A Polêmica, sob outro ponto de vista! Técnica e Feeling!

Autor Mensagem
Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig


Confesso que escrevi este texto faz tempo e fiquei inseguro em publicar aqui.Porque sempre quando se fala em Técnica Vs Feeling, a polêmica toma conta geral.

Isso, quase sempre ocorre, porque movido pelas paixões, deixamos de analisar alguns fatos importantes, que vão muito além do ouvido absoluto, facilidades, dedicação, disciplina, senso estético e tudo mais que envolve tocar um instrumento... o ser humano.

Para compreender melhor o porque de algumas diferenças é preciso de despir de preferências, tentar se desenquadrar de uma ou outra realidade e olhar o outro, o seu semelhante, olhar além de seu umbigo, de suas qualidades ou preferências, e acima de tudo, tentar se libertar da tendência natural de quase todo ser humano...”a de estar sempre certo”.

Com a base, de algumas décadas, ligado a músicos de vários estilos, características e padrões diferentes, pude observar alguns aspectos que, se analisados com atenção, nos guiam melhor nesse imenso oceano de diferenças.

O fato de alguém ser muito intuitivo não o desqualifica tecnicamente, assim como o de alguém ser muito técnico não o destitui de emoções.

No entanto, esta forma equivocada de análise tem uma raiz, que não é regra mas é bem comum na maioria dos perfis.

Fazer uma análise detalhada, dos vários meio termos, os que habitam em algum dos vários graus da zona entre técnica e feeling demandaria muito texto, então vamos tratar só dos extremos, contudo, cientes da imensa gama entre estes extremos.

Existem pessoas com um perfil extremamente competitivo. Isso é uma característica, e ser positiva ou negativa depende de cada um, não vêm ao caso aqui. Contudo, de forma geral o competitivo quer ser o melhor, quer vencer. Mesmo que seja um músico ele necessita ser mais perfeito, mais conhecedor, mais dedicado, mais veloz, mais preciso.
Ele encara o instrumento e o conhecimento musical teórico e prático, quase como um esporte. Geralmente seu prazer e satisfação pessoal é ser o melhor e admirado por isso. Ele não quer ouvir "sua música é boa", ele quer ouvir "você toca pra caraleo", "você é o melhor".

Geralmente pessoas com este perfil costumam partir para um lado bastante técnico da música, alguns veem a música matematicamente, onde cada nota tem seu espaço segundo regras rígidas de campos harmônicos e lógica musical.

Portanto, você precisa entender, que um cara que se dedica 6 à 10hs por dia estudando e praticando seu instrumento, tem muita dificuldade em aceitar que um cara que mal estuda, não sabe nada de teoria, tem uma técnica absolutamente deficiente (devido à pouca dedicação à exercícios), tenha espaço e seja reverenciado como bom músico.

Do outro lado, temos pessoas com um potencial criativo e necessidade de expressar seus sentimentos através da arte de uma ferocidade atroz. Estes seres, são quase como panelas de pressão prontas a explodir, e a válvula de escape a esse turbilhão é a arte. Perceba, que nesse extremo a arte é o X da questão. A música é apenas um dos veículos que chegou a ele, seja pela influência do meio ou por acaso. Não fosse a música, ele seria pintor, dançarino, ator, qualquer outra coisa. Estes encaram o instrumento como uma arma para disparar suas emoções e criações, o estudo, técnica e tudo que envolve, são secundários e necessários só até o ponto em que ele necessita para se expressar. Alguns com muita facilidade e ouvido privilegiado, ou mesmo a parte motora melhor, faz-se totalmente desnecessário para ele aprender qualquer coisa, ele simplesmente toca de seu jeito e pronto.

O embate só existe, por conta do ego, de cada grupo achar que seu caminho é o único correto ou o melhor. Esse é o ponto, este é o erro.

A questão tem de ser formulada com fatores lógicos que realmente respondam algumas dúvidas e diminuam as divagações baseadas na emoção.

Qual o ponto positivo de cada extremo?

Sem a dedicação técnica, sem a ambição de cada vez ser melhor e fazer o mais difícil, não teríamos a evolução que tivemos no instrumento.
Você já parou para pensar porque os guitarristas de hoje são tão melhores (tecnicamente) que os dos anos 60? Porque você já começa a aprender ouvindo um padrão técnico melhor, que tocam mais difícil. Seu cérebro já se acostuma com um padrão mais sofisticado. Qualquer moleque dedicado hoje em dia toca mais da metade do repertório de Jimi Hendrix, (não tô falando em pegada, etc, tô falando em técnica) coisa que uma minoria conseguia no início dos 60.

Os músicos técnicos fazem a roda girar, fazem a coisa evoluir e atingir padrões maiores de melhoria e sofisticação.

Os intuitivos, nos lembram que a arte existe e que ela é o principal.
E reforçam que ela pode muitas vezes ser feita de forma simples sem necessidade de complexidade quando esta, mesmo sem querer, nos afastam do objetivo principal. O objetivo principal da arte é promover o pensamento, é levar o homem a refletir e talvez até promover mudanças. Quem aqui nunca mudou um pouquinho por conta de um livro que leu, um filme que assistiu, uma música que ouviu?

Então, antes de discutirmos se fulano toca muito ou não toca nada, defendendo a posição técnica ou feeling, devemos analisar a contribuição de cada músico à arte e a sua expressão.

Gostar ou não gostar é pessoal... não significa ser bom ou ruim.

Afinal, quem disse que alguém para fazer música precisa saber música? E porque , em contrapartida, alguém não pode querer ser o melhor, o mais rápido, o mais técnico um doutor no assunto?

No fundo, tudo se resume a nossa imensa dificuldade de aceitar o outro, principalmente quando o outro não concorda com a gente.

brunowebguitar
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Belíssimo texto, parabéns!! Não tenho nem o que comentar, você matou a pau qualquer possibilidade de discussão besta envolvendo técnica x feeling!!

aensid
Veterano
# out/12 · Editado por: aensid
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Lelo Mig

Muito bom cara, me fez pensar bastante !

Msess
Veterano
# out/12
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Quem "Frita" com feeling?

Lelo Mig
Membro
# out/12
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brunowebguitar
Valeu cara, a ideia foi abordar muito além do "gosto não gosto!"

aensid
Fazer pensar! Isso sempre é motivo de orgulho!

Msess
Acho que você não leu o tópico inteiro. Até te entendo, ele é grande, a maioria não gosta muito de ler.
Mas obrigado, ainda assim, pela presença.

Floydniaco
Veterano
# out/12
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Lelo Mig

Ótimo texto !


É assim que eu sempre pensei ... o difícil é fazer a granda ´´massa`` parar e ser humilde a ponto de deixar de lado suas preferências e seu orgulho e saber admirar os vários estilos diferentes que podem ser aplicados em um instrumento !

Sou fã de Gilmour , gosto de ouvir música clássica , óperas italianas ... mas nem por isso vou virar para um fã Steve Vai e dizer que o cara é um merda , que só sabe tocar veloz e blá blá blá .... tem que admirar a dedicação do cara e tudo que isso envolve.

Tomaz.
Veterano
# out/12 · Editado por: Tomaz.
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Não pude ler o texto agora, mas sei que vem coisa boa por aí. Amanhã eu leio, preciso ir dormir.

Mas eu acho que toda essa questão de técnica x feeling pode ser resumida em uma frase: a técnica deve servir em favor da música, e não o contrário.

É mais ou menos como Chico Buarque disse uma vez: "Se eu faço música pra pegar mulher? Não! Eu pego mulher pra fazer música."

Kleber Blacklock
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Meus parabéns pelo texto.

Irei expor minha situação com base em seu texto para que ela seja usada como exemplo prático. Estou com 34 anos, toco desde aproximadamente meus 13 anos de idade. Jamais fiz um curso de guitarra de forma correta, nunca me envolvi muito com a teoria, meu negócio era (e até há pouco tempo ainda era assim) copiar solos que eu gostava. Enfim, tocava várias músicas de diversas bandas como Iron Maiden, Guns n' Roses, ou seja, amigos ficavam "embasbacados" com minha facilidade em fazer covers.

Hoje, tento criar algo próprio e dou com os burros n'água. Como não tenho uma boa base teórica, não saio dos acordes maiores, menores, com sétima, etc. Tudo que faço vira "mais do mesmo".

Resumindo: acredito tocar bem, apesar de não ter ouvido apurado para timbrar, tenho o "feeling" necessário para copiar e expressar emoção e sentimento através do que toco, só não tenho conhecimento para criar o que gostaria, ou seja, hoje percebo a limitação em que me encontro e a dificuldade em fazer algo maior do que clonar algo já existente.

É isso.


Kleber Blacklock

Guinervauscko
Veterano
# out/12
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FODA Lelo, FODA!!! Ainda mais quando se lê ouvindo uma música técnicamente cheia de feeling, Parabéns cara!

Migs_LesPaul
Veterano
# out/12
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Muito bom Lelo, ótimo texto, e realmente é assim que as coisas são! Por isso que os guitarristas que usam a técnica a favor da música acabam se destacando, pois é difícil andar nesses dois mundos ao mesmo tempo! Gostei de ler seu tópico, mostra bem o lado humano das coisas!

alv2707
Veterano
# out/12 · Editado por: alv2707
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Lelo Mig
Texto muito bom, definiu bem a coisa, a galera leva muito pro lado do gosto.


Discussão de técnica x feeling eu acho muita besteira

Feeling existe???
É claro que não!! Nunca conheci uma pessoa que fosse capaz de quantificar o "sentimento" dos outros. Tem pessoas que são mais expressivas e outras mais retraídas. Cada um tem um modo diferente de expressar o seu "feeling" e sempre vão existir pessoas para gostarem de cada um desses modos.


Eu por exemplo não sinto "feeling" nenhum na maioria dos guitarristas do Blues. Acho os solos de Eric Clapton e B.B. King mortos e sem expressão nenhuma. E acho que o Malmsteen exala "feeling" não consigo ouvir o Rising Force sem "pular" da cadeira.

Mas como eu disse: eu acho e sinto, outras pessoas vão achar e sentir coisas diferentes mas nenhum vai estar mais certo que o outro.

Sempre que tinha uma progressão Am-G-F-E eu tocava certas notas que minha intuição dizia que caiam bem. Depois descobri que essas notas chamavam escala menor harmônica e a unica diferença pra antes é que agora eu sei porque as notas soam bem.

Não vejo diferença entre guitarrista "intuitivo" e guitarrista "técnico". O cara pode compor músicas complexas sem saber nada de teoria do mesmo jeito que um professor de música pode tocar um blues totalmente "intuitivo".

Quem define a maneira que vai tocar é o músico não o conhecimento ou técnica dele.

Jinkxs
Veterano
# out/12
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Lelo Mig

Boa abordagem cara. A arte não existe sem a técnica, e a técnica sem a arte é vazia, oca.

Como você muito bem colocou no seu texto, ambas tem seu papel na construção da cultura musical, e seus expoentes, ao longo da história, sempre apresentaram essa mistura em doses diferentes, alguns mais intuitivos, outros mais técnicos.

No meio guitarrístico, ser mais técnico tem sua importância, pois existe, como em toda comunidade, relações de poder, ego, vaidade, etc... etc..., e, como em qualquer segmento profissional, existe competição, pois são poucos os lugares ao sol, e são muitos os pretendentes.

Mas essa é uma situação criada pelo sistema capitalista, pois a arte, em sua essência, não é voltada para a competição, ao contrário do esporte.

Ou seja, além de tola, essa discussão só tem algum sentido dentro da própria comunidade guitarrística, pois para o público em geral isso pouco importa.

Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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Floydniaco
É por aí mesmo. Eu costumo "não gostar" de algumas coisas, Malmsteen por exemplo, mas como posso dizer que o cara é ruim se ele toca umas 50 vezes melhor que eu?

Tomaz.
Ela não deve servir a nada amigo. Tem caras que só querem ser os melhores, os mais velozes. Eu não curto, você não curte, mas é um direito do cara e eles bem ou mal contribuem prá caramba tecnicamente.

Kleber Blacklock
Pois é amigo, comigo foi o contrário. Sou autodidata, estudei por conta, aprendi sozinho, teoria e prática... (o que é diferente de tocar de ouvido), contudo, a pior coisa que fiz na vida foi entrar numa escola... Cada um tem uma vivência pessoal distinta.

Guinervauscko
Valeu!!

Migs_LesPaul
Cocordo, mas acho que os caras que usam a técnica à favor da música não fazem isso de caso pensado. Por incrível que pareça, isso é intuitivo. Ele aprende e treina técnica, porque precisa dela.

alv2707
As características humanas, competitividade, bom humor, agressividade, alegria, melancolia, egoísmo, humildade etc, estão muito mais presentes num solo do que a técnica ou feeling do sujeito....rs

Jinkxs
"para o público em geral isso pouco importa"
Tanto isso é verdade que tenho amigos "intuitivos" e outros "altamente técnicos", tocando merda com cantores "sem vergonha" para poderem pagar suas contas.

ciberon5
Veterano
# out/12
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Lelo Mig

Seus comentarios são sempre praticos, o que me leva acrer que vc tem boa experiencia no assunto. Há quanto tempo vc atua no meio musical?

renatocaster
Moderador
# out/12 · Editado por: renatocaster
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Gostei da abordagem do texto, ficou bem sintetizada a segmentação dos dois "universos". E para guitarristas pelo menos isso é uma discussão eterna.

O problema é isso aqui: Gostar ou não gostar é pessoal... não significa ser bom ou ruim. Acho que é inerente ao ser humano, ou pelo menos a maioria, considerar que tudo aquilo que ele gosta é bom, e o que ele não gosta é ruim. Já cansei de ver gente aqui que curte Clapton, Page, Jeff Beck e outros desse "naipe", esbravejar contra Malmsteen, Vai, Zakk Wylde, MAB e outros...e vice-versa.

O pior são as justificativas, onde fica claramente evidenciado que o cara analisa a situação 100% baseado em seu gosto pessoal. Aí vira aquela guerra de egos. Acho que assim como existe a intolerância religiosa, sexual e racial, existe a intolerância guitarrística, hehehehe. Enfim, difícil chegar a um senso comum quando a coisa é tratada dessa forma, isso se é para chegar a um senso comum né? Afinal, cada um tem direito de ter seu gosto e manifestá-lo da maneira que bem entende...

Enfim, eu acho que o pessoal tem que pensar acima de tudo que a guitarra é um instrumento ímpar e suas possibilidades são as mais variadas. Se tem caras que chamam a atenção por tocar trocentas notas por segundo, é porque a guitarra permite isso, e ao mesmo tempo tem caras que chamam a atenção por emocionar os ouvintes tocando apenas pouquíssimas notas, é porque a guitarra também permite isso. No final das contas tudo é música.

leo2505
Veterano
# out/12
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alv2707
Eu por exemplo não sinto "feeling" nenhum na maioria dos guitarristas do Blues. Acho os solos de Eric Clapton e B.B. King mortos e sem expressão nenhuma. E acho que o Malmsteen exala "feeling" não consigo ouvir o Rising Force sem "pular" da cadeira.


Você ta confundindo as coisas aí ou é pra ser irônico? rsrsrsrsrsrsrs

Adler3x3
Veterano
# out/12
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Lelo Mig

O Texto tá muito bom.
Continue contribuindo com as suas experiências.

Jeff.gomes
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Excelente texto, você é um dos poucos caras que curto o que escreve aqui no FCC, concordo em inumeras coisas com você.

Cada dia que passa temos mais guitarristas que tocam muito, são os legitimos guita de workshop, mas o que me deixa triste, é que as músicas estão cada vez pior.

Desculpe que não concorda, eu to cheio da galera fritadora. Parece que a galera é escravo da técnica, todo mundo sabe que a técnica deve ser meio de expressar a emoção, mas cada dia que passa, mais parece que a emoção será reflexo do tipo de tecnica e acorde que usamos.

Estudar é muito bom, mas enche os olhos, coração e ouvido, quando o cara toca um foda-se no campo harmônico e faz um puta solo.

alv2707
Veterano
# out/12 · Editado por: alv2707
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leo2505
Eu gosto do Clapton como músico, Curto o trabalho dele no Cream e acho Derek and the Dominos de outro mundo, sério mesmo sou apaixonado com o disco.

Mas como guitarrista o cara não me toca. Eu acho o som dele sem vida, sem graça. Nunca senti vontade nenhuma de aprender algum solo dele, sempre que toco as músicas dele faço arranjos diferentes.

TODOS os músicos tem feeling, cada um expressa o seu de seu maneira e cada ouvinte tem sua maneira diferente de sentir o que o cara quis passar com a música.

Falar que uma música não passa nada é burrice. A música não passa nada PRA MIM, mas eu sei que pra outra pessoa ela passa alguma coisa.

O Clapton grava um solo e passa uma mensagem, tem gente que entende a mensagem e sente o que ele quis expressar e gente que não.

Não é que ele é ruim músico ou guitarrista. É que minha experiência de vida e minhas emoções e sentimentos não são compatíveis com o que ele passa com a música dele.

Will Bejar
Veterano
# out/12
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Msess
Quem "Frita" com feeling?
Marty Friedman... conhece???

Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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ciberon5
Cara me envolvi com música desde criança, porque sempre fui um ouvinte diferente dos demais, eu curtia Debussy e Chopin igualmente curtia Beatles e Creedence com 12 anos e todos meus amigos achavam que eu era um E.T.

Em 1978 comecei meus primeiros acordes e me envolver na música como músico (ruim, mas tocava...hehe).....assim foi até 95. Paralelamente fazia bicos com montagem e técnico de som em shows, festivais e etc. Parei de tocar em 95, mas continuei atuando em bastidores como roadie, montagem de som e iluminação e etc. e também tive loja de CDs por 10 anos. Além de compor, fazer arranjos e produzir algumas bandas pequenas. Nunca fui à fundo em nada, mas de uma forma ou outra sempre a música tava pegando no meu pé. Voltei a tocar (mal) faz uns 2 meses...rs. Mas som e iluminação nunca parei de fazer.

renatocaster
Como eu não sou técnico, sou autodidata e vagabundo, demorei muito a aceitar que tem caras que tem o direito de almejarem ser o melhor. E sem ralar muito, pode até ser bom, mas dificilmente vai ser o melhor. Além do que eu não gosto de estudar... mas se o cara gosta, porque não?

Adler3x3
Obrigado!!

Jeff.gomes
Por incrível que pareça o ensino de guitarra é novo. Quando comecei não havia curso específico para guitarra, ou estudava violão erudito ou só aprendia harmônia popular. Depois, no final dos 70, é que começam as primeiras técnicas específicas para guitarra, com métodos baseados no Jazz. Método rock, só à partir dos 80. É tudo muito novo, ainda a muito para melhorar pedagogicamente, porque muito neguinho toca muito, mas não sabe ensinar. Passamos por um período dos chatos "professores que acham que ninguém toca nada", todo mundo é ruim. Acho que vem uma nova safra por aí.

guizimm
Veterano
# out/12
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muito bom o texto, parabéns

Filippo14
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Li o texto hoje de manhã, muito bom, parabéns. Para mim o lance da técnica é mais na onda dela me ajudar para que eu possa tocar o que eu imagino na minha cabeça. Muitas vezes você tem um riff/lick..... na cabeça e não sai de jeito nenhum por não conseguir toca-lo, treino muito para que possa tocar de tudo e o que eu penso, Realmente há pessoas que consideram a guitarra como "esporte", mas ainda acho elas melhores que aquela pessoa que têm tudo para dar certo, tem ouvido absoluto e o escambal e não desenvolve, não acredito muito em dom. Acho que tem pessoas que podem vir a nascer com mais facilidade, mas nada como aquele filme "O Som do Coração". Creio que todos têm alguma coisa guardada lá e que com o treino ela abrocha, em alguns certas coisas são mais simples e em outros são mais difíceis, mas nada mais que isso. O desenvolvimento tanto musical (feeling) como teórico são fundamentais e achar o equilíbrio é fundamental. seu equilíbrio pode ser lá em cima como um Steve Vai, que tem musicalidade e técnica surpreendentes e tão lá no topo, mas estão em harmonia.


Grande texto Lelo Mig, parabéns mais uma vez, abração

Jeps
Veterano
# out/12
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Eu sempre considerei "feeling" como uma palavra mais bonito pro simples "gostei".

Sempre deve ser levado em conta que gosto musical não é uma ciência, você não tem que explicar porque gostou de tal coisa, você simplesmente gostou e pronto. A expressão gosto não se discute é muito clichê mas não deixa de ser a pura verdade.

Eu mesmo, gosto mais do estilo slow hand, mas não vejo graça em guitarristas que deixam as notas soarem por 5, 6 segundos e fazem uma careta pra justificar uma (possível) presença de feeling. Pra mim, é questão de cadência, colocar um bend no momento perfeito (Page) e principalmente sentir o prazer de fazer aquilo.

Acho incrivel o jeito de Page, por exemplo, tocar. O cara realmente curte demais o que ta fazendo, não importa se errou um hammer on, mastigou alguma nota ou viaja mais que a platéia. Você consegue sentir a empolgação do cara como se você mesmo estivesse ali. Em contrapartida, tem uns caras que dão a sensação de que estão "brigando" com a guitarra. É tanta concentração pra fazer malabarismos, que parece uma estátua, não tenta fazer algo diferente, interagir com o publico...etc

Confesso que escrevi este texto faz tempo e fiquei inseguro em publicar aqui.Porque sempre quando se fala em Técnica Vs Feeling, a polêmica toma conta geral.

Cara, eu acho muito legal discutir esse tipo de coisa. O problema é que tem muito "machão com mouse na mão" que acabam destruindo discussões que poderiam ser muito bacanas. Isso não só aqui, mas como em qualquer lugar na internet.

Jeff.gomes
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Cara, eu acho que falta o 'equilibrio" para muitos, aliar a tecnica e o feeling é o que todos buscam...
Mas na hora que começam a estudar e começam a crescer a cerca de conhecimento deveriam ficar mais simples, estudar para achar um jeito mais facil e rapido de expressar um sentimento espontâneo.

Mas parace que com está raça de guitarristas que estudam e dizem ser técnicos e bons, tem medo de dizer que uma música, simples, com acordes simples, com solos simples, é uma boa música.

Desde de quanto um guitarrista precisa fazer coisas "dificies" para ser bom?
Tem que fazer música que as pessoas gostam de ouvir, que passe o sentimento para quem ouça...

Agora workshop e está linha é outra coisas, a pessoa encima e demonstra tecnica, mas fazer música é outra coisa.

Musica é sentimento e nao sistema de como executar, de como fazer, vem do coração e nao dos dedos (de uma escala que aprendeu).

Agora sobre o sistema de aula, realmente estudar é chato, deveria ser mais legal, pois se aprende a fazer o que gostamos melhor.
O foco deveria ser composição, mesmo que seja somente instrumental, é assim que nos conhecemos e conhecemos nossa instrumentos, e nao ficar horas e horas decorando escala e bricando com metronomo.

Mr.Myself
Veterano
# out/12
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Lelo Mig

Que baita texto!!

Sobre o assunto, independente de ser técnico ou não, ter ou não ter feeling, o mais importante na minha opinião é ter criatividade e indentidade musical.

abraço!!

fla3d
Veterano
# out/12
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Muito bom o texto, fritou um pouco no meio mas tava com um timbre legal e teve um baita feeling.

:D

Plank
Veterano
# out/12
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não há porque discutir sobre feeling x técnica. São duas coisas que andam juntos, um bom exemplo disso foi o gary moore, que unia muito bem ambas. é tão necessario ter o lado criativo/musical para dar "vida" a sua musica e quanto a técnica (não digo velocidade, mas digo em ter a tecnica necessária para tocar o que você se propõe a tocar) para tornar a sua musica "realidade".



Led Zé
Veterano
# out/12
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Boa, Lelo . Ótimo texto. Penso muito parecido com o que você escreveu .

Lelo Mig
Membro
# out/12
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guizimm
Valeu!!

Filippo14
Valeu!!

Jeps
Independente de técnica ou velocidade tem guitarristas que me dão a impressão que estão "pensando" em qual a nota certa que deve ser colocada naquele momento da harmonia.... isso prá mim é broxante.

Jeff.gomes
Cara a grande maioria ainda não percebeu que 90% dos professores são muito ruins. O povo têm uma cultura de que aprender com quem toca muito é certeza de se dar bem, e gostam de citar, estudei com Fulano, estudei com Beltrano. Ensinar é uma arte e requer conhecimento pedagógico. Tem um "nome" em São Paulo, você tem que agendar "3 anos antes" para conseguir uma aula com ele, é reverenciado no meio... Prá mim é um puta dum chato, que só bota defeito em todo mundo e faz exigências dignas de um militar. Toca muito? Toca, mas a meu ver não ensina porra nenhuma.

Mr.Myself
Concordo, contudo criatividade até se desenvolve, mas não se aprende. Com professor errado, muito pelo contrário, só limita.

fla3d
Usei só um delay em 350 ms.... o resto foi só o drive do ampli...kkk

Plank
Não gosto de todas as fases do Gary Moore, mas as fases que gosto, gosto muito!!
Obrigado!!

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