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MauricioBahia
Moderador |
# dez/09 · Editado por: MauricioBahia
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nichendrix:
Com o som é a mesma coisa, quanto maior a quantidade de sentidos envolvidos na experiência, mais complexa é a percepção do principal sentido envolvido naquele tipo de experiência.
Acho que o encerramento fica melhor assim: Você toca só com os dedos ou só com os ouvidos?
Cara eu trabalho com branding há mais de 10 anos. Já estudei e estudo esse assunto. Nem precisa me explicar pq eu já sabia disso tudo. ;-)
O ponto é:
Você tá argumentado de forma correto, teoricamente, só que vc esqueceu que essa sinestesia cria a SUA realidade.
Antes de tudo, estou baseando minha argumentação em testes cegos pela internet, onde não há tato, olfato ou paladar (ainda). Apenas visão e audição. Alías, este é o nosso mundo do FCC onde discutimos e debatemos dezenas de coisas, dentro de uma certa "ótica" e opinamos. Assim foi com o teste do ogner que postei para reviver o tópico.
Já no mundo real, que é o mundo que você está argumentando, sim TODOS os elementos influem na percepção humana.
MESMO assim, vc pode ser enganado, basta eu sugerir uma coisa pra você. O seu cérebro vai associar minha sugestão há uma porrada de experiências vividas e se "ele" acreditar ao extremo, vc vai comer cebola achando que é maçã. Isso se chama hipnose.
No caso do som e tantas outras coisas "comuns" há a Marca. Ela faz a diferença pois descobriram que a marca pode expressar ou representar um bando de sentimentos. Aí entra a minha área de trabalho: "branading".
Só te digo uma coisa, vc é sugestionado TODOS os dias por alguma anúncio, um cheiro, um som...
Então essa sinestesia "linda" que você expôs muito bem, é USADA para te enganar, em palavras mais, bonitinhas, para te sugestionar.
E pra finalizar, cada um tem sua própria experiência, fato que torna o ato de comparar, algo impossível e é aí que entra a sugestão da Marca, na qual o fabricante deseja que você tenha a mesma opinião que outra pessoas. Assim é formada um "tribo" que vai dizer a mesma coisa, mesmo sentindo diferente e aí de quem falar o contrário!
Qual seria o teste ideal pra você, na internet e no mundo real para descobrir a marca de uma guitarra?
Abs
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MMI
Veterano
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# dez/09
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MauricioBahia
Você já havia comentado seu trabalho anteriormente... Por conta disso, vou até lhe questionar. É óbvio que somos todos sugestionados, numa guitarra o essencial são os timbres que ela proporciona, não sou nem louco de discutir isso. Só que, na minha modesta opinião, se a discussão é timbre, primeiro se tem que discutir o pré-amp, o power amp, as válvulas que vão neles, os falantes que emitem o som, os eventuais efeitos, acho que o essencial do timbre está aí. Para mim, a diferença de timbre de uma Les Paul Golden para uma Gibson Custom Shop é bem menor do que um ampli com válvulas JJ ou Svetlana ou mesmo Mullard, por exemplo (também acho quase impossível alguém diferenciar as válvulas pelo som) ou de uma falante ruim e um bom, isso é muito mais crítico. Mas o que eu lhe questionaria é que uma empresa que tenha o investimento e a preocupação desse trabalho sensorial em "branding" e "hipnose" é porque tem alguma qualidade, já está grande o suficiente, teve méritos para chegar a isso, não é?
Quero dizer que, como um carro novo que a marca tem a preocupação com "cheiro de carro novo" e atenção a mínimos detalhes que nem percebemos direito, uma guitarra também tem disso. Um grande instrumento tem cheiro, tem cor, tem "hipnose", tem endorses, tem sensação tátil, tem case especial, nas Gibson e Fender Custom Shop vem cabos, palhetas, adesivos, paninho, certificados, papéis... Verdade que isso foge um pouco do timbre e do propósito primordial do instrumento, mas tudo isso também os tornam os grandes instrumentos que são, essa atenção aos mínimos detalhes. Se você aceita pagar por isso, é outra história, outra discussão.
Honestamente, acho que não dá para fugir disso na hora de testar. Comparar e testar guitarras, como postei no tópico do teste do ogner, é guitarra + amplificador, é na mão. Quanto mais coisa estiver entre a guitarra e seu ouvido, mais complicado vai ficando para diferenciar sons e qualidade. Como o ogner mostrou, depois de captar com microfone, processar e digitalizar, gravar, comprimir o arquivo em MP3, botar num site que acaba alterando o som, recebermos esse arquivo, executá-lo em sabe-se lá onde, as guitarras dele pode-se dizer que são todas iguais pelo resultado. Só que ele mesmo disse, tenho a certeza disso, estão longe de serem iguais. Isso é a busca da perfeição e respeito pelo público que o artista tem, pouco importa se quem ouve (se é que alguém ouve) não distingue uma Zoom 503 de um equipamento como o do The Edge, se quase todos não sabem a diferença entre, uma Tonante para uma Fender Custom Shop.
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MauricioBahia
Moderador |
# dez/09 · Editado por: MauricioBahia
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MMI: uma empresa que tenha o investimento e a preocupação desse trabalho sensorial em "branding" e "hipnose" é porque tem alguma qualidade, já está grande o suficiente, teve méritos para chegar a isso, não é?
O termo é Branding e envolve um monte de aspectos para que uma Marca tenha alma. Pra ter alma vc precisa construir uma pq um pedaço de pau é um pedaço de pau e ponto final. Se vc quebrar este pedaço de pau em 2 pedaços e cruzá-los estará apto a se defender de vampiros!!! hehe Sempre brinco com isso pra mostrar a força de um símbolo que possui alma. Afinal, são mais de 2 mil anos formando este conceito na mente das pessoas.
Quem deu este "poder" de fazer 2 pedaços de madeira (nem precisa ser madeira) cruzados tivesse tamanha força? Nós pq nós gostamos de significados, o ser humano é curioso e tem uma imaginação muito fértil. Aparentemente é o único ser vivo na Terra que pode planejar o que fazer amanhã.
Bom, então respondendo a sua pergunta, toda empresa deveria adotar o branding como fórmula para crescer. Afinal, uma empresa é uma pessoa, porém jurídica, mas é uma pessoa! Por que não dar alma a ela. Esse processo exige esforço desde o boy da empresa até o presidente.
No caso de uma empresa consolidada, como a Fender, por exemplo, ela só precisa de publicidade pq já tem alma, cunhada por Hendrix e outros durante anos. Sem querer eles transformou a Fender num ícone, hoje explorado de "n" maneiras através da imagem imortalizada.
Essa empresas tem uma área que cuidada da Gestão da Marca pq a Marca muitas vezes vale mais que todos os bens tangíveis da empresa. Ela é o bem mais precioso e para isso ser mantido, vc não pode decepcionar. Ou seja, tem que cuidar da qualidade e tudo os agente que a fizeram ser respeitada e adorada dom milhões de "fiéis".
alguma qualidade, já está grande o suficiente, teve méritos para chegar a isso, não é?
Tem méritos, com certeza e se vc destrinchar os méritos verá atributos valiosos que estão embutidos na marca. Precisa ser grande, ter qualidade... Não sei. O que é qualidade pra mim, pode não ser pra vc e o que é ser grande?
É uma assunto complexo mesmo que está ligado à fatores cognitivos, culturais.. putz.
O importante é manter a chama acesa! (propaganda)
Abs
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nichendrix
Veterano
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# dez/09
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MauricioBahia
Cara, pra mim o teste real é sempre na mão, pegar a guitarra e tocar. Como disse eu já tive a curiosidade de pegar instrumentos de mesmo modelo e tocar com os olhos vendados, sem saber qual eu estava tocando, e depois ainda vendado tocar tais instrumentos.
Fiz isso com instrumentos de marcas diferentes, comparando instrumentos meus com os de amigos, que fossem do mesmo modelo, mas de marcas diferentes, e fiz isso com merma marca e cheguei ao cumulo de pegar 6 Fender em uma loja e fazer o teste, ouvindo outro tocar e depois eu mesmo tocando.
Minha conclusão é que independente da marca, minha percepção foi diferente entre ouvir outro tocar e eu mesmo tocar. Na maioria das vezes ao ouvir outro tocar eu achava o som de um instrumento melhor, e na hora de tocar, o mesmo instrumento em geral não era o escolhido como o tendo o som melhor.
Eu não confio em teste de internet, em teste com outra pessoa tocando, alí pra mim é um indicio se algo é bom ou ruim, mas nunca é definitivo. Porque também é assim que você começa a ver essa meninada afirmando que SX com Malagoli é tão boa quanto uma Suhr ou Tom Anderson, ou uma Fender Custom.
Afinal, a experiência de tocar é incompleta quando vc só ouve, duas coisas podem ter sons muito parecidos, também é possivel vc enganar uma pessoa só com o ouvido, um caso clássico é o Jimmy Page.
O Jimmy Page ficou famoso por timbres de Les Paul que na verdade foram gravados com uma Telecaster. Pra mim parece o som duma Les Paul e não fosse o próprio Page afirmar que era uma Tele, eu morreria dizendo que era uma Lespa, e não sem propriedade, já que eu já testei uma renca de Les Pauls, eu já tive uma e conseguia sons parecidos com ela. Então embora pra mim que estou ouvindo seja extremamente parecido com uma Les Paul, duvido que ele confunda alguma Les Paul com a Tele dele, mesmo de olhos vendados. Já que pra ele a experiência será completa.
Então se a sinestesia não é boa nem má, ela só é, está acima disso, uma vez que ninguém percebe o mundo ao seu redor só com o ouvido. Ela pode ser usada pra enganar? Claro que pode!
Da mesma forma o ouvido sozinho pode ser enganado também. Por isso não devemos confiar em nossos ouvidos?
Eu até acho que você pode fazer um teste válido independente de marca, mas acho que qualquer tentativa de anular os outros sentidos em um teste, é inválida, já que pra tocar, vc usa pelo menos 2 sentidos (audição e tato), menos que isso é impossível analisar qualquer coisa.
MMI
Cara, se for valvulas muito diferentes, como EL84 e uma 6V6, ou EL34 e 6L6, até que dá pra notar, mas de resto é muito foda de perceber a diferença entre valvulas.
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MauricioBahia
Moderador |
# dez/09 · Editado por: MauricioBahia
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nichendrix: Eu não confio em teste de internet,
Nem eu... É por isso que o cabra deve ir na loja pra testar se quiser fazer uma compra "certa".
Pela internet, que é o nosso "meio" mais acessível hoje em dia, infelizmente a gente tem que confiar na palavra das pessoas ou mesmo nos vídeos que a gente vê por aí. Eu não gosto de vídeos pq enganam devida a baixa qualidade do áudio e por que não estamos presentes lá pra ver. Mas é uma forma de avaliar, apesar de imperfeita.
Lá nos EUA vc vai numa loja e fica horas tocando e testando dezenas de marcas e modelos. Tem muitas lojas recheadas de equipos top. Aqui perto, tá difícil hein.
Então me resta acreditar no meu mundo virtual e nas indicações das pessoas que, como dissemos, tem sua própria impressão de um equipo, devido a tal sinestesia. O resultado "cruel" é que cada um tem uma experiência única, portanto varia de pessoa pra pessoa. Isso comprova que, novamente, o ideal é testar ao vivo, qualquer equipo.
Abs
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MMI
Veterano
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# dez/09
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MauricioBahia
Teste de intenet não dá certo, nem os vídeos do youtube. É como eu disse, acaba por se afastar demais do som real, é necessário muito "processamento" sonoro.
Mas sua afirmação sobre as lojas dos EUA é uma meia verdade. Tá certo, se seu objetivo for testar Fender ou Gibson Standard, um ou outro Marshall, Fender ou Mesa, vai ficar feliz. Mas se seu objetivo for, por exemplo, botar lado a lado um Klon e um DLS, um eventide e um Fultone, ou algumas Custom Shop, vai se decepcionar. Mesmo lá, algumas coisas são difíceis de se achar disponíveis nas lojas, se tem, como as Custom, é uma ou outra, não tem um monte para comparar. Por exemplo, meu pedal EHX Cathedral precisou de uns 4 dias para chegar a encomenda numa Guitar Center, mesmo assim a loja recebeu o meu e continuou sem o pedal a disposição (era meu!). Outro exemplo, do meu equipamento dificilmente você vai encontrar por lá dando mole para testar, parte do seu também...
A solução para nós é arriscar um pouco realmente. É bom ter amigos também, que tenham equipamentos legais para testar ou que tenham experiência com o que se procura. Também é legal conhecer o pessoal das lojas, para que eles deixem você experimentar equipamentos, mesmo levando para casa para testar. Mas realmente, como o seu DLS e o meu Cathedral (por exemplo), arriscamos um pouco mais do que quem pode testar, só que isso acrescenta um pouco de emoção. Mesmo porque, realmente, a opinião dos outros conta pouco...
Abç
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