escalas "outside" e escalas "inside

    Autor Mensagem
    Fascio
    Veterano
    # fev/04


    Tava lendo no forum e achai isso:

    29. Escalas "outside" soarão erradas se não forem rodeadas por escalas "inside".

    O que sao escalas "outside" e escalas "inside"?

    menininha baixista
    Veterano
    # fev/04
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    nao faço a minima ideia ....
    ajuda ia pessoal !!!!!!!!!!!!
    : )

    Fascio
    Veterano
    # fev/04
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    Sera que sao escalas da tonica e escalas alternativas para a nota...?

    moog
    Veterano
    # set/06
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    up

    (volta a vida)

    stenyosullivan
    Veterano
    # set/06
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    kd os cara foda?

    MLMATOS
    Veterano
    # set/06 · Editado por: MLMATOS
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    Dessa vez pegaram nós de surpresa hein....

    rushrush
    Veterano
    # set/06 · Editado por: rushrush
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    Fascio

    Escala outside é uma escala constituída por "notas de passagem" também conhecidas como aproximação cromática. Isso significa que são notas que não pertencem à escala diatônica na sua forma pura. Nas grandes escolas dos EUA e Europa o termo escala não tem sido mais utilizado para as sequencias de notas de passagem.

    Portanto as notas de passagem (outsides) localizam-se entre as notas naturais de uma escala padrão. Por exemplo a escala C:
    em C não temos nenhum acidente (# ou b), se vc tocá-la de forma cromática, terá 12 notas, as 7 da escala e os 5 acidentes que surgiram neste cromatismo.
    Esse é o principio do modelo de outsides.
    Geralmente o outside liga duas notas que pertencem a esala.
    Ex:

    o seguinte fraseado (subindo e descendo) em Am: (tocar em semicolcheias)

    A Ab F E Eb D C B Bb A
    subindo descendo

    A raiz desta frase simples do exemplo é uma penta menor de A, porém, com outsides (notas de passagem) entre as notas da escala que neste caso são os bemóis.
    Existem muitos clichês e uma possibilidade quase infinita do posicionamento do outside em relação às notas da escala original. Cada caso dá um efeito mais ou menos intenso. No jazz (me refiro aos grandes improvisadores) é quase impossivel de vc ver um fraseado composto apenas de notas da escala. Existem casos onde o fraseado é quase composto só de notas de passagem. Por isso a frase:

    Escalas "outside" soarão erradas se não forem rodeadas por escalas "inside".
    Eu diria que "notas de passagem não terão tanto efeito se não forem rodeadas por notas da escala no momento e na altura certa"

    Isso é o Ba BA da introdução à improvisação não só jazzistica, mas de um modo geral.
    Quais notas e quando usar, em qual grau tal outside funciona melhor, em que andamento, quando subir ou quando descer uma escala com determinada aproximação cromática etc etc etc, eu sugiro que procurem material didático à respeito e abram suas mentes e ouvidos para novas sonoridades e o principal, mãos a obra.
    Estudem isso pois é básico para ser um bom musico, bom improvisador e dizer que vc ganha seu dinheiro honestamente.

    zegotinha
    Veterano
    # set/06
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    eu sugiro que procurem material didático

    algum especifico para indicar??

    Guto EADG
    Veterano
    # set/06
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    é quase impossivel

    eu diria impossivel. digo isso pq ontem mesmo dormi ouvindo um cd do miles davis...

    moog
    Veterano
    # set/06
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    algum especifico para indicar?? (2)

    Blue Jazz
    Veterano
    # set/06 · Editado por: Blue Jazz
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    Eu não penso em escalas "outside" - prefiro pensar em NOTAS "outside"...

    Porque dá muito menos trabalho do que ficar decorando um monte de escalas pra relacioná-las aos acordes, e porque quando se faz dessa maneira até você pensar e tocar já fez tudo de forma mecânica.

    Outro motivo: se você pegar um simples Dó Maior e tocar as 12 notas da escala cromática em cima dele, a nota que irá "doer" mais nesse descanso será uma nota de dentro de própria escala de Dó Maior: a quarta justa, Fá. É a pior nota para se descansar, e ela é "inside" na escala...

    Sim mas, como o rushrush explanou muito bem, "outside" não seriam "notas de passagem"? Aí é que está, qual o grau de incômodo a ser gerado? Porque esse prisma - corretíssimo quando se pensa em "escalas" - exclui a possibilidade de, numa progressão V-I simples (Dó-Fá) você tocar o F no segundo ou terceiro tempos do compasso do acorde de Dó e extendê-lo ao acorde de Fá, que é a tônica.

    Por isso, se você pegar um Dó Maior simples e testar VAGAROSAMENTE todas as notas em cima dele, dando pausas regulares (silêncio, mesmo) entre as notas, vai reparar que cada uma delas gera uma sabor diferente.

    Como o rushrush falou (muito bem falado) a nona menor vai "doer" bastante. Porquê? Porque é uma nota muito distante da tônica, apesar de estar situada ao seu lado na escala. Pegue uma "série harmônica" e confira. Voltando: as outras notas soarão bem melhores porque terão mais ligação com o C do que o Db. Gb faz um trítono com Dó, o que "dói" bastante - essas duas notas, usadas como aproximação cromática para C e G respectivamente, não irão soar tão "outside" se tocadas rapidamente porque darão um efeito de aproximação cromática, muito usado no jazz: a sensação de repouso será MAIOR do que a de tensão. Usadas de outra maneira e devidamente ressaltadas, mostrarão seu "sabor forte" e aí sim, cumprirão sua fução "outside".

    Das outras 4 notas "outside" da escala de Dó Maior teremos:

    Eb: é a terça (menor) da escala de Dó Menor.
    Ab: é a tonalidade relativa de Dó Menor.
    Bb: é a sétima (menor) da escala de Dó Menor.

    Dá pra ver que elas se ligam mais facilmente ao Dó do que Db ou Gb.

    Uma coisa interessante será a altura das notas outside: se gravarmos um acorde de Dó Maior (simples) e sairmos modificando a altura das notas em relação às do acorde, seu sabor irá mudar consideravelmente: um Mi Bemol ao lada de um Mi soará muito mais incômodo do que se tocado uma oitava acima ou terá efeito reverso se tocado sobre um C7 - se tocado em guitarras de timbre similar e for extendido, você terá um C7.9+ e irá somente alterar um acorde dominante, que vai continuar possuindo a mesma função.

    Essas notas "outside" tem o péssimo hábito de pedirem resolução, em Dó Maior:

    Db > C
    Eb > E
    Gb > G
    Ab > G
    Bb > B (> C)

    Quando a gente escapa dessa armadilha, pode criar uma frase que vai se tensionar seguidamente sem se resolver, num IIm-V-I (Dm-G-C) você pode criar algo que só se resolva no I fazendo os ouvintes levantarem das cadeiras com o cú arrepiado ou deixarem os copos de lado para prestar atenção em você. Neste caso (IIm-V-I ou Dm-G-C) pensando em escalas você vai acabar fragmentando sua frase por acordes (uma escala por acorde) e tenderá a fazer a ligação por cromatismo na nota da escala subsequente, o que iria estragar o truque: pensando SOMENTE nas notas "outsides" e nas "insides" que "doem" - como a quarta justa, tudo em cima somente da escala do I (Dó Maior) você terá tranquilidade pra deixar seus ouvidos funcionarem e alcançar as tensões desejadas sem se prender aos tecnicismos mecânicos das escalas, uma vez que você já provou do "sabor" das notas sobre um Dó Maior, não será difícil buscar por eles numa frase desse tipo.

    Por isso prefiro enxergar o "outside" na relação das notas em referência à tônica da tonalidade, e não montar escalas sobre escalas.

    rushrush
    Veterano
    # set/06
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    Blue Jazz

    Por isso prefiro enxergar o "outside" na relação das notas em referência à tônica da tonalidade, e não montar escalas sobre escalas.

    Exatamente, mas não apenas em relação à tonica. Como vc mesmo disse acima, essa forma de tocar fragmentando a frase por acorde (chamada intervalistica), em um II V I de C, vc pode pensar como emprétimos modais. Ex.: II V I de C ( Dm7 G7 C7+), vc pode fingir que esse Dm7 é 0 3° grau de Bb ao invés de ser o segundo de C, Vc pode fingir que esse G7 é um 1° grau e esse C7+ é o 4° grau de G, ou quinto de F...
    Construir as frases em cima de emprestimos, em uma harmonia tonal, oferece efeitos muito interessantes.
    Sei que vc sabe disso, falei apenas para ilustrar e reforçar.
    Um abraço.

    Blue Jazz
    Veterano
    # set/06
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    É isso aí mesmo, rushrush.

    Com o tempo acho que a pessoa passa a se "colocar" por acorde, automaticamente ela vai começar a sacar que um Fá soa bem diferente em cima de um Dm7, um G7 ou um C7+; até porque já terá sentido o sabor dos intervalos nos principais acordes (X7+ Xm7 X7 Xº etc - e suas extensões) assim como vai começar a sacar as substituições e acordes de passagem que pode inserir melodicamente num solo, é quando a brincadeira começa a ficar legal...

    zegotinha
    Veterano
    # set/06
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    nun improviso como que eu sei o que é outside ou aproximação cormatica? pelo tempo de repouso?

    Blue Jazz
    Veterano
    # set/06
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    Outside são notas que estão FORA da escala - toque um Db em cima de um Dó Maior e sinta o ouvido doer.

    O tempo de repouso não temnada a ver com isso, eu diria que sobre um acorde de Dó Maior você passa rapidamente por um Gb rumo a um G ele fez uma "aproximação cromática" e essa nota não "doeu", pelo contrário, ajudou a reforçar a sensação de repouso na quinta do acorde, G (Dá uma olhada aqui: http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/143626/) mas se você segurar esse Gb ele vai doer, e muito.

    Dá uma relida com cuidado nesse tópico, não está tão difícil assim.

    joe pass JR
    Membro Novato
    # fev/18
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    alguem tem algum metodo pra indicar ?

    Ismah
    Veterano
    # fev/18
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    Indicar algum método para...?

    joe pass JR
    Membro Novato
    # fev/18
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    aprender a tocar outside

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