Impasses Musicais - Limites e fazer o que?

    Autor Mensagem
    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Adler3x3


    Bem pessoal.

    O Tema do tópico desta vez é um pouco diferente.

    Impasses musicais.
    Todos nós no processo de composição e de produção musical em geral no nosso home studio corremos o risco de chegar num ponto em que podem aparecer diversos impasses musicais, sejam por erros até grosseiros seja pela própria natureza do processo de gravação seja de áudio real ou de midi.

    Vou tentar explicar com alguns exemplos:
    01 - Por impulso você começa a gravar uma música no teclado, mas no início acaba não se preocupando em configurar o teclado de acordo.
    Digamos você vai tocando num certo estilo que o certo seria 85 BPM, mas o teclado por padrão esta em 120 BPM, e você grava na DAW, e por nada estar bem definido, nas DAW esta o padrão de 120, mas você esta tentando tocar na verdade em 85 BMP.
    E as vezes nem sabe direito em que tom vai ser a música.

    Depois por melhores softwares que você use para detectar a verdadeira BPM. fica uma confusão só, cada software ou DAW apresenta uma medição diferente.
    Se você usar os timbres do próprio teclado vai ter um certo resultado, mas se você gravar em midi vai ter outro resultado diferente, mas acredito que conforme o instrumento virtual podem apresentar "n" resultados diferentes.
    Pois os samplers digamos foram gravados em 90 bpm e você esta tocando ou em 85 ou em 120 bpms, e em o outro VST o sampler original pode digamos estar em 120 bpm.
    Conforme a música seja composição própria ou uma música de um outro compositor que você vai gravar "n" resultados podem aparecer, e conforme o caso surgem certos impasses musicais insanáveis, ou seja depois por mais que você se esforce não tem mais conserto, nunca vai soar bem.

    02- Você pega uma partitura de música clássica ou até popular,. mas não sabe direito qual as bpm corretas, e vai editando, primeiro na partitura, tudo certinho, tudo no seu lugar;
    Depois você dá uma boa humanizada, track pro track e cada track individualmente vai soando bem.
    Mas quando você coloca para tocar tudo junto fica ruim.
    Recentemente peguei uma partitura de uma música de natal, nas aparências com um excelente arranjo, para um quarteto de cordas, tudo muito legal e bem feito, a partitura bem completa com dicas de dinâmica, articulações e mais.
    Mas quando vai tocar usando instrumentos virtuais fica uma droga, e você fez tudo certinho mas não funciona.
    Então por exemplo nesta caso você pega e as quatro tracks com uma parte para cada instrumento e junta tudo numa track só, e em vez de usar instrumento por instrumento, pega um VST de Ensemble de Cordas, e coloca para tocar, e bingo funciona.
    E aí fica a pergunta?
    Quando usar ensembles (conjuntos de instrumentos) e quando usar instrumentos individuais?

    Acredito que não existe uma única resposta, tudo vai depender da composição em si, e principalmente dos Vsts que você vai usar.


    03 -Em muitos casos você faz uma boa composição, mas se for usar instrumentos virtuais, nunca vai ficar bom, por mais esmero e boas técnicas que use.
    E com instrumentos de verdade e músicos de verdade você nunca vai saber, pois dificilmente você vai encontrar conjuntos que estejam dispostos a tocar as suas músicas.
    Em teoria geral , desde que você como compositor respeite a boa teoria musical deveria soar bem com músicos de verdade.

    Então acredito que o problema esta mais no mundo virtual.
    Então tem certas coisas que você pode fazer bem feito, mas no mundo virtual, nunca vai dar certo.

    Então tem certas composições do mundo virtual que você a medida que vai compondo tem que já de certa forma ir ouvindo ao mesmo tempo, para fazer uma boa composição dentro da realidade virtual, até onde os instrumentos virtuais possam dar conta do recado.

    E isto pode acontecer em vários estilos, um órgão, um saxofone, podem não ter jeito de dar certo.

    Como evitar estes tipos de impasses musicais?, e como saber se realmente existe tal impasse, e quando devemos ter consciência disto e abandonar o projeto, pois uma série de erros, ou outros procedimentos até que não são erros, mas não funcionam, e a realidade real dos instrumentos reais é uma, e a realidade virtual é outra.

    E a nossa ilusão de achar que fizemos uma coisa boa, quando na realidade fizemos algo ruim, e onde buscar esta percepção ou consciência de admitir que fez uma coisa ruim, que produziu uma porcaria de música, e não fica cego pensando que fez coisa boa?

    Então isto quer dizer, se a sua música vai passar necessariamente pelo mundo virtual então você tem que adotar outros cuidados, que no mundo real você não teria com o que se preocupar.
    Se vai fazer uma composição já tem que desde o início tomar certas precauções, como saber definir bem o estilo, as bpm, o Tom ou Tons, o equilíbrio entre os instrumentos que vai usar, e muito mais.
    Que mais seria?

    Comentem a este respeito, e até sobre outros impasses virtuais e reais, citando exemplos, impasses estes que são criados por nós mesmos, ou devido as limitações tecnológicas do processo de gravação e do próprio mundo virtual.

    Jabijirous
    Veterano
    # dez/16
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    Adler3x3
    Vou falar como eu trabalho em certas situações:

    01 - Por impulso você começa a gravar uma música no teclado, mas no início acaba não se preocupando em configurar o teclado de acordo...

    Raramente passo por esse tipo de problema, então não sei te responder!

    02- Você pega uma partitura de música clássica ou até popular,. mas não sabe direito qual as bpm corretas, e vai editando, primeiro na partitura, tudo certinho, tudo no seu lugar;
    Depois você dá uma boa humanizada, track pro track e cada track individualmente vai soando bem.
    Mas quando você coloca para tocar tudo junto fica ruim.
    Recentemente peguei uma partitura de uma música de natal, nas aparências com um excelente arranjo, para um quarteto de cordas, tudo muito legal e bem feito, a partitura bem completa com dicas de dinâmica, articulações e mais.
    Mas quando vai tocar usando instrumentos virtuais fica uma droga, e você fez tudo certinho mas não funciona.
    Então por exemplo nesta caso você pega e as quatro tracks com uma parte para cada instrumento e junta tudo numa track só, e em vez de usar instrumento por instrumento, pega um VST de Ensemble de Cordas, e coloca para tocar, e bingo funciona.
    E aí fica a pergunta?
    Quando usar ensembles (conjuntos de instrumentos) e quando usar instrumentos individuais?

    Acredito que não existe uma única resposta, tudo vai depender da composição em si, e principalmente dos Vsts que você vai usar.


    Essa é a pergunta é bem complexa. Entretanto, eu não trabalho editando um por um e depois vejo o resultado com todos. Não vou dizer que é o certo ou errado, pois não existe tal coisa nesse quesito e, sim, a melhor forma que você consegue trabalhar.

    Geralmente eu começo com a harmonia. Começo pelo baixo e depois vou mexendo nos outros instrumentos juntando com o baixo para formar o todo. Foi a forma com que eu resolvi esse problema de soar bem separado e uma porcaria junto!

    03 -Em muitos casos você faz uma boa composição, mas se for usar instrumentos virtuais, nunca vai ficar bom, por mais esmero e boas técnicas que use.
    E com instrumentos de verdade e músicos de verdade você nunca vai saber, pois dificilmente você vai encontrar conjuntos que estejam dispostos a tocar as suas músicas.
    Em teoria geral , desde que você como compositor respeite a boa teoria musical deveria soar bem com músicos de verdade.

    Então acredito que o problema esta mais no mundo virtual.
    Então tem certas coisas que você pode fazer bem feito, mas no mundo virtual, nunca vai dar certo.

    Então tem certas composições do mundo virtual que você a medida que vai compondo tem que já de certa forma ir ouvindo ao mesmo tempo, para fazer uma boa composição dentro da realidade virtual, até onde os instrumentos virtuais possam dar conta do recado.

    E isto pode acontecer em vários estilos, um órgão, um saxofone, podem não ter jeito de dar certo.


    Eu sempre falo para os meus alunos para conversarem com os músicos para saber os limites técnicos, assim você pode compor com um limite de recursos. O mesmo deve ser feito com instrumentos virtuais. Não adianta querer fazer algo que o seu instrumento não vá fazer. Por isso que eu falo, na hora de arranjar ou compor, tem que saber o limite técnico do seu instrumentista, seja real ou virtual.


    Como evitar estes tipos de impasses musicais?, e como saber se realmente existe tal impasse, e quando devemos ter consciência disto e abandonar o projeto, pois uma série de erros, ou outros procedimentos até que não são erros, mas não funcionam, e a realidade real dos instrumentos reais é uma, e a realidade virtual é outra.


    Acredito que um bom planejamento vá ajudar, não digo resolver, mas ajudar. Entretanto, se você quer compor usando instrumentos virtuais, pesquise bastante para qual mercado aquele instrumento está sendo oferecido.

    E a nossa ilusão de achar que fizemos uma coisa boa, quando na realidade fizemos algo ruim, e onde buscar esta percepção ou consciência de admitir que fez uma coisa ruim, que produziu uma porcaria de música, e não fica cego pensando que fez coisa boa?


    Essa pergunta é difícil. Mas vou falar o que falo para todos os alunos "não pense nisso, apenas faça!"

    Então isto quer dizer, se a sua música vai passar necessariamente pelo mundo virtual então você tem que adotar outros cuidados, que no mundo real você não teria com o que se preocupar.
    Se vai fazer uma composição já tem que desde o início tomar certas precauções, como saber definir bem o estilo, as bpm, o Tom ou Tons, o equilíbrio entre os instrumentos que vai usar, e muito mais.
    Que mais seria?


    Os cuidados são os mesmos, conhecer o limite técnico do seu intérprete!

    Eu acho que a pessoa que querem entrar no ramo da produção tem que estudar MUITO, mas estudar para estar pronto para o mundo real, pois o virtual é mais fácil.Estar preparado para o mundo real é tirar o virtual de letra!

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Adler3x3
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    Jabijirous

    Sim.
    Concordo com a maioria das suas respostas.
    Mas o que em parte eu quis dizer mas talvez não tenho encontrado as palavras certas.
    É que no mundo virtual tem algumas formas diferentes de fazer para que soe bem.
    Então desde o começo da composição você tá tem que ir ouvindo com os instrumentos virtuais que vai gravar depois, para já observar de cara se os instrumentos vão dar conta do recado.
    Sim e aí entra a suas observações de conhecer as limitações técnicas e claro quanto mais conhecer sobre o instrumento real melhor.

    Tem peças musicais de compositores clássicos que por melhor que seja o VSTi que você tenha e por melhores que sejam as técnicas que você usa, nunca ficam bons.

    Jabijirous
    Veterano
    # dez/16
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    Adler3x3
    Tem peças musicais de compositores clássicos que por melhor que seja o VSTi que você tenha e por melhores que sejam as técnicas que você usa, nunca ficam bons.

    Falta exatamente o fator humano, faz TODA a diferença!

    Synth-Men
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Synth-Men
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    Comentem a este respeito, e até sobre outros impasses virtuais e reais, citando exemplos, impasses estes que são criados por nós mesmos, ou devido as limitações tecnológicas do processo de gravação e do próprio mundo virtual.


    Acho humanizar totalmente difícil, mas não impossível. As coisas mais humanizadas que já gravei foram no Audacity, simples, sem fru-fru, efeitos, vsts, etc... Mas não foi mole.

    O que ocorre com os VSTi's (ao menos comigo), mesmo tendo-o a bastante tempo, não me dedico a pegada daquele VSTi. Desta forma, acabo conhecendo-o pouco, mediante a várias situações de eventos e comandos eletrônicos dentro de uma DAW.

    Gravo uma trilha perfeita, escolho o VSTi mais poderoso, o timbre mais fantástico e sai tudo feio e horrível. Talvez deveria gravar direto com o VSTI? Será que ele não é tão bom assim, apago tudo e faço novamente?

    Creio que depois de muito tempo, faltou de minha parte, maior costume, conhecimento e pratica sobre o tal VSTi poderoso, com o timbre mais fantástico.

    O que eu faço é ao menos de vez em quando, (mesmo achando um pé no saco), tocar alguma coisa completa só com aquele timbre. Uma melodia qualquer, pop, clássica, brega, sei lá.

    Outra coisa que fiz, foi reduzir de forma drástica o número de VST's, afim de buscar uma identidade e reduzir o esforço para conhecer as características de todos

    Piano - Tenho só dois
    Strings - Tenho dois e mais um mellotron
    Piano FM - Dois
    Rhodes - Dois
    Sintetizadores - Alguns poucos bem variados (menos de uma dúzia) (ME-80, OP-X, PRO-52, Diva, e outros...)

    Não utilizo simuladores de guitarra e baixo. Não uso sampler, quando sim, eu mesmo os crio. Parei de usar SF2. Não uso Kontakt.

    Para ser sincero, não aguento mais ficar na frente do computador. Estou migrando para o mundo das cordas (novo aprendizado e desafio), mas na hora de gravar, teclado, instrumentos e VSTI é tudo igual.

    Já comprei os cubos, mesa de som, direct box, cabos e agora só falta o gravador digital. Isto tudo, para ir para o computador só no final. E mesmo assim esses dilemas descrito pelo Adler3x3 ocorrem sempre comigo.

    Acho que faz parte do processo natural, pois trata-se também do nosso senso critico, junto a algumas dúvidas que as vezes está em nós mesmo e não sabemos a origem de primeira mão.

    Jabijirous
    Veterano
    # dez/16
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    Acho que faz parte do processo natural, pois trata-se também do nosso senso critico

    Isso aí!

    Casper
    Veterano
    # dez/16
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    01 - Por impulso você começa a gravar uma música no teclado, mas no início acaba não se preocupando em configurar o teclado de acordo.

    Comigo não acontece, porque eu preparo o
    timbre antes de gravar, e como só uso hardware
    sincronizado (desde delay até LFO sincronizado por
    MIDI), dificilmente isso é um problema.

    02- ...mas quando você coloca para tocar tudo junto fica ruim...

    As partes individuais não interessam. O que interessa é
    como essas partes soam juntas.

    03 - ...em teoria geral , desde que você como compositor respeite a boa teoria musical deveria soar bem com músicos de verdade...

    Eu nem penso em soar como músico de verdade. Eu quero
    apenas colocar em forma de som uma ideia, que quase
    nunca depende de uma execução humana.

    Synth-Men
    Veterano
    # dez/16
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    Casper

    Quando é assim, é só alegria.

    Confesso que às vezes as minhas frustrações se misturam com meu senso crítico e batem no teto das minhas limitações técnicas que são muitas. Resumindo tudo: Falta de visão minha.

    Quando faço sem compromisso, sai muito mais legal, fico muito mais feliz e supero algumas dificuldades e limitações do meu aprendizado.

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # dez/16
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    Eu acho que tudo se resolve com remédios

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Adler3x3
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    Casper e outros

    Casper Escreveu:
    Eu nem penso em soar como músico de verdade. Eu quero
    apenas colocar em forma de som uma ideia, que quase
    nunca depende de uma execução humana.

    O teu estilo e os teus instrumentos são digamos da pura música eletrônica.
    Que é bem diferente da música tradicional.
    Neste ponto você esta certo.
    Mas como todo o processo é feito por humanos, de certa forma digamos que o resultado final é humano.
    E no mundo virtual surge a técnica da programação que é feita por humanos, desde os tempos de automação da antiga roma, no órgão que tinha no Coliseu, que usava tubos, mas o movimento do ar era feito pelo movimento da água, e tudo funcionava com uma certa parte com uma matriz ou tábua de programação, que podia conter até variações, uma sequência de furos que a máquina seguia, e a energia que fazia funcionar era hidráulica.

    Mas toda a música seja eletrônica ou seja tradicional, gravada com instrumentos reais ou virtuais tem um ponto em comum.
    E isto me levou a refletir a tentar explicar o quis dizer mas não encontrei as palavras certas.

    A partir do momento que o som é gerado pelo sistema e ressoa nos altos falantes ou fones de ouvido temos um som real, não importa a sua origem, tentamos fazer com que o mesmo soe bem.

    Muitos entendem por música eletrônica tudo o que passa pelo computador, mesmo as gravações baseadas em instrumentos reais.
    É todo um processo artificial, desde a captação e a aplicação de "n" efeitos, a partir da gravação é tudo artificial.
    Música real só escutamos ao vivo e a feita com instrumentos acústicos, e num ambiente que possibilite uma boa audição.
    Já com um PA com monitoração e caixas de som não é um som real e natural.

    Então na música feita por instrumentos eletrônicos reais (físicos), seja por software tentamos criar uma música que soe bem.

    No campo dos softwares e de instrumentos eletrônicos tentamos tirar o melhor possível.
    Só que:
    - instrumentos reais são gravados por processos eletrônicos, mas aqui se consegue uma dinâmica mais natural;
    - instrumentos virtuais, tem limitações técnicas para imitar um instrumento real, ou mesmo um instrumento que só existe no mundo virtual.
    os erros mais comuns da composição é da extensão do timbre, sua tessitura, e acordes que não podem ser feitos pelos instrumentos.
    - então o que importa no final é fazer uma música que soe bem, só que adaptada a realidade virtual.

    Então neste casos temos dois tipos básicos de música, uma mas natural e outra mais artificial, mas no fim depois que soa no ar de certa forma são iguais, é uma onda sonora que se propaga no ambiente, e é real.

    Então se formos fazer uma música para ser tocada por músicos reais, temos que ter o conhecimento dos instrumentos reais e das técnicas que os músicos usam para tocar, além é claro de toda a teoria musical aplicável.
    Já na música puramente eletrônica, seja pelos instrumentos que só existem nos kylobytes, o processo é completamente diferente, e as técnicas que tentam imitar os reais são limitadas.
    Então na própria formação do arranjo, dos acordes, melodias e adornos vamos para um mesmo tema musical inspirador, no final fazer duas músicas diferentes.
    Na teoria seriam iguais, mas na realidade o que temos que fazer é usar os recursos que dispomos então no caso da música virtual, temos que fazer com que soe bem, então vamos ter que obrigatoriamente adaptar.
    Então no final este tipo de música não é para depois os músicos reais tocarem.
    Até pode acontecer, mas os músicos reais vão ter que fazer um rearranjo do virtual para o real.
    Uma música que pertence somente ao mundo virtual não pode ser executada ao vivo.
    Não dá para ficar com um pé no virtual e outro pé no real.

    Não é possível fazer uma música que ao mesmo tempo se adeque aos dois diferentes mundos.

    Notação -> Técnicas reais -> interpretação do músico real -> gravação -> processos eletrônicos -> som final;

    Notação -> Técnicas virtuais -> interpretação por softwares -> gravação -> processos eletrônicos -> som final;

    Então por exemplo no mundo normal o músico vai executar um acorde de violão usando diferentes técnicas do que sabe usar, para cada corda do instrumento ele dá uma pressão diferente.
    Por outro lado no virtual as opções são bem poucas em relação ao real.
    Então o processo no virtual tem que ser mais simples em certos pontos, mas pode soar bem., desde que se respeite o que é possível fazer.
    Então a montagem do mesmo acorde básico é diferente, digamos que no virtual certas articulações não são possíveis de emular.

    Mas por paradoxo que pareça já na música puramente eletrônica o processo pode ser o inverso, criamos uma música que só pode ser executada por instrumentos eletrônicos por ser até extremamente complexa, que jamais poderá ser executada por seres humanos.

    E conseguir a proeza de fazer uma música de uma só vez para os dois sistemas é muito difícil,então uma música boa sempre vai ter que ter duas versões diferentes e obviamente não vão soar iguais.

    Os Beatles no fim de carreira, pararam de tocar ao vivo, e um dos motivos foi que a música que produziam em estúdio não poderia ser tocada ao vivo, isto antes da era digital.
    E com a era digital ficou mais difícil ainda, e surgiram novas opções, vejam o exemplo do Megadeth.

    Músicas:
    - música que não pode ser tocada na íntegra por músicos reais, pertence somente ao virtual, e se for transportada para o mundo real exige um novo arranjo;
    - música que pode ser tocada por músicos reais e simulada insatisfatoriamente no virtual, se queremos transportar para o outro mundo temos que fazer outro arranjo por causa das limitações das simulações ou emulações.

    Uma percussão moderna feita por softwares fica impossível para um grupo de percussionistas dos bons fazer o mesmo, vai faltar mãos.

    Assim quando vamos compor temos que ter em mente para que mundo estamos compondo.
    Não adiante se iludir e pensar que esta com a bola toda, que fez uma composição tipo suite, com movimentos (primeiro movimento, segundo movimento, variações e uso de outros termos emprestados do mundo clássico), e posar de bom, fazendo uma música com mais de trinta instrumentos.

    Se uma orquestra pegar o seu trabalho para tocar, o maestro vai ter que refazer toda a partitura, e em certas partes ele vai te informar, que certas coisas não são possíveis de tocar, e vão ter que ser adaptadas.
    Se vai compor para uma orquestra de verdade tem que ter um conhecimento a nível de maestro, ser um maestro e um íntimo relacionamento com os músicos e principalmente com os instrumentos.
    E assim ocorre também com outros estilos e diferentes grupos musicais.

    Deu para entender?
    E aí que surgem os impasses musicais.
    Ou fui prolixo em demasia?

    Synth-Men
    Veterano
    # dez/16
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    Já na música puramente eletrônica, seja pelos instrumentos que só existem nos kylobytes, o processo é completamente diferente, e as técnicas que tentam imitar os reais são limitadas.
    Então na própria formação do arranjo, dos acordes, melodias e adornos vamos para um mesmo tema musical inspirador, no final fazer duas músicas diferentes.


    É justamente neste trecho que as preocupações de quem utiliza instrumentos reais e virtuais se separam.

    Na música eletrônica se pode praticamente tudo (lógico que com coerência e no modo de falar).

    Mas na semi-acústica ou acústica, se eu utilizar um vsti simulador de saxofone, posso até fazer um dueto bem elaborado, mas nunca um acorde e um arpejo.

    Na eletrônica, este mesmo simulador de saxofone, posso incluir vários efeitos moduladores, filtros e ambiências e fazer os acordes (com coerência).


    Mas, eu acho que isolando o instrumento virtual, conhecendo-o melhor, sacando qual é a sua pegada, não vamos faze-lo soar como o real, mas vamos explorar o máximo os seus benefícios sonoros.

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16
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    Synth-Men
    Escreveu:

    Mas, eu acho que isolando o instrumento virtual, conhecendo-o melhor, sacando qual é a sua pegada, não vamos faze-lo soar como o real, mas vamos explorar o máximo os seus benefícios sonoros.

    Sim,
    Exato, agora acho que estou me fazendo entender.

    Tem muito instrumento virtual que tem um baita de um som, temos que saber explorar, e aproveitar,mas com os pés no chão sabendo que é virtual.

    Casper
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Casper
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    Caros Adler3x3 e Synth-Men:


    Eu, por alguma razão, quero colocar um trecho
    com solo de violão de nylon em um determinado
    trecho da música.

    a) Vou pelo caminho fácil, pego um violão "de verdade"
    e gravo o tal trecho, com todos os defeitos e qualidades
    inerentes ao processo;

    b) Não tenho o violão, coloco um VST'i "marromeno"
    (porque de antemão sei que não vai ficar aquela
    maravilha) e edito um pouco para não ficar muito
    tosco, e no final, lá está o solo. Para 99% dos ouvintes
    leigos é imperceptível e/ou indiferente;

    c) Não tenho o violão, coloco um VST'i "profissional",
    gravo e edito até gastar o mouse e fico frustrado
    porque não ficou 100% idêntico ao instrumento real;

    d) Que se dane o timbre e eu coloco o que eu quiser
    para fazer o solo, se ficar muito diferente até melhor;

    Minha abordagem sempre é a) ou d).
    Quando é b) é no espírito desencanado.

    Jamais c). Por dois motivos:

    1) Fugi do foco, que é depositar energia para
    fazer a música, o processo é secundário:

    2) Nunca o emulador alcançará o que ele emula.
    Se chega perto o bastante, não está suficiente?
    Porque se torturar?



    PS: Outro dia usei um cravo de um synth roland
    como oscilador em um Moog (passando pelo filtro)
    e ficou sensacional. E não se parece com nada
    reconhecível.

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Adler3x3
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    Casper

    Escreveu:

    Outro dia usei um cravo de um synth roland
    como oscilador em um Moog (passando pelo filtro)
    e ficou sensacional. E não se parece com nada
    reconhecível.


    Este é o lado bom das experiências, muitas vezes conseguimos resultados surpreendentes nos sintetizadores.

    No caso do C tem que saber até onde se pode ir.
    Na mistura (mixagem) conforme a ambiência usada (reverb) pode ficar satisfatório, o mesmo procedimento do B.
    Depende do arranjo se o instrumento é secundário ou principal.

    Tem um ponto que não se pode ultrapassar pois se perde o foco, e o instrumento fica num impasse, numa eterna edição que nunca termina, sempre ficamos insatisfeitos, e neste casos o melhor a fazer é abandonar a ideia e tentar outro instrumento.

    E no mundo virtual, pode surgir um outro tipo de problema, por exemplo a música pode ter 6 tracks.
    Em quatro tracks usamos um determinado synth, nas outras duas restantes, usamos outros dois synths de marcas diferentes.
    No conjunto pode não dar certo, principalmente por causa do reverb nativo de cada synth.
    Dá para desligar o reverb individual e colocar um reverb numa send global, mas isto pode descaracterizar certos timbres, e depois acaba não combinando do mesmo jeito.
    E os reverbs não combinam, pode tentar editar e deixar mais parecido, mas tem casos que não dá certo nunca.
    E as vezes fica o dilema usar diferentes synths ou fazer tudo no mesmo synth?

    No final o que importa é que soe bem, e ser for diferente melhor ainda, considerando a música eletrônica moderna, se você conseguir um timbre único, conta pontos.

    Melhor do que um outro software que estava analisando outro dia onde tudo soa muito igual, e se você faz uma música, vai ter timbres muito parecidos e iguais com o que outras pessoas estão fazendo, e daí falta originalidade.

    E os tecladistas famosos que usam certos sintetizadores, eles criam os seus próprios timbres e fica super bom, para o ouvinte fica até registrado aquele tipo de som.
    Tem os presets, mas se todo mundo só usar presets, vai ficar indesejavelmente muito parecido com a música dos outros.

    Ismah
    Veterano
    # dez/16
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    Entendo o ponto de vista dos senhores, e o respeito. PORÉM, eu sou de uma política de reclamar só quando há o que reclamar...

    Vejam bem, de 100~75 anos para cá é que temos recursos de gravação, overdub etc... Antes disso, temos SÉCULOS de composições, onde os caras em maioria imaginaram TODO o arranjo... Algo puramente teórico...

    Não acho que VSTi seja um arranjo real, mas com certeza dá pra fazer música com eles... Usar os recursos que se tem...

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Adler3x3
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    Ismah[/b
    Escreveu:
    Usar os recursos que se tem...

    Ou seja fazer soar bem com o que tem...
    E a cada música nova vai melhorando, pois vai aprendendo a usar o que já tem, e pagou por isto, melhor do que ficar na eterna busca do timbre ideal, e usar diferentes VSTis que ainda não domina, e se não domina não vai conseguir tirar um bom som.
    Ou em função da grande variedade de opção de diversos synths em excesso, perder o foco.
    Cada synth pode ter um timbre melhor que o outro, mas diante de tantas opções ficamos perdidos e não sabemos combinar.

    Mas isto é válido não somente para os VSTis, mas sim para os teclados sintetizadores que temos.
    Muitas vezes não exploramos o suficiente, ficamos na superfície, e o teclado tem muito mais a oferecer.

    Tem dias, em que fico tocando seja VSTi ou timbres dos teclados que tenho, tentando fazer modificações, e tocando e ouvindo, as vezes isto me dá uma nova ideia para uma composição.
    E vou anotando no papel para não esquecer, timbres que tem potencial, para futuro uso.
    Nem que toque só trinta segundos, já dá para perceber o potencial.

    Se somar tudo os timbres dos Vstis e dos Teclados que tenho, sejam os de fábrica, ou importados, ou os modificados, o resultado é absurdamente anormal, são milhares e milhares de timbres, fica uma loucura, encontrar o timbre ideal para certa música, e aqui podemos perder o foco.

    O tópico é sobre "impasses musicais", e neste caso a escolha do timbre certo por excesso de opções pode gerar um outro tipo de impasse, que muitas vezes nos defrontamos, não conseguimos equilibrar os timbres dos vários instrumentos.

    Eu tenho uma boa memória de timbres, uma vez que toquei e ouvi, fica guardado no cérebro, o problema é que não guardo o nome do instrumento com a mesma facilidade, tenho um ideia onde pode estar, mas as vezes encontrar aquele timbre novamente fica complicado.

    [b]Arranjo real


    Agora a partir do momento em que a música se propaga no ar, som é real, e o arranjo é real, não importa se foi por VSTi ou instrumento real.

    E esta de instrumento real é relativo, depende da gravação e dos efeitos que se agrega.
    Tudo que passa por uma processo de gravação e efeitos, depois na sequência não é mais real, mas depois que soa pelos alto falantes é real sim.

    Ismah
    Veterano
    # dez/16
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    Aí tu já sai do conceito físico que meu ceticismo se limita... rs

    Mas a real é que menos é mais... Eu tenho uma pedaleira razoável, efeitos variados, amp valvulado, um sistema de cabos bem complexo e blá blá blá...
    Mas não é sempre que to na vibe de ligar tudo aquilo pra tocar... Então acabava tocando menos, e fuçando demais...

    Hoje estou tocando guitarra + amp, quando mui, um pedal de drive ali no meio... Volume e tone são bastante usados...

    Na pratica, se a guitarra pede um violino, tanto faz se for mais isso mais aquilo... Deve soar um violino... Se pede uma guitarra distorcida, tanto faz se é um amp valvulado, um TubeScreamer ou uma G1N... E novamente menos é mais...

    Adler3x3
    Veterano
    # dez/16
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    [b]Ismah[/b
    escreveu:
    Mas a real é que menos é mais


    Sim, boa lembrança.

    Synth-Men
    Veterano
    # dez/16 · Editado por: Synth-Men
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    Casper

    d) Que se dane o timbre e eu coloco o que eu quiser
    para fazer o solo, se ficar muito diferente até melhor;


    Sim concordo, afinal, não produzimos ou temos uma encomenda para uma grande gravadora ou emissora.


    Adler3x3

    No final o que importa é que soe bem, e ser for diferente melhor ainda, considerando a música eletrônica moderna, se você conseguir um timbre único, conta pontos.

    Quanto menos nos preocuparmos e nos "encucarmos", com a eficiência de um ou dois itens, mais espaço teremos em mente para aceitar algo novo momentaneamente.


    Ismah

    Mas não é sempre que to na vibe de ligar tudo aquilo pra tocar... Então acabava tocando menos, e fuçando demais...

    Isso é péssimo. Eu já tive um VST para cada caso, cada um com vários timbres, nunca me decidia o que e qual escolher. Não sabia quem era o melhor ou o pior. Desfiz de mais de 90%¨deles.

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