Die Kunst der Fuge Veterano |
# set/14
Morreu Christopher Hogwood, o "Karajan da música antiga"
Era um nome central no chamado movimento da música antiga, que pretende restaurar o espírito original nas interpretações de música anterior ao Romantismo
O funeral do Christopher Hogwood, por vezes descrito como "o Karajan da música antiga", vai ser privado. O anúncio consta no website do músico britânico, onde também é referido que ele morreu quarta-feira em Cambridge, de um tumor cerebral. Tinha 73 anos.
Oriundo de Nottingham, Hogwood foi durante décadas uma referência incontornável para os apreciadores de música clássica, em especial barroca mas não só - permanecem essenciais, por exemplo, as suas interpretações das sinfonias de Haydn e Mozart (no segundo caso, ele realizou a primeira integral). Cravista e maestro, foi um dos fundadores do Early Music Consort (1967), especializado em música medieval e renascentista, e mais tarde criou a Academy of Ancient Music (1973).
Como cravista, gravou obras de compositores como Byrd, Couperin e Bach. A par com as atividades de intérprete e professor, era um importante musicólogo, autor de quatro livros e responsável por edições de John Dowland e Carl Philip Emanuel Bach, mas também do romântico Félix Mendelssohn. Aliás, há anos esteve envolvido numa polémica em torno de uma peça supostamente antes desconhecida de outro romântico, Johannes Brahms.
Para grande parte dos apreciadores de música, o Hogwood ficará associado à busca do som verdadeiro para um reportório cujas tradições interpretativas desapareceram há muito. Uma das suas frases - "a teoria de que a música de Mozart apenas esperava pela invenção do Steinway está errada" - sugere do que se tratava. Utilização de instrumentos de época (ou réplicas modernas), tempos menos ponderosos do que os que característicos da tradição romântica, restrições no vibrato, eram alguns dos princípios aplicados.
"Pode-se tocar coisas com estilo nos instrumentos errados, ou sem estilo nos instrumentos certos", disse Hogwood recentemente. "Espero que consigamos fazê-lo com estilo nos instrumentos certos". Não lhe faltaram oportunidades para o fazer, mesmo sem ser com a sua orquestra (como é habitual nos músicos ao seu nível, ele tinha ligações a vários grupos pelo mundo fora) ou no seu típico reportório dos séculos XVII e XVIII. Enquanto maestro, Hogwood tinha interesses que se estendiam até à música da primeira metade do século XX.
Esteve diversas vezes em Portugal, onde continua a ser bastante fácil encontrar muitas das suas cerca de duzentas gravações nas lojas. Uma das mais conhecidas é a do Messias, de Handel, compositor de quem Hogwood publicou uma biografia em 1988.
http://expresso.sapo.pt/morreu-christopher-hogwood-o-karajan-da-musica -antiga=f891286
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Lelo Mig Membro
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# set/14
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Die Kunst der Fuge
Ele esteve com a Academy of Ancient Music várias vezes no Brasil nos anos 80 e 90, no auge de seu prestígio mundial.
Apesar de sua importância, principalmente como musicólogo, e ser um dos responsáveis pela mudança no modo como as orquestras modernas interpretam o repertório do período clássico, com efetivos reduzidos, cordas sem vibrato e andamentos mais acelerados, confesso que sou meio leigo sobre ele.
Mas, pela importância, uma perda significativa no mundo erudito.
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