Ricnach Veterano |
# jul/08
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Lí o artigo sobre Adorno.
Apenas algumas percepções... Quando o texto diz que Stravinsky foi reconhecido e Schoenber relativisado não considero esta uma opinião histórica correta, a história da musica contemporânea, tudo o que se faz hoje passou necessariamente por Schoenberg, Stravinsky aparece também, mas acho que o proprio trabalho de Stravinsky é o melhor exemplo de "relativisado", pois ele está mais para o "futuro do pretérito" do que o "futuro do presente" de Schoenberg. Eu pessoalmente gosto de ambos.
Outra questão que deve ser deixada clara é esta tal "elite" a que pertencem os músicos eruditos. A palavra elite é usada para designar uma classe social determinada, detentora dos meios de produção ou de poder politico, ora, no Brasil grande parte dos músicos eruditos vêm de conservatórios no interior, e em grande parte não são de famílias "tradicionais". De forma geral e bem generalizada podemos encontrar o gosto pela musica erudica nas classes médias da sociedade, que é aquela que possui acesso ao conhecimento escolar completo e mesmo universitário.
Outro ponto da questão é que a palavra elite conota uma certa distância propositada dos outros, o que no caso da elite, entendida como a parcela mais rica da sociedade, realmente acontece. Mas é um movimento que não percebo ser maioritário entre os músico, não há uma intenção de se isolar, e muito pelo contrário a grande luta do musica erudito é conseguir ser ouvido... todos são ouvidos, politicos condenados são ainda ouvidos, criminosos em entrevistas na televisão são ouvidos, letras de músicas hediondas, formas musicais repetitivas e enfadonhas, mas musica erudita... não.
Se me disserem que formou-se uma elite musical... posso até considerar, com ressalvas esta consideração, mas o real movimento que aconteceu foi um excesso de publicidade em torno da musica de salão, ou da musica ligeira, e um abandono da musica erudita frente a forte industria e métodos que fez com que a industria fonográfica se tornassem um dos maiores negócios do mundo, fato que hoje não é verdadeiro.
A função social da musica deve ser inventada, agora é um momento propicio, não se vendem mais discos, e, os musicos da cultura POP não sabem tocar ao vivo, o musico erudito sim... Agora, o musico erudito não deve refazer o processo já esgotado de massificação, temos um pensamento histórico, evolutivo e revolucionário inerente a linguagem musical, reinventamos nossa escuta a cada obra e este deve ser nosso discurso.
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