Dúvidas sobre improvisação

    Autor Mensagem
    STRONGHOLD
    Veterano
    # nov/07


    Eaew blz? Eu comecei a estudar teoria faz pouco tempo. . . Já sei as regras básicas como formação de acordes, escalas, intervalos e campo harmônico, mas com o estudo surgem dúvidas =Þ e eu queria saber algumas paradas(São perguntas meio "idiotas" +. . .^^):

    1º: Se alguém está tocando uma base em C eu posso usar qualquer acorde do campo harmônico ao mesmo tempo? Tipo. . . Ele ta tocando um C posso tocar um Dm? Ou seria melhor tocar um acorde da tríade como um E?

    2º: Quase a mesma da primeira, se a base é em C posso improvisar em Dm, Em, F. . . A qualquer momento certo? Ou tenho que esperar a base mudar?

    3º: Para improvisar em cima de modos gregos no CH de C tenho que fazer a seguinte ordem: C Dm Em F G Am Bº com os graus de modo maior e menor respectivamente? Exemplo C(Jônio ou Lídio ou Mixolído) D(Dórico ou Frígio ou Eólio ou Lórico) pode ser qualquer modo desde que obedecendo a estrutura do CH?

    4º: Como eu aplico as técnicas(bend, ligado, slide. . .) em cima da teoria(CH)? Tem algum modo, regra, ou dica?

    Respostas para estas perguntas(simples) facilitariam muito a minha vida^^ se alguém puder responde-las vlw XD

    LeandroP
    Moderador
    # nov/07
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    STRONGHOLD

    Se você tocar uma tríade de Dm sobre um acorde C, você vai somar os intervalos, criando um acorde com as notas: C, D, E, F, G, A. Isso pode ser utilizado como passagem, mas como resolução não iria soar bem, por causa do intervalo b9 formado entre a 3a (E) e a 4a (F).

    Você pode experimentar como passagem, sobre um acorde C, arpejando uma tríade de Dm e emendando com um arpejo de C ou resolvendo num dos intervalos da tríade, como a 3a (E) e a 5a (G).


    tríade Dm/C tríade de C
    e--------------------------------
    B----------6----5----------------
    G--------7---------5----5--------
    D------7--------------5----------
    A--------------------------------
    E----8---------------------------



    Leia este tópico:
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/44993/

    STRONGHOLD
    Veterano
    # nov/07 · Editado por: STRONGHOLD
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    Vlw pela resposta XD + como assim "resolvendo num dos intervalos da tríade" não entendi muito bem o que você quis dizer malz^^

    meu MSN: STRONGHOLD_DRAGON@hotmail.com se alguém quiser trocar informações XD

    Juliano P
    Veterano
    # nov/07
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    Tb tenho algumas duvidas sobre isso.......
    sobre colocar acordes em cima de acordes...
    se uma guitarra ta tocando C maior,.,.
    eu posso "solar" tocando Dm F G etc ? nao me refiro tocar a escala de Dm F ou G..e sim o acorde mesmo....
    Eu sei q nao vai soar bem uma guitarra tocando C e outra mandando ve no Dm...eu digo..tocando rapidamente...Dm G F em cima de C...

    Guitar_L
    Veterano
    # nov/07
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    Juliano P
    Se vc fizer tipo um riff em cima e soar bem, não tem nenhum problema. Aliás, nada na música é "proibido", tudo vale, desde que soe bem.
    Abraços

    _FrEd_
    Veterano
    # nov/07 · Editado por: _FrEd_
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    STRONGHOLD

    Eskece modos gregos, aprende primeiro o básico...

    Ele ta tocando um C posso tocar um Dm? Ou seria melhor tocar um acorde da tríade como um E?

    Vc pode tokar qualquer acorde existente, mas de preferência um que tenha notas da triade como o Em e o Am, que aliás são os acordes que substituem o C, ainda mais se colocada a 7.

    2º: Quase a mesma da primeira, se a base é em C posso improvisar em Dm, Em, F. . . A qualquer momento certo? Ou tenho que esperar a base mudar?

    Se a base eh C, vc deveria tokar alguma escala que tenha as notas da triade de C... melhor escolha: escala maior de dó. Outras escolhas: escala maior de Fá e escala maior de Sol. Nesses casos vc pode tb usar a pentatônica.

    4º: Como eu aplico as técnicas(bend, ligado, slide. . .) em cima da teoria(CH)? Tem algum modo, regra, ou dica?

    N tem regra, vc usa como bem entender oras, soh procurando seguir as notas da escala que vc ta usando...

    Tekila
    Veterano
    # nov/07
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    NÃO ESQUEÇA OS MODOS GREGOS

    esse é um erro comum entre os músicos principalmente entre guitarristas

    o nosso sistema tonal é BASEADO nos modos , e no deslocamento do trítono, as escalas diatonicas que usamos são frutos dos modos, entao estude PRIMEIRO os modos antes da escala

    a essencia do mundo tonal está na possibilidade de MODULAÇÃO , a modulação é a beleza de toda musica tonal até o século xx.
    de onde vem a palavra Modular? vem dos modos

    abandone os manuais de teoria para iniciantes e procure se aprofundar um pouco mais no assunto

    recomendo o livro HARMONIA - Arnold Schoenberg

    é denso e díficil de ler, mas essencial

    LeandroP
    Moderador
    # nov/07 · Editado por: LeandroP
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    STRONGHOLD

    como assim "resolvendo num dos intervalos da tríade" não entendi muito bem o que você quis dizer malz

    Se você toca sobre um acorde/tríade de C maior, você está tocando as notas que formam este acorde (tríade). No caso de Dó, as notas são C, E e G (T, 3 e 5). Logo, essas são as notas que melhor combinam com o acorde. Se você vai tocar sobre um acorde Dm, as notas que combinam melhor são as da tríade de Dm --> D, F e A (T, b3 e 5).

    Tríades são um agrupamento de 3 notas, separadas por dois intervalos de terças (maiores ou menores). Adicionando mais uma 3a você obtêm as 7as, formando as tétrades. As demais notas são as possíveis extensões.

    No tom de C maior por exemplo, temos a escala:

    C D E F G A B

    À partir daí formamos o campo harmônico:

    C7M = C E G B

    Dm7 = D F A C

    Em7 = E G B D

    F7M = F A C E

    G7 = G B D F

    Am7 = A C E G

    Bm7(b5) = B D F A

    Sendo cada acorde fomado por 4 notas, significa que temos mais 3 notas disponíveis pra se incorporar ao acorde:

    C7M = C E G B - restam D F A

    Dm7 = D F A C - restam E G B

    Em7 = E G B D - restam F A C

    F7M = F A C E - restam G B D

    G7 = G B D F - restam A C E

    Am7 = A C E G - restam B D F

    Bm7(b5) = B D F A - restam C E G

    Agregando e tomando cuidado com os intervalos de 2ª menor encontramos:

    C7M = C E G B D A = C7M(6 9)
    evita-se o F pois faz 2m com o E

    Dm7 = D F A C E G = Dm7(9 11)
    evita-se o B pois com o F forma-se um trítono, dando uma sonoridade maior ao acorde

    Em7 = E G B D A = Em7(11)
    evitam-se o F e o C por fazerem 2m com o E e o B respectivamente

    F7M = F A C E G B D = F7M(6 9 #11)
    sem notas evitadas

    G7 = G B D F A E = G7(9 13) - com o C no lubar do B vira = G7sus4(9 13)
    evita-se o C por fazer 2m com o B, neste caso a SUBSTITUIÇÃO do B pelo C é bem comum, gerando o acorde sus4 -

    Am7 = A C E G B D = Am7(9 11)
    evita-se o F pois faz 2m com o E

    Bm7(b5) = B D F A E G = Bm7(b5 11 b13)
    evita-se o C pois faz 2m com o B

    Isso foi no tom de C maior. Podemos resumir no seguinte raciocinio por graus:

    I 7M (6 9) - jônio

    IIm 7 (9 11) - dórico

    IIIm 7 (11) - frígio

    IV 7M (6 9 #11) - lídio

    V 7 (9 13) - mixolídio

    VIm 7 (9 11) - eólio

    VIIm 7 (b5 11 b13) - lócrio


    Acordes com 6as:

    Acordes com 6ª em geral não soam dominantes quando usados nos graus I e IV, em tom maior ou menor.

    Em dó maior: C6 e F6 (I e IV);

    Em dó menor: Cm6 e Fm6 (Im e IVm).

    Nos demais graus soa como "cifragem aparente", ou seja, um acorde cifrado de uma forma que tem função de outra, geralmente dominante.

    Em dó maior, não se usa Dm6 (IIm6) pois realmente este acorde soará como G7, perdendo a sua função de subdominante.

    Quanto as notas evitadas, é praticamente unanimidade entre os teóricos que se considera evitada a nota que choca (forma intervalo de b9) com uma nota básica do acorde (F, 3, 5 ou 7). Ou então que compromete a funcionalidade do acorde, como é o caso da sexta maior no IIm.

    (Parte deste texto foi extraído da comunidade do orkut, Harmonia & Improvisação)

    STRONGHOLD
    Veterano
    # nov/07 · Editado por: STRONGHOLD
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    Entendi tudo o que vocês falaram 0.o foi a melhor explicação que ja ví XD Obrigado a todos =)

    Obs:Só para complementar eu achei uma apostila nessa comunidade que por sinal também é muito boa 361 páginas. . .

    http://lix.in/9ddf3b (rapidshare)

    Dica:
    E para quem não sabe esse http://lix.in./ é um site que protege os links do rapidshare de expirarem(90 dias sem download). Ele funciona baixando uma parte do arquivo todo o dia e deixando o arquivo no server por um longo período

    LeBron James
    Membro Novato
    # ago/19
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    Como faço pra soar diferente disso?

    Fiz esse improviso sem a intenção de usar nenhum lick, foi tudo espontâneo até o momento em que toquei mais rápido: ali usei 1 lick.

    Minha linguagem ainda tem muito do rock, mas não consigo sair disso. Eu sei que usei distorção no improviso, mas gostaria de saber como soar mais jazz, o que devo estudar, o que devo aplicar? Preciso de um norte aqui.

    Por favor, ignorem os ruídos, meu equipamento é simples e gravei com o celular.



    fontes_rio
    Veterano
    # ago/19 · Editado por: fontes_rio
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    Em geral, os guitarristas fazem seus improvisos em cima do tom da música com foco nas escalas pentatônicas e diatônicas.
    Porém, isso não é suficiente.
    A grande maioria esquece que o solo é feito sob uma base composta de acordes. Então, o interesse é focar nas notas que compõem esse acorde (tríade ou tétrade). Essas notas são chamadas "notas alvo". As demais notas das escalas devem ser usadas como aproximação para finalizar nessas notas alvo. Existem algumas técnicas chamadas de aproximação descendente, ascendente, mista, cromática, conjunta, disjunta.
    Se você empregar a escala referente à tonalidade da música e, junto a isso, procurar finalizar seus solos em cima dessas notas alvo, poderá improvisar a vontade sem medo de errar.

    gabrielgarcal
    Veterano
    # ago/19 · Editado por: gabrielgarcal
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    LeBron James
    Amigo, a primeira dica que te dou é bem valiosa: ouça mais jazz. Se vc quer tocar um estilo precisa se habituar com ele, pois cada estilo é uma linguagem (essa frase é bem manjada, porém muito verdadeira). Então começar a escutar musicos dessa onda ja irá te ajudar a entender melhor como funciona o jazz. Pode começar pelos guitarristas mesmo, como Wes Montgomery, George Benson, Pat Metheny, Joe Pass, Jim Hall, etc. Esses aí já dão um bom material.

    Agora, sobre a parte teórica: como o amigo falou aí em cima, procure improvisar pensando mais em tríades e tétrades, pois daí tu vai "mostrar" melhor a harmonia. Um artificio legal é buscar conectar um acorde no outro através de arpejos, outro bom também é buscar cromatizar um arpejo (ex: C E F F# G - aqui eu conectei a terça [E] na quinta [G], entre outras aproximações). Enfim, dá pra aplicar varios approachs em cima dos arpejos.
    Aprender e aplicar mais a escala menor melódica e a dom dim também ajuda muito, pois muito fraseado sai dessas escalas (principalmente em acordes dominantes).
    Por fim, também aconselho procurar o canal do Ozéias Rodrigues no youtube. Melhor didática do ensino jazz que ja vi no Brasil. Fica a dica!

    Espero ter ajudado!
    Abraço!

    LeBron James
    Membro Novato
    # ago/19
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    gabrielgarcal
    fontes_rio

    Obrigado pelas dicas. Essa sacada da aproximação cromática dos arpejos nunca tinha passado pela minha cabeça... vou aplicar.

    Filippo14
    Veterano
    # ago/19
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    LeBron James
    Ouve chorinho tambem, esse tipo de aproximação cromatica com arpejo é a base do som tambem.

    Alem disso especificamente, fazer cromatismos em qualquer local ja soa bem jazz.

    Acho que o grande segredo de soar jazz é saber e aplicar resoluções diferentes principalmente em acordes dominantes. Eles sao o grande "mojo" do jazz, pois permitem diversas abordagens diferentes, gerando tensoes diferentes. Estude sobre campo harmonico menor harmonico e melodico, veja as aplicacoes nos acordes dominantes principalmente e depois parta para escala alterada, o jazz se baseia muito nesse tipo de sonoridade

    Abs,

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