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sandrokaza Veterano |
# jun/14
Uma vez um compositor chamado Sean Beeson disse pra mim "Conhecer seu caminho em torno do piano é a chave". Infelizmente ainda não comecei a fazer aulas de piano (não sei tocar nada) e gostaria de saber se as técnicas que existem por trás do piano clássico poderiam ser úteis pelo menos na harmonia pra mim saber realmente o que estou fazendo. Atualmente faço trilhas sonoras como freelancer, até posso dizer que fui longe demais pra alguém que não sabe nada de música, porém, agora nada está fluindo, simplesmente nada, pelo fato de eu precisar de algo mais complexo. Eu vejo que a maior parte dos grandes compositores começaram com o piano, Jeremy Soule é o que eu mais me inspiro e por isso me surgiu essa dúvida! Sei que aqui tem pessoas muito talentosas e com um vasto conhecimento em música clássica, gostaria que me explicassem se realmente um bom tempo explorando o piano clássico poderia ser útil pra no futuro eu lidar melhor com trilhas de orquestra :) Obrigado.
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Jabijirous Veterano |
# jun/14
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sandrokaza
Sandro, eu não toco piano e sou da trupe que você não precisa ser um puta pianista para ser bom compositor. Aliás, ser bom compositor é uma coisa, ser bom instrumentista é outra. O piano ajuda, na verdade, qualquer instrumento ajuda na hora de compor.
Aconselho você a estudar técnicas de composição, pois nem sempre a inspiração desce e aí que entra a técnica.
Começa com uma leitura simples, leia o fundamentos da composição de Arnold Schoenberg.
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Adler3x3 Veterano |
# jun/14 · Editado por: Adler3x3
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sandrokaza
Concordo com o que o Jabijirous escreveu tem que estudar teoria musical.
Mas tem que ter a prática também. Comece a usar editores de partituras, digitando obras de compositores renomados, e aí você vai poder observar como é que a composição foi feita. Digitando os pequenos trechos de exemplos que constam nos livros. (e desta forma entender melhor). E a melhor forma de aprender teoria musical é usar um editor de partitura completo. (Nas DAWs até tem um pequeno editor, mas é incompleto, e não possibilita uma boa visão geral). Sobre os instrumentos em geral e suas articulações. Na minha opinião os melhores editores de partitura no momento: - Tops Sibelius e Finalle, mas custam uma boa nota. - Notion bom e prático e com um custo acessível e uma razoável biblioteca de instrumentos. E depois de trabalhar bem no editor de partituras usando corretamente a notação em favor dos instrumentos e exportar para midi e abrir na DAW, para depois fazer mais edições principalmente na linha de automação para humanizar ainda mais. Muitas vezes no próprio editor de partituras o som fica bom e pode exportar o áudio também. As versões modernas dos editores de partitura trabalham bem com VSTs. Mas sempre é melhor finalizar numa DAW, que tem mais recursos.
Arranjadores: Aqui inclui tanto programas como teclados musicais de verdade. Estudar piano clássico é muito bom, mas as dificuldades começam em se adquirir e ter um espaço real para comportar o instrumento. Existem teclados eletrônicos (pianos) de boa qualidade. Mas para o seu tipo de trabalho atual o melhor seria ter um teclado arranjador, ou até um workstation completo da linha Yamaha, com o maior número de teclas possível. Para quem trabalha com homestudio um teclado controlador sempre é bem vindo, mas com um bom arranjador com recursos midi dá para usar o mesmo como controlador também. (e piano também). Um bom teclado arranjador/workstation, vem com uma espécie de DAW dentro do teclado, com bibliotecas de acordes, de riffs, de instrumentos , de efeitos e muito mais. A integração do teclado com os softwares é que vai fazer a diferença. Pode intercambiar os estilos do teclado com os estilos dos softwares, e criar os seu próprios estilos (aqui e que aparece a qualidade). Quanto aos programas o melhor arranjador é o Band in a Box, que tem uma biblioteca muito boa de acordes e de estilos, e este programa vai te ajudar na harmonia em geral. E depois de certa prática no teclado pode começar a gravar em midi, e fará a correção de eventuais erros de execução editando pelo mouse mesmo. (e a melhor forma de gravar, fica mais humanizado, pode fazer compasso por compasso). Tanto importar o midi no Editor de partituras como na DAW. Fica um processo de importação e exportação até se conseguir um bom resultado. (vai repetindo o processo quantas vezes forem necessárias). Por exemplo: - Toca e grava no teclado uma track midi; - Exporta para o editor de partituras ou daw; - Faz as correções necessárias; - Importa no teclado; - Cria outra track com outro instrumento e repete o processo; - Até ter um número consistente de tracks de acordo com a peça musical; - Importa no Editor de Partituras, aqui se tem uma boa visão geral da peça, ficam bom para observar as diversas tracks em notação musical, as partes de harmonia e de solo, e esta visão ajuda a detectar erros e vazios que precisam ser preenchidos; - Faz os embelezamentos necessários e até inclui mais tracks; - Exporta para a DAW e faz mais ajustes finos no midi, e principalmente na linha de automação; - Faz a mix e exporta para o áudio final, que depois pode ser aberto em um editor de áudio para a master final (mas na Master Track da DAW conforme o caso pode-se fazer aqui), tudo depende do resultado final. (caso necessário repete o processo). - Conforme o projeto vai evoluindo, algumas tracks, ou partes delas, podem ser transformadas em áudio (loops), e depois podem ser editadas num bom editor de áudio. Nota: sempre que exportar áudio, exporte sem efeitos ( a não ser que seja a intenção de aproveitar um efeito na origem, que tenha ficado muito bom). E tem outras variações, pode começar pelo editor de partituras ou pela DAW, o importante é aproveitar os recursos de cada ferramenta de forma integrada, a ordem das coisas podem variar, e até outros softwares especializados podem ser usados, como editores e sequenciadores de midi (para ajudar o processo de humanização), com outros para alterar o tempo e timbre e muito mais.
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sandrokaza Veterano |
# jun/14
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Realmente! vocês tem razão, eu já ouvi falar neste Arnold Schoenberg, mas me disseram que as composições dele tinham muita dissonância. isso é verdade? vou colocar em prática tudo isso que vocês me disseram, podem ter certeza! realmente a melhor forma é como vocês citaram :) vlww
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Jabijirous Veterano |
# jun/14
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sandrokaza
Depende da época. O dodecafonismo e serialismo é tudo culpa dele hehehehe
Mas os livros dele são todos tranquilos de ler, tirando o de harmonia que é bem filosófico!
Estude harmonia, contraponto e orquestração.
Em meu site eu falo de diversas coisas, inclusive harmonia e orquestração
http://michaelmachado.com.br
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Adler3x3 Veterano |
# jun/14
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sandrokaza
Este iivro do Arnold é muito bom. Mas tem outros também, pesquise que aqui no fórum existem tópicos a este respeito. Outros bons livros são do Almir Chediak.
Mas o principal é a prática. Estudando teoria e juntando a prática a evolução vai vir naturalmente num processo contínuo que não tem fim, assim como o home studio. Nunca ninguém vai saber tudo de música. Todos nós estamos sempre aprendendo, e desta forma tem que ter a mente aberta. E o site do Jabijirous tem matérias interessantes.
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Jabijirous Veterano |
# jun/14
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Nunca ninguém vai saber tudo de música.
Mais pura verdade!
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sallqantay Veterano |
# jul/14
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Sim, ajuda tecnicamente em termos de composição e arranjo e pode te fornecer inspiração também. Você só tem a ganhar
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sandrokaza Veterano |
# out/14
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Obrigado a todos pelos comentários! foram muito úteis! vlw
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