Da desmilitarização da polícia

Autor Mensagem
CindyFerrari
Veterano
# set/16
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Viciado em Guarana
Vão achando sim que os PMs vão abrir mão de seus direitos como militares sem um bom aumento no salário.
e quais são esses direitos?

rcorts
também tendo a achar que deveria ser assim, mas fico com o pé atrás

rcorts
Veterano
# set/16 · Editado por: rcorts
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LeandroP
O comando da polícia dever ser do Estado e jamais de um sindicato ou outro grupo.

Mas o comando da Polícia, seja ou não militar é do Estado. É o Estado quem destina os recursos e traça as políticas de segurança pública, dispõe sobre os planos de carreira (por Lei específica) e determina a criação de eventual força-tarefa. Peço que alguém me corrija se eu estiver errado.

A questão de haver ou não sindicatos não tem nada a ver, na minha opinião, com controle de polícia. A diferença é que uma categoria sindicalizada, a respeito do que acontece na civil é que podem se organizar para reivindicar direitos, inclusive por meio de greve (que só deve ser empregado como último recurso).

Ademais, qualquer greve descabida pode ser judicializada, seja ela desproporcional, por razões obscuras, ou quando há um processo negocial ocorrendo sem procrastinação por parte do governo.

O que costuma ocorrer nas greves da Polícia Civil por exemplo, em que o IML chega a deixar o corpo de uma vítima de homicídio apodrecendo mais de 12 horas ao relento, demonstra na maioria dos casos tanto o descaso do poder público (executivo) quanto a falta de controle judicial sobre a greve.

Sinceramente não entendo como a questão sindical deva ser usada como argumento contra desmilitarização. Cada questão deve ser tratada no seu âmago.

Tirando as questões ideológicas envolvidas, sou a favor de uma polícia civil unificada, melhor preparada e com recursos à altura (tanto de inteligência quanto ferramental) para combater o crime como ele se dá na atualidade. O que nós temos hoje são um monte de polícias desagregadas, com diferentes níveis de especialização e que não se comunicam, tornando o combate ao crime moroso, ineficiente e gerando duplicidade ou conflito de ação.

Até onde eu sei, a polícia nos EUA não é militarizada e é melhor equipada e preparada do que a nossa. Pra mim PM é coisa de paizinho chinfrim da América Latina.

rcorts
Veterano
# set/16
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CindyFerrari
também tendo a achar que deveria ser assim, mas fico com o pé atrás

Estou longe de ser o dono da razão, mas sinceramente, aqui no Brasil tem-se uma mania de pensar em questões setorializadamente e negar atenção ao que acontece em países mais desenvolvidos.

A nossa realidade tem particularidades, que por si só, porém não justificam querermos sempre fazer tudo às avessas do que ocorre nas maiores potências do mundo.

Black Fire
Gato OT 2011
# set/16
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rcorts
Se você mesmo sabe que a "judicialização" das greves descabidas não funciona hoje, tanto que é comum "o IML deixar o corpo de uma vítima 12 horas ao relento", por que acha que o aparato jurídico passaria a funcionar, como que por mágica, pra evitar as greves descabidas de uma polícia desmilitarizada?
Eu não estou dizendo que a polícia deva ou não ser desnilitarizada, mas esse tipo de contradição flagrante (não precisamos nos preocupar com o aparelhamento sindical da polícia, porque temos um sistema judiciário que evitaria esse tipo de coisa, só que esse sistema não dá conta ndeem de evitar os abusos que já existem), não me parecem ter origem em uma análise minimamente isenta, mas em um desejo de que a realidade se dobre a opiniões pré-concebidas.
É necessário pensar esse tipo de coisa com um pouco mais de cuidado, situá-las no mundo real, não simplesmente na base do "se é bom pros EUA". Como é a legislação trabalhista dos EUA? Qual é a influência dos sindicatos de lá nos serviços públicos? Quais são as condições de efetivo? Equipamento? Motivação? Salário? Vão copiar o arcabouço legal de lá? Ou simplesmente trazer uma ideia de polícia que funciona em um cenário x, implantar em um cenário z e esperar que a mágica opere?

Black Fire
Gato OT 2011
# set/16 · Editado por: Black Fire
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Duplo

rcorts
Veterano
# set/16
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Black Fire

Você está certo. Há várias questões envolvidas. Nem defendo que seja feito, se tiver que ser, numa martelada só. Acho que é um processo gradual que precisa ser discutido e construído. Mas não mudo meu posicionamento.

Se há falhas no judiciário, estas também precisam ser combatidas e revistas. Temos inúmeros problemas no Brasil, a começar por uma legislação cheia de subterfúgios e em alguns aspectos totalmente desatualizada.

Acontece que se não pudemos sequer pensar em redução da maioridade penal, por exemplo, por haver negligência de outras políticas públicas voltadas ao social (além de um sistema penitenciário capenga) ou em uma reestruturação e revisão do sistema policial por haver falhas no sistema judiciário, ficaremos sempre com as mesmas velhas estruturas corrompidas, ineficientes e sempre enxugando gelo.

Só não sei se é o momento oportuno para começar a fazer isto. Mas num momento de estabilidade sou radicalmente favorável.

Black Fire
Gato OT 2011
# set/16
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rcorts
Eu não sou nenhum admirador da PM do Brasil, aqui no fórum mesmo já fiz várias críticas e tudo mais, mas eu acho que a discussão está de cabeça pra baixo. Não me parece lógico querer mudar a estrutura da polícia sem adequar o sistema jurídico, o sistema trabalhista, a organização sindical e outras milhares de variáveis.
Claro, há o ponto positivo de a discussão sobre a estrutura policial poder levar a discussões mais fundamentais, mas eu não vejo viabilidade política pra nenhuma reforma que deveria preceder a desmilitarização da polícia e, com o hábito nacional de fazer tudo nas coxas é até possível antever um desastre. Como eu disse na outra página, infelizmente, os grupos que hoje levantam a bandeira da desmilitarização são os mesmos que se beneficiam da estrutura sindical tal como ela se apresenta.
Portanto, eu acho que a discussão, pelo menos por enquanto, deveria ser: existem condições hoje para que a polícia seja desmilitarizada? Com a estrutura social, trabalhista, economica e etc, que o país apresenta nesse momento, é possível a desmilitarização? Quais as consequências?
Cenários ideias não deveriam entrar nessa conta. Em cenários ideias qualquer ideia parece boa, pois a realidade imaginária se adapta a elas. É uma saída meio fácil dizermos que a polícia obviamente deveria ser desmilitarizada, eu mesmo posso dar n razões pra isso. Mas ela pode ser?

rcorts
Veterano
# set/16
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Black Fire

Concordo que não é o momento.

Viciado em Guarana
Veterano
# set/16
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CindyFerrari
Tribunais específicos pra julgar crimes militares, progressão de carreira como militar, pensão por morte, todas aquelas coisas de milico.
Já existe a disparidade salarial que todo mundo sabe, se tirar o que supostamente era pra beneficiar os caras (mesmo que não beneficie na prática) geral vai pirar.

E tem tbm o que o bruno citou, militares acreditam no sistema militar, essa linguagem de desmilitarização não fala com eles, somando isso ao sentimento de desvalorização que há no meio, a negociação para isso acontecer não seria fácil.
Muito mais fácil seria desmilitarizar e os caras fazerem aquela greve logo após, na melhor das hipóteses.

Não acho que no momento o governo (principalmente os estaduais) está em condições de realizar e cumprir propostas que agradariam a categoria para fazer isso acontecer da forma como almejam.

Adler3x3
Veterano
# set/16 · Editado por: Adler3x3
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Desmilitarizar não é a solução.

Tem batalhões da polícia militar que tem centenas de anos de bons serviços prestados.
O que tem ocorrer na minha opinião:
- Unificar as polícias civis e militares, aonde for possível.
- Criar um estatuto;
- Criar planos de carreira;
- Escolas de polícia dentro das mais variadas especialidades;
- Humanização e respeito ao ser humano;
- Planos de estrutura e logística, isto é mais infraestrutura;
- Mais inteligência usando a moderna tecnologia;
- Certos batalhões da polícia militar, ou quase todos tem que ser mantidos:
- em função de que a disciplina militar e os meios de combate ao crime pesado, é uma realidade, só uma unidade militar tem capacidade para enfrentar estes bandidos da pesada;
- O que tem que existir é flexibilidade, o policial que por mérito mostrou um bom desempenho poderia ser transferido para outra unidade, dentro das conveniências da própria polícia, em remanejar.
Deve-se manter o nome dos Batalhões, na teoria a polícia seria única, mas com divisões, e queiram ou não o treinamento e disciplina militar tem que continuar, mas tem que sofrer também processo de humanização.
Só esta medida já vai aliviar a resistência das corporações, temos que também respeitar o passado destas instituições.
Polícia militar, não significa ditadura militar, e militar também não significa ditadura, mas sim uma instituição que deve cumprir o seu papel constitucional.
Não se deve confundir as coisas.
Não que uma unidade militar também não tenha que ter inteligência.
Em outras divisões não necessita de militarismo, e sim de inteligência, na maioria dos casos trabalham sem uniformes, mas em alguns casos podem também ter uniformes mas sem o rigor militar e a polícia no geral necessita sim de mais recursos, principalmente na área de investigação, e muito mais policiais.
Queiram ou não, na hierarquia das instituições, tem que existir uma linha de comando, e muitas vezes isto é necessário, tendo em vista que por muitas vezes, nos últimos tempos o próprio exército teve que ser chamado para cumprir papel de polícia.

Entre outros problemas, claro isto não esgota o assunto de jeito nenhum.

Agora o que não pode acontecer é a polícia civil ficar meramente como uma coadjuvante, fazendo mais um papel de polícia judiciária.
Até a parte de investigações esta sendo assumida indevidamente pela polícia militar, que também deve ter isto, mas não invadindo área estritamente que caberia a polícia civil.
Polícia militar é para combater os bandidos com a força necessária, que envolve treinamento, preparo físico, depende da idade e muito mais, como armamento mais pesado, até blindados, força naval e força área, claro sem invadir a parte que compete exclusivamente as forças armadas, como atuar preventivamente, fazendo blitz (não tem o sentido nazista aqui), batidas e vigilâncias onde se fizer necessário.
É que a polícia sempre foi mal utilizada e sub dimensionada pelos nosso governantes.
Sejam pelos governos "ditos militares", que enfraqueceram a polícia civil, seja pelos civis, que depois na "dita redemocratização" não fizeram questão de melhorar a polícia, muito pelo contrário enfraqueceram mais ainda, tendo em vista os seus escusos interesses.
A questão tem que ser melhor debatida por pessoas que realmente entendam do assunto.
Mas o momento não é oportuno pela própria crise instalada e pela falta de credibilidade e uma certa aparência de falta de legitimidade do governo, que queiram ou não é formado por grupos que pertenciam ao governo passado que caiu por questões morais e principalmente por causa da notória incompetência no trato da coisa pública.
Alguns ministros atuais, foram ministros deste governo que caiu, mas não caiu por inteiro.
E como já foi dito envolve muitas mudanças na legislação, e convenhamos este congresso não tem capacidade e credibilidade para criar novas leis.
Não se esqueçam que ocorreu corrupção até na venda de leis, pois as medidas provisórias depois se transformam em leis.
Como não desconfiar do atual congresso na edição de leis, tem moral?
É um governo de transição esta é realidade.
Nem é momento também de mudar a educação, ou outras mudanças,. o foco é diminuir os efeitos da crise econômica e levar bem ou mal a situação até as próximas eleições, que deveriam ser feitas num prazo mais curto, mas diversos imbróglios assim impedem, pois a crise não é só econômica mas acima de tudo política.
Esta mudança da Educação parece coisa precipitada, coisa de governo queiram ou não é interino, e a sequência de um péssimo governo.
Qualquer mudança aqui parece oportunismo, seja pelo individualismo das novas pessoas que estão assumindo cargos, e mal assumiram querem fazer mudanças mais radicais, num governo sem crédito.
É com surpresa que recebi esta notícia, a coisa pública e os destinos do país tem que ser enfrentados com prudência, mal assume um cargo de um governo malfadado, já querem fazer mudanças.
Entretanto nada impede que seja montado um grupo de estudos com pessoas de notório saber, para quando chegar o momento apropriado apresentar para debate novas ideais e soluções para o caso da polícia no Brasil.
A lei de greve tem que ser mudada, o Brasil virou um país de grevistas, graças a nefasta influência petista, polícia não pode fazer greve de jeito nenhum.
É muito mais complexo do que parece, temos por exemplo: Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia do Senado, Polícia Rodoviária (estaduais e federais), Policia Ferroviária, Polícia do Exército, Guarda Nacional, Guardas Municipais, e muitas outras Polícias que não sei dizer.

LeandroP
Moderador
# set/16
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rcorts
Mas o comando da Polícia, seja ou não militar é do Estado.

Eu achava que era, mas me disseram que a Polícia Militar é uma extensão das forças armadas. É isso mesmo? Não sei...

CindyFerrari
Veterano
# set/16
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LeandroP
Eu achava que era, mas me disseram que a Polícia Militar é uma extensão das forças armadas. É isso mesmo? Não sei...
nas pesquisas que fiz, essa informação também ficou confusa.. uns diziam que sim e outras diziam que não.. aí vi agora na wiki e é sim.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_militar

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Militar_do_Brasil

rcorts
Veterano
# set/16
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Adler3x3
Unificar as polícias civis e militares, aonde for possível.

O problema nisso, que eu vejo, é que não é possível unificar sem ter um mesmo regime, isonomia de direitos, mesmas condições salariais e de progressão na carreira.

Esforços já foram feitos antes no sentido de promover essa unificação, mas mantendo os regimes distintos. Mas na prática sempre fica aquele ranso entre as polícias. Hoje talvez seja menos forte do que no passado. Mas tem.

Isso é parecido com o caso dos professores de ensino médio e ensino superior. Os de ensino médio não se acham "menos" professores do que os de ensino superior. Mas a diferença salarial existe e isso provoca uma certa inveja, indignação, sentimento de injustiça ou outros sentimentos parecidos. Tá certo que entra aí também a questão do nível de especialização e da natureza diversa dos dois níveis de ensino, mas acho um exemplo bom ainda assim.

LeandroP

Pelo que andei lendo é sim. Mas acho que controle e comando são coisas diferentes. Acho que as forças armadas controlam tipo, no sentido de restringir o uso de certos armamentos para a PM, ou liberar armas mais pesadas dependendo do grupamento (tipo BOPE) etc...

Mas o que costuma se ver em termos de comando são os governadores acionando as forças policiais. A PM trabalha seguindo o planejamento das secretarias de segurança pública (até onde sei). E até prefeito acha que manda na PM, pelo menos nos rincões do Brasil afora. E o pior é que nesses lugares os prefeitos acabam mandando mesmo.

Adler3x3
Veterano
# set/16
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rcorts
Acho que você tocou num ponto importante.
Isto só pode ser resolvido com entendimento.

MENDIGO_PAISANA
Membro Novato
# set/16
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uns diziam que sim e outras diziam que não.. aí vi agora na wiki e é sim.

Not sure if trolling or just stupid.

sallqantay
Veterano
# set/16
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tem que meter o loco

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