Futura Guitarra Custom - Opiniões e Conselhos são Bem Vindos!

    Autor Mensagem
    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13


    Olá pessoal,

    Sou novo aqui no fórum, mas pesquisando pela internet vi que aqui existem várias pessoas que podem me ajudar a realizar um velho sonho que tenho desde a adolescência, mas que só agora eu posso ter condições de concretizar. No entanto, acho que para que vocês possam me ajudar é melhor que eu explique mais ou menos a minha situação e como eu penso, certo?

    Logo de cara, quero deixar bem claro: NÃO SOU MÚSICO PROFISSIONAL, ou seja, não faço da música o meu ganha pão. No entanto, tenho a música para mim como algo muito mais do que um hobby. Toco guitarra há mais ou menos 13 anos, mas a música sempre esteve muito presente na minha vida desde pequeno (sabem como é, um pai que é fã de Genesis/Phil Colins, Pink Floyd, Aerosmith e The Who acaba fazendo essas coisas com os filhos, hehe...). Como a maioria dos guitarristas, minha adolescência foi baseada no rock, hard rock e heavy metal, mas depois de mais velho passei a escutar também mais música brasileira, fusion e jazz. E embora eu tenha consciência de que eu ainda não tenho calibre teórico/pratico para sair por aí improvisando de maneira livre e verdadeira sobre standards elaborados, também sei que não sou um completo zero à esquerda nas seis cordas.

    A grande questão é que eu nunca pude ter um instrumento realmente bom. Para vocês terem uma ideia, nunca tive uma guitarra que passasse de R$1000 - 1500... Todas as minhas experiências com instrumentos top foram tocando guitarras de amigos músicos. Porém, felizmente os tempos são outros e a vida melhorou! E acho que, depois de tanto esforço e trabalho, eu mereço fazer um agrado ao pequeno músico que existe dentro de mim.
    Minha maior limitação, além do fato de eu não ser nenhum milionário (hahaha), é a minha própria consciência: realmente, para que não vive de guitarra, investir em muitos instrumentos (um para cada estilo, cada um com uma configuração mais focada em uma determinada sonoridade) parece demais para mim, pelo menos nessa fase da minha vida em que há muita coisa grande rolando ainda (planos para casamento e coisas do gênero). Então, eu vi que o que compensa pra mim agora é ter um instrumento TOP, mas que seja muito versátil; algo com que eu consiga matar a minha saudade da juventude movida a Joe Satriani/ Steve Vai, tocar um rock mais pesadinho de vez em quando, sem me impedir de obter timbres RELATIVAMENTE convincentes de jazz/fusion, que é o que eu mais ouço nesses últimos anos.
    Seguindo esse pensamento, e sabendo que importar guitarras muito TOP é um processo trabalhoso, arriscado e que muitas vezes acaba não compensando financeiramente; decidi por encomendar uma guitarra custom, feita por um ótimo luthier.
    Abaixo, vou descrever as especificações que eu pensei, seguidas das justificativas. Gostaria que vocês opinassem a respeito, tendo em mente a minha necessidade, ou seja, um instrumento TOP com foco na versatilidade.

    Design: Uma super strat, ou seja, parecida com as stratocasters, porém com um perfil de braço mais confortável/rápido, com 22 casas e construção bolt-on, aliado a cutaways ligeiramente ampliados. Sei que muitos acham a construção set-neck melhor em termos de ressonância, mas é que eu já vi tantos modelos bolt-on bem construídos soarem lindos, que realmente não acho que haja tanta perda de timbre. Além do mais, a manutenção em guitarras bolt-on é sempre muito mais simples. Outro ponto em relação ao design é que eu não queria nada muito espalhafatoso, como as Ibanez da vida... Algo mais sóbrio, que me faça parecer cool tocando rock, sem parecer um adolescente de 15 anos quando eu for tentar tocar jazz.

    Madeiras: corpo em mogno (para engordar o timbre, aquecendo com graves e médios) com top em maple (para equilibrar as características do mogno, dando um brilho e ataque extra). Achei melhor a ideia de combinar duas madeiras de personalidade marcante e complementares, do que arriscar uma madeira transparente às frequências como o Basswood e correr o risco de ficar com um som genérico e sem detalhes.
    O braço é uma grande dúvida, pois meus conhecimentos e prática não me ajudam tanto. Inicialmente, pensei em braço e escala em maple (ou pau ferro, se eu decidir por uma madeira escura, mas com sonoridade próxima à do maple), para finalizar o complemento sonoro ao corpo de mogno. Porém, a maior parte das guitarras que toquei por um longo tempo tinha escala em rosewood, e eu ainda não sei se vou sentir falta do som mais aveludado. Sugestões são muito bem vindas!

    Hardware: Tarraxas Spertzel com trava, trastes jumbo em stainless steel, e uma ponte single-lock gotoh 510 de dois pivôs, com uma escavação do corpo para que fique flutuante. Sei que nesse ponto, os jazzeiros de plantão vão querer me enforcar, mas é que como o foco é versatilidade e eu ainda gosto de um rock razoavelmente agressivo, esse foi um dilema que eu tive que resolver. A princípio, eu não ia optar pela configuração flutuante, porém ao pesquisar sobre as guitarras Suhr do Guthrie Govan (um guitarrista fusion que acho que todo mundo aqui conhece), vi que é possível tirar timbres bonitos e jazzísticos de uma guitarra assim se ela for bem construída e ainda contar com a ajuda do Tremol-No, que é um dispositivo que permite transformar uma ponte flutuante em um simples trêmolo ou em uma ponte completamente fixa em poucos segundos. Ele consegue ótimos resultados, mesmo usando tudo isso em uma guitarra com 24 casas (que tinha tudo para perder a cremosidade definida do captador da ponte). Além disso, eu não gosto do visual "metaleiro" das floyd roses e queria ter um sistema que me permitisse mudar as afinações diretamente nas tarraxas, sem ter aquele trabalho enorme que as floyds dão.

    Captação: com a versatilidade em mente, pensei no bom e velho set de humbucker na ponte, um single no meio e outro single no braço, controlados por uma chave de 5 posições e apenas um knob de volume master e outro de tone master (acho legal a ideia de não ter setenta knobs de tone na guitarra, deixa um visual mais limpo). Ainda não me decidi completamente, pois novamente aquela Suhr do Guthrie me surpreendeu com aquele ótimo humbucker no braço, o qual pode ser transformado em single coil com o auxílio de um knob com opção push-pull. Aliás, todos os captadores dele são ótimos e, por não terem uma saída tão forte, deixam a madeira falar bem (Suhr SSH+ na ponte, Suhr ML Standard no meio, e Suhr SSV no braço). Porém, eu nunca realmente toquei numa Suhr, nem nunca usei os captadores dessa marca. Outra opção que acho versátil e "segura" seria um set da Seymour Duncan com um SH-10 Full Shred na ponte, um APS-1 Alnico II Pro, e um SH-2 Jazz Model no braço.
    Claro, estou aberto também a sugestões nos captadores! Não toco em Dimarzios há muito tempo, então não tenho mais opinião ou conhecimento sobre modelos. Sei também que há muitos de vocês que conhecem captadores custom brasileiros, o que poderia me ser útil inclusive pensando financeiramente, já que os sets que eu citei acima podem não ter o melhor custo/benefício. Já vi bastante gente falando dos Fullertones, mas a minha experiência com esse tipo de captador é zero, então novamente a opinião de vocês seria muito valiosa.

    Abaixo, coloco dois links com umas demonstrações da Suhr do Guhrie Govan, para que vocês possam entender o tipo de versatilidade que eu quero.

    http://www.youtube.com/watch?v=RD1BreeMzGA

    http://www.youtube.com/watch?v=BGTOKU4hD9g

    Por fim, gostaria de recomendações sobre luthiers em São Paulo-SP. Como quero um serviço perfeito, estou pensando em dar preferência a luthiers que fazem a maior parte do serviço pessoalmente ou em pequenas equipes (portanto, coloco gente como N. Zaganin e Music Maker fora dessa jogada). Ouvi falar muito bem do João Cassias e do pessoal da Dunamiz Custom Shop, mas não conheço pessoalmente o trabalho de nenhum deles. Sei que o João faz mais archtops, acústicos e algumas Les Pauls, mas como vi no facebook dele uma réplica da Strato do John Mayer, acho que não é impossível que ele tope fazer uma guitarra como a minha.
    Outra alternativa é que minha família mora em Americana, no interior de São Paulo. Lá há um luthier chamado Igor Petinatti, que trabalhou no passado com outro cara relativamente famoso na região, o Ronay. Já toquei em algumas guitarras dele há muitos anos e em breve estarei passando lá pra testar algumas para ver se eu gosto. Queria saber se alguém aqui conhece o trabalho dele e como ele ficaria em termos de qualidade em relação ao pessoal da Dunamiz ou ao do João Cassias.

    Bom gente, é isso! Agradeço a todos desde já, e peço desculpas pelo longo texto!
    Um abraço a todos.

    Schenker
    Veterano
    # dez/13
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    Aconselho a dar uma olhada em braços com escala em ébano tb. ou mesmo marfim, para ficar com sonoridade e cor de maple bem pareicdas.

    tão importante quanto madeiras é vc decidir qual vai ser o comprimento da escala. se 24 3/4 ou 25 1/2 (ou 25, se for mais pra PRS). altera feeling, timbre e pegada.

    luthiers em sampa eu indico o Benedetti. construção de instrumentos muito boa, experiencia de 20 anos de mercado.

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13
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    Schenker
    Valeu, cara! Eu não conhecia o Benedetti! Vou pesquisar a respeito dele!
    Quanto ao comprimento da escala, eu prefiro o padrão da strato, 25 1/2, pois apesar de não ter dedos compridos, eles são meio grossos, e como eu pretendo usar trastes jumbo, acho que se eu escolhesse uma escala menor eu iria sofrer um pouco pra fazer certos acordes nas casas mais agudas, às vezes eu teria que forçar muito para manter vários dedos em paralelo numa mesma casa...

    ALF is back
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva
    tbm ouço falar mto de Dunamiz e Joao Cassias...alias, nosso amigo MMI daqui do fórum conhece de perto o trabalho de ambos...sobre o Edu Fullertones, o MMI tbm o conhece mto bem...to bem que me recomendou e fiz um captador com ele que resolveu todos os meu problemas que eu tinha com meu antigo Seymour Duncan JB...posso te atestar a qualidade do trabalho dele baseado neste único captador q ele fez pra mim...assim como o MMI, eu recomendo demais o Edu!
    Sobre outros luthiers, o q melhor conheço q pode te interessar é o Celso Freire, que faz as guitarras Dreamer (Edu ardanuy usou, Hussein Haddad usa, André Nieri usa)...ainda não fiz nenhuma guitarra com ele, mas como sou de Campinas e ele tbm, sempre que levo minha guitarra lá pra regular ou fazer alguma manutenção, testo diversas Dreamers...posso falar da qualidade bizarra dessas guitarras...coisa de louco...é bem no nível suhr, charvel, Music man, prs...A questão é q eu acho q as guitarras dele são mto mais caras q as Dunamiz ou JCassias...e a qualidade pode ser a mesma...ai vai de conhecer bem todos os luthoers em questão pra decidir...mas recomendo!
    Só pra vc ter uma ideia, testei uma strato dreamer, aparentemente simples (mas cheia de chavinhas meio ocultas, botões embutidos nos knobs, e todos eles push pull, Ponte pivo 2 pinos, hardware todo graphtech, captadores S S S lindy fralin, csptadores piezzo...enfim, guitarra FODA...7 pau....assusta mto vc olhar pra uma strato top visualmente simples de luthier que não seja fender nem outra marca top e ouvir q ela custa tudo isso...mas quando vc toca, sente nitidamente o pedigree...é muito acima de uma fender American standard...outra conversa! mas ai falar q é melhor q outros luthieres já é difícil...a verdade é q esses instrumentos desta categoria que estamos conversando obviamente não tem nenhum custo beneficio, pois chega num nível de instrumento onde a qualidade e o gosto pessoal são separados por uma linha tenue

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13 · Editado por: davissilva
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    ALF is back
    Valeu também, ALF! Então, também concordo que nesse nível a questão não é tanto custo benefício. O que eu faço questão é que a guitarra seja construída com muito cuidado, sabe? Pra mim, ela não precisa ser construída com madeira fossilizada a 71,25ºC em madagascar, ou ter hardware da NASA folheado em platina, hahaha... Eu não estou procurando extravagâncias (até porque, como eu já disse, tô bem longe de ser rico, hahaha); o que eu estou procurando é muito capricho, cuidado e som. Mas, claro, se for necessário gastar a mais por algo que realmente vai acrescentar ao som, eu estou disposto a fazer sacrifícios. O custo/benefício não é a única coisa que está me dirigindo. Se eu tiver que aguardar, juntar mais dinheiro, esperar passar o meu casamento pra juntar um pouco mais, coisas assim, tudo bem, eu espero. Só quero é ter uma guitarra na minha mão que, cada vez que eu ouvir algo que eu não goste ou sentir alguma imperfeição, eu tenha certeza que a culpa é minha, não dela, hahaha.

    MMI
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva

    Não entendi seu argumento para querer o braço parafusado, mas nem precisa se explicar se é o que você quer.

    minha adolescência foi baseada no rock, hard rock e heavy metal, mas depois de mais velho passei a escutar também mais música brasileira, fusion e jazz.

    Quando li isto achei que a opção iria direto numa Les Paul. Fiquei até surpreso, mas seu lado Vai/Satriani parece ter pesado mais na escolha, caindo para a Suhr do Govan. Putz, desculpa... Mas falar em jazz nesse tipo de guitarra não vai me convencer, no video não me convenceu em nada. Tudo bem, aquilo ali é um som de humbucker com tone fechado.

    eu nunca realmente toquei numa Suhr, nem nunca usei os captadores dessa marca. Outra opção que acho versátil e "segura" seria um set da Seymour Duncan com um SH-10 Full Shred na ponte, um APS-1 Alnico II Pro, e um SH-2 Jazz Model no braço.

    Os captadores Suhr são bem bacanas. Se eu entendi bem o que você procura, o negócio é pegar um captador de Alnico, mais fraco. Acho mais legais que o Seymour inclusive.

    Pelos vídeos, acho que o caminho do HSH, com humbuckers splitáveis, uma ótima escolha.

    Por fim, gostaria de recomendações sobre luthiers em São Paulo-SP. Como quero um serviço perfeito, estou pensando em dar preferência a luthiers que fazem a maior parte do serviço pessoalmente ou em pequenas equipes (portanto, coloco gente como N. Zaganin e Music Maker fora dessa jogada). Ouvi falar muito bem do João Cassias e do pessoal da Dunamiz Custom Shop, mas não conheço pessoalmente o trabalho de nenhum deles. Sei que o João faz mais archtops, acústicos e algumas Les Pauls, mas como vi no facebook dele uma réplica da Strato do John Mayer, acho que não é impossível que ele tope fazer uma guitarra como a minha.

    Seu projeto tem muita cara de Music Maker, era o que eu iria falar até chegar nessa parte. Confesso que pensei também no nosso (ex) colega daqui, o Fabio Seiji, mesmo o Celso Freire que não conheço bem (vi uma vez só) mas o colega ALF is back sempre fala tão bem - tirando a queda dele por EMG, kkkk.

    Me surpreendeu um pouco ver o pessoal da Dunamiz e o João encabeçando a lista, mesmo achando que eles são dos melhores luthiers que existem no país. Já vi uma guitarra baseada em Music Man da Dunamiz, mas nunca nem toquei no assunto direito com eles a respeito de superstrat de braço parafusado. Não é exatamente ao que eles se dedicam, eu fico curioso para saber se o "ponteirinho do tesãozômetro" subiria num projeto como este para eles.

    ALF is back

    uma strato dreamer, aparentemente simples (mas cheia de chavinhas meio ocultas, botões embutidos nos knobs, e todos eles push pull, Ponte pivo 2 pinos, hardware todo graphtech, captadores S S S lindy fralin, csptadores piezzo...enfim, guitarra FODA...7 pau....assusta mto vc olhar pra uma strato top visualmente simples de luthier que não seja fender nem outra marca top e ouvir q ela custa tudo isso...

    Não tenho a menor ideia de preço deles para isso, mas desconfio que não foge muito disso para uma guitarra custom com essa configuração.

    GuitarristaDoNickEstranho
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva

    Como o MMI falou, concordo que seu projeto tem meio que a cara da Music Maker.

    Outro que eu indiciaria, por muitas coisas que li, algumas inclusive aqui no FCC, é o Peruzzo. O trabalho dele parece ser de muito boa qualidade, e os preços também são bons, de acordo com as cotações que fiz com ele, achei super honesto o preço.

    No site dele tem alguns modelos que ele já construiu. Dá uma olhada se algum se encaixa, pelo menos um pouquinho, mais ou menos na ideia do seu projeto.

    Eu achei uma aqui, talvez você curta, tem algumas das características que você citou, só falta colocar um single no meio...

    http://www.peruzzoguitars.com.br/site/produtos_detalhe.php?id=152

    ALF is back
    Veterano
    # dez/13
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    MMI
    davissilva
    é verdade, o Celso Freire gosta mto de EMGs...ou a emg gosta mtp dele....hehehehe
    Creio q ele tenha alguma parceria com a marca...ele defende mto q os emgs são estigmatizados pelo set 81/85 e derivados, sendo captadores de metaleiros e etc...segundo ele, single coil ativo é a oitava maravilha do mundo...eu discordava até testar uma telecaster dele com um par de ativos single coils maravilhosos...é aquela telecaster cor de madeira crua, do André Nieri...a guita tava lá pra ele regular e testei...caraca, q timbre! Tinha uma chavinha q fazia dei lá o q, o timbre ficava meio rouco e perdia mais ganho...ele explicou mas não entendi hauhauahua
    eis o link pro video que ele usa essa tele:
    http://m.youtube.com/watch?v=xjjNbJT8cQk&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3Dxj jNbJT8cQk
    Não tenho duvidas que os captadores são animais e q a guitarra é top, mas conheço mto pouco sobre captadores no geral pra dizer q são os melhores q ja toquei...mas pelo menos esses singles aí, não tem um voice muito Texas não...estao mais pra um noiseless magro...anyway, são mto fodas!

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13 · Editado por: davissilva
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    MMI
    Não entendi seu argumento para querer o braço parafusado, mas nem precisa se explicar se é o que você quer.

    Não sei se me fiz entender bem... Bom, você deve estar careca de saber, mas só pra deixar claro, o modelo set-neck a que me refiro é com o braço colado, inteiriço ao corpo, como nessa foto:

    http://guitarline.ru/images/2010_03/GG_Set-Neck10_big.jpg

    Modelo bolt-on é com o braço parafusado, como as stratocasters:

    https://lh6.googleusercontent.com/_tsZoBpiur1M/Tctf22Bb2ZI/AAAAAAAABjA /13T7aImm3Fs/rasmus_gg3.jpg

    O set-neck é classicamente tido como melhor para transferir as vibrações entre o corpo e o braço, porém hoje em dia ouvi dizer que há braços bolt-on bem construídos que apresentam essa mesma virtude. Um dos que dizem isso é ninguém menos do que o Ed Roman que, até falecer no ano passado, era o único fornecedor autorizado de braços para substituição pela PRS (ele fazia inclusive braços custom que não eram disponibilizados diretamente no catálogo da PRS, mas ainda sim levavam a garantia da marca). Ironicamente, a maioria das PRS são construídas usando a técnica set-neck, então fica uma dúvida nesta área pra mim. Uma vantagem teórica da construção bolt-on seria no caso de um acidente com a guitarra afetando apenas o braço, pois permite um reparo, ou mesmo uma substituição completa, de forma mais fácil e sem mexer tanto no resto do instrumento. Mas é claro que eu pretendo cuidar muito bem dessa guitarra, então esse fator não é estritamente necessário e estou completamente aberto à mudanças. Me diga você: na sua opinião, a diferença de set-neck para bolt-on é realmente significativa, mesmo com as tecnologias de construção atuais e uma escolha correta de madeiras e hardware?

    Putz, desculpa... Mas falar em jazz nesse tipo de guitarra não vai me convencer, no video não me convenceu em nada. Tudo bem, aquilo ali é um som de humbucker com tone fechado.

    Não precisa se desculpar, hahaha... Eu sei que esse não é o timbre perfeito para jazz; inclusive eu até coloquei em maiúsculas na minha explicação que queria um som RELATIVAMENTE convincente de jazz/fusion. Achei que por eu ter colocado o fusion junto, isso tinha ficado mais claro, hehe.

    Me surpreendeu um pouco ver o pessoal da Dunamiz e o João encabeçando a lista, mesmo achando que eles são dos melhores luthiers que existem no país.

    Não sei te te compreendi bem, mas o que você quer dizer é que esse estilo de guitarra não "necessita" de luthiers do nível do João ou da Dunamiz? Eles são demais para esse tipo de guitarra?
    Se realmente esse for o seu ponto de vista, bem, eu respeito. Acompanhei bastante os seus posts aqui e sei tanto da sua grande experiência, quanto do seu bom gosto. Foi exatamente por isso que o chamei, pois a sua opinião realmente me pareceu muito sensata e de valor. Vi também o seu set de instrumentos, todos realmente impressionantes. Mas eu não sei se concordo com o conceito de que o tipo de guitarra em que estou interessado é, de algum modo, inferior, por ele ser idealizado para um propósito completamente diferente. Veja, eu entendo completamente a diferença que uma archtop semi-acústica do nível de uma Benedetto faz para um tocador de jazz. Também entendo a diferença que uma Les Paul 59 faz para alguém que quer um som hard rock mais tradicional. Ambos são expoentes e referência em seu estilo, verdadeiros monumentos. Porém, esse não é exatamente o meu propósito. Além disso, na minha cabeça eu sempre achei que para fazer o som que eu quero existe sim espaço para instrumentos realmente ímpares, de altíssimo nível, pois acredito que eles também façam a diferença. Sabe, apesar da minha relação com o Satriani/Vai, não é a minha intenção submergir minha guitarra sob um oceano de efeitos, compressores e pós-processamento, ou ficar fazendo barulhinhos infantis com uma ponte flutuante. Eu realmente aprecio som da guitarra como ele é, de um jeito mais simples, e acho que tudo isso pode ser usado de forma madura e funcional em benefício da música, ao invés de simplesmente por puro malabarismo.
    Sendo assim, permita-me cordialmente discordar de você apenas neste ponto, meu amigo =)
    Caso não tenha sido isso que você quis dizer, por favor desconsidere o que eu falei acima.

    Já vi uma guitarra baseada em Music Man da Dunamiz, mas nunca nem toquei no assunto direito com eles a respeito de superstrat de braço parafusado. Não é exatamente ao que eles se dedicam, eu fico curioso para saber se o "ponteirinho do tesãozômetro" subiria num projeto como este para eles.

    Realmente esse é um ponto importante, pois pra mim também é importante que o luthier se empolgue com o projeto. Quanto ao pessoal da Dunamiz, eu já vi fotos da guitarra baseada na Music Man 7 cordas que você citou, bem como fotos de Explorers, Flying V's e coisas do gênero feitas por eles. Por isso, penso que eles sejam mais abertos a fazer uma guitarra não tão "clássica" do que o João Cassias. Porém, vi no facebook do João uma réplica da stratocaster do John Mayer... Então pensei que talvez houvesse uma chance de ele ter algum interesse, já que a strato do John Mayer é, no fundo, uma "guitarra de braço parafusado", como você mesmo disse. E, pensando no fato de ele ter feito uma réplica, ao invés de um modelo próprio ou com modificações, me fez pensar que talvez exista a possibilidade de convence-lo a fazer algo diferente, se eu tiver lábia o bastante, hahaha...
    Na verdade, acho que a grande diferença é que esses instrumentos que eu citei são bem focados em um propósito, enquanto o meu é focado na versatilidade. Porém, acho que isso não o rebaixa à categoria de "genérico", digamos assim. A Strato do John Mayer é uma strato comum, só que com uma qualidade absurda de construção, madeira e componentes, além de um certo glamour... E nada impede que o meu projeto compartilhe justamente dessa intenção, entende?
    De qualquer forma, concordo com você e, caso eles se neguem a fazer o projeto por conviccções artísticas ou eu perceba que será algo não tão bacana para eles, bem, eu pensarei em procurar outra opção sem o menor problema ou ofensa. Afinal, esses caras são artistas e eles tem que fazer o que gostam e acreditam. Não serei eu a forçar a barra.

    PS: valeu pelos conselhos, principalmente quanto à captação, que era um ponto em que eu estava um tanto perdido. Espero que eu tenha me expressado bem e que você entenda que, apesar das nossas diferenças conceituais, eu gostei muito de saber a sua opinião!

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13
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    GuitarristaDoNickEstranho
    Valeu pelos conselhos também! Eu até vi alguma coisa do Peruzzo, mas o fato de ele ser do RS meio que também tornou as coisas desnecessariamente complicadas pra mim, eu acho. Queria fazer a guitarra em um lugar onde eu ao menos pudesse visitar a oficina, tocar algo e ver tudo com meus próprios olhos, entende? Mas mesmo assim, valeu pela dica!

    GuitarristaDoNickEstranho
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva

    Tranquilo, cara. Se você puder ter essa opção de conversar com o luthier pessoalmente, ver o andamento do processo, testar outros modelos e tal, é melhor mesmo.

    Eu que tô lascado, porque moro no interior de AL. Na minha cidade não tem luthier. Eu ouvi falar de um em um vídeo que vi na internet, que é de Maceió, mas daí além de já ser um pouco longe, não sei na da da reputação dele. Caras como o Ivan da Music Maker, o Peruzzo, ou o Felipe da Dunamiz, sobre eles já tenho muita informação boa que me dá segurança de, mesmo à distância, fazer um projeto legal.

    Tô preparando as especificações de uma Les Paul bem legal pra fazer com eles. Só falta escolher os captadores e convencer a minha noiva.

    MMI
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva

    Não vejo razão, eu nunca precisei trocar um braço. Eu sei que acontece, mas um acidente grave que quebre o braço, tanto faz como foi feita a guitarra. Ferrou!

    Eu conheci o Ed Roman, tinha loja em Las Vegas. Um tanto polêmico o cara, mas conhecedor. Nem sempre as opiniões fortes dele são verdades absolutas.

    O braço parafusado pode se aproximar de um colado, especialmente se o luthier fizer um encaixe perfeito, bem apertado, que entre quase que martelando. Quase ninguém faz isso... Mas cada tipo tem uma aplicação, uma das razões da strato ser strato é exatamente o braço parafusado. Ou seja, tem várias formas de se fixar o braço seja colando ou parafusando, depende. Mas tem diferenças sim. Eu não pensaria numa de braço parafusado.

    Caso não tenha sido isso que você quis dizer, por favor desconsidere o que eu falei acima.

    É... Você não entendeu.

    De toda forma, uma guitarra como essa Govan de braço parafusado não precisa de uma habilidade tão incrível para funcionar. Se o plano fosse mais para uma PRS, aí a conversa iria mudar um pouco, complica um pouco mais.

    É só a questão de você definir bem o que quer e falar com os caras.

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13 · Editado por: davissilva
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    MMI
    Hummm, entendi. Mas, na sua opinião, se o braço nesse meu projeto fosse construído ao modo set neck, qual seria essa diferença tão gritante em relação às PRS que você se refere, além é claro da ponte ser flutuante e o corpo ser um flat-top? Qual o X da questão?
    Há inclusive um modelo set-neck da antiga Suhr do Govan, dá uma olhada aqui:

    http://www.musicradar.com/reviews/guitars/suhr-guthrie-govan-sn-259614 /

    MMI
    Veterano
    # dez/13
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    davissilva

    Conheço essa guitarra. Aliás, acho que o ponto alto dela é o encaixe do braço.

    Muda bastante o fato de ser carved top ou flat top. Depois outras questões como o encaixe do braço, frisos, materiais usados, radius...

    davissilva
    Membro Novato
    # dez/13
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    MMI
    Muda bastante o fato de ser carved top ou flat top.

    Sim, disso eu até tenho uma certa noção... O carved top, pela relativa assimetria em relação ao bottom, gera mais pontos de ressonância e enriquece o timbre. De fato, esse é um fator que eu já tinha até pensado e daria um ar mais de PRS, mas não tinha decidido nada a respeito ainda porque estava focado em outros aspectos... Por outro lado, as stratocasters são flat top e possuem características que também me agradam, então acho que aí já seria mais uma questão de gosto de sonoridade do que "qualidade" do instrumento.

    Depois outras questões como o encaixe do braço, frisos, materiais usados, radius...

    Ué, mas eu achei que eu tinha deixado claro que esses eram os diferenciais que eu estava atrás: fazer uma guitarra com construção, acabamento e materiais impecáveis. Por isso cogitei a Dunamiz ou o João, entende? E é por isso que eu pensei em vir aqui pedir a opinião do pessoal mais experiente, como você, hehe.

    Agora, quanto ao radius... Sempre achei que ele seria simplesmente um fator responsável pelo conforto e tocabilidade do guitarrista, sem uma influência na sonoridade em si. Você citou esse fator como importante por achar que ele influencia algo no som ou apenas por ser um ponto chave na dificuldade técnica da construção?

    FStanzani
    Veterano
    # nov/14
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    Ressuscitando o tópico...

    Encomendei uma Dunamiz Les Paul que acabou de ficar pronta. No meu blog eu conto a história, e tem várias fotos do processo, bem como da guitarra pronta:

    http://euamoguitarra.blogspot.com.br/p/dunamiz-les-paul.html

    JotaEmidio
    Veterano
    # nov/14
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    FStanzani

    Cara, sua guitarra ficou linda. Faça um bom proveito.
    Vai postar um vídeo fazendo um som em breve? Seria legal.

    FStanzani
    Veterano
    # nov/14
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    JotaEmidio

    Farei um vídeo sim!

    JJJ
    Veterano
    # nov/14
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    FStanzani

    Parabéns, muito bacana!!!

    E seria interessante o pai do tópico também aparecer e mostrar a que montou (se montou)...

    FStanzani
    Veterano
    # dez/14
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    Como prometido, coloquei os vídeos no blog. Segue o link:

    Eu amo Guitarra - Les Paul Dunamiz

    SkyHawk
    Membro
    # dez/14
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    FStanzani
    Parabéns pelo belíssimo instrumento ! Uma verdadeira jóia !

    davissilva
    Membro Novato
    # fev/15
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    JJJ
    Kkkk, é... Andei sendo um pai ausente ultimamente...
    É que, na verdade, tanta coisa aconteceu na minha vida nesses últimos meses que eu até tinha esquecido que eu tinha feito esse tópico... E esquecido a minha senha do fórum, então eu sempre entrava como visitante e não via o aviso que tinha gente comentando aqui ainda, hahahaha

    Mas, resumindo, após um hiato de quase um ano, eu retomei os contatos com a galera da Dunamiz e nós já iniciamos meu projeto! Confesso que ele ficou um pouco diferente do que o que está descrito ali no início, pois fui lendo muito, experimentando guitarras diferentes e tanto o Felipe quanto o Fabrício lá na Dunamiz trocaram muitas opiniões comigo.

    O projeto foi baseado nessa guita da Suhr: Suhr 2014 Collection - The One

    Porém a gente optou por não copiar designs, mas sim inventar tudo do zero, corpo e headstock. E essa foi uma parte bem legal, porque o Felipe fazia o projeto no Corel e me enviava para ver o que eu achava. Aí eu pegava e fazia algumas alterações usando o photoshop ou coisas do gênero, de forma a explicar o que eu queria que mudasse e mandava pra ele de volta. Aí depois ele reprojetava e me mandava uma nova proposta, tentando atender as idéias das minhas modificações, mas claro, com um toque muito mais profissional.

    Fizemos esse caminho umas 3 ou 4 vezes até que decidimos o design básico, que já foi enviado para um lugar para fazer os gabaritos cortados à laser.

    No final, minha guitarra ficou um híbrido bem interessante entre uma superstrato e uma les paul, mas também permaneceu diferente de uma PRS.

    O corpo terá o fundo em mogno leve, com um top em mogno pesado e altamente figurado, da mesma linha do mogno usado no corpo da guitarra do FStanzani , porém será uma peça ainda mais figurada, com algumas regiões bem no estilo flammed e outras meio spalted, e tudo será ainda mais distorcido e acentuado porque o top não será plano, mas sim será escavado e concavo, como nas PRS/Les Paul. Talvez inclusive façamos alguns detalhes no carve, como a extensão do entalhe até os chifres da guitarra, lembrando um pouco as ESP Horizon NT II .

    O braço será de uma linda peça de Wenge, com escala em Rosewood brasileiro, e ele será ligado ao corpo no método set neck long tenon, lembrando as Suhr set necks mesmo.

    A escala será 24,74", como nas Les Paul, com trastes 0,90x0,55" pra dar uma aliviada nos bends.

    Tarraxas com trava Sperzel, nut Graphtech auto-lubrificado, ponte Hipshot US Contour de 2 pivôs, instalada como flutuante e estabilizada com o Tremol-No.

    A captação eu resolvi manter toda Suhr, depois de tocar com algumas, ficando Suhr SSH+ na ponte, Suhr ML Standard no meio, e Suhr SSV no braço.

    Da elétrica, ficou uma chave de 5 posições e apenas dois knobs, que serão entalhados em madeira, sendo do tone com sistema push pull pra splitar o humbucker do braço.

    O acabamento ainda estamos decidindo, porque eu sou meio relutante em deixar tudo muito cru, então estou pendendo para o uso de um pouco de cor, só que translúcida, pra mostrar bem as figurações.

    Por enquanto é só!!! Prometo que vou atualizando aqui conforme as coisas forem evoluindo!!!!

    JJJ
    Veterano
    # fev/15
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    davissilva

    Beleza! Deve ficar show. Fotos, assim que possível!

    rafael_cpu
    Veterano
    # fev/15
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    davissilva

    Aguardando fotos também :D

    T+

    br_cabral
    Veterano
    # jul/16
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    davissilva

    ficou pronta? aguardamos ansiosos!!!

    aproveitando o tópico, alguem recentemente fez algo com a music maker? estou afim de fazer uma strato mas com algumas especificacoes que o davissilva tinha em mente!

    Vlw pessoal!

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