Aria Igb 35/5 + Bdi 21

    Autor Mensagem
    Will Piasecki
    Veterano
    # out/07


    Tchurma, quero fazer um "reviewzinho" (como se ficasse assim no diminutivo) sobre como ficou o meu som após a compra do bichim novo! (E sobre todos os ajustes que tive que fazer até achar um timbre bacana).

    Então, vamos lá!

    Primeiro testei o BDI numa loja aqui de curitiba e curti o som, mas já vi que tinha frequencia em excesso e outras faltando.

    Como a loja estava me pedindo R$ 170,00 (e pesquisando aqui só achei por 5 reais a menos) resolvi apelar para o mercado livre e achei o pedal (usado) por R$ 100,00. 5 dias após o depósito chegou o pedal (devidamente condicionado numa caixa de Omo, edição de aniversário de 50 anos de omo progress). Apresentava um pouco de folga nos knobs, mas "nada que comprometesse o conjunto" (parece coisa da cover baixo né?).

    Enfim, comprei a fonte de 9V e uns cabos a mais (uns 15 pois fico pisando e destruindo eles) e bora brincar com o bicho.

    Pra quem nunca tocou em um, o timbre chega a impressionar um pouco no começo, mas logo se percebe que não é "plug and play" (plugue e toque) mas precisa sentar pra ver que timbre vc realmente quer.

    O BDI possui 6 knobs e uma chave que parece de rádio-relógio antigo, são eles:

    Treble: Controle de agudos;
    Bass: Controle de graves (esse que não dá para saturar em quem tem baixo ativo - na verdade eu uso ele com menos da metade);
    Level: Nivel de volume que sai do BDI (não é alto, para dar um ganho grande vc precisa controlar junto com o knob DRIVE);
    Drive: Controla o nivel de saturação valvula. Aqui que voce consegue colocar a tal da distorção do BDI (mas não imagine que você vai tirar o mesmo timbre do cara do manowar em Guyana, é um distorção relativamente leve, "crunchy" mesmo como dizem no manual, coisa pra quem curte timbre vintage). Utilizando esse controle junto do LEVEL você consegue um ótimo ganho, o que é bom para quem não tem um baixo com um alto nível de saída (como o meu aria);
    Presence: Esse knob faz parte do EQ do negócio e atua em uma faixa de frequencia bem específica. Não lembro onde li, que falavam que era médios, mas a mim parece ser um agudaço agudão bem agudo, pois em exagero isso aqui faz com que você escute mais seus dedos escorregando nas cordas do que notas propriamente ditas. Aqui que se obtêm um timbre de slap simplesmente magnífico (mas que se abusar vai precisar de compressor);
    Blend: Aqui você mistura o sinal de valvulas do BDI com o sinal "oficial" do baixo. Eu uso esse knob na metade (apesar de todos os presets do manual sugerirem ele no máximo) pois a saturação disso aqui arranca todos os médios do meu baixo e deixa ele bem interessante pra slap, mas um lixo pra qualquer outra coisa;
    GND Lift: Controle de aterramento do pedal; dependendo do tipo de aterramento que existe no amplificador, essa chave pode diminuir o nivel de ruido pois desconecta o terra do proprio pedal

    Após achar um timbre legal no cubo de casa fui pro estúdio ensaiar com banda e ver como seria a reação.

    Pois bem, caiu no que eu achei que ia cair: falta de médios. Pra quem passou por isso, sabe que o baixo some se não há médios e vira uma massa embolada de grave com um "chkt chkt" de dedo escorregando na corda. O EQ do fender bassman 80 não ajudou em nada (alguém gosta desse amp? acho esquisitinho o som dele...) então tive que partir pra reregular o pedalzão mesmo.

    Depois de muito fuçar achei um timbre legal: 80% drive, agudo flat (50%), 40% grave, level flat, blend flat, presence 70%. Deixa o som quente e com um p*ta brilho pro slap.

    O ensaio transcorreu numa boa, eu achei o timbre bem audível e agradável. Já comentei aqui que tenho um aria cujos captador da ponte possui uma chave para troca de bobinas de single para humbucker. Pois bem, sempre uso com ambos os caps como single, pois é meu timbre favorito, mas para usar com o bdi, é melhor deixar a ponte como humbucker; isso acentua os médios e reduz os graves (sem o pedal me parece que tem médio demais no timbre).

    No mesmo dia fui fazer um show e fui lá eu com meu BDI turbo-power-mega-blaster-with-lasers.

    O cubo para baixo lá era um staner bs 150, já velho conhecido de guerra. A principio tive que ligar o baixo direto pois não havia adaptador para a tomada da fonte (marinheiro de primeira viagem com pedal; e a minha bateria reserva é para o meu baixo ¬¬) e logo senti a diferença no timbre sem o pedal. Consegui um adaptador antes do show começar e a coisa foi muuuuuito quente. Não sei porque cargas d'água o timbre ficou bem saturado naquele staner; como o show era de hard rock, fechou!! Só quem é hard rocker sabe o que é entrar com peso e distorção na intro de "smoke on the water" (por mais cliche que seja a musica, nao deixar de ser alucinante).

    Nao desliguei o pedal em momento algum do show ou do ensaio. O timbre se manteve excelente, audível e com qualidade, nao sobrou nem faltou freqüência (ok, talvez um pouquinho de médios que nenhum dos amps fornecia mto bem mas nada que "comprometesse o conjunto" =) ).

    Ainda falta testar ele com gravações, mas logo adianto: quem está afim de um timbre vintage com qualidade, é um bom investimento, eu particularmente sou fã de carteirinha de bandas e sons antigos então não estou procurando um timbre hiper-mega-turbo-power-ultra-saturado. O que o BDI fornece por enquanto supre as minhas necessidades.

    Acredito que seja um produto cujos recursos são melhores aproveitados com baixos passivos já que o amp valvulado tem umas características interessantes no som e no EQ (quem já usou meteoro falcon, giannini tremendão ou marshall sabe do que estou falando). Enfim, pra quem está na dúvida, veja quais suas necessidades. Da minha parte, está recomendado.

    marcioazzarini
    Veterano
    # out/07
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    Will Piasecki

    Muito bom o review!

    Abraço!

    Will Piasecki
    Veterano
    # out/07
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    Só pra complementar, a respeito do Aria IGB 35/5.

    Ouvi alguns comentários bem ruins sobre o hardware dele aqui no forum. Pra quem já pensou em adquirir um, logo adianto: de fato, já troquei tarracha e muuuuuitos potenciometros...

    Porém, não me desfaço desse baixo por nada, daqui pra frente só agrego baixos no meu arsenal mas vender esse aria não, pois o timbre dele é muito bom, e dá uma surra em muito ibanez, washburn e tagima que eu já toquei e testei nas lojas (pra ser sincero não sei se o timbre do meu baixo é o original, pois já mexi muito na parte elétrica dele, mas nunca troquei captadores =) ).

    Já tive pessoas querendo comprar ele de mim também.

    O timbre desse baixo não é o que eu indicaria para metal ou hardcore, pois tem pouco ganho. Eu uso melhor ele em rock, reggae, funk... O slap dele não tem brilho exagerado - a menos que vc soque agudo - e soa bastante agradavel, não é muito agressivo nem muito roncado. Deve servir muito bem para jazz e fusion (quando eu aprender a tocar isso eu informo vocês). O braço é bastante fino e agradável. Utilizo para slap, pizzicato, tapping e harmonicos. Os trastes são bem grandes, o que atrapalha um pouco no tapping. Dá para se acostumar com isso, mas se você quer um instrumento só para tapping, esse pode não ser o mais indicado.

    Os captadores dele possuem quatro fios mais a malha saindo. Se você possuir uma chave de três posições (on, on, on) pode fazer com que existam 9 possibilidades de combinações de bobinas entre seus captadores: paralelo, single e humbucker, combinados com qualquer uma destas conexões só que com o outro captador. Ah, é preciso colocar a chave num luthier também, óbvio, pq nao vem de fábrica =).

    Enfim, se alguém pretende adquirir um, compre junto um lote de potenciometros... vai precisar ¬¬
    Mas depois disso não se arrepende mais.

    Will Piasecki
    Veterano
    # out/07
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    marcioazzarini

    Valeu =)

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