vitim.guitarrista Veterano |
# dez/14
Fala galera. Estou bastante interessado em estudar frequências para melhorar tanto meu ouvido para técnicas de equalização e etc. Ninguém nunca fala disso, mas no meio de mixagem é extremamente importante, e quando estou mixando fico muito perdido e vou no ouvido e não tenho certeza do que estou fazendo, e se o que estou fazendo é o resultado é o que busco mesmo.
Sempre que vou atras de dicas de mixagem é só uns nego falando "aqui eu coloquei 2db em 2k, aqui em 350hz 3 db" mas quem vai cantar não é sempre a mesma pessoa, nem sempre o mesmo estilo de musica, e por conta dessa variação não da pra ficar pegando "dicas prontas" com ninguém porque simplesmente não da certo; e nisso eu fico perdidim hahahahahha. Outra coisa é, na gringa é só nego foda cantando, só guitarra bolada, baixo arrombando, caixa perfeitamente afinada. Aqui é brazil com z de zuera, é behringer e giannini, todo mundo trabalha e não tem tempo pra estudar musica e blablabla. Nisso eu consigo dar um grau e deixar tudo que eu gravo soando bem, audível, mas depois pra ficar bom, eu não sei exatamente o que estou fazendo, perco tempo demais comparando as coisas, e gostaria de otimizar o meu tempo.
Alguem me indicaria algum material? Livro, video, documentario, qualquer coisa ta valendo hahahahahah
Grande abraço !
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vitim.guitarrista Veterano |
# dez/14
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MMI Poo, que app legal, vlw pela dica, vo baixar aqui heheheheheh !
MauricioBahia
Mano, eu ja me deparei com esse link sim, mas não me adiantou muito. por exemplo, se meu bumbo não ta aparecendo não quer dizer necessariamente que eu compensar esta com falta de 30~125hz, as vezes ele só ta faltando um pouco de presença na regiao aguda pra dar aquele tectec do batedor, muito presente no metal. isso com vozes então eh muito mais complicado de trabalhar. E outra, o estilo musical pede algumas coisas. essa tabela ta me falando onde ficam as coisas, e não onde eu tenho que trabalhar. por exemplo, porque eu deveria adicionar 1~5khz no meu bumbo se bumbo ta na regiao grave? compreende o que eu quero dizer? e eu tambem ja sei deixar tudo audivel, eu quero deixar de ser amador.
esse livro ai tem em portugues? eu to enrolando pra ler o "mastering audio" do bob katz, "zen and the art of mixing" do mixerman e mais um que eu nao to lembrando agora; pq estao em ingles e não tem versão fisica no brasil, e ler no pc é mt ruim... ai eu to enrolando pra mandar imprimir tudo e tals hahahahaha
mas obrigado ai pela recomendação !
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Adler3x3 Veterano |
# dez/14 · Editado por: Adler3x3
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Bem. Tudo o que foi comentado é válido, principalmente as referências a livros. Complementaria que a leitura dos manuais do hardware e dos softwares é de suma importância. O principal é a prática, os presets e dicas prontas são apenas uma referência inicial para poder começar algo quando não sabemos por onde iniciar. Cuidado com os tutoriais na intenet, como você comentou o reforço de "x" db aqui e ali não significa nada, a maioria destes tutoriais não são feitos para ensinar e sim para o sujeito se exibir.
O que vale é a captação, seja pela gravação de instrumentos reais, seja pela correta utilização de instrumentos virtuais. As tabelas de frequências aplicáveis a cada instrumentos também são uma referência básica, mas isto não significa que todas as vezes tem que reforçar. E cada instrumento é um instrumento diferente. Assim no caso dos instrumentos reais o fundamental é uma boa captação. Se a gravação for bem feita depois na hora da mixagem as coisas ficam mais fáceis, o mesmo vale para os instrumentos virtuais que tem que ter qualidade. A boa audição começa com os ouvidos descansados. Tem que reservar o melhor horário do dia em que os ouvidos estão bons, para mixar e masterizar, e em outros processos em que o bom ouvido seja fundamental. Claro todo o processo de criação das músicas e do áudio consomem uma grande quantidade de horas, e assim tem que discernir e reservar os bons ouvidos para certas etapas prioritárias. Depois de certo tempo de audição perde-se a qualidade para ter um espírito crítico. (e nunca vamos ter um bom ouvido para todas as etapas do processo). Com qualidade o trabalho de EQ é mais no sentido de fazer pequenas correções, na maioria das vezes até amenizando as frequências. Claro as vezes também é necessário reforçar certas frequências para se ganhar mais presença. E cada caso é um caso a parte. O importante depois de gravar e antes de começar a mixagem fazer as correções, pequenos ajustes com o uso moderado de efeitos. Se tem que colocar efeitos em demasia é um sinal evidente de que o processo de gravação não foi bem feito, e a única solução é fazer tudo de novo. O processo de gravação por melhor que seja feito nunca é perfeito, e esta fase de ajustes é necessária. Depois no processo de mixagem e master geral tem que ser prático e objetivo, se ficar demorando muito, fazendo eternos ajustes é outro sinal de que as coisas não estão bem, e tem que rever todo o projeto. Tem que criar um hábito de trabalhar rápido e só fazer o que entende, a simplicidade é o melhor caminho: 01- gravação bem feita; 02- boa escolha dos instrumentos virtuais; 03- pequenos ajustes nas tracks individuais; (corretivos) 04- misturar as tracks (mixagem) fazendo o básico no volume e pan. e somente aplicar efeitos em que se saiba o que esta fazendo, sempre na busca do equilíbrio. 05- master geral - para se obter um volume consistente com as mídias em que os usuários vão ouvir, e no caso de Álbum para se ter uma identidade sonora. Os processos demorados são válidos somente para estudo e aprendizado.
Tem dois processos, fazer o que entende para um bom resultado final de uma música de forma rápida e prática. E outro processo que é de aprendizado, que não tem limite de tempo, e nem compromisso com um bom resultado final, pois não vai ser divulgado, pois são experiências, novas músicas experimentais, e pesquisas e outros tratamentos para músicas antigas já gravadas, para aprender e aplicar novas técnicas que vão se incorporar ao seu arsenal. Desta forma inicialmente temos um projeto salvo em uma pasta, e depois as variações (experiências) em outras pastas com nomes diferentes. Conforme fica pronto o projeto inicial com o básico, vai se fazendo as experiências, e de repente uma experiência pode se transformar no projeto original. (pois fez-se a experiência com sucesso e o resultado ficou melhor que o simples anterior). E assim com a experiência o simples anterior fica mais sofisticado, mas continua simples, pois sabe-se o que se esta fazendo, e principalmente considerando o tempo para fazer (rápido). Quando não se obtém sucesso nas novas experiências vai com o básico, que é o melhor que você pode fazer, qualquer outra inserção só vai piorar. (por isto é importante organizar bem os arquivos, salvando com coerência, para evitar que um projeto salvo num único arquivo fique eternamente necessitando de revisão, e chega num ponto que não dá mais para voltar atrás, e o trabalho fica perdido). E tem que considerar a complexidade da peça musical, muitas vezes tentamos produzir algo que esta além da nossa atual capacidade, e nestes casos o projeto tem que ficar arquivado para uso futuro). Então o básico por definição é aplicação das técnicas de eficiência comprovada que você domina e sabe aplicar rapidamente. (algumas técnicas principalmente de humanização de midi, muito embora se domine demora um bom tempo para editar). E o básico vai variar de músico para músico, de produtor para produtor, cada um tem as suas limitações. E o rápido é relativo, tem muitas partes que envolvem um trabalho braçal, como por exemplo a modulação midi, e nestes casos em que se domine a técnica que é mais visual e de edição, pode-se reservar os horários do dia em que o ouvido já esteja cansado. Se você tem que fazer um trabalho rápido, vá pelo básico, não adianta ficar inventando.
Depois que se aprende certa técnica, que no início parecia sofisticada, depois fica simples com o domínio da nova técnica, de conhecimento do que foi feito, e com agilidade para fazer de novo e de forma rápida. Outros processos mais sofisticados requerem mais conhecimento das técnicas e bons softwares. Mas tem que estudar, de nada adianta ter os melhores e não saber usar. Se não sabe vai pelo caminho mais simples, que é usar as técnicas que se tem domínio. A moderação e a prudência, nada de exageros, seja em volumes muito altos, em pans extremos, e o uso controlado dos efeitos. O básico bem caprichado traz bons resultados com um áudio decente. Claro uma outra pessoa com mais conhecimento vai fazer melhor, então temos que respeitar as nossas limitações, isto é temos que aceitar o que de melhor podemos fazer para ter um som decente. Com o tempo e muita prática vamos desenvolvendo a nossa própria técnica, e tudo vai melhorando aos poucos. Num estúdio que presta serviço a terceiros o técnico tem que trabalhar com eficiência e ser rápido, e vai com o básico do básico. A limitação imposta do tempo pode prejudicar a qualidade. Já o que esta no seu estúdio caseiro nem tanto, mas por ter mais tempo pode se perder no processo. Mas se o caseiro usar o seu básico e com mais tempo pode até conseguir um resultado melhor. (para os casos de pequenas bandas e artistas, é óbvio que para os artistas consagrados e que recebem enormes investimentos, a realidade é totalmente diferente, o(s) técnico(s) vão ter muito mais tempo para se dedicar nos mínimos detalhes, e como tem melhores equipamentos e softwares o resultado sempre vai ficar melhor).
O mais importante é a prática cotidiana, ouvir boas músicas, praticar nos instrumentos reais/virtuais,e estudar e estudar os softwares e acima de tudo a boa teoria musical. É um aprendizado contínuo, e não existe uma receita de bolo, uma chave ou conjunto de chavões. É a experiência que se ganha no dia a dia através da prática saudável. E a questão do tempo tem que ser melhor administrada, saber reservar o tempo para fazer as coisas que sabe fazer, e reservar tempo para aprender novas técnicas.
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