Gravações de antigamente

    Autor Mensagem
    LukeBR
    Veterano
    # jan/07


    Só por curiosidade, na epoca dos Lps....Como era o processo de gravação? Que equipamentos usavam? Alguem sabe disso?

    billy ramone
    Veterano
    # jan/07
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    LukeBR

    tambem tenho essa duvida
    e com fita k7, alguem sabe?

    As I Lay Dying
    Veterano
    # jan/07
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    LukeBR

    cara,eram gravados em fitas em forma de rolo,por isso tem uns delays que simulam eco de fita,tem gente que diz que as gravações deste jeito antigo saiam muito mais "quentes",entende ?

    LukeBR
    Veterano
    # jan/07
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    As I Lay Dying
    Entendo....
    Mais queria saber passo apasso como era feito, assim, o caminho do som...

    LukeBR
    Veterano
    # jan/07 · Editado por: LukeBR
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    As I Lay Dying
    Me surgiu essa curiosidade pois as vezes ouco antigas gravacoes bemmmmm mal feitas, e outras muito boas, muito melhores do que coisas que eu escuto hj...
    Algumas gravacoes que eu nao gosto por exemplo sao alguns albums dos Beatles e do Hendrix....
    Outros adoro, timbraso e nada de ruidos ou um som sequinho assim, como do Rick Wakeman, Pink Floyd....
    Acho que isso tem a ver com o metodo de gravacao, pois vejo essas bandas ao vivo e gosto igualmente do som das 4....
    Fora que ouvir no vinilzao tem diferença sim.....

    As I Lay Dying
    Veterano
    # jan/07
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    LukeBR

    humm,entendi,tenho essa curiosidade tbm,até procurei na net agora pra ve se achava alguma coisa e não achei hehe

    LukeBR
    Veterano
    # jan/07 · Editado por: LukeBR
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    As I Lay Dying
    Em algum documentario / filme do Pink Floyd que eu vi, eles meio que falaram bem por cima de alguns equipamentos e mostrava o estudio antigao, achei muito divertido todo esse assunto.....

    sarpa
    Veterano
    # jan/07
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    Pense num estúdio como o que vemos hoje, porém sem um computador. No lugar dele, tínhamos as máquinas analógicas.

    Essas máquinas gravavam o áudio em fitas magnéticas. Existiam (existem até hoje) máquinas, se eu não me engano, de até 24 canais.
    Ou seja, toda a gravação, contando os primeiros takes até os 'overdubs' poderiam ter até 24 trilhas. E não como num computador, que vamos adicionando canais até o processador aguentar.

    Editar áudio naquela época era um trabalho árduo. Hoje encontramos o trecho ruim, que deixamos com um 'marker', selecionamos, apertamos o 'del' e pronto! Resolvido!
    Naquela época era necessário cortar fitas, fazer emendas com 'durex' (é, durex mesmo) e ainda, emendas bem feitas pra não 'sujar' o áudio. Apagar um trilha então, era um absurdo: O processo de 'desmagnetização' das fitas era muito chato.
    Além de tudo, as máquinas deveriam estar em perfeitas condições de trabalho. Cabeçotes alinhados, nenhuma oscilação de energica, nenhum contato com poeira, etc, etc.

    Depois de tudo gravado e editado (cortes), todo o áudio daquelas fitas voltavam pra mesa. Cada 'track' num canal da mesa. Aí seria a mixagem.
    Analógica! Movendo faders, girando botõezinhos, plugando periféricos ... Mixava-se o áudio como se faz com uma banda ao vivo.

    Depois de mixado, tudo isso era gravado numa fita de dois canais, estéreo. Essa fita (a galera chamada de lata) vai pra masterização. Aí entravam os processadores de dinâmica, equalizadores, etc, etc.
    Depois do disco todo masterizado, tínhamos o que era chamado de MATRIZ.

    No caso das fitas K7, essa matriz era duplicada, claro, em formato K7.

    E os LP's?
    Imagine um toca fitas. O leitor lê a gravação magnética e envia impulsos elétricos que fazem vibrar auto-falantes, assim ouvimos o som. Nos LP's era mais ou menos isso.
    Um cabeçote lia essa fita magnética e transmitia o que estava gravado alí em forma de impulsos elétricos à uma agulha, que vibrava e ia 'desenhando o som' num disco de metal, chamado de 'biscoito'. (não me pergunte o por que disso).

    Depois esse 'biscoito' era levado para ser duplicado, então a prensagem era feita nos discos como esses que temos em casa.


    MONO & ESTÉREO
    Os primeiros LP's eram todos mono. Ou seja, tudo o que a agulha 'escrevia' lá pertencia à apenas um canal.
    Os LP's estéreo vieram quando criaram uma forma de que a agulha 'escrevesse' e 'lesse' dois canais ao mesmo tempo. E isso aconteceu fazendo com que, quando a agulha se movesse para o lado esquerdo, ela estaria escrevendo/lendo o canal esquero, e assim com o lado direito também.



    Meu pai, à alguns anos atrás foi empresário de uma dupla sertaneja, e acompanhou todo o processo de gravação do disco deles. Inclusive alguns trabalhos no estúdio MOSH em SP. Todo o processo de gravação era inteiramente analógico, e por coincidência, estávamos hoje a tarde lembrando de como funcionavam as gravações antigamente ... fazendo um comparativo com os estúdios atuais.


    Espero ter ajudado em algo.
    Abraços,
    Juninho Sarpa.

    LukeBR
    Veterano
    # jan/07
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    sarpa
    Ajudou? Falou tudo que eu precisava saber...
    Realmente, não sabia que era tãoooo complicado gravar antigamente...
    Muito bom!

    Guitar_L
    Veterano
    # jan/07
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    sarpa
    Muito bom teu texto cara, parabéns! Desculpa a pergunta indiscreta, mas quantos anos tens?
    Abraços

    sarpa
    Veterano
    # jan/07
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    Guitar_Luppi, 19 anos. Completados em novembro de 2006.

    Abraços.

    sarpa
    Veterano
    # jan/07
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    Guitar_Luppi, áh e por favor, não se preocupe com a pergunta.

    conehc
    Veterano
    # jan/07
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    sarpa
    Parabens pelo texto!

    só uma curiosidade... o que diabos é um overdub? eu reconheço um se ouvir mas nao sei muito bem a definição...

    Sniper
    Veterano
    # jan/07
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    Algumas gravacoes que eu nao gosto por exemplo sao alguns albums dos Beatles

    Cara eu tnho uns vinis dos beatles aq e acho o som mais fraco comparado com outros mesmo

    sarpa
    Veterano
    # jan/07
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    conehc, pra 'overdub' temos várias definições.

    Conheço como gravar em cima de instrumentos já gravados. Por exemplo, muita gente (inclusive eu) gosta de fazer isso com violões de aço nas bases.

    Gravamos um violão, depois gravamos outro por cima, exatamente igual. Por mais que a execução do músico seja perfeita, NUNCA ficará igual à primeira gravação, até por questões de ambiência, temperatura do ar, etc. Enfim, jogando um desses violões totalmente pra esquerda e o outro totalmente pra direita, temos uma imagem stéreo desse violão muito bem preenchida e bastante interessante, sem 'forçar' muito.

    ... aqueles solos de guitarra duetados, normalmente são definidos como 'overdub'.

    Áh que chame de 'overdub' também refazer um trecho, depois de gravado, e assim por diante.


    Espero ter explicado.
    Abraços!

    El_Cabong
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: El_Cabong
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    LukeBR
    Algumas gravacoes que eu nao gosto por exemplo sao alguns albums dos Beatles

    Eu acho muito legal aquele reverber que eles usavam, por exemplo, na música "Love Me Do" (se nota bem ele, na paradinha).

    Era um reverber que atuava só nos médios ?? Ou seja, era mixado o som puro, com o som equalizado somente nos médios e com reverber ?? Pergunto isso porque no reverber só se nota "médios", mas no vocal em si se nota todo o espectro.

    Mais uma dúvida. Não existia nos anos 60 módulo de efeitos, mas sim um reverberador de placas. Alguém sabe como era o funcionamento disso??

    sarpa
    Veterano
    # mar/07
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    El_Cabong, com relação ao reverb de médios é simples: É só equalizar o canal do efeito. Você, portanto, consegue o reverb em qualquer região que queira.
    Outra opção é utilizar um crossover, mas aí já fica um pouco mais complexo.

    Em relação ao reverb de placas, antigamente havia bastante forma de conseguir esse efeito.
    Uma delas era microfonando salas, ambiências, que é a mais comum.

    A outra forma, que tem a ver com essas placas metálicas (por favor, alguém me corrija se eu estiver errado, mas a informação que tive foi essa), era uma sala com essas placas penduradas, que eram vibradas pela voz do cantor (no caso de reverb na voz). As placas eram microfonadas, assim conseguia-se o efeito.

    Abraços,
    Juninho Sarpa.

    ZeeG
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: ZeeG
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    pUtz sarpa, pq vc foi por o link do mosh...

    Toda vez q vejo as fotos d lah da vontade d chora xD

    guitarluiz
    Veterano
    # out/13
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    Alguém sabe quanto custava em média uma música pra ser gravada antigamente ?

    Slash_1989
    Veterano
    # out/13
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    guitarluiz
    Pera aí, vou pegar minha maquina do tempo e perguntar no sound city!

    Já te respondo!

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    Depende do que se entende por antigamente.
    Por exemplo anos 70:
    Na era pré-digital era tudo analógico.
    E todos os equipamentos, principalmente os gravadores eram importados e muito caros, e os instrumentos e outros aparelhos nem se fala.
    Existiam poucos estúdios , e na verdade os estúdios estavam nas mãos das grandes gravadoras.
    Na maioria das cidades do Brasil nem existiam estúdios.
    E muito poucos estúdios independentes. fora do eixo rio-são paulo.
    Assim é muito difícil dar um preço, teria que obter o valor equivalente em dólar e atualizar, mas mesmo assim fica longe do real valor para se ter uma correta noção, pois o próprio dólar sofreu um boa inflação no período.
    Só um músico ou produtor velhinho daquele época pode dar uma noção de valor aproximado, mas com certeza o valor era bem salgado.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    oops post duplo.

    Lelo Mig
    Membro
    # out/13
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    guitarluiz

    Na década de 80-90, boom do Rock Brazuca você não gravava uma prensagem miníma de 1.000 LPs, com qualidade satisfatória, por menos de 10 mil dólares.

    - O tempo de estúdio era maior, porque não permitia algumas correções que se fazem hoje com facilidade, dessa feita, tanto a gravação, como equalização e masterização consumiam muito mais tempo dos músicos e produtor.

    - O Vinil era prensado à partir de uma matriz gravada em metal, portanto, menos de 1.000 LPs era inviável.

    - Não haviam gráficas digitais, por isso, os processos de impressão eram bem mais complexos e caros.

    - Não estou considerando nestes custos o trabalho de uma agência ou design para a elaboração do material gráfico e muito menos a distribuição.

    El_Cabong
    Veterano
    # out/13 · Editado por: El_Cabong
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    Eu acho que o divisor de águas foi o ano de 1985.
    Ano em que foi padronizado o formato (44100Hz - 16bits - Stereo) adotado depois pelo CD e pelos arquivos Wave.
    A partir daí surgiu o DAT da Sony (tipo de uma fita cassete que gravava e regravava no formato digital - 2 pistas), que foi uma ferramenta que foi direto para os estúdios, substituindo as fitas de rolo. Elas tornaram possivel a execução de infinitas mixagens sobre mixagens, sem aquela adição de ruído de fundo da velha fita de rolo a cada nova pista adicionada na mixagem.
    Mais tarde surgiu o ADAT da Alesis (tipo de uma fita de videocassete que gravava e regravava no formato digital - 8 pistas) inaugurando a gravação multipistas no formato digital sincronizadas dentro de uma mídia única.

    strinbergshredder
    Veterano
    # out/13
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    Caramba, esse tópico aqui tá uma aula de doutorado sobre a história das gravações e estúdios!

    Interessantíssimo!

    Parabéns aos colegas que postaram aí!

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