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Mensagem |
starling_music
Veterano |
# out/11
Mais um texto reflexivo meu caros amigos do cifraclub, espero que curtam. Gostaria de compartilhar também que esse mês estou na capa da revista guitar load com uma entrevista muito bacana. A revista é gratuita e pode ser baixada aqui: www.guitarload.com.br
Por que determinadas notas não funcionam bem sobre determinados acordes e certos acordes não funcionam bem sobre determinadas sequencias harmônicas? Será que é coisa de nossa cabeça, ou melhor, do nosso ouvido, ou existe uma explicação plausível para isso?
Não sou a pessoa mais adequada para dar um parecer científico ou teorico sobre o assunto, mas vou dar o pitaco pelo ponto de vista de um músico que adora as notas menos favorecidas.
Ouve um tempo em nossa sociedade onde o trítono (intervalo de quarta aumentada) era tido como uma sonoridade demoníaca, sendo, inclusive, banido do âmbito musical, portanto, podemos dizer que determinadas escolhas estão sujeitas a modismos e épocas, mesmo que teoricamente não seja uma escolha correta.
A música erudita no século XIX e XX e principalmente o jazz, que era a música popular americana em meados do século passado, trouxeram uma nova estética sonora e fizeram certas notas, até então abolidas, se tornarem padrão sonoro.
O que acontece é que a música mais popular do nosso tempo é o rock, isso desde os tempos dos Beatles e foi exatamente pelos besouros britânicos que a guitarra se tornou o instrumento mais popular do mundo.
Ou seja, em se tratando de guitarra, a maioria dos músicos que escolhem esse instrumento foi influenciada pelo rock, um estilo que não houve um grande rompimento com tonalidade da escala maior e menor.
Tensões usadas no jazz e na música brasileira como, por exemplo, nona e décima terceira, que inclusive são notas disponíveis na escala diatônica, soam muitas vezes demasiadas para ouvidos não tão expostos ao estilo, o que dizer de tensões também populares no jazz como b9,#9,b13 que são chamadas de tensões alteradas?
Enfim, determinado acorde que soa maravilhosamente bem em determinado estilo pode soar horripilante em outro, mas é nessa tecla que quero insistir.
Kurt Cobain, entre muitos outros exemplos, foi um cara que rompeu com certos padrões do rock, usando intervalos de segunda menor e escolhas de tensões e acordes que confunde muitos teóricos em harmonia, mas é certo que para ele essas escolhas traziam uma "atitude" sonoro desejada, e essas escolhas moldaram um novo segmento dentro do rock o grunge.
O que quero dizer é que aceitamos certas notas em determinados acordes e certas progressões harmônicas por imposição estética e nunca nos questionamos o porquê de romper com as mesmas.
Existe sim a necessidade de conhecer as notas que, em regra, são usadas sobre os acordes, mas ao mesmo tempo deve existir a necessidade de continuar caminhando além da regra.
Não aceite tudo sem antes testar e na prática ver o resultado sonoro, pois, talvez o que para muitos soe estranho, para você pode ser a sonoridade que você sempre procurou.
Continua em breve..............
Mateus Starling 27/10/2011
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felipelfln
Veterano |
# out/11
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Pus uma vez notas fora do tom da música numa harmonia q fiz e ficou super melodioso. Muito bonito... Nem parecia fora. E blues maior sem 7M e Blue note é muito plano.
Tambem tenho usado bastante aproximação...
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Chibatocaster
Veterano |
# out/11
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Starling, eu vi uns videos com melodias "outside" seus no U2B e achei bem legal e musical. Até pq outside é um pouco livre e vai de bom gosto, e na verdade quando se começa a teorizar o outside, ele magicamente é incorporado e deixa de ser um patinho feio. Você tem uma ótima vivência neste caminho, não só pelo tempo dedicado mas pelas escolhas das notas. Espero que um dia você poste alguns caminhos, se isso não comprometer obviamente o ganho do seu pão de cada dia. Afinal sei que você tem video-aulas sobre este assunto. Parabéns. Foi a melhor explanação de outside para mim pessoalmente. Mais orgânica e musical.
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ogner
Veterano
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# out/11 · Editado por: ogner
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starling_music
Somos produto do meio, não tenha duvida!!
o/
Bem bacana o texto!!
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Lifoi
Veterano |
# out/11 · Editado por: Lifoi
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Tem sempre um doido para quebrar padrões:
Já foi loucura usar sons trítonos, assim como já foi loucura usar BlueNote em Rock, já foi loucura tocar com os dentes. E quem foi o louco que resolveu fazer arpejos naquele velocidade absurda. Tirar a terça do acorde não é normal, mas não é tão louco quanto usar um amp estragado com volume no talo para criar um som distorcido. Que tal colocar microfonia no meio da música? E tirar as frequências médias da guitarra?
Tudo isso hoje é normal, mas teve um "louco" para criar.
E ao escrever estes exemplos, eu percebo que a verdadeira loucura é não testar algo novo.
Soou poético isso, não? Mas é a pura verdade.
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Tmusic
Veterano |
# out/11
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Eu amo explorar notas "evitadas".
Em acordes também. Dá pra fazer dissonancias monstro com isso. Tanto pro lado mais pesado quanto para o mais leve e melodico.
Interludios então, nem se fala.
É isso aí.
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Caveiras Buchudas
Veterano |
# out/11
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starling_music
Muito bom seu texto. É claro que nossa cultura influencia no modo como interpretamos e sentimos o que ouvimos. Mas, mantendo nossas mentes abertas a novos estilos e culturas nos fará crescer muito musicalmente.
Acho que é o Mark Levine que em vez de usar o termo "avoid notes" (notas evitadas) prefere "handle with care notes" (algo como: notas pra tocar com cuidado*).
Não existem leis na música e regras foram feitas pra serem quebradas. É por isso que chamamos de TEORIA musical pois, a PRÁTICA é outra coisa.
Valeu!!
*Tradução livre.
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danilomagacho
Veterano |
# out/11
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O importante é que não existem regras, para mim a regra é o gosto de quem está ouvindo...
O próprio Blues já detona as regras, não com 7M, nem com a blues note... mas simplesmente porquê um dia alguém pensou em fazer algo mais rápido do que os solos chorados do Blues tradicional e colocou uma meleca de um cromatismo no solo... pronto... no rules... foram disparadas em um único solo todas as notas, sejam elas proibidas, evitadas, amaldiçoadas... lá foram disparados todos os outsides possíveis. Fica bom porquê quem executa um cromatismo destes no Blues geralmente faz isto com uma velocidade de execução alta, dando ênfase na 3, 5 e 7M.
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starling_music
Veterano |
# out/11
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Obrigado amigos pela contribuição de vocês.
Vejam o Blues que sobre o acorde maior se usa a terça menor, que é exatamente tocar a penta sobre o acorde menor, se enfatiza a terça menor que não pertence a escala maior e a quarta justa que teoricamente é uma nota evitada, portanto, os padrões estão sempre sendo quebrados e o lance é não ficar sentado esperando os mesmos serem quebrados.
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rock roll e pra quem merece
Veterano |
# out/11
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podemos dizer que determinadas escolhas estão sujeitas a modismos e épocas
coitados da galera que ta aprendendo agora ( inclusive eu ) se seguir a nossa epoca toda musica vai ser uma seguencia de 4 acordes um solinho bem meia boca kkk'
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starling_music
Veterano |
# out/11
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rock roll e pra quem merece Hoje em dia vc tem acesso a todo tipo de musica, com ou sem qualidade, tem que buscar as fontes boas porque se vc for acompanhar MTV e radio FM ai sim vc não tem esperança alguma.
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Rednef2
Veterano |
# nov/11
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Muito bom o post, concordo com tudo.
Admiro pra caramba os musicos que quebram as regras, é um coisa bem original. Musicos que fazem isso acabam criando um estilo proprio de fazer musica.
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starling_music
Veterano |
# nov/11
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Rednef2 Obrigado. Isso mesmo, as vezes uma maneira equivocada de segurar a palheta abre as portas para uma nova linguagem.
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clebergf
Veterano
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# nov/11
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rock roll e pra quem merece
Cara hj é mais fácil que antigamente pois o acesso a todos os estilos musicais está extremamente fácil. O modismo de hoje atinge as pessoas de uma forma diferente do passado, pois você consegue facilmente fugir dele, mas mesmo assim as vezes vc é influenciado, nem que seja inconscientemente.
A maior dificuldade de hoje é saber exatamente o que fazer com esse bombardeio de informações que temos.
starling_music
Belo texto, uma forma de criar o seu próprio som e estilo é exatamente fugir das regras e padrões.
E a maior beleza da música é a sua liberdade.
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starling_music
Veterano |
# nov/11
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clebergf Isso ai irmão, fica com Deus.
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