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Delson Veterano |
# 17/jul/23 11:43
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Quem será o proprietário das máquinas? Outras máquinas?
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Wanton Veterano |
# 17/jul/23 11:52
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Lelo Mig acho um tanto simplista
É simplista, claro. Mas esbarra na minha falta de competência para dar profundidade ao assunto. Minha base é o discurso vigente, que diz que vivenciamos o excesso de estímulos, sobretudo por causa das telas que não saem da nossa frente. Até virou moda propor detox de dopamina.
Talvez meu olhar distópico seja influenciado pelo cinema e obras de ficção
O meu também é. E nem acho que esse medo da distopia é de todo ruim, um pouco de prudência é sempre bem vinda. O caso é que o medo generalizado da mudança está dando sobrevida a um sistema moribundo que está obsoleto.
não vejo nenhuma mudança de rota proposta
Chuto que as mudanças serão inevitáveis quando o sistema chegar ao colapso.
Insufferable Bear "é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo"
Faltam experiências práticas e a construção de modelos de pensamento. É muito difícil fazer isso no interior de um sistema que "quer" permanecer. O capitalismo age para frustrar experiências alternativas e correntes de pensamentos ameaçadoras à permanência do sistema.
brunohardrocker Será que essas coisas interessantes a fazer, não dependem do trabalho de pessoas menos privilegiadas que aqueles fazem essas coisas interessantes?
Dependem, claro! Mas o tópico propõe um estágio em que as coisas interessantes dependerão do trabalho das máquinas.
Poderia dar exemplos do que seriam essas coisas?
Ver um filme, viajar, ir a um restaurante, conversar num fórum, ficar assistindo vídeos de gatinhos e bebês, ir a um parque de diversões, voar de asa delta, ir no puteiro, apostar na rinha de galo etc.
E como saberemos que se trata de uma tendência a zero ou de uma tendência de declínio que se estabilizará em algum nível mínimo necessário?
O limite é quando as pessoas começam a apresentar defeitos: burnout, depressão, crises de ansiedade e outras panes.
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Wanton Veterano |
# 17/jul/23 11:53
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Delson Quem será o proprietário das máquinas? Outras máquinas?
Essa lógica ainda fará sentido em um mundo sem trabalho?
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Lelo Mig Membro
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# 17/jul/23 11:58 · Editado por: Lelo Mig
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Wanton
"ir no puteiro"
Seu sistema já entrou em colapso. Para você ir se divertir no puteiro as putas precisam trabalhar. Se elas fazem por diversão, não são putas. Ou o senhor vai comer robôs gueixas sintéticas?
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Wild Bill Hickok Membro Novato |
# 17/jul/23 11:58
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finalmente o turbotecnomachonazifascismo da tiburi
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Wanton Veterano |
# 17/jul/23 12:30
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Lelo Mig Seu sistema já entrou em colapso.
Não estava falando do "meu sistema", estava falando de experiências fora do trabalho que tornam o trabalho um martírio cada vez pior. Ainda assim, no sistema proposto, o trabalho não é proibido, ele só não é coagido. Nada impede que as pessoas queiram brincar de puteiro.
Ou o senhor vai comer robôs gueixas sintéticas?
Imagine um implante que dá uns choquinhos no cérebro, propiciando uma experiência mais intensa do que o sexo convencional. Será que alguém sentirá saudades da foda?
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qew Veterano |
# 17/jul/23 13:46
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Wanton Na atualidade, cada vez temos mais coisas interessantes para fazer que nada têm a ver com trabalho. Então, proporcionalmente, o custo de oportunidade faz do trabalho um martírio cada vez pior.
sim... e não
eu sou contador pq escolhi, depois de fazer administração.. gostaria de ser mecanico de carro, mas ainda assim, não considero um martirio meu oficio
é obvio que cada um vai opinar do ponto de vista de suas experiencias particulares e tenho certeza que ninguém escolhe "por opção" ser traficante ou prostituta (dois exemplos extremos)
do ponto de vista racional, cada vez mais a tecnologia avança e a aquisição de conhecimento parece exponencial, neste sentido, nada nos impede de imaginar o futuro em que cada um poderá realmente escolher a área de conhecimento para se aprofundar
no final na ausência de trabalho voltaríamos atenção aos estudos, ou melhor dizendo: "aquisição de mais conhecimento"
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Delson Veterano |
# 17/jul/23 14:34
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Wanton Essa lógica ainda fará sentido em um mundo sem trabalho?
Só se você não considerar que ser empresário é trabalho.
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brunohardrocker Veterano |
# 17/jul/23 14:57 · Editado por: brunohardrocker
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Wanton Dependem, claro! Mas o tópico propõe um estágio em que as coisas interessantes dependerão do trabalho das máquinas.
Ok. Então vamos lá. Não tenho nada pronto, nenhuma reflaxão profunda sobre o tema proposto, mas acho que dá pra começar apartir do que já iniciamos. Vez ou outra também paro para pensar no papel do trabalho na vida humana e como ele evoluiu da antiguidade até os dias de hoje. Se nós evoluímos diversas vezes entre sermos coletores e caçadores até a programação de IA's, então também acho normal e humano refletir sobre a possibilidade de um dia superarmos o trabalho. Mesmo que esse dia nunca chegue.
Ver um filme, viajar, ir a um restaurante, conversar num fórum, ficar assistindo vídeos de gatinhos e bebês, ir a um parque de diversões, voar de asa delta, ir no puteiro, apostar na rinha de galo etc.
Eu, agora, não consigo pensar numa realidade apartir de uma página em branco, então sempre vou considerar e abrir questionamentos apartir da limitação do nosso tempo presente.
Então um problema que eu vejo nestes exemplos, é que são atividades que por mais que estão agraciadas com um bom papel das maquinas, ainda tem seres humanos cuidando delas. Maquinas quebram, desgastam, precisam de manutenção. Então imagino que você esteja propondo que maquinas mantenham maquinas, substituindo mais um papel que hoje ainda é humano.
Então, as maquinas não precisariam apenas aprender a lubrificar uma engrenagem. Elas precisariam aprender a projetar e executar designs e programações. A compreenderem tendências humanas e proporem soluções.
Isso não te assusta?
E eu estou imaginando, não sei se corretamente, um mundo que beira a magia. A magia finalmente sairía da ficção. A considerar a proposta política da igualdade, viveríamos num Star Wars composto somente pelos Jedi's (humanos dotados de vontades e que podem executar comandos a partir da "força") e pelos droides.
Não beiraria a magia? Estou errado?
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Pedro_Borges Veterano |
# 17/jul/23 15:33
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Se o trabalho acabar
O Wanton sai na frente. Kkk
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Pedro_Borges Veterano |
# 17/jul/23 16:30
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Seguinte, gente. Por mais que a IA avance, e hoje as máquinas já são capazes de detectar problemas e desenvolver algoritmos de solução, devemos lembrar que tudo isso parte de uma programação/protocolo humano. Por mais que essas máquinas disponham de informações multidisciplinares e com isso possam trabalhar respostas a muitas indagação, essas informações têm como origem a intervenção humana.
Os conceitos de formas, modelos, ferramentas e solução estão todos voltados para a concepção humana e com este ser enxergou recursos e necessidades. Pois mais que se procurou automatizar e integrar processos, há hiatos entre esses processos que só se ligam pela mente humana, exclusivamente, e dependem da necessidade e desejo deste, coisa que máquinas jamais assimilará. A menos que as próprias máquinas passem a ter desejos e consiga ver em outra máquina a capacidade de satisfazê-la.
Acredito que tudo depende da ação da natureza e de sua regência, o que alguns possa chamar isso de mão de Deus (eu por exemplo acredito) e que outros chamam simplesmente de ação da natureza ou acidente natural. Não acredito que um sistema complexo e completo possa nascer das mãos humanas. Portanto não vejo chances de máquinas criar um ambiente de relações como tecnosistema (ecossistema, aqui parodiando).
As máquinas sempre trabalharão em ambiente controlados e previstos pela ação humana operando a partir dos chips de memória, de sua estação de trabalho e dos storages. Máquinas necessitarão de matérias primas, sejam elas advindas da agricultura, pecuária ou mesmo de extração mineral. Desenvolver raciocínios frente as necessidades e ao mesmo tempo encontrar e extrair esses recursos não creio que seja possível sem chaves fornecidas pelo cérebro humano.
Etapas de produção continuação sendo exigidas, tais como siderurgia e metalurgia, por exemplo, que envolvem ferramentas, transporte e logística, além de energias. Penso que num momento onde se acirrará a competição homem x máquina, o homem já não mais iria inserir nas memórias das máquinas informações tão preciosas. O cérebro humano jamais será copiado na sua integralidade. É essa competição que vai garantir a sobrevivência humana.
Poderá haver de fato as “seis bestas feras” capitalistas, donas das máquinas e o resto é QUE SE DANE, mas pela lógica, esses capitalistas não serão técnicos o suficiente para geri-las e alimentá-las de informações.
O que vai sobrar da humanidade, não sabemos. Talvez um resquício de guerra na luta por espaço. Quem sabe os poucos sobreviventes possam morrer em seguida, por efeitos dos gases e poluição decorrentes dessa guerra, mas as máquinas não os sucederá.
Ouvi um velho sábio dizer certa vez: “não sei como será a terceira guerra e nem quais as armas serão usadas, mas a quarta eu tenho certeza: será por paus e pedras.”
Agora, do filósofo Pedro_Borges: seja qual for o cenário futuro, estaremos foodidos!!!
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-Dan Veterano
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# 20/jul/23 17:33
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Topico legal. E me surpreendeu a quadradeza das ideias da galera, que nao conseguiram entrar no devaneio proposto, ou tiveram preguiça mas optaram por elucubrar cenarios que nao foram a proposta do autor.
Tudo bem, acho que o Wanton formulou mal pra permitir divagações interessantes.
trabalho humano é obsoleto
Você precisa conceituar trabalho nesse exercício. Você se refere a trabalho remunerado ou qualquer atividade com uma finalidade especifica?
Caso você esteja apenas sugerindo que todos tem acesso a todas as necessidades básicas e, por isso, trabalho ficou obsoleto, precisaria definir o que é necessidade básica, porque se for casa, comida e lazer, não creio que trabalho seria obsoleto, pois a busca por ápices de prazer e mais acessos poderiam gerar competição a benessses alem de casa, comida e lazer, e, por consequencia, a necessidade de sistemas sociais que viabilizassem a um interessado a obtenção dessas benesses. Fatalmente isso resultaria num sistema que implicaria trabalho.
Mas se ainda assim, no exericio proposta, seria total acesso as tais benesses, a pergunta poderia mudar para: todos tem acesso ao que bem quiserem a qualquer tempo, logo nao precisam competir diante de uma escassez, e trabalho tornou-se obsoleto.
Aí sim dá pra pensar.
Nesse contexto, o que você pensa sobre a possibilidade de uma sociedade igualitária? Poderemos ser iguais ou precisaremos inventar outros mecanismos que façam com que uns sejam "melhores" do que os outros?
Nesse contexto, acho que a sociedade não precisaria ser igualitaria e cada humano teria um mundo particular definido do jeito que bem quisesse.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# 21/jul/23 02:11
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O horizonte da galera é bem limitado, lembrei do Guia do Mochileiro das Galáxias, um dos livros chama "O Restaurante no Fim do Universo", os caras viajam no tempo pra comer nesse restaurante, que fica no fim do universo, a comida custa muito dinheiro, mas pra pagar por ela basta depositar uma quantia bem pequena, um dólar, algo assim, no nosso tempo, e o dinheiro rende juros até o fim do universo. Ou seja, é mais fácil imaginar o fim do universo do que o fim do capitalismo.
Reflitao.
Leiam Althusser, todo o resto é besteira.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# 21/jul/23 02:11 · Editado por: Black Fire
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Leiam o Guia do Mochileiro das Galáxias também, menos o quarto livro, que é uma bosta.
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Lelo Mig Membro
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# 21/jul/23 11:42 · Editado por: Lelo Mig
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"O horizonte da galera é bem limitado..."
Não tive esta percepção. Não vislumbrei no tópico um exercício de imaginação ficcional e sim uma perspectiva realista de futuro dentro do conceito proposto.
Não vejo necessidade de ser criativo quando sua perspectiva é um futuro medíocre.
Em quase todos animais, incluindo o homem primitivo, o trabalho era uma atividade coletiva, social. Numa tribo indígena, por exemplo, o conceito indivíduo é quase inexistente. A aldeia é o organismo e o único objetivo individual é manter o organismo vivo e funcional. A caça e pesca para todos, a colheita é para todos, a comida e artesanato é para todos.
Um suricato não dá seu plantão de guarda em troco de algum ganho. Faz isso pela proteção de seu grupo. Um segurança (ainda que de certa forma proteja um grupo) não faz isso para proteger ninguém e sim para pagar suas contas. Não é a mesma coisa, mesmo fazendo o mesmo.
Ninguém "foge" de uma ideia capitalismo, porque não existe tal possibilidade dentro do rumo que a humanidade tomou desde que desenvolvemos a ideia de "indivíduo".
O capitalismo não surgiu no século 18 com a revolução industrial. Surgiu há cerca de 15 mil anos, quando alguém fez um animal de montaria ou capturou o primeiro escravo. O capitalismo surgiu quando o primeiro ser foi subjugado e explorado.
O ser humano é incapaz de viver outra realidade.
Quanto ao Guia do Mochileiro da Galáxias (que eu adoro) não há nada nele que seja diferente da perspectiva humana de exploração. Pode-se colorir mais ou menos, com maiores ou menores tons e detalhes. Mas, nem na ficção o homem consegue propor um "modus vivendi" diferente do que conhece há 25, 30 mil anos.
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Wanton Veterano |
# 21/jul/23 15:34 · Editado por: Wanton
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Pedro_Borges Não acredito que um sistema complexo e completo possa nascer das mãos humanas.
A sociedade é o quê?
previstos pela ação humana
A IA já é imprevisível.
Penso que num momento onde se acirrará a competição homem x máquina
É uma lógica bastante capitalista. Por que a máquina competiria com o ser humano?
-Dan Você se refere a trabalho remunerado ou qualquer atividade com uma finalidade especifica?
Trabalho coagido, pode ser remunerado, doméstico, escravo.
pois a busca por ápices de prazer e mais acessos poderiam gerar competição a benessses alem de casa, comida e lazer, e, por consequencia, a necessidade de sistemas sociais que viabilizassem a um interessado a obtenção dessas benesses.
Pode ser. Isso é desejável?
Mas se ainda assim, no exericio proposta, seria total acesso as tais benesses, a pergunta poderia mudar para: todos tem acesso ao que bem quiserem a qualquer tempo, logo nao precisam competir diante de uma escassez, e trabalho tornou-se obsoleto.
A escassez vai existir em algum grau. Podemos abrir mão da competição para distribuir o acesso a produtos e serviços de um jeito mais igualitário e sustentável? Que tal a ideia de produção sob demanda?
Nesse contexto, acho que a sociedade não precisaria ser igualitaria e cada humano teria um mundo particular definido do jeito que bem quisesse.
A liberdade individual é compatível com a harmonia entre seres humanos? Não seria ela perniciosa? Poderíamos abrir mão de pensar coletivamente em nome desse ideal de liberdade?
Black Fire Ou seja, é mais fácil imaginar o fim do universo do que o fim do capitalismo.
O fim do trabalho é o fim do capitalismo. Parece que tem gente que só se reconhece no trabalho que faz, depois se aposenta e fica enchendo o saco com discurso reacionário porque não sabe lidar com o tempo livre.
Lelo Mig Não vislumbrei no tópico um exercício de imaginação ficcional e sim uma perspectiva realista de futuro dentro do conceito proposto.
Existe perspectiva realista? Em 1980, o pessoal achava que teríamos carros voadores e androides, mas não chegaram nem perto de prever as tecnologias e as discussões hodiernas. Em 2010, quem imaginava que teríamos uma nova onda de reacionarismo fascista?
Em quase todos animais, incluindo o homem primitivo, o trabalho era uma atividade coletiva, social.
A espécie humana perseverou por sua capacidade de cooperar.
porque não existe tal possibilidade dentro do rumo que a humanidade tomou desde que desenvolvemos a ideia de "indivíduo".
Pois é, mas é uma ideia bastante ocidental. Além de tudo, é uma ideia burra e deveras frágil.
O ser humano é incapaz de viver outra realidade.
Discordo bastante! Inclusive, essa realidade a qual você se refere é muito ocidental. Não se aplica tão bem em todos os cantos do mundo.
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megiddo Membro |
# 22/jul/23 11:35
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Wanton não sabe lidar com o tempo livre.
Não era um problema que estava no meu radar, mas recentemente passei por isso e percebi que é um problema comum depois de conversar com várias outras pessoas que fizeram o mesmo caminho que eu.
Não é tédio, é culpa por não estar produzindo. E olha que no meu caso ainda trabalho até um pouco mais que 40 horas semanais, mas ainda assim é uma redução significativa em relação ao cenário anterior quando era sócio-proprietário e praticamente não tinha vida pessoal, nem final de semana, férias, etc.. E como meus horários hoje não são muito convencionais, passo alguns dias inteiros em casa, com a esposa trabalhando fora em horário comercial e o mundo funcionando normalmente. Dá uma sensação de vagabundagem. É um incômodo que não me permite, por exemplo, sentar pra assistir a um filme, tocar algum instrumento ou escutar um disco nesse tempo livre, e acabo concentrando esse tipo de atividade nos finais de semana porque assim parece mais normal. É um condicionamento que com o tempo vai se enfraquecendo só muito lentamente.
Imagino que no cenário proposto aqui no tópico isso levaria a um problema considerável de saúde mental, pelo menos na primeira geração.
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brunohardrocker Veterano |
# 22/jul/23 12:05
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Não é tédio, é culpa por não estar produzindo.
Me identiico com o relato, pela minha transição entre ter sido empregado e passar a ser autônomo. A renda aumentou, o padrão de vida subiu. Porém, não há horario a cumprir. Você tem a possibilidade de dispensar trabalho, cagar para o mundo, dizer "não to pra ninguém", de vez em quando. Porque a responsabilidade sobre isso é toda sua. Porém, as outras pessoas não estão te acompanhando. E aí reside parte desta culpa.
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Wanton Veterano |
# 22/jul/23 14:24
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megiddo Imagino que no cenário proposto aqui no tópico isso levaria a um problema considerável de saúde mental, pelo menos na primeira geração.
Os mais resistentes vão precisar de emuladores de trabalho. Mas, se pensarmos bem, a maioria dos trabalhos que as pessoas fazem não tem relevância nenhuma, a gente que romantiza a porra toda!
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Lelo Mig Membro
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# 22/jul/23 15:33
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Wanton
"não tem relevância nenhuma, a gente que romantiza a porra toda!"
Repito, nossa sociedade propaga um ideal individualista, acho que a grande maioria não têm a menor consciência, consequentemente, preocupação com a relevância de seu trabalho. As pessoas só trabalham para sobreviver e, os um pouco mais ambiciosos, apenas consumir.
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Wanton Veterano |
# 22/jul/23 15:40
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Lelo Mig preocupação com a relevância de seu trabalho
Não tenho a mesma impressão. As pessoas usam isso para se achar importantes. Não sei se há estudos sobre o assunto, mas acredito que se testássemos as pessoas, encontraríamos sinais de que elas se acham importantes em virtude do trabalho que realizam. Talvez, isso esteja ainda mais presente no Mundo Ocidental do que na sua periferia. Estadunidense se apresenta dizendo a profissão!
E reforço que o individualismo é algo bastante ocidental. Uma prova disso é que na China eles tiveram muito mais facilidade de conduzir o lockdown, porque o povo de lá tem senso de pertencimento à comunidade. É uma cultura tradicionalmente coletivista, como muitas outras daquela metade do globo.
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Lelo Mig Membro
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# 22/jul/23 15:51 · Editado por: Lelo Mig
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Wanton
"estadunidense se apresenta dizendo a profissão!"
Penso que você esta confundindo profissão com título. Até ontem ninguém tinha acesso ao estudos, a formação, então dizer que é advogado, médico, engenheiro tinha um peso ducaralho.
Se um cara for advogado, mas trabalhar de faxineiro, ao ser perguntado por um estranho ele vai dizer que é advogado. A maioria têm vergonha de sua profissão.
A maioria não se acha importante, muito pelo contrário. Isso é coisa da elite. Na real nem orgulho da formação ou profissão o cara têm e sim o quanto sua profissão é avaliada, nem que seja só pompa.
Haja visto a quantidade de CEOs, Personal alguma coisa, Coachs e outros nomes pomposos que não significam nada por si sós.
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Insufferable Bear Membro |
# 22/jul/23 16:38
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Os mais resistentes vão precisar de emuladores de trabalho. mas isso já é tipo 90% do trabalho feito hoje. todo mundo percebe a quantidade de trabalho bosta onde ninguém produz nada que existe. meu próprio trabalho é uns 70% encheção de linguiça.
Black Fire menos o quarto livro, que é uma bosta. a coisa que mais concordo nesse tópico
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Wanton Veterano |
# 21/out/23 02:15 · Editado por: Wanton
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Lelo Mig A maioria não se acha importante, muito pelo contrário.
Estava olhando umas notas de leitura sobre a Hannah Arendt e lembrei desse tópico. Acho que tem uma influência do que ela entende por trabalho x labor na criação desse tópico, mas não tenho certeza porque minha cabeça é o caos.
Não é sobre se achar importante, não era bem isso que eu estava querendo dizer. Eu não sei se usei o exemplo no tópico, talvez tenha usado, li um pouco mas não vou ler tudo de novo: imagina que você é um pintor e fez um puta quadro, daqueles que dá um sentimento de realização quando você termina. Aí vem um bilionário (sempre eles), compra o seu quadro e queima ele na sua frente.
Nem precisa de tanto. Um faxineiro pode se irritar se alguém pisotear com calçados enlameados o chão que ele acabou de limpar. Ele vai ficar limpando das 7h às 16h de qualquer maneira. Não é sobre trabalho extra, é sobre a gamificação do trabalho. É sobre passar de uma fase difícil no videogame e faltar luz em seguida.
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Lelo Mig Membro
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# 21/out/23 13:08
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Wanton
"compra o seu quadro e queima ele na sua frente."
Mas isso é justamente o consumismo/capitalismo que tenho insistido desde o começo de minhas colocações. Se fulano não precisasse vender o quadro para pagar suas contas isso não ocorreria. Ele pintava por prazer e ficaria contemplando até enjoar.
Desde um trabalho primitivo, de um animal, caçar para comer, o trabalho esta incluso no mecanismo da natureza. Se não caçar morre de fome e caçar é trabalhoso, muitas vezes frustrante e arriscado. A sociedade se construiu em cima disso.
Mesmo o homem se "sofisticando", se tornando complexo, criando a arte (quem precisa de um quadro para viver?), não muda a ligação trabalho/subsistência. O trabalho se "sofisticou" justamente à partir do momento em que fulano paga para ciclano fazer o que ele não gosta.
E alguns trabalhos (também diretamente ligados ao primitivo) juntam o dinheiro com a "adrenalina". Corredores, lutadores, assaltantes, domadores de feras, engolidores de espadas, alpinistas, e etc., são "trabalhos inúteis" e os caras estão nessa pela adrenalina. Mas ainda que não precisarem pagar as contas, o evento continuaria tendo um custo alto para existir.
Alguns aí acima falaram em "quadradeza de ideias" ou "horizonte limitado", mas não deram opinião (além de criticar a do outro) e eu particularmente não consigo imaginar uma sociedade sem trabalho ou sem trabalho linkado a subsistência,
E olha, eu não tenho motivos pessoais para defender o trabalho, porque eu sou uma daquelas poucas pessoas que não têm vergonha de dizer que não gosto de trabalhar. Já trabalhei muito, o dinheiro amenizava o desconforto, mas nunca gostei.
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Wanton Veterano |
# 21/out/23 14:56 · Editado por: Wanton
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Lelo Mig Ele pintava por prazer e ficaria contemplando até enjoar.
Não acho que seja assim, acho que quem pinta quer mostrar. Os grafites ilustram bem isso, assim como a indignação dos grafiteiros quando João Dória resolveu tampar tudo com tinta cinza.
Desde um trabalho primitivo, de um animal, caçar para comer, o trabalho esta incluso no mecanismo da natureza.
Tá, mas esse é o trabalho coagido. Quando você cozinha o alimento, põe um tempero diferente e socializa, é que entram esses outros elementos dos quais venho falando. No lugar da coação, você experimenta o reforçamento social e a autorealização.
Há uma correlação forte entre inatividade e depressão, de modo que uma das abordagens da psicologia para tratar um deprimido é a ativação comportamental. No moralismo popular, é o famoso "vá carpir um lote".
eu particularmente não consigo imaginar uma sociedade sem trabalho ou sem trabalho linkado a subsistência
Ou seja, sem o trabalho movido pela coação. Lembra da Jane Jetson? Ela tinha uma empregada robô e tarefas domésticas que eram resolvidas em segundos. O trabalho coagido sumiu para ela, só restou o trabalho do cuidado da família, que é trabalho, mas é afetivo.
Mas ainda que não precisarem pagar as contas, o evento continuaria tendo um custo alto para existir.
A ideia é delegar para as máquinas esse custo alto. Todo trabalho desprazeroso tem potencial para ser automatizado. Fizemos carros para não termos que caminhar, escadas rolantes e elevadores para não termos que subir degraus, impressoras para não termos que desenhar a mão etc.
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Lelo Mig Membro
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# 21/out/23 15:27 · Editado por: Lelo Mig
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Wanton
Acho que agora eu entendi melhor sua proposição, ficou mais clara e, confesso, não estava entendendo direito onde você queria chegar.
De qualquer forma eu tenho um DNA sem refino, ainda que tenha me metido, via de regra, com a arte, eu sou um espírito tosco. Não consigo este tipo de contemplação.
Artista quer mostrar sua obra por vaidade, para ser elogiado. E quem põe "um tempero diferente", para socializar, além de receber elogios quer comer alguém.
No fundo tudo se resume a desejo.
O trabalho, geralmente, é apenas uma forma de conseguir dinheiro, poder e sexo.
Ok, se ninguém precisar mais fazer o que ninguém quer fazer, se excluir o dinheiro da equação, vai ser menos ruim...
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brunohardrocker Veterano |
# 10/nov/23 15:14
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LeandroP Moderador |
# 10/nov/23 15:21
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Wanton
É um cenário interessante. Se evoluirmos apenas tecnologicamente e e não "espiritualmente", nem chegaremos vivos neste dia... Seria o "grande filtro".
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LeandroP Moderador |
# 10/nov/23 15:25 · Editado por: LeandroP
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brunohardrocker
Eu não vi o vídeo, mas vi a legenda...
O Lula afirmou isso? Que lesado!
Se bem que os feriados que caíram às quintas-feiras, fazendo muita gente emendar o fim de semana, cairiam às sextas-feiras no ano seguinte. Mas, o ano é bissexto, vai tudo pro sábado.
Mas, essa ideia de que temos feriados demais, que trabalhamos pouco em relação aos outros países e etc. é pura balela patronal, e o Lula abraçou essa balela. Depois verei o vídeo e se consigo dar razão ao barbudinho.
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