PARA QUEM GOSTA DE POESIAS...

Autor Mensagem
Amomusica
Veterano
# ago/04
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gunsnzeppelins

Quanto à sua ultima pergunta, eu não sou especialista em poesias (quem me dera), mas acho muito importante estudar MUITO a língua portuguesa tendo em vista que é uma das mais ricas e também mais difíceis do mundo. E também LER MUITO, principalmente poesias, para melhorar o vocabulário e conhecer os vários estilos de poesias.

Acesse a BIBLIOTECA VIRTUAL DA USP, lá você poderá fazer gratuitamente o download dos livros de vários poetas.

http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.html?principal.html&2

Um grande abraço.

gunsnzeppelins
Veterano
# ago/04
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Amomusica

Muito obrigado! Então com essa sua motivação, vou me aprofundar no português! Quanto aos livros, acho que livro é o que não falta aqui em casa. Minha mãe é professora de português (meio caminho andado hehe). Livros dos grandes, médios e pequenos reis da literatura brasileira e portuguesa temos a bessa hehe.

Amomusica
Veterano
# ago/04
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gunsnzeppelins

Biblioteca e professora de português em casa ?! Então você já tem a faca e o queijo na mão...

Engraçado que o Fencer também disse que a mãe dele era professora de portugês e ele escreve muito bem.

Sugestão: Se você gosta de poemas de amor e sentimento leia Casimiro de Abreu. É uma pena que ele tenha morrido tão jovem e só tenha tido tempo de lançar um único livro.


SEGREDOS

Eu tenho uns amores - quem é que os não tinha
Nos tempos antigos ? - Amar não faz mal;
As almas que sentem paixão como a minha,
Que digam, que falem em regra geral.

- A flor dos meus sonhos é moça bonita
Qual flor entreaberta do dia ao raiar;
Mas onde ela mora, que casa ela habita,
Não quero, não posso, não devo contar!

Oh! Ontem no baile, com ela valsando
Senti as delicias dos anjos do céu!
Na dança ligeira, qual silfo voando
Caiu-lhe do rosto o seu cândido véu!

- Que noite e que baile! Seu hálito virgem
Queimava-lhe as faces no louco valsar,
As falas sentidas que os olhos falavam,
Não quero, não posso, não devo contar!

Depois indolente firmou-se em meu braço,
Fugimos das salas, do mundo talvez !
Inda era mais bela rendida ao cansaço,
Morrendo de amores em tal languidez !

- Que noite e que festa ! e que lânguido rosto
Banhado ao reflexo do branco luar !
A neve do colo e as ondas dos seios
Não quero, não posso, não devo contar !

A noite é sublime! Tem longos queixumes,
Mistérios profundos que eu mesmo não sei:
Do mar os gemidos, do prado os perfumes,
De amor me mataram, de amor suspirei!

Agora eu vos juro... Palavra!- Não minto!
Ouvi a formosa também suspirar:
Os doces suspiros que os ecos ouviram
Não quero, não posso, não devo contar!

Então nesse instante nas águas do rio
Passava uma barca, e o bom remador
Cantava na flauta: - "Nas noites d'estio
O céu tem estrelas, o mar tem amor !"

E a voz maviosa do bom gondoleiro
Repete cantando: "viver é amar !"
Se os peitos respondem à voz do barqueiro...
Não quero, não posso, não devo contar !

Trememos de medo... A boca emudece
Mas sentem-se os pulos do meu coração
Seu seio nevado de amor se entumece
E os lábios se tocam no ardor da paixão.

Depois... mas já vejo que vós, meus senhores,
Com fina malícia quereis me enganar;
Aqui faço ponto; - segredos de amores
Não quero, não posso, não devo contar!

Casimiro de Abreu


MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

................................

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

gunsnzeppelins
Veterano
# ago/04
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Amomusica

Exatamente meu tipo preferido! E acabei de perguntar pra minha mãe sobre ele, aqui em casa tem um livro dele! Que maravilha, hein... ehehe.

Obrigado, e um abraço.

Amomusica
Veterano
# ago/04 · Editado por: Amomusica
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gunsnzeppelins

Também gosto muito de FLORBELA ESPANCA. Apesar de seus poemas serem bem mais melancólicos que os de Casimiro de Abreu, geralmente ela escrevia em quadras ou sonetos, seus versos são pura "alma e coração". Veja alguns de seus poemas:


ANSEIOS

Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha cais!

Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!...
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!

Não ´stendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!...

EU...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


TORTURA

Tirar dentro do peito a emoção,
A lúcida verdade, o sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso d´alto pensamento,
E puro como um ritmo d´oração!
- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento!...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!


A MINHA DOR

A você

A minha dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres d´agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...

A minha dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro!
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...

INCONSTÂNCIA


Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...


MENDIGA

Na vida nada tenho e nada sou;
Eu ando a mendigar pelas estradas...
No silêncio das noites estreladas
Caminho, sem saber para onde vou!

Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
Quem foi que sobre as ondas revoltadas
A minha taça de ouro espedaçou?

Agora vou andando e mendigando,
Sem que um olhar dos mundos infinitos
Veja passar o verme, rastejando...

Ah, quem me dera ser como os chacais
Uivando os brados, rouquejando os gritos
Na solidão dos ermos matagais!...

piculo
Veterano
# ago/04
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Amomusica

Valeu pelo toque acho que entendi. Mais uma vez obrigado pelo elogio. Naum esperava recebê-los.

abraço a todos.

moxuara
Veterano
# ago/04
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DILEMA

O que há de errado comigo?
É o que mais uma vez me pergunto
E não encontro resposta tal

Não sei se pergunto a um amigo
Pois não falo sobre esse assunto
Por considerá-lo muito pessoal

Errado será o meu todo?
Ou – Deus queira – só parte?
E até onde isso importa em meu dilema?

Missão impossível é pouco
Para alcunhar minha difícil arte;
Conseguirei resolver esse problema?

Agora sei da importância do amor próprio
E apesar de procurá-lo, desconheço-o
Se ao menos eu soubesse o que há de errado...

(10/06/97)

moxuara
Veterano
# ago/04
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DOR DE AMOR

Apesar de não mais estar contigo
Não consigo esquecer-te;
Crio ilusões e faço-me acreditar nelas
Mas são vagas e passageiras...
E não enganam-me por muito tempo

Fantasio momentos e situações
Afirmo-me para mim mesma que não mais te amo
Mas meu coração acaba por desmascarar-me
E faz-me ver a verdade
Por mais que ela doa – e como dói – no peito

Fica então esse vazio e essa solidão
Que luta contra si mesma dentro de mim
E não vence nem perde a luta
(Não morre, não foge...)
Apenas sangra-me pouco a pouco
Por saber-se permanente

Mas entendo que essa dor
Por ser a mais terrível de todas
É também a mais bonita, meu amor...

(15/11/97)

Amomusica
Veterano
# ago/04
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Preste atenção neste texto de Clarice Lispector.
Primeiro leia de cima para baixo e depois de baixo para cima.
É fantástico o senso criativo da poetisa! Um texto palíndromo.


"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."


gunsnzeppelins
Veterano
# ago/04
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Amomusica

Nossa! Muito legal! Aqui em casa tem livros dela, mas eu nunca parei pra ler.

Crazy Batera
Veterano
# ago/04
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QUISERA TER SIDO

Quisera ser
de outros tempos,
de dantes ...
de muito antes,
quando os centauros andantes
amanheciam na luta;
quisera ter sido
o tombo
do primeiro sobrelombo,
na primeira reculuta !
Quisera ter sido o ronco
da cordeona
mal domada,
num buchincho de ramada,
me abrandando
pouco a pouco ...
Quisera ter sido o chasque
do feitiço charrua
marcando um quatro de lua
pra que o gaúcho chegasse !
Quisera andar pelas covas
e furnas
com o Índio blau
pra vencer
as sete provas
dos feiticeiros do Jarau !
Quisera ser a chispeada
do fogaréu de um corisco
deixando apenas o risco
na grama recém oreada
Quisera ser a clavada de luz
coloreando sangue
no matambre do infinito
quando prenderam o grito
e amanheceu o RIO GRANDE.
.................JAIME CAETANO BRAUM.....

Amomusica
Veterano
# ago/04 · Editado por: Amomusica
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Acho linda a letra desse música que vou postar abaixo:

Violão

Um dia vi numa estrada,
um arvoredo caído.
Não era um tronco qualquer...

Era madeira de pinho
e um artesão esculpia
o corpo de uma mulher...

Depois eu vi pela noite
o artesão nos caminhos
colhendo raios de lua.

Fazia cordas de prata,
que se esticadas vibravam
no corpo da mulher nua...

E o artesão finalmente
nessa mulher de madeira
botou o seu coração...

E lhe apertou contra o peito,
deu-lhe um nome bonito,
e assim nasceu... o violão!

Fátima Guedes

gustavo macaco
Veterano
# ago/04
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acho que sou meio arrogante se pa

eu adoro azer poemas e letras, mas nao tenho saco de ler coisas dos outros

gustavo macaco
Veterano
# ago/04
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mas nao por achar ruim as coisas dos outros, por nao ter saco mesmo

Crazy Batera
Veterano
# ago/04
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Meu professor de história falou esta poesia na aula encenando, putz muito massa... leiam..porém é gaúcha então o palavriado dela ñ entederam algumas palavras..

Bochincho
A um bochincho - certa feita,
eu fui chegando - de curioso,
que o vício - é que nem sarnoso,
nunca pára - nem se ajeita.
Baile de gente direita
eu vi, de pronto, que não era
na noite de primavera
gaguejava a voz de um tango
e eu sou louco por fandango
que nem pinto por quirera!

Atei meu baio - longito,
num galho de guaramim,
desde guri eu fui assim,
não brinco nem facilito.
Em bruxas não acredito
"pero - que las hay, las hay",
eu sou da costa do Uruguai,
meu velho pago querido
e por andar desprevenido
há tanto guri sem pai.

No rancho de santa-fé,
de pau-a-pique barreado,
num trancão de convidado
eu me entreverei no banzé.
O chinaredo à bola-pé,
no ambiente fumacento,
um candeeiro, bem no centro,
num lusco-fusco de aurora,
pra quem chegava de fora
pouco enxergava ali dentro!

Dei de mão numa tiangaça
que me cruzou no costado
e já saí entreverado
entre a poeira e a fumaça,
oigalê china lindaça,
morena de toda a crina
dessas da venta brasina,
com cheiro de lechiguana
que quando ergue uma pestana
até a noite se ilumina.

Misto de diaba e de santa,
e com ares de quem é dona
e um gosto de temporona
que traz água na garganta.
Eu me grudei na percanta
o mesmo que um carrapato
e o gaiteiro era um mulato
que até dormindo tocava
e a gaita choramingava
como namoro de gato!

A gaita velha gemia,
às vezes quase parava,
de repente se acordava
e num vanerão se perdia
e eu - contra a pele macia
daquele corpo moreno,
sentia o mundo pequeno,
bombeando cheio de enlevo
dois olhos - flores de trevo
com respingos de sereno!

Mas o que é bom se termina
- cumpriu-se o velho ditado,
eu que dançava, embalado,
nos braços doces da china
escutei - de relancina,
uma espécie de relincho,
era o dono do bochincho,
meio oitavado num canto,
que me olhava - com espanto,
mais sério do que um capincho!

E foi ele que se veio,
pois era dele a pinguancha,
bufando e abrindo cancha
como dono de rodeio.
Quis me partir pelo meio
com um talonaço de adaga
que - se me pega - me estraga,
chegou levantar um cisco,
mas não é à toa - chomisco!
que eu sou de São Luiz Gonzaga!

Meio na curva do braço
consegui tirar o talho
mas quase que me atrapalho
porque havia pouco espaço,
mas senti o calor do aço
e o calor do aço arde,
me levantei - sem alarde,
por causa do desaforo
e soltei meu marca touro
num medonho buenas-tarde!

Tenho visto coisa feia,
tenho visto judiaria,
mas hoje inda me arrepia
lembrando aquela peleia,
talvez quem ouça - não creia,
mas vi nascer no pescoço,
do índio do berro grosso
como uma cinta vermelha
e desde o beiço até a orelha
ficou relampiando o osso!

O índio era um índio touro,
mas até touro se ajoelha,
cortado do beiço à orelha
amontoou-se como um couro
e, amigos, foi um estouro,
daqueles que dava medo,
espantou-se o chinaredo
e aquilo foi uma zoada,
parecia até uma eguada
disparando num varzedo!

Não há quem pinte o retrato
dum bochincho - quando estoura,
tinidos de adaga - espora
e gritos de desacato.
Berros de quarenta e quatro
da cada canto da sala
e a velha gaita baguala
num vanerão pacholento,
fazendo acompanhamento
do turumbamba de bala!

É china que se escabela,
redemonhiando na porta
e xirú da guampa torta
que vem direito à janela,
num grito - de toda a guela,
num berreiro alucinante,
índio que não se garante,
vendo sangue - se apavora
e se manda - campo fora,
levando tudo por diante!

Sou crente na divindade,
morro quando Deus quiser,
mas amigos - se eu disser,
até periga a verdade,
naquela barbaridade,
de chinaredo fugindo,
de grito e bala zunindo,
o gaiteiro - alheio a tudo,
tocava um xote clinudo,
já quase meio dormindo!

E a coisa ia indo assim,
balanceei a situação,
- já quase sem munição,
todos atirando em mim.
Qual ia ser o meu fim,
me dei conta - de repente,
não vou ficar pra semente,
mas gosto de andar no mundo,
me esperavam na dos fundo,
saí na porta da frente...

E dali ganhei o mato,
abaixo de tiroteio
e inda escutava o floreio
da cordeona do mulato
e, pra encurtar o relato,
eu me bandeei pra o outro lado,
cruzei o Uruguai, a nado,
que o meu zaino era um capincho
e a história desse bochincho
faz parte do meu passado!

Essa pergunta me é feita
em cada vez que eu declamo
é uma cousa que eu reclamo
acho que é até uma desfeita
acho que não é direita
e até entender nem consigo
eu - num medonho perigo
duma situação brasina,
todos perguntam da china
e ninguém se importa comigo
E a china - eu nunca mais vi
no meu gauderiar andejo,
somente em sonhos a vejo
num bárbaro frenesi.
Talvez ande - por aí,
no rodeio das alçadas,
ou - talvez - nas madrugadas,
seja uma estrela xirua
dessas - que se banha nua
no espelho das aguadas!

Autor: Jaime Caetano Braum

moxuara
Veterano
# ago/04
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"Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…

Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas…

Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras…

Sou chama e neve branca misteriosa…
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!"

(Horas Rubras by Florbela Espanca)

Amomusica
Veterano
# ago/04
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Crazy Batera
Muito legal o poema que vc postou, com alguém encenando então deve ter sido hilário.

moxuara
Oi, como vai? Tb gosto muito da Florbela Espanca, e gostei muito desse poema.

Véi Angelo
Veterano
# ago/04
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intao vo postar aqui um poema , realmente FODA , versão completa :
O Cão Arrependido

Volta o cao arrependido
com suas orelhas tao fartas
com seu osso roido
e com o rabo entre a patas ...

...Volta o cao arrependido
com suas orelhas tao fartas
com seu osso roido
e com o rabo entre a patas ...

...Volta o cao arrependido
com suas orelhas tao fartas
com seu osso roido
e com o rabo entre a patas ...

...Volta o cao arrependido
com suas orelhas tao fartas
com seu osso roido
e com o rabo entre a patas ...

...Volta o cao arrependido
com suas orelhas tao fartas
com seu osso roido
e com o rabo entre a patas ...

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com suas orelhas tao fartas
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e com o rabo entre a patas ...

(by chaves)

gustavo macaco
Veterano
# ago/04
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esse eu fiz qdo tinha 16 anos:

Acho que sempre soube,
mas nunca quis saber.
E a minha insegurança se fez certa.

Embriago sentimentos,
confundo as emoções.
Agora a saudade aperta.

Em cada lembrança há um rasgo.
Esperança, talvez.
Preciso viver.
Preciso ir pra casa.

Achei a nossa estrela,
ela já não brilha mais.
Você já não me olha como há um tempo atrás.
Podia ser perfeito,
mas você quis assim.

joaozitorossi
Veterano
# ago/04 · Editado por: joaozitorossi
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Opa! vou começar a ler mais isso aqui...cada poesia d+! vo botar uma minha...num eh grande coisa naum, mas fiz hj de manha e quero bota uma "quentinha", apesar de ser uma poesia forte...

Brasil - via África

Enquanto eu tento escrever
Deitado no sofá
Milhões de crianças
Morrem por naum ter o que comer

Pretos disputam como feras
A comida que vem dos céus
Um belo presente do Diabo
Que por isso se julga Deus

Seus filhos e netos morreram
Na mesma sina de seus pais
E a ignorância que é dada ao povo
Só aumenta toda essa submissão

Os índios choram com a novela
Os brancos, poucos brancos, ainda conseguem rir
A baixa burguesia comove-se ao ver a fome no jornal
Mas pede pizza ao telefone (mas a moda agora é calzone)
E zombam de quem fala errado (mesmo sem ter estudado)
E grita ao jogo do flamengo pela tv
Pois não vai pro estádio com medo de ser assaltada

Se isolam em grades e portões (parecem mais prisões)
Seus filhos só andam de chinelo (Para não sujar o pé)
E ainda acham(acho) que com seu(meu) discurso ridículo e fraco
Estão(estou) contribuindo para um mundo melhor.



João Lima

edegard
Veterano
# ago/04
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resolvi colaborar, mas naum quero postar minhas letras... emtao vou postar merda mesmo:

Quem ri por último.............é retardado.
É dando..............................que se engravida.
Alegria de pobre..................é impossível.
Quem com ferro fere...........não sabe como dói.
Sol e chuva..........................vou sair de guarda-chuva.
Em casa de ferreiro..............só tem ferro.
Devo, não pago....................nego enquanto puder.
Quem tem boca ........fala, quem tem condição vai a Roma.
Gato escaldado ....................morre.
Quem espera........................sempre cansa.
Quando um não quer..........o outro insiste.
Os últimos...........................serão desclassificados.
Carro a álcool.....................você ainda vai empurrar um.
Há males.............................que vem para piorar.
Se Maomé não vai à montanha..........então vai à praia.
A esperança e a sogra..........são as últimas que morrem.
Quem dá aos pobres...........cria o filho sozinha.
Depois da tempestade..........vem a gripe.
Devagar...............................nunca se chega.
Antes tarde..........................do que mais tarde.
Em terra de cego.................quem tem um olho é caolho.
Quem cedo madruga...........fica com sono o dia inteiro.
Pau que nasce torto.............faz pipi no chão

The Panic for People
Veterano
# ago/04
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Muldanças de usuario
http://forum.cifraclub.com.br/forum/11/56566/

Kildo2
Veterano
# ago/04
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não são poemas mas sei la...

"A vida é feita de grandes momentos e grandes emoções,
mas sempre vai aparecer algum imprevisto q vai faze vc perder essas coisas boas da vida,
mas nunca va nessa q a esperança é a ultima q morre, apenas aceite,
não tente lutar contra seu proprio destino é inutil vc só c machuca,
aceite e aprenda a se acostumar, pois a vida é isso,
temos q nos acostumar com td, nem sempre vamos entender o pq, mas temos q aceitar,
pq a vida tem q ser assim?!"

by Gabriel...


"Cada manha q vem, cada dia q vai, essa tristeza me corrói por dentro, meu mundo gira só por girar, sem razão, sem motivo, sem inpiração...sei la minha felicidade c foi, meu sorriso é falso e meus pensamentos me traem a cada instante...mas num posso fazer nada to pagando muito caro por ser fraco d+, e deixar meus pensamentos e ações trairem meu verdadeiro modo d ser"

by Gabriel

ServeTheServants
Melhor arranjo
Prêmio FCC violão 2008
# set/04
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(pequena) Elegia ao amor não-correspondido

Estás observando, seu amor atravessar o pensamento
Não sabes o formoso destino que perdeu
Vá e fale com aquele, que você quer um tento

Rogo para saberes o que eu sinto, e ao que me converteu
O ser humano com o amor mais verdadeiro
Que os sentimentos, pela neblina do seu olhar, escureceu

Já estou acostumado, à ser aquele que fica ao relento
Quando você quer derrubar suas lágrimas
Eu sou aquele que sempre serviu para você de sustento

Todas as cousas vejo que estão sendo remudadas
Porque o tempo é ligeiro e não lhe consente
Vou pisando cauteloso entre as lembranças passadas

Você tem todas as cores, e nenhuma delas te deixa contente
Sua ambição e promessa lhe reveste toda história
Seu vicio pela vontade de ser mais do que pode, é crescente

Vi já das altas ondas subjulgadas, um fragmento de minha derrota
Que calmamente era levada pelo odor da maresia
Desse seu oceano impetuoso, que afoga quem é a escória

Todos tem algum dinheiro, e para eles, tu regorjizas alegria
Quando você quer por a cabeça em um ombro
Eu sou aquele que sempre para você, o compartilha

E a cada chuva que bate em seu telhado, causando um estrondo
Seu pombo-correio já tem a direção certa
É para mim que ele irá carregar sua mensagem de medo; voando

Quebrado e calado, atravessando a sua janela
Alguem que pensa em você direto
Mas você nunca se importa com o que ela espera

Vou limpar tudo o que você deixou, não sobrará nenhum farelo
Te deixarei aonde desde o inicio pensei ter te achado
Acho que já entendi quem é você - para mim - ao certo

Me desculpe pela inconveniencia, e por ter te encontrado


(Thiago Ramires)

TASIVA
Veterano
# set/04
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minha vez:

OT do meu coração
você é a minha titica
de gato
meu cocô de leitão.


Tuatheiro de daneiro
Veterano
# set/04
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O AMOR EH FOGO Q ARDE SEM SE VER !

Babi
Veterano
# set/04
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Canção (Cecília Meireles)

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas

Claudio Natureza
Veterano
# set/04 · Editado por: Claudio Natureza
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sociedade moderna

Estado de choque
paralíticos, morte
sociedade virou hospital

Crianças morrendo
pelas ruas sofrendo
ninguém sabe o que é o bem e o mal

Diz agora: nós não temos culpa
diz agora: é tudo normal
vire a cara pro que não machuca
acredite no velho jornal

conformistas omissos
sem nenhum compromisso
hipnotizados na TV

levam a vida na tela
amam pela novela
como quem olha e nada vê

diz agora: nós não temos culpa
diz agora: é tudo normal
vire a cara pro que não machuca
acredite no velho jornal.

G4KI
Veterano
# set/04
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DE MINHA AUTORIA!!!

NO FIM NUNCA SABEREMOS

NO FIM
TUDO TERMINA COM UMA DUVIDA.
POIS A VIDA SO EXISTE
PARA SER QUESTIONADA.
ONDE IREMOS?
ONDE ESTAMOS?
PORQUE SONHAMOS?
PORQUE TANTAS PERGUNTAS?
E ACABO DE FAZER MAIS UMA!
NESSA VIDA DE PERGUNTAS,
SÓ NOS RESTARÃO
PONTOS DE INTERROGAÇÕES.
TÃO TORTOS QUANTO NOSSAS VIDAS,
TÃO SIMPLES QUANTO SONHAR E
TÃO COMPLICADO QUANTO ENTENDER SONHOS.
AOS TIMIDOS POETAS
SÓ RESTARÁ MORRER
SEM SABER O QUE É A LUZ
SEM SABER O QUE É RESPIRAR
SEM SABER O QUE É SER AMADO!!!

Tuarelli
Veterano
# fev/05
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Essa aqui eu achei no Bog da Mila ;D

Vida e Morte

Se "vida" é viver em busca do desconhecido
Sabendo o inevitável caminho que há no fim
Então "vida" não é "vida" é "morte".

Se "morte" é abandonar o plano físico
Deslumbrar o paraíso que espero
Então "morte" não é "morte" é "vida" em outra terra.

Se "vida" é mesquinharia
Odiar o semelhante, se apegar a coisas do mundo
Sofrer por amor, sofrer de dor,
Então "vida" não é "vida" é "morte"

Se "morte" é o descansar eterno
Místico passo em busca do infinito
Então "morte" não é "morte" é "vida"

Se "vida" é caminhar por sobre a terra,
Sentir frio, calor e fome
Então "vida" não é "vida" é "morte"

Se "morte" é buscar o desconhecido
Abandonar vícios ser eterna a alma
Então "morte" não é "morte" é "vida"

"Vida" é "morte" sem volta
"morte" é "vida" eternamente
e nós vãos mortais o que somos nesse espaço,
"vida" provisória ou "morte" eternamente?

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