escreveu, tenta reproduzir, criar algumas coisas em cima disso e tal, pode ajudar.

    Compasso Wikipédia

    Fiz um tópico a pouco tempo sobre umas misturas da dom-dim com a alterada, é super "teórico", mas se você tiver tempo de ler irá ver que é uma ideia simples na prática, e que te dá uma gama muito grande de aplicações, tanto de sonoridades como em cima de acordes mesmo.

    Tópico sugerido

    Abração

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    Filippo14
    Blza, valeu pelas dicas, vou ler o seu texto de novo, com mais calma e atenção.

    E o que achou do take que eu postei? Opinião sincera mesmo, sem alizar.

    Filippo14
    Veterano
    # set/14
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    cafe_com_leite

    Vi só agora que você tinha postado um som ahhahahah.

    Cara ficou legal, nas partes rápidas você deu umas erradinhas leves que passam, mas vale a pena comentar ahhaha.

    Bom, pensando no solo como um todo, você soube aproveitar muito bem o tempo da música, ele muda muito e você mudou junto, deu uma cara bem legal para o solo. Nas partes rápidas eu tentaria dar a tensionada que o jazz pede, nem que fosse para usar notas fora da escala de forma rápida (deu branco no nome disso ahahha). Tentaria em alguns momentos dar ênfase no tempo 2 e 4, isso da uma mexida legal com a cabeça.

    Assim, você soube se virar bem, não cagou nada, soou bem, mas eu nunca acharia que era um jazzista tocando, acharia que era o solo de uma pessoa focada em outros estilos. Tenta ouvir um pouco de fusion, tem vários vídeos de licks de fusion no youtube, da até para sentir o estilo de cada cara pelas frases, ajuda a dar um guia de sonoridade que você gostaria de atingir (do seu jeito, claro).

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    Filippo14
    Blza, valeu pelos toques e pelas dicas. Na verdade eu não sei improvisar, fui encaralhando notas sem pensar muito, só deixei pra não ficar muito curto o audio. Mas pretendo evoluir nesse sentido sim, acho louco esses caras que criam frases incríveis na hora, tipo o Govan.

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    É, percebi que ainda não tenho culhões jazzisticos para tal façanha. Acabei desistindo dessa música e já comecei a composição de uma própria. Mas continuarei estudando essa área do improviso, da pegada jazzistica, coisas que gosto muito.

    Rednef2
    Veterano
    # set/14
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    Vale lembrar também que é importante o ritmo.

    O lance de acentuar o tempo 2 e 4.

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    JJJ
    Muito bom esse vídeo. Pat Metheny é muito bom e o cara aí interpretou dignamente.

    clebergf
    Veterano
    # set/14 · Editado por: clebergf
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    cafe_com_leite

    Bacana esse som...não escuto mta coisa nessa praia, mas gostei bastante...

    Essa parada de linguagem é foda velhão...antes de começar a estudar Jazz eu achava que tinha algumas escalas e coisas diferentes que fazem soar Jazz, mas ao ver caras como Grant Green, Kenny Burrel, Wes Montgomerry e afins usando a escala blues (penta + blue note) e soando pra caramba me fez ver que o que precisamos e´entender e internalizar a parada...até pq soar "Jazz" soa um pouco amplo demais, pode-se soar Jazz anos 20 e Jazz 1970, uma evolução que tem sotaque diferente, mas que tem a mesma ideia e linguagem por trás...

    Dois pontos importantes:

    1 - Tempo forte no 2 e 4, com umas paradas acontecendo nos "es"..1 e 2 e 3 e 4...
    2 - Usar as notas dos acordes (arpejos) do momento intercalando com a escala que é o tom da música/linha/compasso ajuda bastante.

    Bom, acho que vc já sabe tudo isso, mas quis deixar os meus dois centavos...kkkk

    cafe_com_leite
    Veterano
    # set/14
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    clebergf
    Bom, acho que vc já sabe tudo isso, mas quis deixar os meus dois centavos...kkkk


    Que nada, to aprendendo muito aqui. Do que eu sei aprendi com o meu professor improvisando sobre garota de Ipanema (tentando, na verdade) copiando as frases dos grandes caras ou até mesmo descobrindo de forma intuitiva. Da história e da teoria eu não sei quase nada haha

    clebergf
    Veterano
    # set/14
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    cafe_com_leite

    Eu sempre estudei improviso cara, desde que comecei a estudar guitarra seriamente estudo improviso, inclusive não "consigo" compor um solo, pois sempre irei mudar algo na execução.
    Ainda estou engatinhando nesse mundo, mas é isso que eu gosto e faço...

    Estudante eterno
    Membro Novato
    # set/14
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    clebergf

    [i]1 - Tempo forte no 2 e 4, com umas paradas acontecendo nos "es"..1 e 2 e 3 e 4...
    2 - Usar as notas dos acordes (arpejos) do momento intercalando com a escala que é o tom da música/linha/compasso ajuda bastante.

    Então pode se dizer que o domínio do Jazz exige de você por ordem de importância os seguintes itens:

    *Influência vinda da audição dos grandes mestres do estilo
    *Forte domínio do sistema 5 (CAGED) dentro dos campos harmônicos mais usuais (Maior, Menor Harmônico e Menor Melódico)
    *Forte domínio Rítmico

    Correto?

    clebergf
    Veterano
    # set/14
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    Estudante eterno

    Essa é a receita de bolo para praticamente todos os estilos a diferença é que grande parte das pessoas que tocam guitarra tem o rock o estilo que escuta desde "sempre", então já possui o sotaque do estilo e para migrar precisa rolar meio que uma "imersão" para que possa conseguir entender outras linguagens, além da ideia da improvisação que não é comum no rock, apesar de presente em algumas bandas/instrumentistas.

    O CAGED não é obrigatório, mas o conhecimento que ele traz é o equivalente ao que se precisa, existem outros metodos que no final entregam a mesma coisa e tem outros nomes...o importante é ter um amplo conhecimento do instrumento, pois é mto comum modulações e improvisar por acordes.

    O ponto principal mesmo é ouvir bastante. Nada melhor do que ouvir quem criou, desenvolveu e evoluiu o estilo para aprender e entender...

    Estudante eterno
    Membro Novato
    # set/14
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    clebergf

    Interessante, você aparenta ter bastante domínio das ferramentas de visualização do braço do instrumento, sendo assim, me permita te encher um pouco o saco.

    Meu conceito de domínio do instrumento se dá nesta ordem:

    -Visualização das notas em cada uma das 6 cordas.
    -Tríades Maiores, menores, Aumentadas e diminutas (abertas e fechadas)
    -Tétrades M7+, M7, m7, meia diminuta e diminuta
    -Sistema 5 (visualizar os acordes referentes a cada um dos 7 modos em cada uma das 5 regiões aplicando harmonicamente e melodicamente)
    -Tensões disponíveis em cada um dos módos aplicados harmonicamente e melodicamente (Harmonia em Blobo)
    -Terminado o processo com o campo harmônico maior, repetir com o menor harmônico e menor melódico.

    OBS: atualmente eu estou lutando para dominar o sistema 5 no campo Maior.

    Como é o seu conceito de domínio do braço do instrumento? Conhece alguma forma que se diferencie na praticidade ou na quantidade de conhecimento?

    clebergf
    Veterano
    # set/14 · Editado por: clebergf
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    Estudante eterno

    Não tenho domínio, apenas gosto muito e procuro estudar bastante o assunto. :D
    Tem uns videos meus perdidos por ai no fórum, se tiver curiosidade de ver..
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/317435/ (esse foi o último que eu postei)

    Concordo com a sua lista e visão e o que eu costumo fazer é estudar as técnicas (escalas, arpejos) dentro de II V I maior, menor, formas de blues e nas músicas que toco e que estou aprendendo.

    Gosto de aplicar o estudo na prática de alguma forma (música, progressão, etc.) estudar dentro do campo harmônico é muito importante, mas não podemos esquecer de praticar dentro das progressões que ocorrem nas músicas, pois é onde realmente iremos utilizar as ferramentas...

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