Pq a música erudita não é difundida no Brasil?

Autor Mensagem
Ken Himura
Veterano
# mai/08
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Você disse tudo o que já falou no tópico, mas cadê os argumentos?

J. S. Coltrane
Veterano
# mai/08
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Ken Himura

Argumento central: a arte é impossível em um mundo aonde as relações sociais são mediadas pela mercadoria.

Para saber mais:
T. Adorno
W. Benjamin
Situacionistas
"Manifesto contra o trabalho"

"Não queremos um mundo aonde a garantia de não se morrer de fome é a garantia de se morrer de tédio"

Ricnach
Veterano
# mai/08
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Não é difundida por causa do topico DUVIDO DUVIDO DUVIDO, nem os que frequentam um tópico erudito levam a serio...

Pardal
Veterano
# mai/08 · Editado por: Pardal
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A música contemporânea, por sua vez, em geral só é executada por seus criadores (direitos autorais caindo em cima detected), raramente por outros.

Quanto à música erudita, está muito na moda negar as influências européias do Brasil, como se, porque por tanto tempo esta influência tenha sido imposta e injustamente reinado soberana no país, agora os papéis devem se inverter e devemos negar as verdadeiras raízes da nossa cultura claramente ocidental e pagar por crimes culturais que não nós, mas outros cometeram. A música africana é excelente, maravilhosa, e a indígena também. Mas a mais influente em nossa sociedade, independente dos meios, foi a européia. Qual o crime em admiti-lo?

A cultura européia não é inferior para que nos demos ao luxo de tapar nossos olhos e ouvidos e nos voltemos para outras influências com maior vigor do que àquela. É daí que samba e funk saiam tão bem. Associamos em geral a ritmos africanos, mal sabendo que o samba veio do choro, que veio da música européia, majoritariamente. A influência dos ritmos africanos é vista como superior ao ritmo modulante (com acccelerandos e rallentandos e ritenutos e ritardandos e quiálteras) e não menos dançante dos europeus. A rítmica africana é maravilhosa, seus instrumentos musicais também, mas a música brasileira descende da Europa, com pequena influência do destemperado código musical africano.

Não estou dizendo, por favor não me entendam mal, que a cultura africana é inferior. Não, não é isso! Estou apenas admitindo que, no Brasil, sofremos maior influência européia que africana ou indígena. Influência imposta? E os africanos teriam chegado ao Brasil sem os europeus? A própria influência cultural da África advém da influência européia ou, em outras palavras, a influência africana é conseqüência da influência européia.

Voltando à apreciação da música erudita, há uma lavagem cerebral (sim, lavagem cerebral) cada vez maior. Antes, era fácil reconhecer diferentes estilos musicais. Hoje, as músicas estão tão padronizadas (mesmos padrões harmônicos, melódicos e rítmicos e tímbricos) que a constante repetição nos priva de imaginarmos que existe algo diferente. Sim, lavagem cerebral. Para que consumamos mais e mais música comercial igual, tal qual água sem gosto, mas a comparação é infeliz, pois a água pelo menos traz vida. A indústria fojnográfica, a mídia, os produtores (anti)musicais, tudo conspira para lavar da nossa mente a idéia de uma tentativa de buscar o novo na música. Tudo tenta nos privar de estarmos na dúvida do que gostar e consumir e, para que tudo seja consumido e sejamos "ecléticos", padroniza-se tudo.

As pessoas, padronizadas em seus gostos musicais, consomem tudo o que aparece, pois não têm dificuldade em serem "ecléticos". E, se algo diferente acontece, é ouvido, é uma coisa tão diferente, digo, é uma linguagem, e aí as pessoas não conseguem entender, pois não estão familiarizados com a linguagem. É como ouvir uma língua estranha sem tradução. E ao invés de procurarem conhecer e aprender essa língua, como se ela não tivesse nada a dizer deixam-na de lado.

O que acontece é portanto isso: as pessoas ignoram que a música por si só pode dizer coisas maravilhosas, ser uma linguagem, pode também te incomodar e provocar diversos sentimentos. Para as pessoas de hoje, a música só pode despertar um sentimento: prazer. Prazer da música da balada, do barzinho, de casa, do comercial, do elevador. Nas novelas até que a música, com superclichês, tem algum espaço como linguagem. Mas as pessoas não entendem que aqueles compositores, que escreveram música a tanto tempo atrás, estão mortos mas dizem algo para nós hoje, e nós podemnos ouvi-los. Passaram suas emoções e elas, como a própria alma, persistem em existir e nos tocar.

As pessoas, enfim, não ouvem música erudita porque não sabem o que é música, que música é uma função social e não cenário sonoro para uma balada legal. Que música é a expressão do humano através dos sons, e não uma mera produtora de "climazinhos". Que uma letra não faz uma música mais bonita, mas sim suas frases melódicas, harmônicas, suas tensões e distensões rítmicas, suas danças timbrísticas. Música é a expressão do belo através da música, e não através somente da letra ou do guitarrista "lindo" e do baterista "pegador". Música é fazer com que variações de pressão sonora exprimam sentimentos e nos façam pensar.

E parabéns para você que me agüentou até o fim!

belladonna
Veterano
# mai/08
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Bem, sou pianista e simplesmente ADORO música erudita. Mas isso não significa que eu não gosto de outros estilos musicais, como POP, MPB, etc. Para mim, a música erudita é o meio que eu tenho de expressar meus sentimentos. Música erudita é arte, música "para as massas", não (minha opinião, viu, gente).
E o pior é que há muito preconceito contra os músicos (pelo menos no meu círculo social). Acham que somos pessoas chatas, esnobes, e que não sabem curtir a vida. Como se curtir a vida fosse ir pro baile funk, pegar todos e ficar ouvindo "creu". O problema é que a música erudita é estereotipada como "coisa de velho rico", como já mencionaram nesse fórum. Mas acho que há espaço, sim para a música clássica (ai, falei) no Brasil. Não é que as pessoas são burras por gostarem de música "padronizada", elas simplesmente não percebem o tanto que a música erudita é linda, e sim, acessível.
Essa é a minha opinião.

_music_4_ever_
Veterano
# mai/08
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Pardal
vc estava inspirado...

Ken Himura
Veterano
# mai/08
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Mais uma iniciativa de popularização: Rio Folle Journée.

Tema desse ano: Beethoven.

4 dias com dezenas de concertos em locais próximos, com ingressos entre 1 a 5 Reais, e creio que alguns de graça, em todos os horários. Tudo isso no centro do Rio, que é acessível a qualquer pessoa que more na cidade.

Programação: http://www.riofollejournee.com/2008/programacao.html

algol_i
Veterano
# jul/08
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Desculpem o longo post, mas Pq ela não é difundida no Brasil?, oras, por situações como a seguinte (Feltrin, Folha de SP, 21/06/08):

"O anúncio de John Neschling, de que sairá da Osesp em 2010, põe fim a um indelicado processo de fervura do maestro, promovido por tucanos ditos amantes do erudito. Erudição à parte, algumas atitudes contra ele foram dignas de intrigas da Idade Média.

A honra de Neschling foi ameaçada. Seus mais de 10 anos à frente da Osesp, que pegou razoável e transformou em excelente, foram absolutamente esquecidos pelos inimigos. Tudo por causa de sua irascibilidade.

Fique quieto. Não abra mais a boca. Pára ou vai cair feio. Esses foram alguns recados dados nos últimos 12 meses --transmitidos por músicos com trânsito constante no Palácio dos Bandeirantes. Foi ali que tramaram sua queda, mas não conseguiram. A verdade: ele é que cansou.

A crise Neschling x Tucanato da Cultura chegou ao ápice em 2007, quando uma crítica ácida do maestro a José Serra foi postada na internet. Uma nota publicada na coluna de Mônica Bergamo, na Folha, aprofundou a crise. Tudo porque ele chamou o governador de "autoritário" e "mimado". O próprio espelho.

Ao misturar política e partitura, ao se deixar flagrar reclamando de Serra, arrumou uma horda de inimigos no Estado. Inclusive gente que não tem a menor idéia do que seja um dó maior.

A reação contra o maestro foi exagerada, injusta e muitas vezes abusiva. Afinal, qual a novidade? Neschling sempre foi um reclamão. Da qualidade de hotéis em turnês, do tipo de comida dos restaurantes, do transporte nas cidades visitadas... certa vez até da primeira classe de um British Airways! Por que não reclamaria de um político?

Neschling era um tanto distante com os músicos. Quase nunca viajava no mesmo avião que eles. Durante uma viagem por acaso com toda a Osesp, perguntei a uma violinista como era trabalhar com ele: Um sufoco, mas você cresce no seu instrumento, foi a resposta dela, de bate-pronto. O maestro sempre esteve mais para professor exigente do que amigo.

Mas é um rabugento impressionante. O que fez com a Osesp nos últimos dez anos terá efeitos nos próximos 20, talvez 30. Todos sabem que ele deu ao conjunto uma textura, um timbre, uma capacidade de ser suave ou feroz como bem entender. Uma versatilidade que rivaliza com qualquer sinfônica européia de primeira linha. E pensar que essa mesma Osesp nos anos 70 chegava a ter no elenco gente, digamos, semitonada.

A saída de John Neschling é lamentável para a música clássica no Brasil. Ainda mais porque o destino do maestro deverá ser EUA ou Europa. Há lugar para ele em qualquer lugar. Temperamento? Guardadas as devidas proporções, alguém se importa que Beethoven era um ranheta?

Por causa de John Neschling, e dos músicos que reuniu, a Osesp está certamente entre as dez melhores orquestras do mundo. Seja quem for seu sucessor, vai se dar muito bem."

Tomara que não seja aberto um concurso público de nível de segundo grau para ocupar o cargo...

J. S. Coltrane
Veterano
# jul/08 · Editado por: J. S. Coltrane
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Ainda bem que os bandeirantes estupraram essa terra [e seus habitantes originais] e sugaram tudo que ela tinha a ponto de fazer brotar uma "flor de pântano" como a OSESP [nas palavras do Deus-maestro em questão].

"Paz no futuro e glória no passado", já dizia o nosso hino [argh!]

Eu me pergunto qual o retorno em ter uma orquestra tão grandiosa, quando o que vemos é uma surdez generalizada em todas as camadas sociais. Limpeza de ouvidos em meio a um mundo cheio de poluição sonora e auto falantes incessantes seria a pedida para um país pobre que nem o Brasil.

Mas "os paulista" vencedores querem se sentir na europa, fazer o que. Pelo menos tem concerto por '10 real'. \o/

algol_i
Veterano
# ago/08
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Mais uma iniciativa de popularização: Rio Folle Journée.

Oi Ken, oi pessoal,

Saiu uma matéria de sete páginas no "Le Monde de la Musique" de julho-agosto sobre a Folle journée no Rio, com uma descrição dia a dia do que aconteceu.

Se alguém quiser, eu posso digitalizar e enviar por email, claro, caso vocês não encontrem a revista por aí... obviamente, a matéria está em francês...

Algumas passagens interessantes (tradução minha):

Sobre a Camerata Acario: "Eles ensaiam em uma grande sala mobiliada com apenas dez cadeiras e uma mesa (...) o centro abriga 300 alunos e um coral de alto nível (...) a beleza das cores, a sutilidade da transcrição, tudo é admirável (...) "Se um aluno não é bom, nós não o conservamos" (...) A universidade e o conservatório oficial continuam ignorando-os."

Sobre o dia 5 de junho:

1."14h, a sala está cheia apenas pela metade, enquanto as pessoas trabalham ou estão na praia. Bom sinal! 'Aqui não se pode jamais saber', explica Helena Floresta. 'As pessoas não gostam de reservar e compram em cima da hora' (...)15h - surpresa! -, os 200 lugares são tomados de assalto(...)"

2. "Um deficiente anda pela nave da igreja agitando os braços e arrastando os pés. Ao invés de um "chiu!" repreensivo, as pessoas se apertam para dar-lhe um lugar. (...) uma morena pulposa, com microfone à mão, se coloca em frente de uma câmera e de uma tocha que emite uma luz de televisão extremamente forte. Ela se coloca de costas aos músicos e fala como se estivesse cobrindo a prisão de um louco que acabara de torcer o pescoço de toda sua família. É a TV Globo (...) seu cameraman a empurra para o lado, pois ela tem a tendência, mesmo de costas, de se colocar na frente do 'objetivo'".

3. "Denijs Winter é um dos melhores afinadores de piano do mundo. Pollini, Kissin, Jarrett lhe confiam seus instrumentos... (...) 'O diretor do teatro não sabia quantos pianos ele tinha. Buscando em todos os cantos, nós encontramos nove Steinway em estados calamitosos. Que eles produzam algum som é do nível de um milagre.' No Rio não existem bons afinadores de piano. Assim que um piano não funciona mais, ele é colocado de lado e um rico doador compra um novo."

Sobre o dia 6 de junho:

1. "Atrás do teatro, ao lado de hoteis de passagem e de cafés bohêmios, se encontra uma grande escadaria recoberta de mosaicos de todas as cores. Quem a construiu? Uma artista da moda? Quem a pagou? O município? Não, são os habitantes ou os passantes, que dia após dia, trouxeram um pedacinho de pedra colorida e colocaram eles mesmos. Aqui está o Rio! E vejam sem dúvida o que explica o tão brusco entusiasmo pela Folle Journée. Isso que eles fizeram com as pedras, os Cariocas - é assim que se nomeiam os habitantes do Rio - farão com os sons."

Sobre o dia 7 de junho:

1. Sobre a Escola Portátil de Música: "O prazer que se sente não se parece com nada antes conhecido. Se de Gaulle tivesse conhecido esse lugar, ele não poderia jamais ter dito: 'O Brasil, isso não conta.' (ferida ainda não cicatrizada por aqui), mais certamente: 'O Brasil... o que você quer? é único.".

Abraço,

Alberto.

J. S. Coltrane
Veterano
# ago/08
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algol_i

Valeu pela tradução!

Citar o "de Gaulle" [argh!!!] é casca.

Gostei muito dessa parte [rs]:

"No Rio não existem bons afinadores de piano"

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Leiam a notícia abaixo colegas...

Pode ser o início de uma revolução na educação, e conseqüentemente, na concepção do que vem a ser boa música para para o público brasileiro.


Procura-se professor de Filosofia, Sociologia e Música

Agência UEL

Número de professores especializados precisa ser 20 vezes maior para cumprir lei

O Congresso Nacional aprovou, no primeiro semestre, duas leis que incluem novas disciplinas nos currículos da educação básica: filosofia, sociologia e música. Especialistas em educação comemoraram a inclusão, que garante a crianças e adolescentes uma formação mais integral. Mas a novidade também coloca o dedo em um antiga ferida da educação brasileira: a falta de professores para disciplinas específicas.

De acordo com um estudo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), órgão que agora responde pela formação de docentes para a educação básica, o Brasil tem, hoje, 31.118 profissionais atuando como professores de filosofia, sendo que, desse total, apenas 23% têm formação específica. Na sociologia, são 20.339 professores atuantes, sendo 2.499 licenciados (12%).

Estimativa da Capes aponta que serão necessários 107.680 docentes, em cada uma das disciplinas, para atender aos 24.131 estabelecimentos de ensino médio. A oferta será obrigatória nos três anos desse nível de ensino.

Segundo o diretor de educação básica da Capes, professor Dilvo Ristoff, para atender à nova demanda seria necessário aumentar em 20 vezes o número de professores formados por ano, que hoje é de 2.884 em filosofia e 3.018 em sociologia.

"Como não houve obrigatoriedade do oferecimento dessas disciplinas nos últimos anos, isso também desestimulou a formação de professores nessas áreas nas universidades", disse Ristoff, em entrevista à Agência Brasil.

A demanda foi calculada considerando uma carga horária de 20 horas semanais para cada professor, em turmas de 30 alunos. "Se a gente levar em conta que 50% dos que se formam tendem a exercer outras profissões, a gente chega ao dramático número de 40 vezes mais graduados por ano", estimou.

Ainda não há um estudo específico sobre o impacto da obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Os dados existentes são sobre os professores de educação artística, área em que há profissionais formados em número suficiente para atender a demanda. Ainda assim, a maioria não atua no magistério.

"Certamente haverá um impacto, é uma demanda de outra natureza, não só de docentes, mas de ambientes específicos, professores com teoria, professores com prática, instrumentos musicais e a própria carga horária", avaliou Ristoff.

Na sua opinião, o primeiro estímulo para atrair os professores para a sala de aula foi dado este mês, com a aprovação do piso nacional do magistério. O Congresso aprovou o projeto no último dia 2.

Inicialmente, Ristoff prevê que será necessário colocar em sala de aula docentes formados em áreas correlatas à filosofia e à sociologia para cobrir o déficit. A prática já acontece nas disciplinas de química e física, em que o estoque de professores formados é insuficiente para atender a demanda.

"Agora teremos que incluir a filosofia e a sociologia no nosso plano emergencial. Estamos, inclusive, revendo os planos orçamentários para 2009. Vamos ter que chamar todas aquelas pessoas que têm uma formação correlata como história, ciência política e a sociologia pura, sem a licenciatura, para atender a lei", disse.

Para atrair ao magistério os profissionais licenciados em filosofia e sociologia que estão afastados das salas de aula, a Capes estuda a possibilidade de conceder bolsas. Segundo Ristoff, a Capes deve pedir ao Conselho Nacional de Educação (CNE) que elabore uma regra de transição para atender à nova lei, com uma possível redução da carga horária nos primeiros anos.

De acordo com o educador, é essencial uma revisão também do currículo do ensino médio que ele classifica como "inchado". "Normalmente são 12 disciplinas no ensino médio, o que dá, em média, uma carga horária semanal de 48 horas", calculou. O ideal, segundo ele, seria a adoção do período integral nas escolas".

(Fonte: Agência Brasil)

Nandaviolinistaruiva
Veterano
# ago/08
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se vcs reclamam disso..imagine eu..uma nobre violinista que mora no litoral do Piaui...que passo 25h do meu dia obrigada a ouvir forró (até que tem alguns "ouvíveis rs")..que toca numa orquestra formada há 4 anos e que não vai pra frente pq os administradores não entendem nada de música e querem que a gnt toque as coisas mais toscas que se pode imaginar...aqui as pessoas pensam que orquestra é que nem uma banda marcial, colocam a gnt pra tocar em qualquer budega...mas pq isso acontece? A cultura regional influi. Uma cidade onde só (e somente só) se ouve forró vai saber como e onde uma orquestra deve e pode se apresentar? As pessoas vão assistir um concerto esperando ouvir coisas do tipo...Quem é o gostosão daqui..rs e isso não é exagero.. Já ouvi vários comentários depois de concertos que fiquei arrasada, primeiro por tentarmos tocar as músicas eruditas mais "populares", aquelas que são ridicularizadas em toques de celular, pode ser que isso seja ate uma forma de quebrar o paradigma da ´música erudita ser elitizada, mas mesmo assim...tentando fazer as pessoas pelo menos associarem aquela música que ouvem com algum comercial na TV, ou até mesmo o toque do seu cel..elas sempre saem decepcionadas, não com a performance dos músicos, mas pelo repertório que não agrada...infelizmente é assim! Pode ser que daqui uns anos esse quadro mude, com a implantação da educação musical no currículo escolar e ate mesmo com as mobilizações sociais que vêm acontecendo em todo o país..é triste ver crianças cantando e dançando coisas perjorativas e sem um pingo de algo a oferecer cognitivamente! Cada um faz o que pode não é? E gosto...esse não se discute!

_music_4_ever_
Veterano
# ago/08
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Nandaviolinistaruiva
Mas isso é mto mau...E eu ainda me queixo das condições daqui... :s

El Musicista
Veterano
# ago/08 · Editado por: El Musicista
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Nandaviolinistaruiva

Eu acredito a educação musical possa mudar essa concepção sim...
Claro ki naum será da noite para o dia...
Mas isso pode mudar sim...

Quer um exemplo? Se na sua região as crianças já "nascem"
ouvindo forró, ouvindo dizer ki esse eh o melhor estilo de música do mundo,
se na minha região as crianças nascem dançando música eletrônica (apesar d algumas serem boas por apresentar influências da música erudita), qual eh a tendência destas, qdo vierem a se tornar adultas???

Mas c nas escolas, jah for introduzido uma educação musical diferente,
mostrando ki existe um mundo d boas músicas ki nos espera (naum apenas música erudita), o ki tenderá a acontecer???
Acredito ki isso c dissipará e criará um ciclo virtuoso d informações...
E a partir daih começa a ser construída uma nova concepção a respeito d música...

Diino
Veterano
# ago/08
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Firion
Por que funk é muiiiiiiito mais difundido que música clássica, tendo em vista que Funk é a pior porcaria que existe?
questao de cultura.

e música erudita, e o melhor estilo de música existente( na minha humilde opinião), poxa será que os Brasileiros são tão idiotas? Ou a mídia que faz isso com as pessoas?

sim a midia move as pessoas, se a midia pusesse mais cultura, programas educativos, musica (ps: eu disse MUSICA), ao invez de pornografias explicitas e casais homossexuais nas novelas, talvez a realidade hj fosse diferente. os valores da sociedade hj em dia estao totalmente distorcidos.

parabens a vc que tem bom gosto assim como mtos nesse forum, eu nao conheço mto musica erudita. mas respeito e admiro.
abç!

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Diino
parabens a vc que tem bom gosto assim como mtos nesse forum, eu nao conheço mto musica erudita. mas respeito e admiro. (2)

Nandaviolinistaruiva
Veterano
# ago/08
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El Musicista

Com toda certeza vai ser um processo lento, mas ainda sim é uma luz no fim do túnel..pode ser que daqui em diante nossas crianças se tornem capazes de decidir o que quer ouvir e não ser imposta pela mídia massificadora que está sempre vinculando coisas ruins pra todo mundo, tornando crianças em mini-adultos e fazendo a cabeça de milhões de pessoas..não falando apenas em música erudita, mas todos os estilos musicais que consigam passar uma mensagem, que tenham letras proveitosas. O funk? sim, é uma cultura..mas poxa...crianças de 5 ou 6 anos querendo usar saltos e se chamando de cachorra...é o cúmulo! Nada contra quem gosta...só acho que o espaço devia ser dividido por igual, a mídia conseguir diferenciar o que é bom e útil e jogar ao publico...eu creio que isso não se faz valer, pois, quem gostaria de ter um público inteligente que troca o Faustão pra assistir Artur da Távola? Quem quer se colocar na cruz e formar telespectadores de bom gosto que acabarão largando a programação fútil de todos os dias em busca de algo melhor? CLaro que ninguem.. Boa iniciativa retornar a música ao currículo escolar, pelo menos aos poucos a sociedade vai deixar de ser medíocre e aprender a ouvir música, saber reconhecer sua essencia e por fim, tornar-se ouvinte e não saco de lixo.

Ken Himura
Veterano
# ago/08 · Editado por: Ken Himura
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Fala galera, fiquei um tempão ausente por viagens. Mas tô de volta.

algol_i
Boa, a matéria é boa! Se puder disponibilizar, seria legal cara!
Parabéns pela iniciativa!

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casais homossexuais nas novelas,
Qual o problema com os homossexuais? A sociedade é e sempre foi assim, negar isso é se excluir da humanidade. Você também acredita que veio de Adão e Eva e não acredita em Darwin?

Não sou homossexual, mas acho errado essa postura preconceituosa que as pessoas têm sobre estes temas. É uma hipocrisia do caralho.

Se a sociedade está com valores distorcidos, não é só porque tem algo aparecendo na tv que isso tá errado também. E ninguém tem o direito de julgar ninguém.

Aliás, muitos grandes músicos famosos do passado e do presente são homossexuais. E isto não lhes impediu de crescer e serem gigantes.

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Quanto à questão de música nas escolas: estou muito feliz. Agora vai ser o princípio de algo que vai se refletir daqui a uns 20, 30 anos. Talvez o Brasil consiga com isso atrair mais jovens à música e, por conseqüência, formar mais instrumentistas de nível. Talvez assim a gente chegue perto da Venezuela e da Ásia em uns 15 anos.

Pardal
Veterano
# ago/08
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El Musicista
Nandaviolinistaruiva
Diino
Ken Himura

A minha grande felicidade é estar me formando num curso que me prepara para ser professor de música em escola regular. Ouvir o que vocês estão dizendo me dá ânimo para seguir com o sonho de, com muito trabalho e esforços, preparação e abdicação, criar de alguma forma o futuro do país em se tratando de música. A todos os músicos e professores de música, atuais e futuros: coragem. coragem!

Ken Himura

Quanto à questão da homossexualidade, não é uma questão pra ser discutida aqui. Mas eu acredito que vim de Adão e Eva e que o mundo foi criado, e daí? Praticar a homossexualidade é dizer a Deus que Ele deu a alguém o corpo errado, e/ou as circunstâncias erradas. E o fato de ser uma realidade na sociedade não quer dizer que está certo, assim como a violência nas cidades não está, a corrupção no Planalto e a hipocrisia de muitos cristãos em considerar certos pecados (em geral os dos outros) maiores que outros (em geral os seus próprios). Homossexualismo é a negação do dom da reprodução, da união de opostos que se completam e se unem perfeitamente; da expressão integral do corpo e assim do ser humano, do ser que tem mente e também corpo.

A questão da homossexualidade não foi devidamente debatida: houve um grande movimento de pessoas apoiando a prática e nenhuma discussão, e a "correteza" do homossexualismo foi imposta por uma sociedade que não diferencia liberdade de libertinagem.

Ao mesmo tempo, muitas pessoa que foram e são contra não se dispuseram à discussão, ao diálogo, apenas apresentando premissas que tinham como base a própria religião, o que tornava seus argumentos ineficientes diante de pessoas de outras religiões e/ou que, sendo da mesma religião, tivessem visão doutrinária diversa. Sofismando sem base, nenhuma argumentação se estruturava como válida a quem deles discordasse.

Novamente, a discussão não acabou: nem aconteceu direito. Não se pode definir homossexualismo como certo ou errado ainda pois um lado não ouviu o outro nem falou com o outro.

Nandaviolinistaruiva
Veterano
# ago/08
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Pardal

Que ótimo! Aqui onde eu moro não tem escola de música, precisamos de pessoas que realmente entendam da coisa..Gostaria de ser professora de música, infelizmente o Estado não me proporciona isso e também não tenho condições de me manter fora..ano que vem me formo em pedagogia e tenho consciencia do que fazer para formar cidadãos com grande capacidade de dicernimento e o que mais quero é fazer com que as pessoas tenham um gosto cultural abrangente e ao mesmo tempo curioso, que instiguem o que é certo, se está certo e o por quê...

Pardal
Veterano
# ago/08
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Nandaviolinistaruiva

infelizmente o Estado não me proporciona isso

De fato, o governo criou uma demanda sem ter condições de supri-la e quer jogar a responsabilidade nas escolas, que tem de arrumar uma forma qualquer de cumprir. Em geral, isso possibilitará que incompetentes e despreparados não-professores de música entrem nas escolas e ensinem qualquer porcariazinha. A minha esperança é que entre alguém com alguma consciência do que está fazendo e procure então habilitação. Mas é realmente muito triste essa hipocrisia de querer transformar o que se ensina nas escolas, exigir por lei uma mudança no currículo e não ter como prover as mudanças.

Mas acho que, assim como eles estão dispostos a contratar profissionais de áreas correlatas para sociologia e filosofia, acho que músicos, mesmo sem formação para serem professores, e pessoas como você, que têm formação em pedagogia e conhecimento sobre o assunto, poderão ser capazes de dar conta no começo.

ano que vem me formo em pedagogia e tenho consciencia do que fazer para formar cidadãos com grande capacidade de dicernimento

Isso é muito importante, em qualquer área da vida. "Educação é amor" Chinichi Suzuki. Amar em educação é procurar permitir ao outro independência e liberdade, conhecimento e sabedoria.

o que mais quero é fazer com que as pessoas tenham um gosto cultural abrangente e ao mesmo tempo curioso, que instiguem o que é certo, se está certo e o por quê...

A curiosidade é base da busca do conhecimento. Como já foi amplamente discutido neste tópico mesmo, a mídia provoca essa alienação, que engana as pessoas, fazendo-as acreditar que música não é conhecimento, ou que não há nada além do que ela mesma proporciona (e isso em todos os sentidos, não só música), o que é logicamente falso. Mas ela não permite que as pessoas reflitam acerca disso, pois o que ela proporciona é mais entreterimento que conheicmento, informações e circunstâncias mais que aprofundamento e reflexão. E quando não se fala de reflexão, é difícil se refletir sobre o que se fala.

Ken Himura
Veterano
# ago/08
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Praticar a homossexualidade é dizer a Deus que Ele deu a alguém o corpo errado, e/ou as circunstâncias erradas. E o fato de ser uma realidade na sociedade não quer dizer que está certo, assim como a violência nas cidades não está, a corrupção no Planalto e a hipocrisia de muitos cristãos em considerar certos pecados (em geral os dos outros) maiores que outros (em geral os seus próprios). Homossexualismo é a negação do dom da reprodução, da união de opostos que se completam e se unem perfeitamente; da expressão integral do corpo e assim do ser humano, do ser que tem mente e também corpo.
E a homossexualidade nos outros animais, os ditos irracionais?

Quando me referi à sociedade, disse em relação à humanidade desde o início, não só a atual. Sempre foi comum o homossexualismo, sendo que até na Grécia antiga, um dos principais pilares da nossa civilização, as mulheres eram só para reprodução, enquanto os homens para o prazer.

Eu lembro que já tive discussões absurdas quando uma ex-namorada se ofendeu quando eu disse que ela tinha vindo de um macaco.

Interpretações integrais de textos antigos é algo absurdo pro mundo moderno. =/

edufaria
Veterano
# ago/08
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NOssa!!!!

Isso é fato mesmo ??? Procura-se professor de Filosofia, Sociologia e Música

Q maravilha! =D!

só pra constar...

não penso mais que musica erudida é o estilo musical mais apto a expressar sentimentos.

Nandaviolinistaruiva
Veterano
# ago/08
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Quando terminar pedagogia eu quero fazer Licenciatura Plena em Arte com especialização em Música...tenho certeza que a partir do ano que vem as coisas vão melhorar muito..são muitas escolas pra poucos capacitados...então vou correr! hihihi

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Nandaviolinistaruiva

Espero ki ainda dê tempo d eu correr tbm...

Soh ki no meu caso, vão mais ou menos uns 05 anos...

Pardal
Veterano
# ago/08 · Editado por: Pardal
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Ken Himura

Quando me referi à sociedade, disse em relação à humanidade desde o início, não só a atual. Sempre foi comum o homossexualismo, sendo que até na Grécia antiga, um dos principais pilares da nossa civilização, as mulheres eram só para reprodução, enquanto os homens para o prazer.

E foi da civilização grega que a igreja sustentou que a terra estava parada. O fato de ser uma prática social de uma sociedade não justifica eticamente coisa alguma.

Eu lembro que já tive discussões absurdas quando uma ex-namorada se ofendeu quando eu disse que ela tinha vindo de um macaco.

Nem os evolucionistas argumentam que viemos do macaco. Eles dizem que nós e os macacos temos um ancestral comum, mas populações se separaram, umas originaram os primatas atuais, dentre eles os macacos, gorilas e o homem. Não, o homem não veio do macaco, nem para o evolucionista.

Interpretações integrais de textos antigos é algo absurdo pro mundo moderno. =/

O homem não mudou, apenas sua tecnologia. A sociedade continua baseada sobre relações de dominação. A estrutura de pensamento do homem continua, portanto, semelhante, e os mesmos princípios que regiam os pensamentos da Grécia e que tanto nos influenciaram tem mais de 2.000 anos. Você alega que nossa sociedade foi influenciada pela Grécia antiga e ao mesmo tempo nega interpretações integrais de textos antigos. Pelo que eu saiba, a arqueologia nunca foi capaz de desmentir um só fato narrado nas Escrituras. E lavar as mãos é uma prática recomendada na Bíblia. Sinceramente, muitas das práticas sociais e de nosso idealismo são mais judeus e cristãos que gregos.

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Gente... Leia isso...

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/08/19/ult105u6853.jhtm

Vou apenas colocar uma frase desse artigo...

Segundo a Folha de S. Paulo, a Casa Civil informou que Lula vetou o artigo que previa que os professores tivessem formação específica na área.

Pqp... Qdoo as coisas estão indo bem, acontece alguma coisa e trava...

Será ki adianta as crianças terem ensino d música om profissionais mal-preparados???

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Tem mais esse ki eh importante...

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/07/25/ult105u6743.jhtm

El Musicista
Veterano
# ago/08
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Naum adianta... Eu ainda serei professor d Música em nome d Jesus...

Sou brasileiro e não desisto nunca!!!

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