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trashit hc Veterano |
# mar/10
--Este texto tem por finalidade fornecer uma introdução à produção do seu CD e também alguns de seus aspectos legais. Uma vez que a indústria fonográfica e as normas que a regem não são estáticas, rapidamente tudo pode ficar complexo. Pretendo que este texto mantenha você longe de percalços e lhe dê informações suficientes para que você faça as perguntas certas e tenha suas respostas. Para cobrir os tópicos abaixo, fiz apenas pinceladas de cada um, contudo, o mais importante é que você se aconselhe principalmente com músicos e pessoal de estúdio experientes.
Vamos lá.
-----Todo mundo parece ter seu CD - menos você. Certamente você tem o talento, as músicas e a forma do CD prontos na sua cabeça, mas o processo de colocá-los juntos num maravilhosamente ilustrado pacote é que é um mistério. Como fazê-lo?
-----A pergunta que você tem de se fazer não é "como", e sim "por que". Antes de você dispender tempo, dinheiro e suor num projeto de CD, tenha certeza de que você não está fazendo isso apenas porque "todo mundo parece ter seu CD". Ter a mais clara visão possível do seu projeto como um todo antes de você iniciá-lo é muito importante. O processo de produção de um CD é longo e estafante, e é melhor que você entre nele sem perder a razão do por que você o está fazendo.
-----Acredito que um bom momento para um artista gravar seu CD é quando ele começa a fazer shows (em cidades e lugares de vários tamanhos) e espera promovê-los em rádios locais. Entretanto, outras razões devem ser consideradas. Se o seu interesse principal é vender sua música para alguma gravadora (a escolha da gravadora), você fará melhor se fizer um CD demo com quatro ou cinco músicas e as marcantes no início, mas, se você estiver tentando criar um produto para vender, um CD completo (com dez a doze músicas, mais ou menos) é mais adequado, e, neste caso, você concordará comigo que a última música talvez deva ser a mais marcante, já que ela funcionará como um "grand finale" e determinará qual a impressão que o CD, num todo, deixará.
-----De toda sorte, se estiver claro para você o que estiver fazendo, o processo de produzir seu próprio CD pode ser mais prazeroso do que sofrido. Afinal, você está no controle de tudo e a maioria das suas decisões será muito pessoal.
Custo
-----Como quase tudo hoje em dia, o custo é a primeira consideração. As decisões podem ser complicadas: você quer o melhor que você puder ter dentro do que você pode gastar ou, simplesmente, o melhor que você puder ter? É como comprar um instrumento: você vai gastar, sei lá, R$ 200,00 num violão que nunca estará completamente afinado ou você vai investir R$ 1.300,00 em um que ficará com você ao longo do seu desenvolvimento artístico?
-----Seja como for, produzir um CD não é barato, se levarmos em conta que a maioria dos artistas que produzem seus CDs são iniciantes e, salvo raras exceções, sem muita disponibilidade financeira (a boa notícia é que os preços tendem a ficar menores por conta da crescente tecnologia de duplicação de CDs). Para pagar um projeto assim, guardar 10% do que você ganha por mês não é uma tragédia das piores. Além disso, se você é integrante de uma banda (parceria entre os membros do grupo), você tem a vantagem de seus parceiros colaborarem com a despesa. (Tenho um cliente que, no início de sua carreira, há uns dez anos atrás, produziu um disco (na época LP) que lhe custou, em dinheiro de hoje, uns R$ 10.000,00, custeados da seguinte maneira: parte doada por parentes próximos, parte ganha com shows, parte de economias e o restante com cheque especial e cartão de crédito (o que ele admitiu ter demorado um ano para pagar).
-----Lembre-se que custos podem ser reduzidos. Se você não tem um estúdio em casa, então vá o mais ensaiado possível para o estúdio que você estiver pagando. De fato, antes de se aproximar do estúdio, faça o seu dever de casa. Afine os instrumentos ao máximo, por exemplo. O seu estado de nervos pode tornar tudo mais lento, não importando se é a sua primeira ou centésima vez num estúdio, mas, o máximo que você tiver interpretado seu repertório e souber quais serão as faixas escolhidas, o mínimo você gastará com supérfluos. Idealmente, acredito que você deve ser capaz de preparar a parte instrumental assim que possível.
Escolhendo o estúdio
-----A natureza do seu projeto determinará qual estúdio você selecionará para suas sessões de gravações. Assim que você escolher aonde gravar, leve em consideração que dentre os "equipamentos" mais importantes de um estúdio está o engenheiro de gravação. Esta será a pessoa com a qual você estará trabalhando proximamente (e em detalhes intricados) e por horas, dias e, talvez, meses. Este profissional definitivamente afetará o som da sua música, portanto, ter um instinto apurado sobre ele pode ser mais importante do que o número de microfones que o estúdio tem ou aquele mural na parede de cantores que por lá passaram. Você pode achar um estúdio moderníssimo, com um milhão de dólares em equipamentos e paredes cobertas com discos de ouro, platina - e daí para frente - de artistas que lá gravaram e, por alguma razão, resolva cobrar de você, digamos, R$ 80 a hora. Claro que você aceitaria no ato, mas, se ao falar com o engenheiro de gravação você se sentir intimidado ou desconfortável, é melhor pensar duas vezes antes de aceitar gravar neste estúdio. Por outro lado, você pode achar um estúdio não tão "top de linha" que, por alguma razão, lhe cobre R$ 150 a hora e que tenha um engenheiro brilhante, criativo e de mentalidade aberta que fará sua música soar como você imagina. Neste caso, não pense duas vezes. Aceite.
-----Outro importante fator na escolha de um estúdio é o seu ouvido. Uma vez que já tenha pré-selecionado alguns estúdios, tente obter alguns discos que tenham sido gravados em cada um. Isso é um bom truque, porque alguns artistas gravam ,mixam e masterizam em três lugares diferentes - uma boa idéia, se você puder praticá-la, já que cada estúdio tem um par de ouvidos diferente do outro, ou seja, um engenheiro diferente para cada um.
-----Basicamente, tudo ajuda: instinto e conhecimento técnico que tanto você quanto seus conhecidos músicos tenham e a opinião de outras pessoas sobre tais características. Mantenha sua mente tão aberta quanto seu ouvido.
-----Lembre-se que o estúdio mais caro e mais bem equipado pode não ser necessariamente o melhor para você. Ainda que você seja milionário e possa pagar qualquer um dos mais caros, preste atenção para o fato de que o engenheiro pode não colocar o seu projeto no mesmo nível de prioridade de um que ele esteja trabalhando com um artista consagrado.
-----Da mesma maneira, tempo gratuito de estúdio pode ser perigoso. Todo artista adoraria ter um amigo com um estúdio profissional que esteja procurando ter alguma experiência com o equipamento ou fazer o seu projeto de CD como primeiro passo para um trabalho profissional. Quando você não está pagando por um serviço, é complicado de se ter o que se quer, especialmente se quem faz esse serviço é um amigo. Alguém pode ficar muito excitado pelo projeto do seu CD no conceito e no planejamento, mas quando se aproximar o prazo que você determinou como final, é melhor você se certificar que a oferta deste alguém é legítima.
-----Em suma, escolha criteriosamente seu estúdio. Você estará gastando um bom tempo (sem falar no dinheiro) com essas pessoas. Fora as questões artísticas envolvendo essa escolha, como, por exemplo, capacidade técnica, preço razoável e recomendação de terceiros, sugiro também que você negocie os pontos abaixo e tenha certeza de que o que foi negociado entre você e o estúdio estará escrito e assinado por ambos, o que poderá ser checado por seu advogado (advogado especializado).
· Como será o pagamento dos profissionais envolvidos. Você pagará ao estúdio diretamente ou será responsável pelo pagamento em separado do engenheiro e produtor? Se profissionais diferentes estarão trabalhando no seu projeto, por exemplo, engenheiros e produtores convidados, fique certo de que eles estarão no seu contrato com o estúdio ou faça um contrato diretamente com eles.
· Quanto você pagará. Normalmente, os estúdios cobram por hora, mas, algumas vezes pode ser cobrada uma quantia por música para serviços básicos de gravação. Esses acordos podem lhe ser muito úteis na sua primeira vez num estúdio, já que a pressão será muito menor e você poderá fazer mais música e não olhar tanto para o relógio (que funcionará como um taxímetro).
· Pelo que você pagará. Seu contrato com o estúdio (a importância de um advogado) deverá ser claro no que está ou não incluído no preço.
· Quando você pagará. A maioria dos estúdios quer o pagamento adiantado, mas é costumeiramente negociado fazer pagamentos fixos e sucessivos ao longo da gravação. E mais: não fique surpreso se o estúdio retiver seus tapes gravados até que você tenha pago tudo que foi acertado, prática esta que não é errada, afinal, é a garantia do estúdio de que receberá tudo que foi combinado. Apenas tenha certeza de que isto está por escrito.
· Garantias do estúdio. Uma vez que o estúdio não pode garantir o sucesso comercial do seu projeto, ele deve garantir o cumprimento dos termos do contrato. Que tal um tempo extra para terminar seu projeto? Por exemplo, e se você já gravou todas as faixas e está pronto para mixá-las, mas o estúdio obteve uma enorme conta de um cliente para um "jingle" e eles não podem voltar ao seu CD por, digamos, um mês? Tenha esse tempo extra garantido em contrato.
· Reembolso. Por alguma razão, seu projeto não vai adiante mas você já pagou o estúdio integral e antecipadamente. Você pode ter seu dinheiro de volta? Os estúdios geralmente reembolsam pelo dinheiro já pago, mas reterão o que já tiver sido gasto com seu projeto e poderão lhe cobrar pelo tempo agendado que não puder ser desmarcado.
· Indenização. Neste estágio, este ponto é mais importante pela perspectiva do estúdio. A cláusula indenizatória, e você saberá que é ela por estar escrita em "juridiquês", basicamente prevê que se alguém processar o estúdio por razões de direito autoral ou quaisquer outras infrações originadas pelas suas músicas, você, o artista, pagará todos os eventuais prejuízos e honorários gastos e/ou atribuídos ao estúdio. Isso é justo. Portanto, tenha certeza de que você tem as devidas autorizações sobre o que você está gravando.
· Direito Autoral. Atenção ao seu direito autoral!. Um contrato de gravação com o estúdio pobremente redigido, ou pior, erradamente redigido, pode lhe custar seu precioso direito autoral. Mantenha-o e esteja certo no seu contrato que você irá mantê-lo. Resumidamente, como músico, você é um profissional criativo e o resultado dos seus esforços criativos são sua propriedade intelectual. Você protege sua propriedade intelectual através do direito autoral/ (a importância do copyright), marcas ou patentes. Neste texto nos deteremos ao direito autoral, mas saiba que o campo da "marca" também é importante para o artista. Se você não tiver ou quiser/puder ter um advogado especializado (advogado especializado), negocie seu contrato o mais detalhadamente possível, não esquecendo de: · ter tudo por escrito;
· ler e, minimamente, entender seu contrato, ou seja, quais são as suas obrigações e direitos e as do estúdio;
· ter o contrato assinado pelo estúdio
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trashit hc Veterano |
# mar/10 · Editado por: trashit hc
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Músicos
-----Para muitos artistas que são solistas, a questão "achar músicos" é crítica. Se você não tem uma banda fixa, você pode começar por se informar como é a cena musical "ao vivo" na sua área. Circule e veja o máximo de apresentações que puder. Mais do que isso, se apresente com quantos músicos puder. Um cliente meu conta que, para duas faixas de um de seus discos, ele contratou um músico que não conhecia e nem tinha ouvido tocar , mas tinha sido muito bem recomendado. Este músico fez um bom trabalho, mas, segundo meu cliente, não tinha a menor conexão com ele ou com a sua música e que, enquanto isso não fosse captado pelos ouvidos, ele nunca se sentiria tão ligado às partes da canção em que o músico tocou quantos às outras partes do disco.
-----Isto nos leva a outro ponto: parte do que torna certa uma pessoa para seu projeto é o investimento dela em você. Se você tivesse dinheiro suficiente (e comunicação com o além, claro) para trazer o melhor guitarrista que tenha vivido na Terra do túmulo diretamente à uma sessão de gravação do seu CD e, contudo, ambos fossem incapazes de ensaiar juntos ou mesmo de conversar, então, provavelmente, ele não seria a pessoa certa para seu projeto.
Mixagem e Masterização
-----Uma vez que você tenha terminado a gravação do seu CD, então, começará seu verdadeiro trabalho. Mixagem é um processo muito artesanal, do tipo que requer muitos, digamos, ensaios, antes de se estar realmente pronto a tentar colocar o "mix" no DAT ou CD. Criar a mixagem certa envolve dar uma forma a cada som. Cada faixa é como se fosse um esboço em preto e branco que fosse ganhando cor ao longo do processo: você pode optar pelo piano em parte da música ou por ele do começo ao fim da faixa. Alguns instrumentos podem apenar precisar de efeitos em certos pontos da faixa.
-----A masterização é melhor descrita como sendo a harmonização. Você pode descobrir que três faixas estão num volume mais alto do que o resto do disco ou você pode descobrir que todas as faixas estão abaixo do volume médio. Na masterização é que é decidida a ordem do repertório e as pausas existentes entre cada faixa. Se possível, dizem os especialistas, é melhor fazer isto num espaço completamente diferente daquele(s) aonde foram feitas a gravação e a mixagem, tendo como ideal que você tirasse umas férias de alguns dias entre o fim da mixagem e o início da masterização, pois, assim, suas idéias estariam mais assentadas.
-----E mais, recomendam ainda os especialistas que, assim que você tiver dado a masterização como encerrada, leve o CD/DAT para casa e não o escute por dois dias e, então realmente o escute, no meio de vários outros CDs (de outros artistas, claro). Nenhum desses CDs parecerá com o seu trabalho ou entre si, então você poderá se concentrar na produção do seu disco, mais do que nas próprias músicas (parece ser uma boa idéia deixar no estúdio alguns CDs variados para quando você quiser espairecer suas idéias). Finalmente, quando o CD/DAT estiver pronto, é só colocar junto à parte gráfica a ser mandada para a duplicação.
Parte Gráfica
-----Conceber a parte gráfica do seu CD pode ser tão divertido quanto o tempo que você passou no estúdio. Naturalmente, se você tiver um prazo, você a quererá adiantada enquanto você ainda estiver trabalhando no lado musical. E a não ser que você tenha uma visível inclinação para a programação visual, é melhor contratar um profissional para tanto.
-----Na verdade, o primeiro passo é o nome do seu disco. Essa é uma das partes mais fáceis da produção de um CD, já que seu título pode ser tão subjetivo e pessoal quanto você quiser que ele seja. Depois, é a hora da definição da capa e do libreto, incluindo ilustrações adicionais para dar a cada faixa do disco sua própria identidade, partindo-se, então para a revisão e confecção das provas.
-----Este é um ponto importante: revise seu texto quantas vezes você agüentar e tenha outras pessoas fazendo isso também. Fique certo de que tudo está na cor certa - algumas capas ficam mais escuras depois de impressas. Feito isso, vá para o igualmente cansativo processo de checar todas as letras e a grafia do nome de todas as pessoas que estão no disco, seja como músicos ou autores ou agradecimentos, afinal, você não vai querer ofender alguém esquecendo ou errando seu nome, não é? Sobretudo, lembre-se que é o seu CD. Você está dando todas as regras e, se quiser, pode colocar as fotos embaraçosas de sua Tia Cornélia na capa. Se você quiser fazer você mesmo toda a capa, faça-a. Contudo, lembre-se também que este é o estágio aonde você irá demonstrar quão profissional é o seu projeto de CD. O seu nome está visível? E o título do disco? Você se lembrou de, na contra-capa, numerar as faixas e fazer a marcação de tempo em cada uma? (Isso é muito importante para veiculação em rádio) . Uma vez feito tudo isso, salve num disquete (logicamente, de 100 mb em diante), e vamos à duplicação/prensagem.
Duplicação / Prensagem
-----Como em todo estágio do projeto do seu CD, você deve ir perguntando aqui e acolá sobre as duplicadoras e seus prazos e preços. Achando uma e tendo mandado a fita master e o disquete com a parte gráfica, isso será transformado numa prova para sua aprovação e posterior criação do fotolito. O preço disso costuma ser mais vantajoso do que se você fosse pessoalmente a um laboratório para confecção do fotolito. Se a duplicadora for no seu Estado, procure conhecer suas instalações e conhecer as pessoas com quem você teve o prévio contato telefônico.
-----Recomendo como prensagem inicial mil CDs. As fábricas são relutantes em prensar menor quantidade porque isto não compensa o tempo dispendido, tornando os pedidos menores mais caros. Além disso, você ficaria surpreso de saber quão rápido será usado este lote de mil CDs - não apenas em vendas, mas para promoção e divulgação.
-----Bem, agora que você tem seus mil CDs, começa sua jornada que, acredito, será vitoriosa.
copyright: conceito e importância
"Copyright" (literalmente, o direito de fazer e vender cópias) é o direito estabelecido por lei (atualmente, Lei 9610/98 - Lei do Direito Autoral) de que o autor controle sua criação intelectual. Esta proteção legal, no ramo da música, permite ao compositor resguardar e manter a propriedade sobre suas obras e ao intérprete proteger suas gravações. Na indústria fonográfica, existem dois "copyrights": aquele de propriedade do compositor nas obras musicais e aquele que refere-se às interpretações musicais e que são de propriedade do intérprete (e geralmente transferido à gravadora quando o contrato artístico é assinado).
Uma vez que sua obra fixada num meio tangível (escrita ou interpretada) é gravada, sem que mais nada seja feito, você já detém o "copyright", possuindo direitos legais sobre ela. Para protegê-la o máximo possível de uso desautorizado ou infração de legitimidade, é importante sejam feitas duas coisas: seja colocado o símbolo do "copyright" em todas as cópias da obra (escritas ou gravadas) e seja a obra publicada, i.e., tornada pública, em suporte material (livro ou disco).
Se você detém o "copyright", por exemplo, sobre uma cançäo, então, a não ser com sua expressa e individualizada autorização, ninguém poderá: (a)copiá-la, (b)fazer cópias para o público, (c) interpretá-la para público, (d) fazer rádioexecuçäo dela e (e) adaptá-la.
Um dos mais importantes conceitos e que, infelizmente, é alvo de confusões generalizadas por falta de conhecimento, é o de que existe um "copyright" para gravações fonográficas que é separado e distinto do "copyright" do compositor da obra autoral, e mais, estes dois "copyrights" podem ser (e geralmente são) de propriedade de diferentes pessoas.
Outro conceito pouco sólido no conhecimento geral, infelizmente, é o de que "propriedade" do "copyright" é diferente de "titularidade" do "copyright". Aquele refere-se à autoria e este à exploraçäo econômica do produto desta autoria.
Atenção ao exemplo a seguir, que engloba esses dois conceitos "bicho-papão", exemplo este que parece complexo, mas não é. Leia com calma:
"A" escreveu uma música. "B" grava esta música. "A" deterá o "copyright" da música, mas "B" deterá o "copyright" da gravaçäo desta música, sendo que ambos necessitarão da autorizaçäo do outro para publicar a música e/ou sua gravaçäo. Na realidade, provavelmente "A" é um compositor sob contrato com um editor ("E") e "B" um intérprete sob contrato com uma gravadora ("G"), entäo, assemelhadamente, "E" deterá a titularidade do "copyright" na música de "A", "G" deterá a titularidade do "copyright" da gravaçäo desta música e terá de obter a autorização de "E" para que "B" possa gravar a música de "A" e "G" possa publicá-la. "G" pagará um royalty a "E" pelo privilégio de usar a música de "A" e "E" repassará parte desse royalty a "A" (ufa ...) . ©
nova indústria da música
Neste novo século, a Internet oferece uma incrível oportunidade para os negócios nas áreas de música e entretenimento: a possibilidade de "passar por cima" dos canais tradicionais de distribuição e disseminação do entretenimento mudará para sempre a maneira como os negócios vêm sendo conduzidos.
A distribuição digital mudou a dinâmica de todo tipo de relacionamento que existe atualmente na indústria fonográfica. O catalisador primário desta mudança foi o MP3, um padrão de compressão que expandiu o potencial da distribuição de música. Ele consiste num formato de compressão de arquivos de audio que permite aos seus usuários, com qualidade próxima à do CD, o fácil "download" de arquivos no disco rígido do seu computador ou num aparelho portátil especialmente destinado para este fim.
No passado, os artistas tinham de entregar suas músicas exclusivamente para as gravadoras e selos efetuarem sua distribuição. Elas eram colocadas num formato físico, com uma capa atraente e despachadas para os revendedores. Com o surgimento do CD nos anos 80, o processo de distribuição não mudou, à exceção de que a música está num formato digital e de maior durabilidade. Os consumidores demoraram um pouco para se adaptar ao novo formato mas entenderam a qualidade superior do CD.
O custo efetivo do MP3 é muito atraente para os artistas, já que, em tese, qualquer um tem o potencial de lançar um CD de qualidade promocional para uma audiência de milhões no mundo inteiro e ao custo de nada. Esse tipo de distribuição nunca foi feito antes, e, consequentemente, possibilita ao artista também vender o MP3 de suas músicas, eliminando o papel das gravadoras como conhecemos.
Existem os "contras" na distribuição de música através do MP3. Por causa de sua facilidade de uso, existem na Internet muitas cópias ilegais de músicas. Apesar de algumas serem legais, é difícil distinguí-las das que não são. Violações de "copyright" são lugar-comum, uma vez que o consumidor desconhece quais leis está violando. Pelo fato da Internet não ter fronteiras e alcançar países de diferentes legislações e políticas de seu cumprimento, problemas passam a existir.
Num futuro próximo, os consumidores regularmente farão o "download" dos arquivos de músicas disponíveis na Internet, diretamente do "site" do artista ou da gravadora, sem que haja a venda do objeto físico (suporte material) aonde estarão fixadas tais músicas (fonogramas). Os artistas poderão fazer o marketing, venda e distribuição de suas músicas diretamente dos seus "sites" para o consumidor final. Pelo simples "upload" da versão virtual de seu trabalho para o consumo em "downloads", artistas iniciantes e pequenas gravadoras estão mudando para sempre a face do mercado fonográfico.
O mecanismo usado para a distribuição digital é muito simples: um gravador de CD ou DAT digitaliza a música para um rápido "upload" diretamente na Internet. O consumidor conecta o "site" do seu artista ou gravadora favoritos e faz um "download" da mais nova música ou disco diretamente para o seu gravador de CD ou o HD do seu computador, sem que haja perda na qualidade da gravação original, além de criar seus próprios CDs. Modernamente, os computadores de última geração já vem configurados com gravador de CD, mas também se pode comprar apenas este e por preços descendentes. Adicionalmente, arquivos usando a compressão do MP3 podem ser executados num aparelho portátil chamado, dentre outros, "Rio PMP300", que pode armazenar até uma hora de música ou doze horas de voz, ambas de qualidade digital.
O crescimento da distribuição digital resulta num equilíbrio de forças entre as gravadoras e os artistas, o que é obtido através da diminuição da arrecadação das receitas de distribuição e manufatura daquelas em detrimento do aumento da percentagem de ganho destes por música.
Outra mudança é a de que o consumidor não mais está obrigado a comprar um CD com músicas que ele não quer. Pelo mecanismo tradicional o consumidor paga "x" por um CD com aproximadamente dez faixas. Pelo novo mecanismo, consumidores pagarão apenas pelas faixas que quiserem, construindo seu próprio CD e misturando faixas de diversos artistas e gravadoras no mesmo CD.
Hoje em dia, a "Música" é a terceira categoria mais procurada na Internet, atrás de "Sexo" e "Informática". Como a Internet é convergente com tradicionais canais de entretenimento como televisão e rádio, uma nova indústria multimídia emerge como desafio à ordem estabelecida. "Pay-per-view" incluindo concertos ao vivo e entrevistas com artistas, além de oportunidades de "merchandise" e vendas a varejo são apenas o começo.
A tecnologia raramente cria benefícios para todos da sociedade. Algumas partes ganharão tremendamente com a exploração e proliferação de novos sistemas de negócios possíveis pela Internet. E, inevitavelmente, existirão aqueles que perderão seu "status quo" ou seu meio tradicional de fazer negócios para a nova fronteira eletrônica. A indústria fonográfica pode vir a ser um dentre tantos que serão forçados a se adaptar às mudanças difundidas pela existëncia da Internet, para não enquadrar-se na máxima "adapte-se ou torne-se extinto".
Por outro lado, pode ser infundada a crença de que a distribuição digital poderá levar à obsolescência da gravadoras. Como são conhecidas hoje, provavelmente, mas na sua existëncia, não. No futuro, de certo modo, será difícil achar um artista sem contrato ou que já não tenha cedido seus direitos, apesar de, obviamente, seus canais de distribuição estarem abertos pela Internet. Isto é tão somente porque a distribuição feita pelo próprio artista criará uma maior competição entre seus pares, com o consequente aumento de música a ser escolhida. Por esta razão, as gravadoras poderão sobreviver, desempenhando um mais importante papel no marketing e promoção que o desempenhado atualmente, tornando-se este o valor inerente à cada gravadora. E mais, como as gravadoras não mais terão os custos de manufatura, distribuição, frete, etc., custos estes que, percentualmente, representam boa parte da formação de preço do CD, qualquer pessoa poderá ter sua gravadora e disponibilizar seus produtos fonográficos na Internet.
Dois percalços que terão de ser enfrentados pela crescente indústria de música "on line" são (a) a velocidade do "download" e (b) o direito autoral. Contudo, queixas quanto à duração do "download" por baixa amplitude de sinal tendem a desaparecer gradualmente. A continua expansão de técnicas visando um maior alcance da amplitude sinal através do uso de fibras óticas e satélites facilitarão as transmissões quase imediatas pela Internet de grandes arquivos . Quanto ao direito autoral, este requer mais precaução aos seus detentores antes que estes incursionem pela distribuição digital. A facilidade com a qual arquivos digitais com música podem ser "downloaded", copiados ou alterados, "uploaded" e "downloaded" em outro lugar faz com que muitos considerem o "ciber-espaço" uma gigante máquina de cópias. Um eficiente sistema de proteção ao direito autoral deve existir para que os artistas se sintam seguros em distribuir suas músicas pela Internet.
Ainda no direito autoral, o consumidor deve estar se perguntando "quantos crimes eu cometi fazendo o "download" de arquivos de música em MP3 (por exemplo) ?". Note bem:
* Tecnicamente, o MP3 é um algoritmo. Uma simples compressão de arquivos, o que não é ilegal; * Ilegal é a forma como é usado o MP3, pois, se alguém está copiando material protegido por direito autoral para fins comerciais, então é ilegal. Neste caso: o Quem será responsável pela violação ao Direito Autoral? Aquele que disponibilizou o arquivo, aquele que o copiou ou ambos? o Se alguém copia material protegido por direito autoral para uso pessoal, é legal ou ilegal ? o Se alguém copia legalmente material gratuito, mesmo protegido por direito autoral, e o reproduz em série, está cometendo um crime ?
Todas essas perguntas só serão respondidas com os usos e costumes futuros da distribuição digital, uma vez que não há legislação aplicável ao assunto.
Uma alternativa para os necessários licenciamentos de uso seria a inserção de marcas eletrônicas no código do arquivo digital que identificassem o detentor do direito autoral, informassem ao consumidor o custo do uso daquela música e indicassem se a música vier a ser alterada. O uso de uma marca d'água digital, também inserida no arquivo digital e que fosse invisível, inaudível e indelével, indicaria o detentor do direito autoral e a que usos tal está autorizado a conceder. Pela identificação da pessoa que ilegalmente "uploaded" um trabalho "pirata", a marca d'água digital poderia rastrear a fonte de tais distribuições desautorizadas. Adicionalmente, as músicas deveriam ser criptografadas de maneira que elas não pudessem "pirateadas" ou tocadas num computador diferente daquele cujo "download" autorizado foi feito. Num futuro próximo, serão disponibilizados suportes tecnológicos que permitam localizar e alertar os detentores de direito autoral das cópias desautorizadas de suas músicas.
Pelo fato de grandes gravadoras e empresas de entretenimento não serem mais tão necessárias à manufatura e distribuição de suportes materiais contendo obras artísticas protegidas por direito autoral, o foco de tais Cias. está voltando-se para o cumprimento dos licenciamentos conferidos. Como resultado, o licenciamento musical oferece uma grande área em expansão no "ciber-espaço" para o Direito Autoral.
O palco para a revolução nas indústrias da música e do entretenimento está montado. Apesar do futuro do comércio eletrõnico e da distribuição de música serem incertos, certamente irão desenvolver-se com a tecnologia e os desejos e expectativas dos consumidores. O futuro promete "jukeboxes" com a capacidade de transmitir, com apenas um toque, música e entretenimento "on-line-on-demand".
Graças à Internet, uma significativa transformação no "music business" parece inevitável, mas aonde ela chegará ainda é desconhecido. ©
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trashit hc Veterano |
# mar/10 · Editado por: trashit hc
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a escolha da gravadora
Supondo você tenha uma escolha, antes de mais nada, parabéns. Isso é para poucos.
Caso não tenha, já fica esclarecido do que deverá ser levado em conta. Não desanime.
Algumas coisas devem ser consideradas na escolha de sua gravadora:
* Quão bem você se relaciona com o pessoal da gravadora, em especial o A&R ? * A gravadora teve sucesso no passado com bandas como a sua? * Que tipo de atividades promocionais tem a gravadora? (muito importante) * A gravadora tem outros grupos no mesmo segmento artístico que você? (ou, você irá coexistir com algum artista do seu segmento artístico que já tenha sucesso?) * Qual é o "Plano de Marketing" para seu grupo? * Qual será sua participação nas decisões diversas para seu grupo? * A gravadora garante o lançamento de cada produto? Quantos produtos?
Naturalmente, essas são apenas algumas coisas que você deve pensar quando decidir com qual gravadora assinará. Você também deve prestar atenção ao royalties. Uma das coisas que os artistas mais se preocupam quando vão assinar qualquer contrato é a quantidade de dinheiro e adereços (carros, viagens, etc.) que vão ganhar, desviando sua atenção da base financeira do contrato, que é a taxa de royalties.
Realisticamente falando, por que a quantidade de dinheiro que você vai ganhar não é o único tópico a ser principalmente analisado? Tudo o que você receber, se em adiantamentos, deverá ser pago à gravadora. Existem aqueles que recomendam se pegue adiantadamente todo o dinheiro possível, porque muitos artistas não geram dinheiro e, então, o que você pegar adiantadamente será tudo que você vai receber, o que é verdade, na maioria dos casos. E olha que eu não estou recomendando que você pegue todo o dinheiro de adiantamentos que puder, apenas que não faça disso o maior ponto a favor para a gravadora com quem você pretende assinar. O que acontece se a gravadora com melhor proposta financeira apenas quiser que você faça parte do seu "cast" de artistas e não invista um níquel promocional em você? Você estará preso a essa gravadora por um longo tempo ou até que você tenha recuperado todo o dinheiro que recebeu adiantadamente, a não ser que seu advogado consiga sua liberação contratual.
Você também vai querer trabalhar com pessoas compatíveis com você. Você vai passar um bom tempo com algumas das pessoas da gravadora, portanto, assegure-se que ninguém estará com o outro "por aqui" no meio das atividades promocionais de lançamento do seu disco. Se não existirem tais compatibilidades, certamente existirão as chances de que seu produto sofra os resultados, pois você não se sentirá pleno para interpretar seu trabalho como deve. Se você já estiver na gravadora há muitos discos (que é tudo que espero), você poderá trabalhar com essas incompatibilidades por anos.
Poderá a gravadora promover seu grupo da maneira mais adequada? O que quero dizer é, será que a gravadora tem os meios para promover você diretamente ao seu público alvo, aquele que comprará seu discos e constituirá a base do seu fã-clube? Se você for o tipo de artista que precisar de um time de promoção por trás de você para criar ou consolidar seu fã-clube, este elemento é essencial.
Outro item a ser analisado é a autonomia de decisões que lhe será conferida pela gravadora. Você poderá resolver sobre sua imagem, repertório, etc. ou isso será prerrogativa exclusiva da gravadora? Isso é muito importante, na minha opinião.
Claro que existem outras coisas para se considerar. Quantos video-clips a gravadora se compromete a fazer? Qual será o gasto com atividades promocionais? O que você deve observar, em poucas palavras, é uma gravadora que quer você por você, por seu mérito artístico, que permita (dentro do possível, lógico) você ser você e que seja um suporte na sua carreira. ©
distribuindo seu disco pela internet
Como se vê, a idéia de procurar uma música na Internet, ouvindo um trecho e então dando um "download" do arquivo musical diretamente para seu computador não é mais teoria ou ficção. É realidade.
Com a crescente disponibilidade de poderosos computadores pessoais, com "softwares" descomplicados e rápida velocidade de transmissão de dados pela Internet, tornou-se muito fácil colocar sua música no "ciber-espaço". Você pode estar apto a distribuir sua música na Internet, já que você já a tem gravada e num arquivo digital pronto para ser "downloaded".
Mas existe um problema: Aonde está o mercado comprador ? Qual o seu público-alvo?
Como distribuidor, você tem duas opções. Uma é (a) colocar seu disco numa loja virtual já estabelecida - um site que tenha arquivos de diferentes tipos de música interpretados por uma variedade de artistas. A outra é (b) montar sua própria loja virtual - construir seu site e tomar conta você mesmo do negócio.
Vamos lá.
(a) Dependendo do seu "status" artístico, associar-se a um desses sites pode adicionar um marketing e promoção amplificados à sua carreira. A palavra-chave é exposição - que é a comunicação com os fãs existentes, a criação de novos fãs, dando a ambos não só a chance da visão prévia do seu disco, mas também uma maneira fácil e segura de adquirí-lo.
Porém, antes de fazer qualquer coisa, considere cuidadosamente sua posição artística nesses sites. Você não quer seu disco perdido dentre centenas de outros. Você pode resolver esse problema fazendo um "link" para o seu site, desta maneira aumentando as oportunidades que seus fãs lhe achem na Web.
(b) Alguns artistas preferem o controle e a flexibilidade de montar seu próprio site dedicado à sua música, o que poderá lhe ajudar a ser mais exposto do que se você fosse um dentre tantos outros num site com vários artistas.
Ter o seu próprio site requer uma atenção especial à sua propaganda e promoção, sem as quais ninguém vai saber que ele existe.
Outra questão fundamental é não se preocupar com ter um site ou não, ou como fazê-lo, mas sim o que estará nele. O típico site de música deve conter:
o biografia do artista e seus trabalhos; o notícias sobre o artista; o programação de shows e tournées; o contato entre os fãs e o artista e os fãs entre si; o informações sobre os discos disponíveis para compra e instruções de envio; o lista de todas as músicas gravadas pelo artista, com seus respectivos créditos de músicos, pessoal de estúdio e data e lugar das gravações; o letras das músicas; o "audio clips" de antigas músicas e trechos de trabalhos em curso; o "video clips" do artista; o entrevistas com audio do artista; o "links úteis" para sites como lojas "on line" e de outros artistas, enfim, tudo o que o dono do site possa entender como interessante para o fã.
Quando desenvolver o conteúdo do seu site, pense em termos de sua promoção artística da maneira mais inteligente e criativa possível, lembrando de não fazer um site carregado de imagens e figuras desnecessárias, o que o torna "pesado" e de difícil "download", fazendo com que o interessado canse de esperar sua abertura e vá embora do site.
Concluindo, o comércio na Internet é altamente especulativo e volátil, como é toda a área de marketing e promoção musical. Mas você pode estar dentre aqueles visionários e "marketeiros" que acharão maneiras de fazer tudo funcionar e abrirão novos horizontes de possibilidades de lucro usando sua imaginação e talento. ©
fonte
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guitarg3 Veterano |
# mar/10
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bom tópico =)
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trashit hc Veterano |
# mar/10
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guitarg3
valeu brother!!
aleluia!!!
a turma prefere ficar chupando as bolas de Slash, e companhia...
ou que guitarra eu peço pra ''mamãe''...
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overlappingcircles Veterano
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# mar/10
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boa iniciativa :)
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trashit hc Veterano |
# mar/10
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overlappingcircles
valeu meu véio!!
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Thiago Yoshiki Veterano |
# mar/10
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XOU!!!
Pretendo trabalhar sério na área de gravação e derivados e essas informações foram de grande ajuda! Valeu trashit hc
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trashit hc Veterano |
# mar/10 · Editado por: trashit hc
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Thiago Yoshiki
Pretendo trabalhar sério na área de gravação e derivados e essas informações foram de grande ajuda! Valeu trashit hc essa área, é um sonho meu também trabalhar nela!! vai fundo meu velho, vc não vai se arrepender!!
que bom que esse tópico foi útil pra vc!!!!
foda que o link da fonte não tá mais abrindo...
eu coloquei no google como produzir seu cd, algo assim.
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Legionário_King Membro |
# out/13
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Então, quanto custaria um CD no total?
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