Qual seria o motivo pra falar mal? [Maksim Mrvica]

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The Root Of All Evil
Veterano
# jan/09 · Editado por: The Root Of All Evil




Vejo muita gente conservadora falando mal, quais os motivos que vocês tem pra falar mal?

Eu aposto que o Liszt iria fica orgulhoso da performance dele.

Atum Bluesman
Veterano
# jan/09
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The Root Of All Evil
Posso usar como exemplo essa música que você postou para corrigir uma "besteira" que eu falei no outro tópico? Não consegui me expressar bem na outra ocasião.
No geral pessoas conservadoras musicalmente falando se acostumam de tal maneira a tal formato musical, tal maneira de apresentar uma música, que tem aversão a qualquer coisa que fuja do considerado "ideal" pela mesma.
Em outro tópico eu falei dos "fãs de música erudita que escutam bach tocado pela bilhonésima vez do mesmo jeito", eu pensei em uma coisa e acabei falando merda =]
O que quis dizer naquele tópico era exatamente sobre os conservadores, que talves por uma certa "acomodação auditiva" tendem a não gostar de outras maneiras de explorar uma obra, preferindo o formato tradicional a um mais moderno.

The Root Of All Evil
Veterano
# jan/09
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Atum Bluesman
O que quis dizer naquele tópico era exatamente sobre os conservadores, que talves por uma certa "acomodação auditiva" tendem a não gostar de outras maneiras de explorar uma obra, preferindo o formato tradicional a um mais moderno.


Eu entendo que possam preferir a original, o que eu não entendo é o ódio a quem muda.
São sempre enérgicos com frases do tipo:
"Ele ARRUINOU a música".

Atum Bluesman
Veterano
# jan/09
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The Root Of All Evil
Talves por que queira ou não é um estilo elitizado, você mudando ela como no video torna ela mais acessivel, e não sei se é isso que os conservadores querem...

Pseudonimum
Veterano
# jan/09
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A música erudita, por si, tem um rigor quanto à fidelidade à partitura, ao compositor, ao período.

Pode ter valor e reconhecimento, mas jogar isso no meio erudito é, sem dúvida, querer ser atacado. Não adianta, faz parte da essência da música 'clássica'.

CheshireCat
Veterano
# jan/09
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Liszt não é minha especialidade, então fui ver um vídeo de orquestra dessa música antes.

Achei horrível. Detestei esse playback ou whatever que ele usou. =\ Não que a versão do cara em si seja ruim(só não faz meu gosto), mas é o que o Pseudonimum falou sobre fidelidade e talz.

E olhe que eu nem sou assim conservadoora. Adoro a Moonlight do Viper, por exemplo.

Pseudonimum
Veterano
# jan/09
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Eu, sinceramente, acho horrível quando fazem adaptações de músicas eruditas pra Metal, Rock, salvo raras exceções.

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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Eu, sinceramente, acho horrível quando fazem adaptações de músicas eruditas pra Metal, Rock, salvo raras exceções.
(2)

Dórico
Veterano
# jan/09
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Se o cara está ganhando a grana dele, isto é o q interessa!!

Dórico
Veterano
# jan/09
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Mas pra falar a verdade, eu tb não gostei desta versão dele.
Mas tb não acho q as versões originais eruditas são sempre as melhores. Até pq houve muita evolução na música, de lá para cá. A probabilidade de termos melhores músicos hoje em dia é muito maior q em 100 anos atrás.

Pseudonimum
Veterano
# jan/09
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Se o cara está ganhando a grana dele, isto é o q interessa!!


Hã... não.

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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A probabilidade de termos melhores músicos hoje em dia é muito maior q em 100 anos atrás.
Por quê? O caminho pra se tornar um bom músico é o mesmo, desde 1800 pra cá.

Aliás, outra coisa que é muito falada: a criatividade "superior" dos intérpretes nascidos no século XIX e nos anos de virada do século (até mais ou menos 1915). Desde a Segunda Guerra, os intérpretes assumiram cada vez mais uma postura robótica, não ousam muito (há exceções, claro). Enquanto caras que vieram de uma geração anterior (que tiveram aulas com professores nascidos até metade do século XIX), ousavam muito mais e até chegavam a improvisar no meio das performances - exemplo: no piano, Horowitz e Rachmaninoff.

Atum Bluesman
Veterano
# jan/09
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Ken Himura
Se um cara hoje improvisar no meio da performace acho que matam ele.

Scrutinizer
Veterano
# jan/09
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Existem casos onde há motivos para se falar mal... Outros em que é somente preconceito... Mas não dá pra generalizar assim...
Falam do músico erudito como se ele fosse antiquado, como se tivesse uma visão limitada da música, mas isso também não é regra...
Mas existem casos que são o oposto disso também, como os arranjos do Emerson Lake and Palmer, que foram elogiados pelo próprio Ginastera.

Dórico
Veterano
# jan/09
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Atum Bluesman
Huahuha, boa!!

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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Se um cara hoje improvisar no meio da performace acho que matam ele.
Depende. Na maioria das vezes, sim. =P

Mas tem gente que faz e faz com autoridade.

Dórico
Veterano
# jan/09
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Pseudonimum
Não? Pq? Dê sua opinião.

Ken Himura
Bem, levando em conta que os meios de comunicação ultimamente são incomparavelmente mais eficazes que há 200 anos atrás, digamos que a probabilidade de termos melhores músicos é maior sim. Agora, na prática, talvez estes números não são maiores DENTRO da música erudita justamente por causa das infinitas limitações impostas pelos "grandes mestres super tradicionais". Acho q deveriam dar uma renovada na cultura da música erudita, senão, não consigo ver uma forma dela se evoluir.

Só espero não ter dito nenhuma asneira, pois ainda não tenho um conceito bem formado sobre música erudita. Mas tenho tentado entendê-la melhor. Abraços!

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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Dórico
Mais ou menos, pra ser um bom músico de ponta, continua demorando mais de 10/15 anos de estudo. E vai continuar pra sempre, a menos que inventem um jeito a lá Matrix de programar o cérebro hahaha. Não é nenhuma limitação imposta por ninguém tradicional, é o nosso próprio tempo de aprendizagem (estou contando esse tempo tendo em base alguém saindo do Zero e terminando num nível de alguém que tá se formando no Doutorado de Performance Instrumental).

Mas a música erudita se reinventa a cada dia que passa, sempre estão surgindo coisas novas que algum compositor tá explorando. Só que as novidades não têm muito espaço.

Atum Bluesman
Veterano
# jan/09
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Ken Himura

A probabilidade de termos melhores músicos hoje em dia é muito maior q em 100 anos atrás.
Por quê? O caminho pra se tornar um bom músico é o mesmo, desde 1800 pra cá.



Hoje o músico tem muito mais contato com vários tipos de música e varias interpretações da mesma música, tem mais facilidade de encontrar partituras, metodos para melhorar a tácnica etc...

Para se chegar a um nível teorico e técnico talves tenha melhorado um pouco ou quase nada, mas em questão de maturidade e experiência hoje creio que se consegue beeeem mais rápido.

Dórico
Veterano
# jan/09 · Editado por: Dórico
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Atum Bluesman
Exatamente onde eu queria chegar!! (Só fiquei com preguiça de digitar, ehhe)

Ken Himura
Informação é poder!! Isto em qualquer área, até mesmo em música. E outra, uma coisa q os muitos eruditos não repararam ainda é q não existe apenas a música erudita, ou ainda, música não é parte da música erudita, e sim o contrário. Quando vc disse que q "as novidades não têm muito espaço", quer dizer q os músicos eruditos não dão crédito a eles mesmos, pois não se valorizam, não insentivam a mudança, tudo q era para ser inventado já foi, ninguém mais pode criar!! Dai acabam, em sua maioria, parecendo com máquinas de xerox ambulantes, q só sabem tocar o q uma outra pessoa normal como todos nós (bach ou vivaldi, etc...) compôs há meia dúzia de séculos atrás. E outra, não digo nem apenas sobre a questão da improvisação, mas da criação mesmo, experimentar coisas novas. Compositores clássicos, como mozart, bach, dentre outros consagrados eram dinâmicos para suas épocas e com certeza aceitavam novos métodos, formas e conceitos, sem matar o "verdadeiro" espírito erudito.

Pardal
Veterano
# jan/09
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Dórico

só sabem tocar o q uma outra pessoa normal como todos nós (bach ou vivaldi, etc...)

Bach, uma pessoa normal???????? O cara foi um super-gênio!!!!! A erudição, por definição, se limita à esfera daquilo que é feito com estudos profundos do assunto. E se a música erudita contemporânea não é muito apreciada, não culparia os Super-tradicionais, nem os conheço. Quando teve uma exposição de música contemporânea no RJ, foi R$ 2,00, e tava vazio, quase. Na emsma época, teve o Rock´n Rio em BH, e tava lotado, com ingressos a R$ 130,00. Não, meu caro, a culpa não é dos eruditos, que mostram trabalho quase de graça; a culpa é de uma lavagem cerebral que foi feita por um sistema chamado mídia.

Dórico
Veterano
# jan/09
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Pardal
Hehe, era uma pessoa normal sim. Por isso eu digo q os adeptos da música erudita devem se valorizar mais. Não existiu 1 gênio. Seja um gênio vc tb, comece criando, estudando, treinando e manda ver.

Sobre o Rock'n Rio, isso é uma questão mais mercadológica do q musical. Se fosse puramente musical, acho q aquilo nem existiria. Mas quem sou eu para julgar.

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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mas em questão de maturidade e experiência hoje creio que se consegue beeeem mais rápido.
Não, eu discordo. Maturidade vem com experiência de vida, não se aprende lendo ou pegando de alguém.

Quando teve uma exposição de música contemporânea no RJ, foi R$ 2,00, e tava vazio, quase. Na emsma época, teve o Rock´n Rio em BH, e tava lotado, com ingressos a R$ 130,00. Não, meu caro, a culpa não é dos eruditos, que mostram trabalho quase de graça; a culpa é de uma lavagem cerebral que foi feita por um sistema chamado mídia.
Exatamente o ponto onde eu queria tocar. Concerto de música moderna e contemporânea tem muitos, preços muito acessíveis, e todo mundo torce o nariz, como foi o caso do ciclo "Ressonâncias & Contrastes" no CCBB (aqui no Rio) em novembro e dezembro. 6 Reais a inteira, meia pra estudantes, idosos e clientes do Banco do Brasil. Houve uma boa divulgação pelos jornais e rádios (lógico que os veículos usados pelos freqüentadores do lugar, não na FMODIA hahaha) e no próprio local (um belíssimo prédio, por sinal).

Só pude ir no concerto de encerramento da série, se tinham 15 pessoas na platéia era muito. E tinha concertos todas as terças, quartas e quintas em dois horários - o mesmo programa duas vezes por dia. Esse que eu fui foi um puta concerto. Na platéia, ainda vi o prof. Paulo Bosísio - um dos maiores pedagogos do Brasil, maior professor de violino que o país já teve, respeitado internacionalmente.

Agora, pro pessoal cult se encontrar ali quase todo dia, no mesmo horário, pra ter aquelas discussões sem nexo e rolar aquela pegação, tá sempre cheio.

É o que eu digo, a música tá aí. As artes estão todas aí, só que quase ninguém procura.

The Root Of All Evil
Veterano
# jan/09
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Não, meu caro, a culpa não é dos eruditos, que mostram trabalho quase de graça;

De graça, na maioria das vezes. Todo dia aqui no Rio tem em média uns 3 concertos de graça!!

Cês conhecem a agenda viva música?

The Root Of All Evil
Veterano
# jan/09
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Um Adendo ao assunto inicial do Tópico:
Até quando o cara toca a música na versão original falam mal dele.
E ele executou muito bem esta música, já a ouvi sendo executada por vários pianistas, inclusive o Rachmaninov, e a do Maksim é uma das que mais gostei.
Parece que é só pq o cara aparece na mídia e tem um contrato com uma gravadora grande pegam no pé dele.



Dórico
Veterano
# jan/09
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O q me dizem deste coño aí?



eutoco_frauta
Veterano
# jan/09
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No primeiro video tem momentos em que ele claramente tira a mão do piano e continua saindo som. Será que é playback ou o video não está sincronizado?

Acho que examinar pq o povo não gosta dele é o mesmo que examinar pq o povo não gosta da Vanessa Mae. Os dois fazem mais ou menos a mesma coisa: pegam trechos de músicas classicas, simplificam pra ficar mais fácil de tocar, aniquilam a dinâmica, misturam com outros instrumentos e sons e vendem.

Examinemos o caso da Vanessa Mae...provavemente ela ganha mais dinheiro do que qualquer violinista classico do mundo, tudo com um violino transparente de 2 mil dolares. Além disso ela não ter que ter uma técnica monstruosa para fazer o que faz.

O mundo da música erudita, principalmente do piano, tem poucas vagas sobrando. Pouquíssimos os que se sobressaem. O carinha achou o nicho dele, pois que seja feliz.

Por outro lado, não me venham comparar as interpretações de músicas clássicas dele com de pianistas como Berezovsky, Horowitz, Rubinstein ou Marc Andre Hamelin pq ele não chega aos pés...

Outra coisa a apontar é que gente como ele às vezes é a primeira exposição que se tem à música clássica. Tudo bem que o piano goza de uma popularidade tamanha que não precisa de 'embaixadores', mas muita gente quis aprender violino ou escutar música clássica vendo a Vanessa Mae, o mesmo se aplica a ele.

Em relação a modificar músicas, não é tão incomum quanto se pensa e nem é tão mal aceito. Liszt fazia isso. O que o pessoal critica é quando uma música é extirpada de seu conteúdo, ficando como uma forma estéril a suportar batidas eletronicas.

eutoco_frauta
Veterano
# jan/09
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Um Adendo ao assunto inicial do Tópico:
Até quando o cara toca a música na versão original falam mal dele.
E ele executou muito bem esta música, já a ouvi sendo executada por vários pianistas, inclusive o Rachmaninov, e a do Maksim é uma das que mais gostei.
Parece que é só pq o cara aparece na mídia e tem um contrato com uma gravadora grande pegam no pé dele.


The Root Of All Evil, a respeito dessa música essa não é a versão original. Essa versão dele é mais simples.

Alvaro Henrique
Veterano
# jan/09
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Cara, ninguém é obrigado a gostar de tudo. Gosto é identificação pessoal, e a gente só gosta do que cria uma reverberação em nós que consideramos positiva.

Deixa o povo gostar e não gostar do que quiser. O cara lá tá tocando o que ele está a fim, deixa o povo ouvir o que está a fim também!

Ken Himura
Veterano
# jan/09
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Examinemos o caso da Vanessa Mae...provavemente ela ganha mais dinheiro do que qualquer violinista classico do mundo, tudo com um violino transparente de 2 mil dolares. Além disso ela não ter que ter uma técnica monstruosa para fazer o que faz.
Não, acho que não. Os monstros do violino ganham muito dinheiro ainda, vê o Perlman e o Accardo, por exemplo.

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Na verdade, o que eu não gosto no Maksim é o visual hahaha.

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